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« Quando um homem está cansado de Londres,

por Cristina Ribeiro, em 30.04.09

 

 

 

 

está cansado da vida », terá dito Samuel Johnson.

E eu penso que tinha razão em assim falar, Daniel.

 

              Desde que comecei a ler coisas sobre Londres, sobre a Grã-Bretanha, da sua história, com momentos sanguinolentos, como todas, mas com momentos de grande glória, também, que comecei a ver filmes lá rodados, as inigualáveis séries da BBC, a ver as fotografias tiradas por quem já lá tinha ido, ficou bem assente na minha cabeça que seria essa a minha primeira viagem ao estrangeiro, quando adulta. E desde então já lá voltei, e a partir da cidade visitei outras regiões, sempre com o maior dos proveitos.

 

Agora costumo dizer que só espero o fim da crise para a ela voltar. Por isso compreendo muito bem o seu comentário " Também quero ir a Londres..."

publicado às 22:41

 

ao pós - 2ª guerra mundial -,  esperança de encontrar alguma coisa da livraria onde Anthony Hopkins manuseava aqueles livros raros, os quais tinham sido a origem da amizade, que nunca passara além de uma correspondência epistolar, mantida durante vinte anos, com uma escritora do outro lado do Atlântico.

Por isso, quando cheguei a Londres, e logo me dirigi a Charing Cross Road, a decepção foi inevitável: livrarias, muitas, mas nenhuma como a dos meus encantos.

Apenas uma placa a confirmar que a Marks & Co. existira mesmo...

            

publicado às 18:17

Viva a república! Viva o regabofe!

por Nuno Castelo-Branco, em 30.04.09

 

Tudo isto é demasiadamente escabroso para tecermos muitas considerações. E pensar que os republicanos atacavam violentamente o regime da Carta, devido a uma lista civil que não era actualizada desde os tempos de D. João VI. Sempre gostaria de saber se o presidente Cavaco (para não falarmos dos outros) poderia governar-se com um orçamento equivalente ao do general Carmona!

publicado às 15:24

Pai e filho? Não. Mas que indecente parecença! (em tudo)

por Nuno Castelo-Branco, em 30.04.09

 

publicado às 15:04

PS/PSD ou PS/CDS?

por Nuno Castelo-Branco, em 30.04.09

 

 Não pode haver grandes guinadas a meio de uma crise, sobretudo porque já há muitas medidas que estão em curso e não podem ser alteradas, porque senão era deitar fora o que já se fez”, explicou. 

 

São estas as palavras de Van Zeller, a propósito do insistente rumor de formação de um próximo governo "de concentração" entre os dois partidos rotativos. Se as entidades empresariais assim o desejam, assim será e disto estamos absolutamente convictos. O factor Cavaco Silva não é desdenhável, até porque as recentes palavras de crítica indirecta do presidente, não podem ser interpretadas como um frontal ataque ao executivo de Sócrates. Não existe  uma verdadeira coragem política para tanto, até porque a posição de Cavaco não é sólida e livre de responsabilidades.

 

O regime chegou a um patamar tal, que qualquer solução alheia à vontade dos rotativos - queremos dizer,  dos tutelares agentes económicos e financeiros -, poderá provocar uma súbita derrocada de inimagináveis consequências. O rumo a tomar pelas economias mais poderosas será igualmente determinante, mas o acentuado declive em que a situação política portuguesa se encontra, acicata à adopção de soluções drásticas, nelas se incluindo o Bloco Central. E até agora, os partidos não têm demonstrado interesse em prestigiar-se perante os portugueses.

 

Este Bloco Central pode, além de estabilizar a acção governativa, acelerar o processo de reformas, servindo-se do Parlamento como mero apêndice  de suporte a um programa que deverá ser ambicioso. Simultaneamente e num cenário de esperada hegemonia da Razão  - sempre a grande incógnita na partidocracia nacional -, poder-se-ão mitigar os ímpetos eleitoralistas do habitual  populismo caça-eleitores que tanto tem prejudicado os cofres do Estado, o ambiente e o património. É tempo de parcimónia e disto mesmo estão os portugueses  à espera.

