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Na Tailândia, não existirá nenhuma "república de Estado Novo"

 

Leia tudo  AQUI, no Combustões. Texto e muitas fotos inéditas, tiradas por Miguel Castelo-Branco. Esta tarde, em Bangkok.

 

Um indivíduo acercou-se e identificou-se como professor do ensino secundário. É simpatizante de Abhisit mas deixou-me boquiaberto com a terminologia. "Sabe, 90% dos tubarões e exploradores deste povo são amigos de Thaksin. No campo democrático e daqueles que amam o Rei, a maioria são pessoas como nós, que trabalham, se levantam cedo e deitam cedo, que fazem ginástica orçamental para sobreviver". Feliz por ver que da boca de um homem que ganha duzentos Euro por mês saltam crepitantes as palavras que esperava. Disse-lhe que na Europa era o mesmo: quanto mais ricos, ociosos e metidos nas curibecas, mais pró-isto e pró-aquilo, conquanto nunca lhes metam as mãos na carteira.

Esta tarde, a multidão na Praça Real (Dusit Throne Hall)

A maioria trazia um grande autocolante destinado a enviar um recado para o mundo, infelizmente mal informado pelos media ditos de referência, que fazem clara campanha a favor do plutocrata Thaksin servindo-se exageros e semi-verdades misturadas com totais mentiras. Não [queremos] presidente, resume a natureza do conflito. Thaksin quer a república oligárquica e plutocrática, o poder absoluto para governar a seu bel prazer. Os tailandeses sabem que tal república, que os defensores do multimilionário crismaram já de Estado Novo, seria o fim da democracia e o fim da separação de poderes. Depois, há a repulsa profunda pelo terrorismo, pelo vandalismo e pela protecção que Thaksin tem recebido dos regimes autoritários ex-comunistas da região. Agora, para os defensores do governo, Thaksin é, apenas um traidor.

publicado às 18:09

Cada vez mais iguais.

por Cristina Ribeiro, em 23.04.10

Não há partidos impolutos neste país, respondi a um comentarista.

Quando entrou em Portugal este sistema partidário, o meu pai disse que iria votar no " mal menor "; na altura achei que estava a exagerar, e quando chegou a minha vez de votar, votei nesse mesmo partido - o CDS - com convicção.

O tempo encarregou-se de esfriar essa convicção, que passou a ter altos e baixos - queria que o partido se definisse, contra ventos e marés; contra a ideologia dominante.

Há dias disse que me orgulhava de nele ter votado, por ter ido contra este PEC, manifestamente mau, onde se mantém a veia megalómana do engenheiro, à custa de sacrifícios impostos aos contribuintes. Hoje digo que tenho vergonha de ter votado no partido que viabilizou aquela coisa a que o Presidente da A.R. chamou o problema 300 do país. Sabemos que são muitos, mas que tal começar por um deles, seja o 300 ou o 400?

Gosto de repetir a frase de Marguerite Yourcenar «O Tempo Esse Grande Escultor », mas, além disso, ele é um grande desmistificador.

publicado às 16:03

Bangkok: a descarada ingerência externa

por Nuno Castelo-Branco, em 23.04.10

A multidão que se manifestava em defesa da legalidade constitucional. Foi bombardeada com rockets disparados pelos subversivos. Veja as inéditas e extraordinárias fotos exclusivas do COMBUSTÕES

 

Confirmando plenamente aquilo que há muito se sabe, agora chega a notícia de claras movimentações junto da "comunidade internacional" - leia-se, forças de pressão que têm intervindo na Tailândia -, no sentido da colocação de um contingente da ONU em Bangkok! Inacreditável, como se um Estado soberano pudesse admitir tal coisa, quando mesmo ao lado a Junta birmanesa - sob protecção de Pequim, tal como os "reds" - usa e abusa do poder das armas e de forma totalmente impune. Pretender-se colocar a Tailândia no mesmo patamar comparativo do terror chinês, laociano e a tantos outros da região, é um absurdo que desacredita quem recorre a este tipo de artifícios.

No pleno desespero de uma causa que já vêem perdida, apelam agora à descarada intervenção que salve os negócios de alguns e a colossal fortuna roubada por Thaksin, hoje parcialmente congelada por decisão judicial. É isto que essencialmente está em causa e a plutocracia de tudo se serve para se proteger.

O quadro torna-se cada vez mais nítido e as últimas notícias dão conta da detalhada confissão - que será televisionada - de um actor que participou no ataque armado de 10 de Abril, confirmando plenamente o que aqui foi dito.  Thirachon Manomaipibul, o governador da capital, declarou hoje que as câmeras de vigilância do BTS - estação do metro aéreo - confirmam plenamente a origem dos disparos dos rockets M-79 que ontem atingiram a multidão: o Parque Lumpini, sítio da barricada "red". Previamente, a liderança sediciosa procurou ocultar a acção da origem do ataque, cobrindo com plásticos negros as câmeras de segurança (CCTV) da Administração Metropolitana de Bangkok, simultaneamente dirigindo o ângulo direccional dos aparelhos, para o céu.  Torna-se muito difícil esconder a verdade e pasma-se pelos argumentos utilizados, como o "respeito pelas normas internacionais", por exemplo. Curiosa moderação esta, vinda de entidades que ainda há poucos dias cantavam já a vitória de "sublevações populares libertadoras" ou outras ladainhas da praxe, sempre susceptíveis de impressionar os observadores postados em escritórios com ar condicionado.

 

Foi esta a multidão ontem bombardeada na Avenida Silom.

Esta tarde, está prevista uma grande concentração de populares que na grande Praça Real se manifestarão em defesa do trono e da legalidade constitucional.  Não deixaremos de publicar toda a informação que estiver disponível.

