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Fialho de Almeida ( que viria a " reconciliar-se com o regime tradicional, depois de um encontro com o ministro de D. Carlos " ) : - " Superior, inteligente, culto, bravo e generoso...enjoado da torpitude dos partidos, e tendo da ideia de pátria um culto inverosívelmente alto e absorvente "
Homem Cristo : -" Tinha defeitos, mas, no meio dos seus defeitos, foi o político mais inteligente do seu tempo "
João Chagas, a propósito das cartas a João Franco : - " Aliviam a memória de D.Carlos de um grande peso "
Foi este " homem forte de vontade, enérgico e decidido nas atitudes, largo nas ideias e profundo no saber " ( « D.Carlos »- Casimiro Gomes da Silva ), que um bando de conspiradores que tinham escapado à prisão a 28 de Janeiro do mesmo ano assassinaram faz hoje 102 anos.
" À noite, nas Necessidades, o Conselho de Estado reunido persuade o novo Rei, infante D. Manuel, a afastar João Franco e a formar ministério novo. Faz-se a vontade ao inimigo, abatem-se bandeiras perante o crime. « Os regimens sucubem e desaparecem, menos pela força do ataque que pela frouxidão da defesa » - dirá o próprio João Franco. Resume, muito exactamente, um jornal, meses depois: - ' O Rei morreu na tarde de 1 de Fevereiro, no Terreiro do Paço. A Monarquia morreu nessa noite, no Paço das Necessidades ', precisamente quando a Realeza se erguia unida a um governo sério e forte. Eliminado da cena e lançado para o exílio o único homem de pulso, não há em torno de D.Manuel senão os velhos homens dos partidos, sempre envolvidos em querelas de vaidades, sempre obcecados pelo fito de conquistar o mando para si e para os seus amigos " ( João Ameal )
Os partidos que aquele chamara de " rotativos ", aproveitam-se assim da inexperiência bem intencionada do Infante adolescente para voltarem ao mesmo regabofe, depois dos esforços do rei e do seu 1º Ministro para fazerem de Portugal um país decente.
* E aos que o acusam de ter chamado « Piolheira » ao país pelo qual tanto sofreu, melhor fora que lessem este texto.
Sugerimos que este estoriador seja urgentemente nomeado presidente da tal Comissão Nacional do Centenário. Ele tem a coragem de dizer desabridamente, tudo aquilo que o bando de percevejos oficialistas pensa em absoluta reserva mental.
'Estas mortes* foram necessárias e a prova é que imediatamente à morte, o ditador foi exonerado, foi revogado o decreto-lei que mandava para o exílio grandes vultos da República detidos como consequência da sua intervenção de 28 de janeiro, e mais tarde a República que se veio a implantar', sublinhou.
Por isso, não se incomoda que o regicídio tenha ficado à margem das comemorações oficiais dos cem anos da República.
'Não estamos nada chocados por causa das comemorações oficiais não integrarem este acontecimento histórico porque todos os historiadores ligados à investigação já provaram que foi importante esse acontecimento para a implantação da República', sustentou.
* O Regicídio
Estavam lá os comensais do costume.
Recebidos aos gritos "gatunos prá prisão!", foram chegando nas limusinas do Estado, para aquele aborrecido intróito antes daquilo que verdadeiramente lhes interessava: a farta manjedoura preparada na Câmara Municipal do Porto.
Com a flagrante - e digna - ausência do ex-republicano Ramalho Eanes, a comandita participou em peso. O nababo dos negócios de Macau, Angola e arredores, o expert em transacções imobiliárias e golfistas, o avinagrado sorriso do investidor em acções cotadas a 125% fora da Bolsa, o falhado do Porto Capital Europeia da Cultura, a habilidosa turma dos terrenos, sucatas, computices várias, centros comerciais e outros que tais. Apenas pareciam faltar os srs. Balsemão, Almeida Santos, Jorge Coelho e Pina Moura. Estariam de viagem para negócios?
Povo? Onde estava? Numa enorme praça, o minúsculo rectângulo cerimonial encontrava-se profusamente povoado de vitimizada tropa que aguentou estoicamente o frete, molhada até aos ossos por uma chuvinha fria, vingadora e justiceira.
A sempre patética Igreja alinhou na parvoeira. Um corvo arvorado em Bispo do Porto, grasnou uns dislates contemporizadores para com a data, esquecendo-se daquilo que os seus pares passaram às mãos da cacicagem a soldo de Costas, Bernardinos e Camachos.
A RTP1 lá cumpriu a sua missão de agência noticiosa do regime. Designou um autêntico e reconhecido semi-imbecil de nome Gabriel qualquer-coisa, para dirigir as duas dúzias de "interessados" na pepineira onde não deixou de exibir a sua arrogante ignorância e azeiteirismo de que faz gala. Estúpido como um galináceo, mal informado, pateta chapado e eloquente diseur de todo o tipo de cavalidades, fez o pleno do dia.
Muito apropriadamente, o 31 de Janeiro é o dia dos leprosos. Bem visto.