 

Alguns observadores têm apontado a viabilidade de um entendimento do PS com o CDS. É possível, mas decerto os dirigentes do partido de Paulo Portas terão sobejamente sopesado o que tal opção significará para a sobrevivência do já  velho partido do Largo do Caldas.

 

Muito mais do que um simples arranjo de uma sólida maioria, o país tem a premente necessidade de um completo redesenhar do seu edifício estatal. Sem que exista a necessária coragem para esse trabalho de Hércules, todas as soluções paliativas serão apenas isso mesmo. O regime ou o "sistema"  que existe, não serve. Caducou e o português da rua disso se apercebeu. Agora, trata-se de uma rotineira questão de tempo.

publicado às 13:48

É um lugar lindo. Calcorreei-o muitas vezes,

por Cristina Ribeiro, em 30.04.09

 

quando, quase todos os Domingos, subia, com irmãos e amigos, o monte do Sameiro.

Há alguns anos " plantaram ", num atentado sem nome, fora de todos os cânones estéticos, agredindo o que de pitoresco ele guardava, uma casa sem o mínimo das características que foram as nossas, e que -Haja Deus! -aqui e ali se vão recuperando. E pintaram-na de uma cor que parecia improvável.

E nem os muitos malmequeres, jarros ou lírios escondem o mal que ali fizeram nascer.

publicado às 01:37

Tenho a forte convicção - ou, pelo menos, esperança - que daqui a uns anos o discurso político em Portugal será bafejado por um conjunto de indivíduos que em termos de teoria política estão bem mais preparados para fazer corresponder as políticas públicas à teoria e à realidade do que a comummente chamada "Geração de Abril" e os seus sucedâneos - falta apenas saber se até lá entramos na bancarrota ou não. Portugal precisa de uma grande mudança (para que fique tudo como está, diria Lampedusa) em toda a escala, no que diz respeito à arquitectura constitucional e administrativa, e alternativas não faltam, falta apenas vontade política - a qual também não poderá nunca vir daqueles que se sentam à mesa do orçamento do dinheiro dos contribuintes.

 

E uma dessas necessárias mudanças é a refundação da direita portuguesa, sob a égide de um partido verdadeiramente de direita liberal e conservadora. A palavra chave é o "verdadeiramente": um partido que não tenha medo de assumir que é de direita, liberal e conservador, e que não continue a dizer-se social-democrata e a ser subserviente à esquerda e às suas políticas que nos vão levando para o abismo.  Um partido que tenha quadros de valor  e não idiotas úteis e especialistas em golpadas; que saibam do que falam e se desprendam do velhinho discurso da social-democracia, que, na verdade, pertence de todo o direito ao PS.  Talvez não fosse mal pensado, como sugere José Manuel Moreira, voltar a utilizar a sigla PPD, para mais tarde deixar cair o PSD. Pelo meio, talvez refundir o PPD e o CDS/PP num só partido com uma clara definição e distinção ideológica dos restantes - esta seria uma hipótese para talvez tentar recuperar alguma da credibilidade que há muito o sistema partidário perdeu. É também necessário acabar com os complexos do povo de que tudo o que é de direita é mau e tudo o que é de esquerda é bom, algo bem mais complicado de alcançar, mas que sem uma refundação do discurso político-partidário torna-se, certamente, tarefa impossível.

 

Até lá, apetece transcrever na íntegra muito daquilo que vou lendo, especialmente das crónicas de José Manuel Moreira, agora que finalizei a leitura da obra Leais, Liberais & Imparciais, e que me debruço sobre a caipirinha aroniana do Henrique Raposo.

 

Sobre a necessidade de termos jovens quadros que saibam o que fazem, transcrevo aqui uma parte do artigo de José Manuel Moreira intitulado "Os Pequenos e a Praia Grande", acerca de um convite que aceitou para ser orador numas jornadas da JSD há uns anos:

 

 

"Foi uma experiência única, para não mais esquecer. Ninguém tirava um apontamento, o pessoal parecia estar ali a fazer um frete, e mais preparado para a praia e a noite do que para o duro trabalho de reflexão política.

Desconfiei até que, para a sala estar sempre mais ou menos composta, havia uma espécie de rotação de jovens, talvez para permitir, por turnos, a cada um fazer outras coisas mais interessantes do que aturar os oradores convidados.

