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Exposição de Mina Anguelova

por Nuno Castelo-Branco, em 31.05.08

O Mundo de Mina Angelova: Desenhos das Carnes




É daquelas imediatas certezas. Havemos de ouvir falar desta miúda búlgara que vive em Portugal há 15 anos. Talento indiscutível, evidente perfeccionismo e destemor perante as convenções de sempre e um trabalho que prima pela seriedade. Uma grande exposição de desenhos, aguarelas + pastéis de óleo. A revisitar.

publicado às 22:12

No vistodasnuvens

por Nuno Castelo-Branco, em 31.05.08
O Partido Republicano em Portugal nunca apresentou um programa, nem verdadeiramente tem um programa. Mais ainda, nem o pode ter porque todas as reformas que, como partido republicano, lhe cumpriria reclamar, já foram realizadas pelo liberalismo monárquico. Decorre que se vai para a república ou se tende para ela, não por doutrinarismo, por urgência de mais liberdade e de instituições democráticas, mas porque numa já considerável parte do País se vai cada dia radicando mais este desejo: antes qualquer coisa do que o que está!

publicado às 22:08

Bordados de Guimarães

por Cristina Ribeiro, em 31.05.08

publicado às 16:42

...

por Cristina Ribeiro, em 31.05.08

publicado às 16:39

...

por Cristina Ribeiro, em 31.05.08

publicado às 16:36

Cantarinha dos Namorados ou das Prendas

por Cristina Ribeiro, em 31.05.08
"A Cantarinha maior significa a abundância perene que se deseja ao futuro casal, semeada de esperanças rutilantes...
A Cantarinha menor, despida de enfeites, significa a vida real, as incertezas do amanhã.

Quando um rapaz escolhia aquela que deveria ser a sua companheira, e se dispunha a fazer o pedido oficial aos pais da " futura", oferecia à namorada uma Cantarinha das Prendas. Se esta era aceite, ficavam, a partir desse momento, comprometidos.
A Cantarinha seria, então, para guardar as " prendas" que o noivo e os pais da noiva ofereciam, em ouro, como cordões, tranceletes, corações, cruzes, borboletas, arrecadas..."
(«Oficina» da olaria, Guimarães)

publicado às 16:06

Conhecem a música...?

por Nuno Castelo-Branco, em 31.05.08
Nem queria acreditar. Era este o hino da Prússia. Se alguém quer aborrecer amigos na Inglaterra, enviem-lhes este video do youtube Die deutesche Kaiserhymne.


publicado às 11:30

Prenda de 6ª feira e ADIVINHA DE FIM DE SEMANA: quem é?

por Nuno Castelo-Branco, em 31.05.08

publicado às 01:37

Piódão, outra Aldeia Histórica Beirã

por Cristina Ribeiro, em 30.05.08
É na Serra do Açor, que encontramos esta povoação que, devido ao seu isolamento, o qual lhe permitia fugir à justiça, foi durante muito tempo o couto do «Terror das Beiras», o salteador João Brandão.
Depois de ter integrado o concelho de Avô, esta aldeia onde se salientam as casas de xisto, dispostas em socalcos, com muitas das suas janelas e portas debruadas a azul, passou, já em finais do século XIX, a fazer parte do de Arganil.

O que ditou a sua classificação como Aldeia Histórica não terá sido, ao contrário de outras, o seu passado de lutas bélicas, mas antes a beleza natural das suas paisagens, a qual,porém, pelas dificuldades que opunham aos homens que nela habitavam não os isentou doutro tipo de guerra; seria esta aliás que iria encorajar os mais novos a emigrarem para as cidades, em busca de uma vida mais fácil.

Não estive lá na melhor das alturas, por certo, mas mesmo no Inverno Piódão fascina.

publicado às 23:09

...

por Cristina Ribeiro, em 30.05.08

publicado às 23:05

Pedaços do Minho

por Cristina Ribeiro, em 30.05.08

Lenço Dos Namorados- Vila Verde

"É tam certo eu amarte
Como branco o lenço ser
Só deixarei de te amar
Quando o lenço a cor perder"

publicado às 17:35

Croniquetas Republicanas (7): Relvas estrumadas

por Nuno Castelo-Branco, em 30.05.08

Da leitura em diagonal das Memórias Políticas de José Relvas, decidimos retirar mais alguns valiosos contributos para o melhor conhecimento daquilo que foi o regime saído do golpe de 1910, assim como das questíunculas, ódios e irresponsabilidade política e moral dos seus principais dirigentes.

