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Há uns anos, colocou-se a possibilidade de Portugal poder acolher a Disneyland Europa. As delongas na decisão, o desleixo, a falta de iniciativa do governo do então 1º-ministro Cavaco Silva e a ausência de incentivos, levaram as empresas Disney à escolha de Paris. Perdeu Portugal, perdeu a Disney - os custos - e perderam os utentes, dadas as evidentes vantagens climáticas que o nosso país apresenta, preços de estadia, proximidade de zonas balneares, segurança, etc.
Hoje recebemos a notícia da escolha feita pela Nissan. O seu automóvel eléctrico Leaf será produzido em Sunderland, no Reino Unido, onde já existe uma fábrica da marca. A televisão explicou a razão da escolha, com os incentivos e facilidades apresentadas pelas autoridades britânicas. Em conclusão, o Estado português parece não ter dado a devida importância ao assunto, contentando-se com a grandiosa cerimónia de inauguração da fábrica de baterias eléctricas - que equiparão o Leaf -, ocorrida há escassos meses. Uma vez mais, caem por terra os habituais argumentos do "preço da mão de obra e da produtividade" e nem sequer valerá o esforço, tentar convencer alguém acerca da privilegiada situação geográfica de Portugal.
Não existe qualquer plano coordenado para o desenvolvimento. Dão-se facilidades a entidades que não produzem, beneficia-se fiscalmente um sector pessimamente reputado - a banca - e deixam-se escapar oportunidades únicas para a aquisição de conhecimentos tecnológicos capazes de estimular a formação. Esta notícia consiste num desastre para Portugal, cujas autoridades diariamente exibem à moda de troféu, o plano da rede de fornecimento de electricidade para os automóveis do futuro. Estes veículos não serão produzidos no nosso território, nem pela nossa mão de obra. Tudo como dantes.