Como seria possível esta gente estar preparada para enfrentar os problemas do País com este desinteresse pela discussão dos princípios e fundamentos da política e das políticas? A resposta veio logo a seguir, com a incoerência, a inconsistência e, por fim, a trapalhada de que os governos do PSD deram mostras. A vitória de Sócrates surgiu assim naturalmente; a surpresa veio só de o seu programa ser tão social-democrata.

Só que os "sociais-democratas" do PSD ainda não descobriram, talvez porque lhes falta preparação política, que o espaço da social-democracia já está ocupado, e bem, e que o futuro depende agora de serem capazes de forjar um novo espaço onde possam explorar alternativas ao modelo de Estado de Bem-estar.

Um prestigiado académico de esquerda, Patrick Dunleavy, costuma dizer que o principal desafio aos fundamentos do modelo socialista e social-democrata de sociedade, está na argumentação filosófica e teórica desenvolvida pela escola austríaca de economia e pela teoria da escolha pública.

Será por isso difícil fazer verdadeira oposição a Sócrates se se vive na ignorância sobre as bases dessa argumentação. Mas, infelizmente, é dessa ignorância que tanto as bases vencedoras como as elites perdedoras do PSD, dão sobejas provas, ainda que mostrem saber como compensar a carência de ideias com excesso de intriga, jogadas de bastidores, golpes baixos e ultrapassagens rápidas."

publicado às 00:31

«Que fita vai hoje?»*

por Samuel de Paiva Pires, em 30.04.09

* Título roubado à rubrica de Miguel Freitas da Costa

 

Um dos meus filmes favoritos, passa daqui a pouco na RTP 1, O Libertino - mais uma soberba interpretação de Johnny Depp, e um filme que talvez merecesse mais destaque que aquele que teve por cá. Aqui ficam os monólogos do Conde de Rochester (Depp), a título de introdução e término da película:

 

 

 

 

publicado às 00:09

Bem a propósito

por Samuel de Paiva Pires, em 29.04.09

Do facciosismo dogmático comunista com que Odete Santos presentou a comunidade ISCSPiana em duas sessões no espaço de meia dúzia de dias, um excelente texto, já de há alguns dias atrás, do caríssimo Corcunda:

 

 

"Uma das maiores demonstrações de impotência da Esquerda é a forma como vê os seus adversários. O “fáchismo” que descrevem nos seus oponentes é uma visão infantil do que foi o Fascismo na realidade, com toda a sua moral popular, estatista, restruturadora, centralizadora. Para a Esquerda, o “fáchista” é aquele que defende um conjunto de normas que não vêm da soberania popular, que não se submete ao papel instrumental da racionalidade como forma de elevar a Humanidade ao papel de realidade transcendente, que rejeita que o objectivo da vida humana seja a criação de uma sociedade em que se cumpre a panaceia do indivíduo (em que este ultrapassa a escassez e vive como Deus no seu universo particular). É evidente que os fascistas não partilhavam esse credo, mas a infantilidade mental que preside a esta dicotomia é apenas um reflexo de visões simples do mundo que reflectem a forma populista da esquerda de contemporânea.
A forma como Hitler é descrito como um inimigo da razão esclarecida (um contra-iluminista, portanto), um mero caso clínico de loucura ou um defensor do preconceito social populista (que a Esquerda veio destruir) é apenas uma forma de varrer para baixo do tapete os problemas levantados pelo paradigma moderno de que Hitler foi consequência lógica.
Afirmar que o problema de Hitler se encontra no seu desprezo pela Razão é apenas o primeiro acto da paródia. É verdade que Hitler foi um crítico da razão iluminista enquanto forma de ordenar a comunidade política. Mas também o foram Rousseau, Nietzsche ou Sartre. Não se consegue vislumbrar de que forma é que o anti-racionalismo de Nietzsche, que se encontra tão em voga nesta época pós-moderna, pode ser a causa de uma mal tão grande e de tantas bençãos (Foucault, Deleuze, etc.). E quem mais do que Hitler, transformou as ciências numa forma de religiosidade política, forçando nas descrições científicas as distinções que a necessidade política forçava? O segundo acto está montado. A diferença entre o mau e os bons está na forma como os segundos fazem uso dessa racionalidade. Os maus matam pela raça, os bons pela classe social. Sartre, santificado na Europa Ocidental, afirmava o seu pacifismo enquanto defendia os campos de concentração onde se empilhavam inimigos do povo. Estaline, o maior assassino da História, era um santo que fazia o mundo adequar-se ao sonho de Marx. A diferença entre o populismo de uns (do povo, com toda a fúria socialista) e o que é dirigido a outros (a pequena burguesia, com todo o seu ódio racial) é, para o Esquerdista, toda a diferença do mundo. Mas qual é a diferença real, ou o critério para avaliar a diferença entre os preconceitos de Robespierre ou Marx, a necessidade do Terror e da destruição física e social da burguesia ou da nobreza e ou de um outro qualquer povo?
É curioso que num mundo obcecado com os campos de concentração, a abertura ao Leste tenha vindo com a total incorporação da máquina estatal comunista. Sem culpados, sem crimes, sem dias da memória histórica...
Estão nos a preparar para o quê?
"

