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Estavam lá os comensais do costume.
Recebidos aos gritos "gatunos prá prisão!", foram chegando nas limusinas do Estado, para aquele aborrecido intróito antes daquilo que verdadeiramente lhes interessava: a farta manjedoura preparada na Câmara Municipal do Porto.
Com a flagrante - e digna - ausência do ex-republicano Ramalho Eanes, a comandita participou em peso. O nababo dos negócios de Macau, Angola e arredores, o expert em transacções imobiliárias e golfistas, o avinagrado sorriso do investidor em acções cotadas a 125% fora da Bolsa, o falhado do Porto Capital Europeia da Cultura, a habilidosa turma dos terrenos, sucatas, computices várias, centros comerciais e outros que tais. Apenas pareciam faltar os srs. Balsemão, Almeida Santos, Jorge Coelho e Pina Moura. Estariam de viagem para negócios?
Povo? Onde estava? Numa enorme praça, o minúsculo rectângulo cerimonial encontrava-se profusamente povoado de vitimizada tropa que aguentou estoicamente o frete, molhada até aos ossos por uma chuvinha fria, vingadora e justiceira.
A sempre patética Igreja alinhou na parvoeira. Um corvo arvorado em Bispo do Porto, grasnou uns dislates contemporizadores para com a data, esquecendo-se daquilo que os seus pares passaram às mãos da cacicagem a soldo de Costas, Bernardinos e Camachos.
A RTP1 lá cumpriu a sua missão de agência noticiosa do regime. Designou um autêntico e reconhecido semi-imbecil de nome Gabriel qualquer-coisa, para dirigir as duas dúzias de "interessados" na pepineira onde não deixou de exibir a sua arrogante ignorância e azeiteirismo de que faz gala. Estúpido como um galináceo, mal informado, pateta chapado e eloquente diseur de todo o tipo de cavalidades, fez o pleno do dia.
Muito apropriadamente, o 31 de Janeiro é o dia dos leprosos. Bem visto.