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A burra do som-tam

por Nuno Castelo-Branco, em 08.07.11

A senhorita Yngluck conseguiu vencer eleitoralmente Abhisit Vejajiva, um homem formado em Eton. A famosa burra nomeada pelo irmão vigarista, ainda mal começou o processo de formação do seu "governo" e já saltam à vista as conhecidas clivagens próprias da absurda coligação de salteadores de empresas públicas, agiotas da finança, terroristas que há um ano  transformaram Bangkok num inferno de explosões, pobres diabos cavadores nos arrozais e uma mão cheia de grupúsculos comunistóides de vários matizes. Claro está, todos eles claramente apoiados pelos salafrários ocidentais do costume, sôfregos pelo retorno às negociatas dos tempos do camarada Thaksin. Há ainda a registar uma espécie de versão 2 da sra. Jiang Ching do Bando dos Quatro, a tal Dª Thida - mulher do sinistro Dr. Weng, o candidato a Pol Pot local - mais ou menos conhecida por desvelos "pasionarios" e por aquilo que o The Nation diz, neste momento prestes a tornar-se num foco infeccioso para a "coligação".

 

Quanto à burra, um hilariante texto que contraria aquilo que qualquer criança do jardim de infância pode compreender através dos divertidos videos do youtube, diz que "foi uma estudante regular". Calcula-se o que isso por lá significa! O Nat que dela fala era seu professor e não pensemos sequer que o texto se dedique a esquadrinhar a sua vida académica, essa coisa desnecessária, pois aquilo que a televisão tem mostrado, é mais que suficiente para avaliarmos o gabarito da senhorita Yngluck.  Temeroso das habilidades do sujeito a quem a burra está umbilicalmente ligada, o professor vai recomendando para o que der e vier, a sua atenção aos ensinamentos de Sua Majestade o rei Pumiphon Aduniadet.

 

Voltando ao currículo, o que o docente tem a registar, é a sua notoriedade por ser "alta e de pele clara", coisa que por aquelas paragens é uma sino-obsessão que não faz bater a bota com a perdigota, até porque a base eleitoral dos pretensos "reds", é oriunda das províncias mais "escuras e burras" - ver o gráfico ilustrativo - do país. Ficou demonstrado que a senhorita Yngluck participava em todos os anuais "concursos universitários (!) de boas maneiras", sendo também notável a sua "aptidão física" para "outras actividades". Estamos bastante curiosos quanto a este ponto. Aptidão física para quais actividades? Como cerejinha no topo do bolo curricular, o professor Nat declara urbi et orbi que a burrica carregava o "sinal de liderança" na escola, ou por outras palavras traduzidas para ocidental ler, foi uma espécie de chefe-majorette, como aquelas que vemos nos filmes rodados nos campos desportivos norte-americanos. Em suma, aqui está uma intelectual.

 

Uma nota de rodapé acaba o texto, afiançando ter sido Yngluck a tesoureira da classe. O nome de família indica que este deverá ser um polo de futuro interesse, sabendo-se das actividades lesivas do interesse público que o "tesoureiro nacional" Thaksin exerceu. Felizmente, a dita burra também era famosa por não ser uma "fanática de actividade". Um alívio.

 

Ou muito nos enganamos, ou a Tailândia tem "primeira-ministra" para os próximos seis meses. Para os padrões locais, uma eternidade.

publicado às 00:35







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