publicado às 23:55

 

superiormente explana sobre « A Morte da Conversa » recupero um post antigo, que chamei de  Lugar de todos os Encontros, a pensar, precisamente, que a Blogosfera se tornou um pouco nesse lugar, com as limitações que lhe são próprias.

É que, como, linkei num postal abaixo desse ( Julho de 2008 ),tudo está ligado, à distância de um toque,como diz o João.

publicado às 23:19

Muito obrigada, João!

por Cristina Ribeiro, em 29.04.09

E a julgar pelo bocadinho com que se dignou privilegiar-me, que bem sabia cultivar essa arte; o prazer que sentia ao fazê-lo, e o deleite que fazia sentir a quem o ouvia....

publicado às 19:28

 

 

Duas semanas bastaram para fazer desaparecer para sempre esta bonita casa. De nada servem os protestos e a denúncia destas constantes depredações autorizadas pela Cãmara Municipal de Lisboa. Ainda ontem, recebi do gabinete do vereador responsável, o seguinte e-mail:

 

Exmo. Senhor

 

Encarrega-me o Senhor Vereador Manuel Salgado de acusar a recepção dos E-mails enviados por V. Exa. ao Centro de Atendimento ao Munícipe, datados de 05 e 06-04-09, sobre o assunto supra referido, que mereceram a melhor atenção.

 

Informamos que após a recepção dos E-mails enviados por V. Exa. foi realizada uma vistoria ao local pelo Departamento de Conservação de Edifícios Particulares para verificar as informações reiteradas nos mesmos, tal como a legalidade das obras em curso.

 

Assim, informamos que a 22-12-2005 deu entrada nos serviços municipais um Pedido de Licença de Construção/Alteração – Processo 2298/EDI/2005, para o local indicado, cujo requerente é Espírito Santo Reconversão Urbana - Fundo de Investimento Imobiliário Fechado S.A..

 

O Processo 2298/EDI/2005 foi Deferido por despacho do Senhor Vereador Manuel Salgado em 10-07-2008, tendo sido emitido o respectivo Alvará de Obras de Construção n.º 12/CE/2009 a 20-02-2009.

 

Foi também Deferido a 10-07-2008 o Processo 115/EDI/2007, respeitante a Emissão de Licença de Demolição, tendo sido emitido o Alvará de Obras de Demolição n.º 21/ED/2009 a 20-02-2009.

 

O Pedido de Ocupação de Via Pública - Processo 424/OTR/2007 foi também Deferido a 10-07-2008.

 

Desta forma, os processos referidos encontram-se devidamente instruídos e licenciados para os devidos efeitos.

 

 

Sem outro assunto de momento,

 

Com os melhores cumprimentos,

 

 

Helena Caria

Gabinete do Vereador Manuel Salgado

 

ao qual respondi desta forma:

 

Exma. Senhora 

Dª Helena Clara
 
Não tenho qualquer dúvida acerca das licenças para a nova construção na Duque de Loulé 35. Longe de mim pensar tal coisa. O que contesto veementemente, é o critério de avaliação que conduz à demolição de edifícios bonitos e que logicamente deviam encontrar-se protegidos pela CML. A CML autorizou a demolição e a construção de um edifício horrendo e é disto mesmo que se trata. Depredação de património que curiosamente, não consta no inventário municipal. Muito conveniente, todos compreendem...
E assim vai o regime,  despedindo-se despreocupadamente da sua própria razão de ser. Infelizmente. 
 
cumpts,
Nuno Castelo-Branco.

publicado às 15:46

Do cineasta que destaca hoje

por Cristina Ribeiro, em 29.04.09

o João - Da Ficção Portuguesa - , guardo eu  uma memória de simpatia, de um homem famoso de quem não esperava tanta simplicidade no trato, posto que fosse essa a imagem que transmitia quando o via na Televisão.