Sendo Relvas geralmente apontado pelos panegiristas do regime da Demagogia, como uma inatacável personalidade eivada de todo o tipo de qualidades políticas, morais e intelectuais, os seus escritos deverão ser encarados como honestos testemunhos da situação imposta pela violência a um país coagido pela coacção física e propagandista.

Já na fase pós-sidonista, Relvas parece esquecer-se da feroz luta contra a "ditadura" administrativa de Franco (1906-08) e assim, declara em 1919 ..."como pode o Governo com o actual Parlamento que já não representa a vontade nacional, visto que o País aceitou o meu Ministério, não só sem resistências, mas até com aplauso? Foi por isso que eu fiz na entrevista um apelo ao Parlamento para nobremente votar o princípio da dissolução e uma nova lei eleitoral, elaborada com o consenso dos partidos, deixando entrever que se a vida do executivo ainda fosse possível com as actuais Cortes iríamos até ao momento em que novas eleições constituíssem uma necessidade inevitável para a formação dos dois novos e grandes partidos, base duma tranquilidade, que não conhecemos há muito tempo".

Este parágrafo remete-nos de imediato à famosa entrevista dada pelo rei D. Carlos ao Temps, em que os pressupostos para a normalização da vida pública, tinham como ponto central a formação de dois partidos constitucionais verdadeiramente alternativos - o governo "à inglesa" - e à elaboração de um novo sistema eleitoral mais equilibrado. Mais de uma década decorrida e num cenário de indescritível desordem pública, miséria económica e clara, embora camuflada derrota militar na I Guerra Mundial, Relvas parece pretender ressuscitar o plano de João Franco, num momento em que a dissolução do regime já se tornara inevitável.

Continuando, o autor escreve que ..."acentua-se a campanha da dissolução em termos da maior violência. Hoje, na Câmara, quando se começava a discutir o projecto a que me referi na carta de ontem, o Francisco Fernandes afirmou que tal projecto, recordando o decreto de 31 de Janeiro, de João Franco, o excedia todavia nas autorizações arbitrárias que concedia ao poder executivo. Devo dizer-lhe que não é muito grande a correcção do dr. Fernandes e o seu espírito de transigência, não hesitando em aprovar o projecto desde que ele contivesse a restrição das autorizações concedidas apenas ao actual Governo". Por outras palavras, é a "ditadura!

A guerrilha entre os caciques republicanos, vai enrubescendo de fulgor e assim, ..."o Cunha Leal - comediante-tragediante sabendo que o Parlamento já não existia, resignou o seu mandato de deputado perante o comício. E acrescentou que, se o Governo não decretasse a dissolução, convocava desde já o povo para dissolver o Governo!" Foi esta a gente de alegados elevados princípios de rectidão moral que quis governar o país. Continuando, vai escrevendo que ..."esse farsante subiu as escadas do Ministério do Interior, acompanhado de populares, que a breve trecho entravam violentamente no meu gabinete, armados com pistolas e espingardas, invectivando-me e não me tendo morto, graças à oportuna e enérgica intervenção de Tito de Morais (...) entretanto, nas Ruas do Ouro e dos Capelistas continuava o tiroteio com a polícia, obrigada a defender-se dentro já da esquadra do banco de Portugal. Havia mortos e feridos. O primeiro polícia foi morto à porta do Ministério (...) durante a noite a Polícia, que se manifestara hostil ao Governo, teve de render-se, não sem ter manifestado num pátio da Parreirinha os seus afectos em vivas entusiásticos à Monarquia"...

De Machado Santos, a grande figura do 5 de Outubro da Rotunda, , dizia que ..."é um sincero em tudo o que faz. Há porém entre estes dois homens diferenças fundamentais. É honestíssimo. Mas é de uma mediocridade intelectual assustadora, o que o conduz, fora da Rotunda, a todos os desaires e a todos os desastres. Está sendo cúmplice inconsciente do Cunha Leal, que não tem escrúpulos de nenhuma espécie, que é superiormente inteligente, e ilimitadamente ambicioso".

Na sua 24ª carta, desabafa que ..."quando mataram o Sidónio - vilíssimo assassinato -, e quando o Teófilo Duarte passeava por Lisboa as suas loucas tropelias, dizia-lhe eu que tinha a impressão de presidir a um manicómio. Hoje tenho a impressão de habitar um covil de feras!" Estas palavras são absolutamente idênticas às de D. Manuel II logo após os acontecimentos de 1908-10, mas Relvas parece esquecer-se do constante recurso à violência física promovida pelos chefes do p.r.p. nos derradeiros anos da Monarquia Constitucional.