 

Como dissemos, a intervenção externa existe, é descarada e sem sofismas. Há que dar-lhe remédio.

publicado às 09:01

Pare, Escute, Olhe

por João Pedro, em 23.04.10

O cinema documental português está de boa saúde e recomenda-se. Depois de Ruínas chegou agora às salas Pare, Escute, Olhe, de Jorge Pelicano, que realizou anteriormente outra-longa metragem, Ainda Há Pastores, entre as serranias e as ovelhas da Serra da Estrela. Mas enquanto Ruínas era estático, este tem uma dinâmica muito própria. O filme, que ganhou o prémio de melhor documentário em longa metragem no DocLisboa de 2009, volta ao interior profundo, desta vez para revelar a morte lenta da Linha do Tua, desde o fecho do troço entre Mirandela e Bragança, em 1990, as atribulações e desesperos da população e as vacuidades do discurso político e das suas promessas. Faz-se uma cronologia desde os anos oitenta, em que o problema do fecho da linha se colocou, vê-se o habitual ardil das "suspensões nocturnas" sem aviso, ao ponto de se roubar as locomotivas. Passa-se em revista as promessas de desenvolvimento com barragens, os diálogos entre governantes e altos quadros de empresas públicas, discutindo betão, as contradições, a incúria e as tragédias ferroviárias, quando não as havia antes, os estratagemas para se diminuir o número de utentes do comboio, servindo assim de pretexto ao seu encerramento, a submissão dos representantes eleitos que se submetem aos interesses partidários em lugar de defender os locais. Pelo meio, o testemunho de um rio, de uma paisagem única, a junção de um património humano e natural únicos, ameaçados pela albufeira de uma barragem que não dará nem empregos nem desenvolvimento à região. E vê-se um povo entre o conformismo e a revolta. Nas conversas de café (como no surreal Lucky Luck), nas viagens na automotora, ou nas reuniões com os seus representantes, o trasmontano está lá bem plasmado: rude, directo, frontal, com alguma comicidade à mistura. Personagem transversal ao filme é o Sr. Abílio, antigo funcionário da CP, que goza os dias de velhice à sombra do apeadeiro de Ribeirinha, testemunha do caminho de ferro, do rio e do que se passa pela linha fora, não se fazendo de rogado a dizer o que pensa, por gestos ou palavras. Também a fotografia e os cenários naturais são magníficos, e há algumas cenas de antologia, como o discurso de Sócrates, falando no "desenvolvimento", quando atrás da sua imagem desfocada e rebaixada se vêm as escavadoras em movimento. contrapondo ao progresso do betão, usa-se mesmo a arma preferida dos seus apologistas: mostra-se o que se passa "lá fora", nos "países civilizados", em que o comboio é usado como meio de transporte e turístico, e faz-se a terrível comparação com o que se passa no Tua. O contraste é coisa para deixar todos os portugueses corados de vergonha. As minhas expectativas antes de ver Pare, Escute, Olhe eram razoáveis, mas fiquei agradavelmente surpreendido com esta obra melancólica, séria e irónica, tudo ao mesmo tempo. Além de ser um autêntico serviço público e de mostrar mais uma vez a tendência dos portugueses para abandonarem o que é seu em detrimento do que é "novo". Ainda está em exibição. É bom que o apanhem. Mais difícil será apanhar um comboio da linha do Tua. Mas quem sabe...

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publicado às 03:52

Transparência

por Samuel de Paiva Pires, em 22.04.10

 

Gostava tanto de ver as candidaturas das cento e poucas pessoas que ficaram à minha frente nos estágios do PEPAC. Porque é que será que já não é possível ver? E gostava ainda mais de perceber como não pedem CVs, não fazem entrevistas, não diferenciam as universidades, não diferenciam licenciaturas pré e pós-Bolonha, não conta para nada estar a fazer mestrado... Muito transparente e meritocrático este processo, não haja dúvida...

publicado às 22:40

Em comentário a post anterior,

por Cristina Ribeiro, em 22.04.10

JAA diz ser
" a esquerda-caviar das coisas mais irritantes que existem. E por cá existe mesmo muito ".

Como concordar mais? Muito " coitadinho do povinho, enganado e explorado por esses abutres ", mas chegada a hora da verdade, em que é preciso solidarizar-se, não apenas em teoria - disso estamos nós fartos! - assobia-se para o lado, e " venha a nós o vosso reino ", porque isto de não viver à grande e à francesa não tem piada nenhuma. E é como diz : por cá existe muito disso - não apenas no reduto onde todos o podemos encontrar - o BE - mas espalhado por aí; basta conhecer um pouco o tal país real, de que os políticos tanto gostam de falar, mas conhecê-lo, a fundo, " está queto ": umas espreitadelazinhas em tempos eleitorais e " ala que se faz tarde! "...

publicado às 22:12

Bangkok: a revolta anti-"red"

por Nuno Castelo-Branco, em 22.04.10

 

Popular defensor da Coroa, ferido à saída do Hospital cristão na Silom (foto do Combustões)

 

Como previamente anunciámos via Combustões, a paciência da população de Bangkok está a chegar ao fim. Hoje uma enorme multidão deslocou-se para a zona da Avenida Silom, no sentido de confrontar as barricadas "vermelhas". Foram disparados rockets M79 que segundo as autoridades, apenas podiam provir das imediações da estátua do Rei Rama VI, que se ergue precisamente à entrada do Parque Lumpini, ou seja, em pleno arraial thaksinista. Decerto será inútil procurar muito para encontrar os autores da façanha que matou gente e feriu muitas dezenas de populares defensores do regime democrático e da Casa Real. O exemplo nepalês é temido e o que tem sucedido no antigo reino hindu dos Himalaias, é de molde a aterrorizar os até agora pacatos tailandeses. Como avisámos há uma semana, o "movimento vermelho" encontra-se perfeitamente organizado, bem abastecido de recursos de toda a ordem e as suas tropas de choque não são compostas por aquilo que na Europa se chama de hooligans de futebol. São uma estrutura para-militar e treinada para este tipo de confrontos e se não chegaram ao extremo da guerra total, isso poderá dever-se apenas ao progressivo reduzir do número das suas fileiras e em sentido oposto, ao imparável aumento de efectivos  do campo dos defensores da legalidade constitucional.

 

Os próximos passos são aqueles que já se prevêem. Iniciarão as manobras dilatórias e de desinformação, empurrando o odioso para o poder instituído. Como se a situação que se tem arrastado já há perto de cinco semanas, não seja da única e exclusiva responsabilidade da liderança pró-Thaksin e dos seus mentores estrangeiros! Ocupação de uma parte relevante do centro urbano, depredação da propriedade pública e privada, ataque à saúde pública - sangue, fezes, urina em prodigiosas quantidades escandalosamente vertidas pelas ruas -, desobediência civil e assumida intenção de subversão da ordem constitucional, para nem sequer voltarmos ao deliberado uso de armas de guerra e ataque às forças da ordem. É este o quadro indeclinável das responsabilidades de quem decidiu a aventura da qual tem agora o ónus total. Entretanto e em total desespero, a liderança "vermelha" pretende apelar ao envio de uma força de interposição da ONU, como se se tratasse de um conflito internacional. Desta forma, reconhece ser um partido político que deixou de o ser, tornando-se numa milícia armada em aberta guerra civil. Este episódio grotesco até à demência, tornaria os meliantes num estado dentro do Estado. Inacreditável

 

Há ainda que dar uma especial atenção ao ponto fundamental que as informais agências de desinformação não têm querido referir, pelas razões que são óbvias e que se prendem sobretudo, aos interesses económicos sem rosto mas perfeitamente identificáveis a breve trecho.