   Jovenzinha de 18 anos, acabara de entrar no comboio em Campanhã, de regresso a Lisboa, depois de umas quaisquer férias escolares. Sentada já, vi entrar na carruagem, a rir, enquanto falava com um acompanhante, um senhor que me era familiar das coisas do cinema. Sentou-se no lugar em frente, e continuou a conversar com a pessoa com quem entrara, mas, passado algum tempo dirigiu-se-me, num tom muitíssimo cordial. Conversámos -bem, as despesas da conversa ficaram quase todas por sua conta - por um ror de tempo, durante o qual fiquei bem ciente de que além de muito simpático e acessível, António Lopes Ribeiro era um homem muito culto.

Chegados a Santa Apolónia, onde, dissera, tinha alguém à sua espera, despediu-se com uma cordalidade que, depois do que dele ficara a conhecer, em nada me surpreendeu.

publicado às 13:09

Bloco Central?

por Nuno Castelo-Branco, em 29.04.09

 O país é domado por um grupo sem prestígio mas com poder (Baptista Bastos, Diário de Notícias, 29-4-2009).

 

É esta a melhor definição possível de alvitre por quem queira julgar a presente situação política portuguesa. 

 

Desfeitas as ilusões acerca da possibilidade de sair uma qualquer maioria absoluta nas próximas eleições parlamentares, os diversos agentes partidários ligados aos "rotativos", vão comentando antecipadamente todos os cenários possíveis.  Em qualquer democracia europeia cuja solidez é demonstrada pela normalidade do exercício das funções governativas por partidos minoritários no parlamento, a maioria absoluta é sempre um fim para as forças presentes na competição eleitoral. Não sendo possível  tal sucesso, é normal proceder-se aos arranjos que possibilitem a viabilização de uma solução governativa. Tal tem acontecido ao longo de décadas nas já "velhas democracias" do norte da Europa e até em Espanha, o recurso aos partidos menos expressivos tem mantido a estabilidade dos mandatos conferidos pelas urnas.  Na Alemanha - o dito motor da UE -, encontra-se em funções um governo de grande coligação CDU/SPD, demonstrando que para os momentos cruciais, dever-se-á recorrer àquilo a que durante a I Guerra Mundial, se chamava União Sagrada.

 

A situação política portuguesa encontra-se numa fase de vertiginoso declínio, acompanhando o péssimo desempenho económico. Os dois partidos que se têm revezado no poder, têm a obrigação moral de estabelecer os entendimentos necessários para enfrentar uma situação catastrófica que ameaça a sobrevivência do próprio regime.  Já não se trata da rotineira divisão tordesilhesca de cargos, prebendas e vaidades, mas sim da derradeira hipótese de contrariar a mortal descrença que corrói o país de lés a lés. 

 

Desta vez, João Cravinho parece ter razão, porque a continuação da estéril chicana partidocrática terá um fim abrupto e por todos já esperado. A quem interessa?

publicado às 12:20

 

Data:
quarta, 29 de abril de 2009
Hora:
18:00 - 20:00
Localização:
Chiado
Endereço:
Rua do Alecrim, 48/50
Cidade:
Lisbon, Portugal

publicado às 12:02

O tal questionário do Facebook: "que tipo de beto és tu?

por Nuno Castelo-Branco, em 29.04.09

 Picture-2_profileYour Result: Beto Clássico (The Real Deal!)