De Guerra Junqueiro, fazendo juz ao preconceito da época e aludindo ao desvario pela acumulação de riqueza que parecia obcecar o vate da república, dizia que ..."o fundo irresistível da sua origem semita procura conciliar, com a mais alta e nobre visão da Pátria, os interesses da sua ambição. O que o conduz por vezes a situações lamentáveis".

Voltando à dissolução do parlamento, Relvas escreve: "Outro acto de firmeza do governo que parece estar esquecido, e que todavia não podia ser de maior transcendência, foi a dissolução do parlamento. Por não estar incluída na Constituição a faculdade de dissolver o Parlamento, atravessámos épocas políticas agitadíssimas, e viemos a dar a uma revolução." Curiosa auto-condescendência do escriba-primeiro ministro, parecendo oportunamente esquecer-se da tremenda campanha de imprensa levantada pelos republicanos durante o governo de João Franco. Assim, para Relvas a ilegalidade justifica-se desde que seja a "sua ilegalidade".

Não nos alongando mais no demolidor contributo do antigo primeiro ministro da 1ª república, finalizamos, como epitáfio de uma situação insolúvel, com um pequeno parágrafo:
"Entretanto, todas as pessoas que passam pelo meu gabinete estão assombradas com o espectáculo duma política tão mesquinha. Realmente, este gabinete é agora um posto de observação, e até de estudo, para psicólogos. Nesta luta de pigmeus, a fingirem de grandes homens, é fácil distinguir os motivos que os fazem agir (...) é a indicação que leva ao Terreiro do Paço outro Governo, que não pode ser, senão em outros moldes e com outras pessoas, uma reprodução do que vai desaparecer sumido nessa terrível voragem de desorientação e desprestígio em que se somem, nos últimos anos, em Portugal, umas atrás das outras, todas as situações ministeriais?"

* Na imagem, manifestação popular de apoio a D. Manuel II, diante do Paço das Necessidades (1910).

publicado às 12:42

Pedro Batista, na Arqué Art Gallery

por Nuno Castelo-Branco, em 29.05.08

"Encontramos na pintura dos retratos um claro paradoxo formado, por um lado, pela expressão entre a apatia e a contemplação que é objectivamente apresentada na atitude dos corpos, e, por outro, pela permanência de um constante olhar directo das personagens orientado ao espectador, que impossibilita a fuga a um diálogo intencional entre os intervenientes, criando laços, unindo, confrontando o visto e o pensado, levando à afirmação de sensações subjectivas que impossibilitam a passagem indiferente de cada indivíduo diante do representado".

Manuel Sarmento Pizarro

Exposição presente  de 29 de Maio a 28 de Junho de 2008

Arqué Art Gallery
Av. Miguel Bombarda, 120A
1050-167 Lisboa
Tel. 217972886
arque.artgallery@gmail.com

publicado às 23:36

Linhares da Beira

por Cristina Ribeiro, em 29.05.08
Tínhamos vários dias pela frente, e iríamos aproveitar para visitar as várias Aldeias Históricas do distrito da Guarda.
Linhares, no concelho de Celorico da Beira seria a primeira paragem.
Lera já que a sua fundação, atribuída aos Túrdulos, remontava, muito provavelmente, ao século VI A. C., mas que fora durante a Reconquista que sobressaíra, dada uma situação geográfica privilegiada, propícia à defesa de toda aquela região, e já no século XII o Castelo de Linhares é referido como uma significativa barreira face às forças de Leão, razão pela qual D. Afonso Henriques lhe veio a conceder foral.
Seria, porém, durante o reinado de D. Manuel I que Linhares viria a conhecer os seus tempos áureos, e disso são testemunho, além do Pelourinho encimado pela esfera armilar, as muitas casas onde são visíveis sinais da arquitectura que marcou esse período, como as muitas janelas manuelinas que pudemos admirar. Alguns desses solares encontravam-se em ruínas, como o belíssimo Palácio dos Corte-Real.
Uma construção que logo se impõe é o Castelo, no alto de um maciço granítico, esse sim, bem preservado.

Era, porém, gritante o pouquíssimo movimento que encontrámos nas ruas medievais, ladeadas de graciosas casa de granito, e calcetadas com a mesma pedra. Apenas alguns idosos, ávidos de companhia, a quem relatar as muitas histórias que envolvem Linhares da Beira, o que fizeram com notório orgulho.

publicado às 18:54

...

por Cristina Ribeiro, em 29.05.08

publicado às 18:50


Olá Sitoi

Em resposta à minha carta da semana passada falaste-me, como muitos outros têm falado, da grande ingratidão manifestada pelos sul-africanos em relação a um país, como o nosso, que acolheu os militantes do ANC, durante o tempo do apartheid e, por isso, sofreu todo o tipo de agressões e atropelos.