 

O último recurso, consiste na desesperada intenção de envolver a Coroa na luta partidária, num clássico processo que teve funestas consequências no nosso país. O Rei tem-se mantido numa total reserva, deixando a situação tornar-se completamente nítida aos olhos da totalidade da população tailandesa e também - ponto importante -, para a plena avaliação dos aliados internacionais do Reino, mormente os Estados Unidos da América, o Japão e outros parceiros regionais, como a Índia. O caso europeu, perdido de antemão pela inexistência da UE como entidade credível na cena internacional, resumir-se-á talvez, à única potência remanescente neste espaço, o Reino Unido.  Seria talvez interessante que as duas eclipsadas potências históricas - assim os tailandeses continuam a encará-las - europeias, Portugal e a França, manifestassem atempadamente a sua obrigatória solidariedade com a ordem constitucional vigente.

 

Sabemos todos o que está em causa em toda a ampla região em disputa pela impetuosa e expansionista China continental. O sinal a enviar deve ser inequívoco, claro e delimitador das esferas de influência recíprocas. É esta a única mensagem possível de entender pelos Estados que vêem nas relações internacionais e nos Tratados, meros "pedaços de papel" ou recursos à disposição para a prossecução de ambições ilegítimas, mas possíveis de atingir pela passividade de terceiros. Foi este o caminho que a Europa e os EUA não decidiram trilhar nos anos 30 do século XX, estimulando os apetites da liderança militar japonesa que levaria o Império a uma hecatombe sem precedentes.

 

Ontem, Chavalit - um homem que desde há muito é geralmente considerado como ligado a grandes interesses e pouco susceptível de beneficiar de qualquer reputação de lisura -, veio apresentar uma fastidiosa exposição que visa o fatal comprometimento da Coroa no conflito e cujo exclusivo fim consiste na dissolução imediata do Parlamento. Consequentemente, o calculista porta-voz de Thaksin e dos seus mentores além-fronteiras,  adivinham a formação de um governo sob os auspícios do Pueh Thai, o sucedâneo do extinto partido político outrora chefiado por Thaksin e pela sua camarilha de chieftans locais e  tríades de negócios e de influências de várias cambiantes. É que para estes o tempo urge e não será muito arriscado imaginarmos uma provável derrota eleitoral do PT, principalmente após os acontecimentos de que foi incentivador e claro protagonista.

 

Eis alguns dos argumentos apresentados por Chavalit:

 

- In the Thai experience, the monarchy has always guided the country to overcome turbulent situations and when deemed necessary, the King has the full power to exercise royal discretion. The King's intervention during the 1973 student uprising and the 1992 Black May incidents are examples of the monarchy's involvement in overcoming crises.

- The monarchy has been a counter-balancing force to check the runaway power of a dictatorship, be it military or parliamentary.

- The monarchy is just, and therefore, the only viable institution to mend social divisions.

 

 

Apesar das aparentemente naturais palavras tendentes a convencer os mais desconfiados, a realidade é hoje bem diferente daquela que se apresentava em 1992, embora se pareça estranhamente com os acontecimentos dos anos 70, esses sim, claramente "vermelhos" e teleguiados pelo expansionismo comunista internacional.

 

A Coroa não pode actuar agora tal como fez prontamente noutras ocasiões, porque os dados em análise remetem-nos para os acontecimentos dos anos pós-conflito  do sudeste asiático. Inebriados pela esmagadora derrota ocidental no Vietname, Camboja e Laos, os comunistas tentaram apear a Monarquia siamesa, no conhecido programa do dominó gizado por Pequim e pelo seu arisco correspondente comunista de Moscovo. O Palácio de Chitralada - a residência real - terá há muito compreendido os verdadeiros objectivos daqueles que trouxeram a guerrilha para o centro da capital do Reino e a circunspecção até agora demonstrada, vai certamente no sentido de uma cuidadosa análise. Durante anos os comunistas do Partido Comunista Tailandês derrotados da década de setenta, propalaram os velhos e requentados rumores com que atingem todas as coroas desde os finais do século XVIII e tal facto não é desconhecido a ninguém, muito menos ainda para os colaboracionistas estrangeiros que estão de serviço à subversão.

 

Se a Coroa não pode tomar partido numa disputa entre rivais eleitorais  ou sociais - e não é essa a situação -, deverá ser a força decisiva que faz pender a balança com o peso esmagador da imensa maioria da população do país que não quererá vê-lo tombar perante uma tirania lúgubre e ruinosa.  Após o Crime de 1908 e as condescendências que durante três décadas aviltaram a respeitabilidade da Ordem instituída, a crença profunda na intrínseca bondade dos homens - e neste capítulo S.M. a Rainha Dª Amélia foi cega - e a recusa em acreditar no total desrespeito por um articulado constitucional que era profundamente liberal, tornaram inevitável o fatal desenlace de 1910 e toda a tragédia subsequente. Foi esta louca imparcialidade perante a arrogante subversão terrorista que conduziu o liberalíssimo regime da Monarquia Constitucional portuguesa a um inglório e escusado fim.

 

Defendendo o seu trono, o Rei defende o seu povo e a Tailândia como o país independente que jamais deixou de o ser.

 

Siga todos os acontecimentos no  COMBUSTÕES

publicado às 18:58

E eu a pensar que sim, em tempos...

por Cristina Ribeiro, em 21.04.10

Inês de Medeiros só tinha de propor, apercebendo-se desta “festa” no Parlamento, acabar com a norma que onera o Estado com as excentricidades de uns poucos deputados que são eleitos por Bragança mas que moram nos Açores ou que são eleitos por Lisboa e  que moram em Paris. O que se pedia a Inês de Medeiros era que acabasse com isto e não que dissesse “ai é assim? Então também quero”.

