Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]




O regresso do País da Monarquia

por Nuno Castelo-Branco, em 21.12.09

 

 Algo está a mudar em Portugal.

 

Ainda ontem, no post em que afirmámos a apropriação, ou adesão de Mário Soares ao informal Programa da Monarquia, enunciámos os vectores da urgente reforma institucional que no nosso país se torna inevitável. Temas como a independência de  jure e de facto da Chefia do Estado, tornaram-se num lugar comum, não esquecendo a adopção do sistema uninominal/misto, a presidencialização do governo, o papel fiscalizador da Câmara Baixa do Parlamento e a instituição da Câmara Alta, composta por especialistas. Se a isto acrescentarmos a súbita paixão do mundo empresarial pela CPLP e a necessidade do regresso a África, à América do Sul e à Ásia, temos o quadro geral praticamente completo. Vinte anos depois, o programa de acção - actualizado e adaptado a esta época - daquilo que foi a N.M., surge como a saída possível e desejável para as graves ameaças que pendem sobre a existência de Portugal.

 

Os acontecimentos de guerrilha institucional, luta pelo protagonismo e mútuo enxovalho, tornaram subitamente visíveis aos olhos de todos, um conjunto de situações hoje impossíveis de ocultar. Esta tarde, num programa da TVI que concede tempo de antena aos ouvintes, um politólogo demonstrou cabalmente o beco sem saída em que se encontra o regime, frizando bem a necessidade de uma clara separação de poderes - que não existe - e aventando qualquer uma das seguintes possibilidades:

 

1. Presidencialização do regime, com a subalternização do parlamento e desaparecimento da figura tutelar do 1º ministro.


2. Presidencialização do Chefe do Governo, servindo o Parlamento como entidade fiscalizadora. Isto pressupõe um novo sistema eleitoral e a existência de uma Câmara Alta que escape ao total controlo partidário e o consequente desaparecimento, por inutilidade, do cargo de Presidente da República.

 

3. Liquidação da forma de representação republicana do Estado, com a instauração da Monarquia Constitucional, no esquema do ponto 2.

 

Poucas horas decorridas, surgia pela voz do senhor Ricciardi, o comentário da área financeira e da economia, referindo-se aos fortes investimentos de Angola e do Brasil em Portugal. Mais, sublinhava a questão da dupla cidadania ou dos seus direitos, entre portugueses, angolanos e brasileiros. É este o programa que pode encontrar raízes no longínquo ano da instituição do efémero Reino Unido de Portugal e Brasil, assim como no imenso legado histórico de séculos.

 

Decididamente o maior partido clandestino de Portugal, o País da Monarquia, atravessa todos os outros e surge como uma inequívoca esperança que a população não tardará em descobrir. Quando abertamente surge como hipótese a estudar, a questão da Monarquia é por si mesma, um ponto de reflexão com toda a credibilidade. Está distante aquele tempo, em que os monárquicos eram considerados como relíquias saudosistas e agora, ei-los que vão surgindo em todas as áreas de actividade. A discussão séria pode ocorrer e trata-se apenas numa questão de tempo, porque a apropriação parcial do esquema exequível, saldar-se-á num anunciado fracasso a médio prazo. Há que ousar e assumir a mudança total.

publicado às 20:39


1 comentário

Sem imagem de perfil

De Daniel Nunes Mateus a 22.12.2009 às 20:51

Caro Nuno: O teu texto só ilustra a realidade do dia-a-dia. Aqueles que não concordam não têm um minimo de noção da História de Portugal. Ler o exelente livro de Fernando Amaro Monteiro: Salazar e o Rei que não foi, faz cada vez perceber que a República em Portugal não passa de um conceito. E essa afirmação traduz-se num comentário que um amigo fez-me: Portugal é uma República Maçónica!
Por isso a restauração Monárquica é uma questão de tempo, porque o actual sistema já deu tudo o que tinha a dar.
Acredito que as pessoas que ainda não perceberam isso estão imbutidas daquela ideia de uma República mistica que era a unica opositora a Salazar.

Comentar:

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.







Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas


    subscrever feeds