Vais à missa no Campo Grande, e não desdenhas as férias em S. Martinho. O Algarve é crucial no Verão, mas com moderação. Muita noite só quando faz calor. Ainda gostas de ir à Loja das Meias, e usas a mesma roupa desde os 17 anos, só mudam as cores. Tens o mesmo namorado(a) a vida inteira e são felizes..Mesmo apesar de se terem traído pelo menos umas quinhentas vezes. És absolutamente contra o aborto. Mas não tens opinião clara em relação à Tourada, excepto se for a da Caras! Essa pode durar a vida inteira! Mas é assim mesmo! A tua prole será igual e és importante para a manutenção de uma tradição Secular! Parabéns!

Your Result: Beto Clássico (The Real Deal!

Comentário: saiu-me isto (Beto Clássico, te real deal). Nem tudo é verdade, mas enfim, é a opinião deles.

 

publicado às 11:24

E pensa-se o quê,

por Cristina Ribeiro, em 29.04.09

perante isto?

publicado às 01:38

Contra os bigodes retorcidos

por João Pedro, em 29.04.09

O post do Nuno recordou-me outro muito semelhante, datando da altura da morte de Henrique Barrilaro Ruas, da autoria de Pedro Mexia. Também aí os "monárquicos de reposteiro" são sovados até mais não. Consegui encontrá-lo por sorte, pesquisando na net (o blogue original, Diccionário do Diabo, está já apagado), e por essas mesmas semelhanças achei pertinente relembrá-lo.

 

IN MEMORIAM: Sou, como talvez saibam, simpatizante da causa monárquica (com minúscula). Monárquico por tradição familiar e sensível ao argumentário em favor do regime (bem mais sólido do que a caricatura habitual), nunca consegui porém passar de «simpatizante» a «adepto»; e por uma razão: os monárquicos. Os monárquicos - os portugueses ao menos - são na sua maioria os maiores patetas com quem me foi dado conviver. Dez minutos a conversar com monárquicos e sinto-me pronto a depôr flores no António José de Almeida; um jantar com monárquicos e meto o barrete frígio. A snobeira, a indigência intelectual, o absentismo, a pura idiotice, eis as marcas dos monárquicos portugueses que tenho conhecido. É por isso que não queria deixar de assinalar a morte do monárquico mais decente que conheci até hoje: Henrique Barrilaro Ruas. Barrilaro Ruas era a prova (mas não a regra) de que os monárquicos podem ser cordatos, probos, intelectualmente sérios, preocupados com as questões que importam, humildes, eruditos, cavalheirescos. Infelizmente, não conheci muitos assim. Ainda recentemente me chegaram às mãos trabalhos de Barrilaro, sobre Camões e Maquiavel. Ainda há semanas estive num jantar onde Barrilaro também esteve presente, e uma vez mais o achei um habitante de um planeta dos nossos grunhíssimos monárquicos (mesmo em assuntos nos quais não estávamos de acordo, como a Europa). Foi o melhor exemplo de monárquico do último meio século, pelo menos o melhor dos que conheci. Agora, estamos reduzidos aos palermas de bigode retorcido.
 

 

publicado às 01:25

Galinhas, mosquitos e porcos

por Nuno Castelo-Branco, em 29.04.09

 

Andam todos os noticiários numa fona, procurando aterrorizar o contribuinte com uma invisível invasão de germes ou vírus - sei lá! - que desta vez e de forma infalível, propiciarão a tal extinção em massa que os textos bíblicos engendrados por comedores de tâmaras e de carne de borrego, prometem há milénios.

 

Sempre que deflagra um conflito bélico de contornos duvidosos, ocorre inexplicavelmente a ameaça de uma pandemia de qualquer coisa. Ou é a gripe das aves - cujos atchims acabam por afectar um punhado de infelizes -, ou são os adenovírus. Em Portugal, qualquer queda do ministro X ou Y, acarreta logo um problema com nitrofuranos, uma ameaça de brucelose pandémica e agora, o ribombante regresso da malária e do dengue.

 

Desta vez, chegou a época dos pobres bácoros servirem de biombo. À semelhança de antigos mas regressados políticos, diz-se que "andam por aí" à solta uns vírus perigosíssimos, capazes de engolir num mortal vórtice de febres, diarreias e suores quentes ou frios - depende da preferência de cada um -, a humanidade inteira. Afinal, existem coisas mais mortíferas que a crise financeira que também é política. Preocuparmo-nos com as vigarices da banca-política-betão? Para quê, se o final  triunfo dos porcos parece irreversível?