 

E não é? Houve uma idade da inocência que pensei assim, mas desde que estes  socialistas ( importa-se de repetir? ) desta estirpe, privilegiados desde sempre, vêm exigir que os contribuintes, alguns dos quais nunca tiveram possibilidades sequer para sair das suas terrinhas, paguem para que mais afundem ainda o país, ficou tudo dito.

 

 

 

 

 

( Adenda: Não gostei mesmo nada que a abstenção do CDS, em que votei, tivesse contribuído para tal solução. Senti-me enganada )

publicado às 15:55

Bangkok: a população começa a retaliar

por Nuno Castelo-Branco, em 20.04.10

 

Fatigada da gritaria,ultrajada pelos rios de sangue, urina e fezes despejadas na via pública, assustada pela provocação que pretende alçar Thasin a "presidente do Estado Novo Tailandês" - uma satrapia do regime de Pequim -, a população de Bangkok começa a perder a paciência. Além de mimar os soldados do Exército Real com todo o tipo de vitualhas, flores e cânticos de incitamento, iniciou aquele inevitável processo de confronto verbal que já degenera em rixas com os pretensos "vermelhos".  Aos gritos de Ok Pai! - vão-se embora! - e Mai Dee! Mai Dee! - é mau! é mau! -, durante umas semanas invectivaram os provocadores a soldo. Agora já estamos noutro patamar.

Entretanto, tal como aqui previmos, a liderança thaksinista usa a voz de Chavalit Yongchaiyudh tentando a manobra de diversão que consiste no envolvimento do soberano. A resposta do Partido Democrático é de perfeita compreensão por aquilo que se pretende: "I think Chavalit should reprimand those attacking the monarchy, instead of trying to involve the King in an inappropriate manner," disse Chuan Leekpai, antigo primeiro-ministro.

 

Veja um video AQUI

 

publicado às 21:02

O neo-optimista Cavaco Silva

por Nuno Castelo-Branco, em 20.04.10

«Eu não acredito que se chegue a uma situação de bancarrota, isso é qualquer coisa que nem nos deve passar pela cabeça. Era preciso que cometêssemos muitos, muitos erros. Não podemos comparar Portugal nem com a Grécia, nem com a Islândia nem tão pouco com a Irlanda. A nossa situação é mais favorável do que estes países".

 

Erros? Mas tem o residente de Belém alguma dúvida acerca dos erros crassos que cometeu ao longo da sua carreira política? Que tipo de gente promoveu ao estatuto de "novos empreendedores", que Estado nos deixou, que obras públicas executou, que políticas de renovação do tecido industrial, agrícola e da educação não fez ou desleixou? Não tem a consciência de ser uma parte fundamental do problema?

 

«Portugal não corre risco de falência, nem vai sair da Zona Euro».

 

Para afirmar tal coisa, é porque corremos sérios riscos disso mesmo.

publicado às 20:36

Doce negação ou a ignorância que nos tolhe

por Samuel de Paiva Pires, em 19.04.10

 

Fuga para a frente, negação e muita paródia enquanto caminhamos para o abismo de uma decadência anunciada. Eu faço o mesmo, ultimamente, dado o pouquíssimo tempo livre. Raramente vejo notícias ou blogs, limito-me a trabalhar e a ir às aulas do mestrado, que sendo ao fim do dia de trabalho me deixam com pouca paciência para escrever aqui ao chegar a casa, quando ainda tenho que cozinhar,  arrumar e preparar tudo para o dia seguinte, entre as leituras, trabalhos e afins. Qualquer um sabe que se nos abstrairmos do que se passa à nossa volta em termos de notícias, a vida é muito mais tranquila, até porque assim não passamos pelo quase doloroso processo de selecção e destrinça do que é verdadeiro do que não é, considerando-se os vários alinhamentos ideológicos e programáticos dos órgãos de comunicação social e sabendo-se que estes, mais do que informar, enformam e conformam a percepção dos indivíduos em sociedades democráticas avançadas onde a informação prolifera avidamente - não estou a tecer um juízo de valor, apenas e só a constatar um facto, já que é apenas normal que assim seja nos regimes demo-liberais.

 

Ademais, eu posso fazê-lo porque me concentro naquilo que são os meus principais afazeres, quer em termos de produtividade para o país, com o modesto contributo que dou enquanto trabalhador, quer em termos de produção intelectual e aprendizagem ao nível académico. Não advém daí qualquer mal ao país ou à nação. Fico exasperado é quando a maioria dos governantes, responsáveis partidários e detentores de cargos públicos de relevo se deixam embalar na doce cantilena do "no pasa nada", deixando o fechar da porta para quem vier a seguir, característica assaz definidora do carácter português, demonstrativa da falta de sentido de Estado de quem nos vem (des)governando.

 

Contudo, há notícias alegadamente catastróficas que são "não-notícias" e que já há muito vêm sendo adivinhadas por alguns, mais atentos e realmente preocupados com a situação do mundo mas, especialmente, com a situação do país. Não é preciso um Joseph Stiglitz ou um Simon Johnson para nos alertar para aquilo que a maior parte dos intelectualmente honestos e verdadeiramente preocupados com a res publica sabem desde há muito. Medina Carreira que o diga, por exemplo - por momentos esqueço-me que é português, e português que é português e, se político, ou aspirante a tal nas escolas de caciques e mediocridade que proliferam por aí, obtuso e irresponsável, apelida os seus compatriotas como Medina Carreira ou outros que ainda vão tendo algum sentido de Estado como profetas da desgraça, loucos e doidos varridos, deixando vir ao de cima o seu provincianismo ao expressar profunda admiração por uma qualquer sumidade estrangeira que diga precisamente o mesmo.

