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Coisas que ultrapassam os representantes

por Manuel Pinto de Rezende, em 15.12.09

Ninguém gosta de Bolonha.

Todos os alunos concordam que Bolonha vem dificultar a vida e piorar a formação.

Todos os professores concordam que Bolonha dificulta-lhes a vida e o ensino.

 

Os peritos concordam que tudo à volta de Bolonha foi um flop.

 

Mas o Parlamento, nacional, democrático e soberano, não fala nisso.

 

E agora?

publicado às 12:01


5 comentários

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De Nuno Oliveira a 15.12.2009 às 13:28

Não frequentando a universidade há mais de 15 anos, não domino as diferenças que o processo de Bolonha veio introduzir para além do reduzir o tempo dos cursos superiores. E aqui não vejo razão para que não seja considerado como bom.
Se assim fosse no tempo em que eu estudei teria terminado o meu curso de certeza.
Se nos países verdadeiramente civilizados, que não é o nosso caso, consegue-se tirar um curso superior com qualidade em 3 ou 4 anos, porque é que em Portugal não se consegue? Não há seriedade e exigência no ensino. Nem em qualquer outro sector da sociedade se quisermos ser mais abrangentes. Descobri recentemente, ao ver o plano inclinado, que os professores não fazem um exame de admissão para poder entrar na classe. Eu estava convencido que o faziam... (às vezes esqueço-me do país em que vivo...)
Quando refere que os professores dizem que dificulta-lhes a vida eu pergunto: mas são os bons professores que o dizem?
Quem são os peritos? Alguém que esteja ligado aos interesses do estado necrótico, cujo objectivo é evitar que venham mais licenciados para o desemprego e assim estragarem as estatísticas do governo?
Quando o primeiro ministro fala de Portugal e todos os feitos que conseguiu realizar através das estatísticas falseadas, o povo fica contente e sabe que na verdade não passa necessidades: é tudo ilusão causada pela vil oposição...
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De Manuel Pinto de Rezende a 15.12.2009 às 16:41

Nuno,

compreendo os seus argumentos e digo-lhe que até chego a concordar em vários pontos.

É muito estranho que, enquanto na sua época de académico, suspirava-se pelo fim do curso, agora se suspire pelo pouco tempo que dura.

Sobre este problema só posso dar a minha opinião e visão dos factos:

1- os programas curriculares não chegam para o tempo disponível. A maioria dos cursos não teve tempo ou arte para se adaptar a Bolonha. A culpa é deles, mas também do Estado: nenhum país com uma cultura académica semelhante a Portugal teve que aturar com uma mudança tão repentina, sendo que a Espanha e mesmo a Itália fazem a sua com progressivamente.

2- o ensino modelo de Bolonha é experimental, de influência nórdica. Em Portugal, por exemplo nos cursos de Direito, impera a doutrina sobre a prática. 2 anos não mudam uma tendência de séculos.

3- O Nuno tem razão quando fala da pouca qualidade dos docentes universitários. No entanto, Bolonha exige um ensino eficiente e muito bem pensado. Adaptou-se esse modelo à nossa estrutura arcaica.
O resultado foi tudo ter piorado.
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De Anónimo a 16.12.2009 às 14:20

D. Rezende,

Queira V. Senhoria explicar-me em que faculdade de Direito deste País é que impera a doutrina sobre a prática? Eu tinha ideia que os nossos juristas, sobretudo os que querem ser advogados continuam a saír virgens da faculdade?!

Pode esclarecer-me?
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De Manuel Pinto de Rezende a 16.12.2009 às 18:39

na "marabilhosa" FDUP, poltergeist.
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De Anónimo a 16.12.2009 às 22:16

D. Rezende prepara-se então para ser jurista...E diga-me o grau..é caloiro, merda de doutor ou doutor da merda ...considerando, claro está, a moda de Bologne.

E diga-me também se o ensinam a:

-na arte do debate ou alegação.
- na arte de articulação.
O se o ensinam a protestar em audiência, ou a mandar o juíz à merda, ou a fazer a vénia quando, não sendo devida, é melhor ser feita, ou a conter-se para não ir à cara da contraparte, em suma ...a estar em tribunal e a lidar com contrapartes dignas de murro?

Eu cá passei pela FDL - e vi que as notas continuvam na mesma ... 2, 3, 4...o meu contributo para a população masculin do PAÍS, concluíu que era tudo burro ou frustrado, depois de descobrir que se tratava de níveis de 0 a 20.

Aí na marabilhosa a coisa é assim tão diferente ou V. Senhoria, com a sua monarquite aguda, ou défice de democracia, tem mesmo um ensino prático de Direito?

Que prática é essa? Despejar sebenta ou simulacros de julgamentos?

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