 

Os malucos e as  malucas das caixas de comprimidos, compressas para as orelhas, clisteres de aguardente velha, assim como os alcoólicos "invertebrados", os pacientes de ""espandiloses", "al-morróidas", doentes da "prósta", "úrsulas  do estômago" e respectivos utentes dos cachecóis de lã em Julho e cento e cinquenta lavagens de mão diárias, podem ficar descansados. Entre a transferência de um futebolista e a partida de um treinador, a comunicação social prodigalizará intermináveis noticiários com queixinhas dos doentes ai-ai-ai do costume, anunciando o entupimento das urgências hospitalares. Qualquer unha encravada se deverá à nefasta influência dos porcos - ..."pois é, quem te mandou comer mãozinhas de coentrada?! - e um sonoro e cheiroso flato será prenúncio de um estourar de intestinos cheios de porcaria. O pânico está aí e as autoridades competentes esfregam as mãos de felicidade. Temos programa de entretenimento garantido pelo senhor qualquer -coisa George: o caso do Grande Terror dos Pata-Negra.

 

A culpa é dos porcos. Será que teremos todos  de "virar" seguidores de Mafoma ou de Adonai?

 

 

publicado às 00:52

Ainda sobre o 25 de Abril

por Samuel de Paiva Pires, em 29.04.09

 

Um excelente texto pelo Manuel Pinto de Rezende, no Café Odisseia:


O que se passou nas terras africanas, após a descolonização portuguesa, é para mim um crime convicto, uma deserção covarde por parte do Governo Português.
Imagino o horror das populações citadinas quando souberam que o Exército Português não reagiria aos abusos dos movimentos de libertação que rugiam selvaticamente da floresta e do mato, proclamando por limpeza étnica, partidária, patriótica e proletária.
O que se passou em Angola, onde os massacres atingiram milhões, e em Moçambique e em Timor, bem como na Guiné, tem culpados directos e responsáveis detectáveis.

O Estado Novo não soube dar início à democratização do regime, não soube desenvolver uma administração autónoma nas colónias que trouxesse à independência gradual dos países africanos. A tese spínolista, apesar das falhas, era a única que planeava a sustentável conclusão da guerra colonial.

O marxismo político, não. A culpa dos mortos em África, as purgas, as deserções, toda essa desonra que humilhou Portugal até ao infinito, é imputável ao PCP de Álvaro de Cunhal, ao MFA de Otelo, a todos os movimentos de suposta revolução de esquerda, bem como ao egoísmo da Direita de Francisco Sá Carneiro, que não mexeram uma palha por alertar à ultrajosa situação que se dava nas antigas colónias.

Do golpe militar de 25 de Abril, tenho eu todo o respeito. Foi um golpe pró-democrático, e da democracia nascem sempre coisas belas e boas, pelo menos sempre que essa democracia se alia ao Estado de Direito.

O problema do 25 de Abril é que, no dia 26, o golpe passou de golpe para movimento revolucionário, para programa revolucionário, para um esforço nacional de engenharia social e caciquismo. E houve ditadura militar e violação de direitos básicos, houve prisões arbitrárias, houva assassínios, houve a ocupação por parte do Estado e Comissões de Trabalhadores de coisas que não lhes pertenciam.

Por isso não me venham com merdas, e cantar as vossas musiquinhas de intervenção, que este país viu suficiente intervenção nesses dias. Não me falem em Liberdades abstractas, quando não conseguiram manter as mais concretas.

Vocês, geração de Abril, foram os que comeram tudo, tudo, e não deixaram nada. Nem um resquício de honra ao qual nos possamos agarrar de um passado de vergonha e humilhação e pedantismo. Somos a chacota da Europa.

Por isso me recuso a celebrar o 25 de Abril. Pago todos os dias a factura da revolução dos marxistas e dos assassinos. Todos os dias, morre Angola mais um pouco, morre a Guiné mais um pouco, por causa desses capitães da liberdade.

Pois bem, eles que se fodam. Culpo-os a eles, e já paguei suficiente cara a minha liberdade, que é minha desde sempre.

Acabou, por aqui, o vosso tributo de Midas. A dívida está paga. A vergonha de um povo é o recibo.

publicado às 00:00

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