E, se olharmos para os aspectos morais e políticos, tens toda a razão, meu bom amigo.

Só que o fenómeno a que estamos a assistir tem, na minha opinião, mais que ver com a economia do que com a moral e a política.

Porque, em termos económicos, não há paralelo possivel.

Os sul-africanos que estiveram refugiados em Moçambique quantos terão sido? 1000? Provavelmente nem tantos, contando aqui a ala militar do Unkontho We Sizwe, que transitava frequentemente para dentro e para fora da África do Sul.

E este número, como podes perceber, não se pode comparar com a verdadeira invasão de zimbabueanos, com números na casa dos milhões. São realidades completamente diferentes.

Mais do que isso. Os sul-africanos que viveram entre nós, na sua maioria, não competiram no mercado de trabalho com os moçambicanos mais pobres. Ou eram autónomos, recebendo os seus abastecimentos da Direcção do ANC, ou eram quadros com formação elevada e até ajudaram a tapar buracos que tinhamos em muitos sectores, nomeadamente no ensino universitário.

Os mais velhos recordam que, muitas vezes, no tempo em que as nossas prateleiras estavam vazias, eram pessoas do ANC que ajudavam os seus amigos moçambicanos com uns ovos, umas batatas e, porque não, com uma ou outra garrafa de vinho ou de whisky.

O peso da presença deles foi em termos da nossa soberania agredida, dos mortos e feridos nas incursões do regime de Pretória, no apoio à guerra de desestabilização da Renamo, na destruição de infra-estruturas de todo o tipo.

Não foi a competição, ao nivel da subsistência, entre o pobre sul-africano e o pobre imigrante na África do Sul.

Essa é a realidade de hoje na África do Sul. E será a realidade em Moçambique se os zimbabuenos decidirem trocar a insegurança da terra do Rand pelo nosso hospitaleiro país.

Tu já pensaste no que significaria a entrada nem que fosse “apenas” de um milhão de zimbabueanos para as nossas principais cidades? O que isso provocaria? Pensa lá bem.

É por isso que eu tenho vindo a defender que é necessário travar a violência xenófoba na África do Sul mas, em paralelo, tratar de resolver a verdadeira causa do problema.

A xenofobia tem, em quase todo o mundo, uma base económica e, ou se resolvem os problemas económicos que estão na sua origem ou a xenofobia não desaparece por si só. Pode ser reprimida e controlada mas, quando a barriga apertar, novamente haberá multidões à procura do diferente, do estrangeiro, do outro que também luta pelo mesmo pedaço de pão.

Não, Sitoi. Não creio que os sul-africanos sejam ingratos. Estou convencido que aqueles que estiveram refugiados em Moçambique sentem estas agressões como nós próprios as sentimos. E as declarações dos principais dirigentes, desde Thabo Mbeki a Jacob Zuma têm sido claras sobre isso.

Os problemas estão na base, nos desempregados que vivem nas cidades, nos que sobrevivem na economia informal. Foi para esses que a chegada dos zimbabueanos se tornou uma agressão.

Esses, Sitoi, não são politizados, não avaliam as coisas em termos de correcção política.

E, mais grave do que isso, estão misturados com todo o tipo de marginais e delinquentes que, nestes momentos, facilmente viram as coisas a seu favor, isto é da roubalheira e do saque dos bens alheios.

Tudo isto é muito sensível. Tudo isto exige grande cautela, por um lado, e firmeza por outro.

Que os espíritos dos antepassados iluminem os dirigentes da região, que bem precisados estão eles disso neste momento.

Um abraço para ti do

publicado às 12:20

Notas Soltas

por Samuel de Paiva Pires, em 29.05.08
Caro Pedro, estou demasiado cansado e sem qualquer capacidade de raciocínio! Irei estar ausente nos próximos 5 dias, pelo que mais tarde falaremos sobre o assunto, até porque deturpaste o que eu quis dizer, mas depois falamos sobre isso.