 

Importa relembrar que, já desde D. Afonso Henriques, a nossa política externa sempre teve como uma das principais características a gestão de dependências externas, deixando para amanhã o salvaguardar das gerações futuras ou o sustentável e equilibrado desenvolvimento do país. Obter dinheiro do exterior para financiar grandes obras e hábitos de vida acima das nossas possibilidades sempre foi apanágio dos portugueses. O conceito de crise depende em muito do contexto e da operacionalização que se lhe dá, mas se há algo que perpassa os quase 9 séculos da História de Portugal é precisamente este conceito. Seja em que vertente for, polítical, económica ou social, já que as três estão interligadas. Nem precisamos de ir muito longe, basta olhar para os dois últimos ciclos de expansão portuguesa (sem lembrar o da expansão para o Norte de África ou o da Índia). Com o Brasil, ouro e tráfico de escravos sustentaram uma economia deficitária em termos de produtividade - ontem, como hoje, e como sempre, aliás -, e com a perda deste, em conjunto com as Invasões Napoleónicas, as Revoluções Liberais e as guerras e crises políticas que se lhe seguiram, ficámos completamente devastados. Tivemos que nos expandir novamente, por necessidade económica essencialmente - ontem, como hoje, e como sempre, novamente - desta vez para África, Império que foi defendido e mantido pelos diversos regimes da monarquia, I República e II República, não sem experimentarmos o amargo sabor de um precursor keynesianismo que teve em Fontes Pereira de Melo o seu principal obreiro, e que nos custou avultados empréstimos cuja liquidação só muito recentemente se deu por terminada. Com a III República, dá-se uma drástica transformação na inserção internacional do país, dando-se particular relevo ao vector europeísta, em detrimento do sempiterno vector atlantista - diga-se de passagem que hoje os dois se complementam activamente na prossecução da política externa - e do isolacionismo que resistiu aos "ventos da mudança", na expressão do primeiro-ministro britânico Harold Macmillan.

 

Na III República, a União Europeia tornou-se o principal quadro de referência não só da política externa como interna, sendo extremamente complicado dividir as duas esferas, a não ser com propósitos meramente académicos. Entre os milhões gastos em infra-estruturas realmente necessárias e outras menos necessárias, aqueles desbaratados em supostos cursos de formação profissional, subsídios à não produção agrícola e outros fins duvidosos, muitos são aqueles milhões que todos os dias entram em Portugal como forma de sustentar os nossos em grande parte irresponsáveis estilos de vida, baseados no crédito, na dívida (quer de indivíduos quer de entidades colectivas públicas e privadas), e no "logo se vê como nos desenrascamos". Portugal pode servir de exemplo em qualquer manual para um país que adira à União Europeia, especialmente consubstanciando a sua experiência no capítulo sobre "O que não devem fazer".

 

E lá vamos, no entanto, caminhando aparentemente despreocupados com o futuro do país. Nisto, não somos diferentes dos gregos, até porque, como referiu Alex Weber, Presidente do Bundesbank (via O Insurgente), estes não se encontram nada preocupados: Weber, citing television footage of Greek demonstrators, expressed concern that sections of the Greek population either don’t care or fail to appreciate the seriousness of the situation their debt-laden country faces.

 

E alguns dos portugueses que fazem parte de um grupo no Facebook intitulado EU NÃO QUERO EMPRESTAR DINHEIRO À GRÉCIA, ELES QUE VENDAM A TAÇA DO EURO'04, também parecem estar na mesma situação. Bem sei que a iniciativa tem um pendor humorístico, mas, note o caro leitor o calibre de alguns dos comentários que por lá se encontram:

 

...e quem nos ajuda a nós??? eles que trabalhem...


Emprestar dinheiro à Grécia é mais uma traição desse Srº Socrates,que vendam a Taça.


Realmente que usem o dinheiro de vend da taça eque quiserem. Mas não o nosso. E já agora. Quem empresta a Portugal? Bem estamos a precisar com tantos Trocas-te!


E a nós quem nos vai ajudar????


daqui a pouco quem vai precisar de dinheiro vamos ser nós, não deve faltar muito!!! frase do momento:" manso é a tua tia pah"

 

Sei que é difícil explicar a qualquer português esta opção. Mas, só por desconhecimento ou ignorância não sabem que não só o dinheiro está directamente relacionado com a quota que detemos no Banco Central Europeu, como se esquecem que este é um precedente que nos dá uma vantagem em termos negociais em futuros contextos diplomáticos em que necessitemos do auxílio da UE, o que espero sinceramente que não aconteça, embora tenha sérias dúvidas - sem esquecer um dos princípios que preside ao projecto europeu, a solidariedade entre os Estados-membros. Além do mais, parecem fazer-se de esquecidos quanto à crise que nos assola, desconhecendo que estamos há muito a ser financiados pela solidez das economias de outros países da zona euro (é que, com uma moeda forte como o Euro, as nossas importações são mais baratas, mas as exportações mais caras, o que provoca um deficit ao nível da balança comercial, que ao longo dos anos tem sido financiado pelos outros Estados-membros), visto que se ainda possuíssemos instrumentos monetários próprios como a possibilidade de emissão ou desvalorização de moeda, há muito que teríamos recorrido a estes, fazendo corresponder a política cambial nacional às nossas verdadeiras possibilidades económicas, com óbvios impactos no nosso estilo de vida - e, aliás, não estamos totalmente salvos de que tal possa acontecer, se formos forçados a sair da zona euro, recuperando estes instrumentos e sofrendo um drástico choque que provocará uma grave crise social.

 

A economia não é a minha especialidade, longe disso, mas não custa nada tentar ser um pouco mais conhecedor, e preocuparmo-nos em tentar entender realmente o que se passa, ao invés de nos divertirmos com demagogias e paródias como se não se passasse nada, até porque "amanhã logo se vê" e de "certeza que alguém nos ajudará", e enquanto continuarem a entrar os milhões advindos dos fundos europeus e das economias europeias mais sólidas lá vamos operando malabarismos contabilísticos e fazendo de conta que está tudo bem, até porque, no fundo, o que interessa realmente é saber "quem é que nos vai dar mais dinheiro".


Entretanto, que tal começarem a preocupar-se realmente com o futuro do país? Aumentar a produtividade, flexibilizar a legislação laboral para atrair Investimento Directo Externo, aceitar que as falências fazem parte de qualquer economia de mercado e retirar peso à intervenção do Estado na economia são apenas algumas ideias (esta última, volto a referir, não deixa de ser irónico que esteja a ser fomentada por um governo socialista, em estado de necessidade). Acabar com as redes clientelares da corrupção era outra, mas esta será alcançada apenas retirando peso ao Estado, simplificando a legislação e desregulamentando. No fundo, se não mudarmos por nós próprios vai ser o mercado e o grau de internacionalização da nossa economia que nos vão obrigar a tornarmo-nos mais responsáveis. Quanto menor o peso do Estado na economia, quanto mais se acentuar o papel dos indivíduos e empresas nesta, forçando-os a ser mais responsáveis na gestão que fazem dos escassos recursos de que dispõem para produzir riqueza, mais hipóteses teremos de fazer face aos maus tempos que se vão avizinhando. Se continuarmos com políticas socialistas e paternalistas, com a ilusão de que o keynesianismo e as obras públicas nos vão salvar, continuaremos apenas a ser maus alunos e a seguir no hayekiano caminho da servidão, ou mesmo da falência.

 

Quando há tempos muitos decretavam o fim do liberalismo, não tiveram a percepção que aquilo que a recente crise financeira internacional veio acentuar foi a falência do socialismo. O liberalismo está bem e recomenda-se. Politicamente, porque as sociedades demo-liberais fundam-se neste. E economicamente, porque o mercado vai funcionando e obrigando as pessoas e os Estados a adaptarem-se a uma realidade internacional e global em mudança acelerada e sujeita a uma crescente complexificação. Adaptação ou falência, eis o nosso dilema.

 

P.S. - Não se espantem se virem no Facebook que aderi ao grupo. Coloquei o link para este post no mural do grupo, esperando, não sei se em vão, que alguns se tornem um pouco menos obtusos e mais conscientes em relação àquilo que os rodeia.

publicado às 22:54

Bangkok: as horas decisivas

por Nuno Castelo-Branco, em 19.04.10

Esta tarde, a manifestação em defesa da legalidade e do regime

 

Acabado o período de férias do Songkran, a população urbana começa a regressar à capital e por aquilo que as imagens dos derradeiros dias têm mostrado, vai crescendo o tom de indignação pelo sórdido espectáculo oferecido semana após semana, a um mundo quase indiferente. Os tailandeses são um povo orgulhoso e cioso da questão das aparências - não gostam de perder a face - e a profunda degradação das zonas mais frequentadas pelo florescente turismo ocidental, é de molde a enervar os ultrajados residentes e comerciantes. A liderança thaksinista aposta na ruína económica e no crescer do descontentamento que obrigue o regime a baixar os braços. Por outro lado, espera-se uma progressiva participação popular em quotidianas manifestações em defesa da Lei, da Constituição e da Coroa, daí a pressa dos subversivos em jogar tudo por tudo nos próximos dias, ao mesmo tempo que orquestram manobras de diversão, como "apelos ao Rei", "rendição", etc.  Em qualquer país europeu, uma situação que tivesse atingido uma fracção daquilo a que temos assistido, já há muito teria sido tratada de forma lapidar, para nem sequer referirmos os "métodos dinâmicos" utilizados mais para o Leste, onde o regime do presidente Putin não hesita em utilizar toda a força do Estado para a manutenção da sua segurança interna. Isto, perante o generalizado alheamento ocidental, dada a importância da Rússia. Os negócios falam antes do sangue derramado.

 

O plano do assalto ao poder obedece a um conhecido e muito clássico esquema gizado pelo desaparecido Komintern e seus sucedâneos. Os métodos são facilmente adaptáveis a cada uma das situações nacionais onde urge intervir e contam sempre com a contemporização das sociedades liberais, reféns de palavras de ordem daquilo a que genericamente designamos hoje como "politicamente correcto", princípio da não-violência e contemporização perante as investidas dos radicais. Em suma, os reds são uma ínfima minoria, hábil e vergonhosamente escudada por detrás de gente naive e indefesa, onde avultam idosos e crianças de colo, enquadrando o esquema geral de resistência às forças do Estado. As etapas para as cartadas decisivas, estão há muito previstas:

 

1. Provocar a todo o transe a máxima violência urbana entre "massas desprotegidas" e forças militares "opressoras". Vivemos no império da informação e os sediciosos conhecem as reticências dos sectores liberais no uso de uma autoridade que a imprensa facilmente generalizará em termos de "tirania, abuso de poder, prepotência", etc. A liderança thaksinista - refugiada nos hotéis de luxo da "zona de combate" -, quer a guerra custe o que esta custar, nem que para isso acabe por impor acordos que logo rejeitará, inventando todo o tipo de desculpas para tal.

A imprensa afecta à subversão e as suas conhecidas correias de transmissão nos grandes interesses económico-financeiros no Ocidente, tenderão a propalar notícias gizadas pelos thaksinistas, apresentando agora as "milícias encapuzadas" como se "terroristas do governo e seus aliados" se tratassem. Clássico, este processo de vitimização. 20.000, 50.000 pessoas insurrectas nas ruas de Bangkok, podem parecer uma enorme multidão para os europeus que se habituaram à morigeração de costumes militantes. Na Tailândia, 1.000.000 de militantes - e não é este, nem de longe, o caso em questão! - são uma ínfima minoria, engrossada apenas pela agit-prop muito activa e teleguiada do exterior e por estrangeiros que se mantêm no país. O governo tailandês conhece essa situação, tal como a divulgou ao mundo há apenas alguns dias.

 

2. Apelar ao Rei

O ponto fundamental a reter, consiste no facto da liderança vermelha não desejar qualquer dissolução parlamentar que não seja imediata.

 

Perdida a luta pelas massas urbanas que não possuem, decidirão a clássica manobra de diversão, apelando directamente ao Palácio, mas manifestam desde já as exigências leoninas que são facilmente previsíveis e inaceitáveis:

a) imediata dissolução do Parlamento.

b) formação de um governo "até eleições" do Pueh Thai - o mal disfarçado partido de Thaksin - que se encarregará de "preparar futuras eleições". Dadas as escabrosas situações que se verificam nas províncias onde o thaksinismo instalou uma mafiosa rede de poder oligárquico-financeiro-empresarial de cacicagem e generalizada dependência, podemos imaginar o tipo de eleições que o "novo governo" poderá organizar.

c) imparável tentativa de afastar os principais concorrentes da ida às urnas. No poder "provisório", alegarão todo o tipo de razões para interditar o PAD, tal como já estão a fazer relativamente ao mais antigo Partido do país, o Partido Democrático que agora tentam dissolver. Apenas concorrerão com anões políticos.

d) vão anunciar uma imediata "revisão constitucional com intuitos modernizadores". Isto implica a bem pensada preparação da opinião pública, exaltando por enquanto a figura do Rei, mas exigindo a liquidação de instituições que alegadamente "afastam a Coroa do povo". O alvo primordial é a cabeça do regime e o Conselho Privado que na Tailândia, faz a vez do nosso Conselho de Estado, mas bastante mais influente que o de Lisboa. A conseguirem o intento, o Palácio fica-lhes nas mãos, sem contacto com qualquer força viva do país, seja ela da sociedade civil ou militar.

e) romenização da monarquia, seguindo grosso modo o modelo que Estaline e Gheorgiu-Dej impuseram ao rei Miguel I e à Roménia dos anos de 1944-47. Foi a isso mesmo que ainda há menos de dois anos assistimos no Nepal.