Amanhã estarei pelo Corta-fitas, a falar dos jovens e a política, com os devidos agradecimentos ao Pedro Correia e restante equipa!

publicado às 01:20

Uma outra visão de Camilo

por Cristina Ribeiro, em 28.05.08
É de todos conhecido o mau feitio de Camilo, mas por muitos ignorada uma outra faceta do seu carácter, trazida até nós pelo camilianista, seu contemporâneo, António Cabral.
Tinha este acto abonatório de uma índole generosa vindo a público nas páginas d'«O Primeiro de Janeiro» de 3 de Junho de 1890, pouco tempo, portanto, após a morte do escritor.
"Foi há muitos anos, na Póvoa de Varzim.
Camilo achava-se naquela praia, para onde fora com os filhos, que iam fazer uso dos banhos do mar.
No mesmo hotel em que estava Camilo, achava-se um medíocre pintor espanhol, que perdera no jogo da roleta o dinheiro que levava.
Havia três semanas que o pintor não pagava a conta do hotel, e a dona, uma talo Ernestina, ex-actriz, pouco satisfeita com o procedimento do hóspede, escolheu um dia a hora do jantar para o despedir, explicando ali, sem nenhum género de reservas, o motivo que a obrigava a proceder assim.
Camilo ouviu o mandado de despejo, brutalmente dirigido ao pintor. Quando a inflexível hospedeira acabou de falar, levantou-se, no meio dos outros hóspedes, e disse: - a D. Ernestina é injusta. Eu trouxe do Porto cem mil réis que me mandaram entregar a esse senhor e ainda não o tinha feito por esquecimento. Desempenho-me agora da minha missão. E puxando por cem mil réis em notas entregou-as ao pintor. O Espanhol, surpreendido com aquela intervenção que estava longe de esperar, não achou uma palavra para responder. Duas lágrimas, porém, lhe deslizaram silenciosas pela faces, como única demonstração de reconhecimento".

publicado às 19:04

Noções de História económica

por Pedro Fontela, em 28.05.08
Num post um pouco abaixo falo que para rebater os disparates que se dizem liberais que andam a crescer na opinião pública portuguesa bastava ter umas noções de história económica e assim é. Se algum desses senhores se der ao trabalho de ler Alfred D. Chandler (ou um dos continuadores do seu trabalho) que é o pai da história económica ficaria a saber que o domino de mercado se constrói a partir da segunda revolução industrial, especialmente com os caminhos de ferro e o telégrafo - o livro de referência é o "scale and scope" que é massivamente inclusivo e chato. E que as empresas tradicionais que se adaptaram a esse meio se encontram essencialmente nos EUA por algumas razões simples. Em primeiro lugar os Estados Unidos fizeram um uso mais intensivo das novas tecnologias porque além de terem um espaço geográfico gigante e uma população dispersa não tinham meios de comunicação que existiam noutras regiões (exemplo: estradas na Alemanha e canais no Reino Unido). Depois eram um país livre das oligarquias europeias o que permitia a emergência de novos actores.

Além de beneficiarem dessa vantagem de localização as empresas americanas ainda beneficiaram do facto de terem sido as primeiras a efectuar os investimentos críticos dessa era: produção industrial maximizada de acordo com o mercado. Distribuição controlada ou assegurada pela própria empresa e hierarquização dos diferentes níveis da empresa. Como Chandler demonstra quem quer que fizesse estes 3 investimentos chave dominaria o seu mercado interno e tornaria a emergência de qualquer competidor muito mas muito difícil – para produzir nesta escala é preciso ter um numero mínimo de unidades muito elevado o que significa que qualquer pessoa que entre no mercado corre o risco de ficar com as suas unidades no armazém –além de muitas vezes não ter acesso à tecnologia em questão que lhe permita criar um produto superior. Em resumo, a partir do momento que falamos de um certo nível de produção as noções clássicas de Adam Smtih são irrelevantes e as realidades do oligopólio e do monopólio impõem-se – juntamente com a plutocracia no campo político. O que se aplica dentro de um país também se aplica à competição mundial e mais uma vez os americanos, Ingleses e Alemães estão solidamente implantados desde 1880 enquanto as pequenas e médias nações que só se industrializaram depois sistematicamente falharam em levar a cabo projectos similares – para detalhes de um case study deve-se ler o trabalho do professor Franco Amatori sobre a industrialização italiana.

publicado às 17:44

Carros em casa, boicote e petróleo a baixar

por Nuno Castelo-Branco, em 28.05.08

As últimas notícias da tarde, indicam os preços do barril de petróleo em forte queda. Poderão dar-se múltiplas explicações, mas os carros estacionados à porta de casa, os transportes públicos cheios e o generalizado apelo ao boicote aos lucros das petrolíferas, começam a surtir efeito. Devemos prosseguir e acirrar ainda mais a oposição à especulação desenfreada.

publicado às 17:02

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