Contando com o declínio da saúde de S. M. e o seu eventual desaparecimento - que acima de tudo hoje esperam e desejam -, teremos o já iniciado processo de diabolização dos sucessores à Coroa e a laboriosa preparação para um referendo que dite nas urnas - quase sem manifestação de posição contrária -, o resultado pretendido por Pequim. Este é antes de tudo, um processo de luta pela hegemonia regional.

 

No apelo ao Rei - que sabem ser difícil ou praticamente impossível de ver compactuar com a subversão -, poderão também estar a prever o silêncio do Palácio, avesso à luta partidária. Então, na habitual estratégia bolchevique, apontarão baterias contra a Instituição, declarando-a ... parcial!

 

Este é um esquema velho de praticamente um século e que tem sido adaptado às circunstâncias de cada um dos alvos pretendidos.

 

Nesta luta pela conquista do vasto espaço estratégico que controla a passagem entre o Índico e o Pacífico, a China tudo tem feito para atingir os mares quentes do sul. Bases "informais" na Birmânia, a conquista das alturas dos Himalaias que para sul do Nepal lhe oferecem uma excelente posição em direcção ao odiado rival indiano, a aproximação a Teerão e uma activa penetração em toda a África austral e oriental. A Tailândia é apenas um peão a abater e no caso de um por enquanto improvável sucesso, privarão os EUA de um aliado vital, interrompendo um dos elos da corrente amiga que liga os americanos ao Japão, Taiwan, Tailândia e Índia.

 

Os próximos dias aconselham a atenção dos poderes ocidentais.

publicado às 19:13

Solidários connosco, nuestros hermanos

por Cristina Ribeiro, em 19.04.10

propõem-se acompanhar-nos na queda.

Não sei como estavam os cofres deles, mas é sabido que os nossos estavam cheios de ouro. Havia que utilizar a herança que nos foi deixada, porque havia necessidades a satisfazer, evidentes, mas racionalmente e com parcimónia. Foi mesmo um fartar vilanagem e agora dizem-nos para ter paciência. Como acreditar nestes políticos que começaram a gastar à tripa forra nos últimos trinta e tal anos?

publicado às 16:52

...

por Manuel Pinto de Rezende, em 19.04.10

(...)and we must not forget that the history of Leftism is one of almost endless victories, the history of Rightism one of almost endless defeats. The Stuarts, the Carlist Pretenders, the Habsburgs, the Church in Northern Europe, Austria as against Prussia, the Sonderbund as against Swiss centralism, the White Armies in Russia, the Bourbons in France — they all lost, were beaten, defeated, and rendered powerless. They may be ultimately victorious— in the sense that Christ was after the crucifixion. Yet it is always the defeat, the "Lost Cause" which attracts the noble man who is a loving man and whose heart turns instinctively toward those who suffer and not toward those who triumph.
Rightist ideas on the other hand are only truly magnetic if they are absolutely pure; Leftist ideas, on account of their materialistic and heretic essence, never demand perfection. Mediocrity is the death of every Rightist movement, but it is the very air in which Leftism thrives.
A totalitarian leader who betrays practically every point of his party program hardly shakes the faith of his fanatical followers, but mediocre monarchs, Popes, and prelates have destroyed the old order.

publicado às 13:15

O Referendo não é a Solução

por Manuel Pinto de Rezende, em 19.04.10

 

imagem do Principe Rupert, que era claramente belo
imagem do Principe Rupert, que era um homem muito bonito

Após o comentário do Rui Monteiro ao meu último post, resolvi tecer algumas considerações sobre o tema da reinstauração da Monarquia em Portugal.

 

O método do referendo parece ser quase predominante entre os monárquicos, pelo que se vai vendo pela blogosfera.

A mim parece-me um meio pouco aconselhável.

 

Usar um meio democrático para legitimar uma Monarquia acarreta sérios riscos políticos.

A aprovação da Monarquia por referendo, a ser defendida por um partido esquerdista - já que, segundo Rui Monteiro, a maior parte da população votante é de esquerda, e nisso concordamos - traria à Casa Real a situação desconfortável de se encontrar refém de um partido de esquerda (o PS, imaginemos).

A dar-se a situação inversa, também não me parece que as funções do monarca seriam bem desempenhadas caso este dependesse dos votos de segurança do PSD ou do CDS.

 

A posição do Rei, na sua condição de legitimidade histórica e contrária/limitadora da popular (num cenário de uma Monarquia Constitucional, que me parece ser o único plausível nos tempos modernos) tem de se sustentar na irresponsabilidade dos seus actos (a questão da Responsabilidade do Rei é profunda e complicada, com os constitucionalistas tardios - como Luis Magalhães - a insistir neste ponto e alguns integracionistas - senão todos - a defenderem uma posição oposta) e num espaço de decisão livre da coação do sistema parlamentar.

 

Pergunta-se então ao leitor: Que remédio, ó leitor?

 

O remédio perfeito seria uma máquina do tempo até 1820. Se o Miguelismo tinha o seu Burke, faltou ao miguelismo um Principe Rupert.

 

Assim sendo, como deverá ser feita a instauração da Monarquia?

Primeiro, faça-se ponto acente que a transição repentina, através do Referendo, da República para a Monarquia trará certamente uma convulsão social tão grande como se de uma Revolução se tratasse.

 

Sabemos muito bem que os democratas são quase sempre os primeiros a renegar as decisões da democracia (e no dia em que tal acontecer, se acontecer, os esquerdistas monárquicos portugueses vão provar novamente o fel que a sua posição traz para a causa da Monarquia).

 

Assim sendo, não tem grande solução a Monarquia que não se impor usando as instituições do País.

Não nego a possibilidade do referendo. Mas num contexto de que traria reforçada legitimidade (e sim, aqui tenho a consciência de entrar num paradoxo) das forças políticas que pretendessem, no Parlamento, votar essa transição.

 

Acrescento que para tal acontecer, a causa da Monarquia fica entregue nas mãos dos monárquicos.

A mensagem da Monarquia tem de ser transmitida como uma de paz e soberania, de civilização e respeito pelas instituições tradicionais portuguesas, pela saudável representatividade popular e pela sua harmonia com a Justiça.

 

Isso começa pelo bom desempenho dos monárquicos na vida pública, e falo portanto numa responsável elite intelectual (não há aqui sonhos de uma exemplar camada proletária monárquica, a levantar-se em uníssono pela Casa de Bragança com uma bandeira azul e branca na mão direita- primeiro porque já não há muitos proletários, e porque provavelmente o fariam com uma bandeira vermelha na outra mão).

No meu dia a dia, em conversas com os meus colegas estudantes, mesmo os que já se consideram monárquicos, sinto a necessidade de discutir ideias monárquicas, e discuti-las como um monárquico e não com  sistema de crenças de um republicano.

 

Para tal há que, sem dúvida, questionar o sistema de valores republicano (ou melhor, democrático). Para tal há que questionar, desmantelar, o princípio da soberania popular, e compará-lo com outros tipos de legitimade. Há que estudar a história da monarquia  e dos principais autores monárquicos europeus (que são tão esquecidos pelos monárquicos, que preferem usar argumentos tirados de autores republicanos).

 

Por causa desse enorme trabalho a ser ainda feito que me tenho mantido fora da Causa Monárquica e das Reais Associações.

 

O funcionamento destas não me parece ágil o suficiente para ser inovador, nem interessante no mínimo para atrair atenções de uma camada jovem tão arreigadamente democrática/republicana.

 

Além do mais, muitas destas Reais Associações tornaram-se country clubs para alguns senhores e senhoras.

A aparente nuvem de euforia que algumas redes sociais têm vindo a levantar, como o Facebook - que está cheiinho de monárquicos - não passa disso - aparência.

 

Tenho vindo a preparar com alguns colegas um grupo de amigos, de quase familiares das lides académicas, com a ajuda de alguns que já trabalham, um pequeno grupo de discussão das ideias monárquicas que aceite a presença de republicanos.

Principalmente dos que, pertencendo à indefinida tribo do "republicanismo marimbista", tem vindo a sentir cada vez maior repugnância pelas estáticas Real Associações. Não espero êxito imediato com este projecto, mas espero pelo menos "injectar" um pouco de uma nova forma de pensar num grupo de pessoas novas.

 

Há um valor muito importante na informação que se pode dar e muito do contributo que os monárquicos podem dar à sociedade perde-se em tricas de casas fidalgas, das quais as RA's são herdeiras exemplares.

publicado às 02:15

Bangkok ao Domingo: Song Pracharon!

por Nuno Castelo-Branco, em 18.04.10

Impressionou-me o grande número de muçulmanos distribuídos pela multidão que não parava de crescer. A resposta para essa interrogação foi-me esclarecida por uma rapariga de véu: "hoje, nas orações da manhã, os nossos líderes espirituais apelaram à mobilização de todos os cidadãos muçulmanos para esta luta pela liberdade e pelo nosso Rei".

publicado às 19:32

Os esquerdistas e defensores de grande participação do Estado na economia estão silenciosos sobre a Grécia. Este país possui uma das economias mais socializadas da Europa, em que o Estado possui bancos, hospitais, igrejas, cassinos, loterias, hotéis, água, eletricidade, refinarias de petróleo, companhias de seguro, entre outras coisas; enfim, o Estado está presente em todos os setores da economia e sociedade, com o governo possuindo cerca de US$ 12 bilhões em ações da Bolsa de Atenas.

Inesperadamente, as previsões do governo, de um déficit de 6,7%, se transformaram em um déficit de 12,7% do PIB.

Também, pudera: segundo tabela da OCDE, os gastos do governo grego corresponderam a 51,3% do PIB em 2009; as receitas do governo, 38,7%. A dívida em relação ao PIB é de nada menos que 125% em 2010. Certamente, o que levou a essa grande crise foram os excessivos gastos do governo e excessivos impostos, que desestimulam a atividade empreendedora e acabam incentivando o desemprego e a imigração (por causa dos fartos benefícios do governo). Dessa forma, urge reduzir impostos, reduzir gastos assistenciais com vistas a incentivar o trabalho da população e iniciar um forte programa de privatizações. Parece que o governo está indo no caminho oposto, quando disse que iria lidar com a crise este ano através de um aumento de 10% nos impostos sobre o lucro das empresas.

 

 

Via Midia sem Máscara; Economia socializada: crise na Grécia, de Júlio Lins

publicado às 16:54

Tailândia: a voz de Ramos-Horta

por Nuno Castelo-Branco, em 17.04.10

Nesta tarde de Sábado, muitos milhares voltaram a gritar Som Pracharan!, nas ruas de Bangkok

 

Ramos-Horta é um homem corajoso. Durante décadas porfiou numa luta em que a esmagadora maioria dos portugueses acreditou. Nunca desistiu e sofreu humilhações à porta de poderosos ministérios de Negócios Estrangeiros, secretarias de Estado e instituições de renome mundial. Passou privações sem que lhe escutássemos um único queixume, enquanto os grandes deste mundo ostensivamente ignoravam a opressão que os timorenses penavam. Em Portugal teve os mais fortes e indefectíveis aliados, precisamente entre os sempre minimizados monárquicos que acabaram por ter a razão da Nação do seu lado. O resto, o lastro do Esquema ainda imperante, aderiu à grande causa no último momento. Até o sr. Sampaio considerava Timor-Leste como "uma ilha indonésia", enquanto outros desdenhavam daquilo que consideravam ser mais "um caso perdido". Várias vezes vimos o actual presidente de Timor-Leste na solitária companhia do Duque de Bragança e uma dessas ocasiões, foi precisamente na comemoração do aniversário de S.M. Rama IX, organizada pela Embaixada da Tailândia em Portugal.

 

Ponderado e avesso a extremismos, fez hoje valer a sua voz de Prémio Nobel da Paz. A propósito da situação que hoje a Tailândia enfrenta, José Ramos-Horta disse sem hesitar, as palavras certas que dele poderíamos esperar:

 

"Devem terminar as perturbações das funções governamentais e a ilegal ocupação de edifícios públicos e privados, incluindo os centros comerciais e o bloqueio de estradas (...)os red-shirts jamais obterão qualquer crédito se persistirem no uso da violência para pressionar o governo (...) devendo agir de uma forma civilizada". O presidente de Timor-Leste manifestou a sua profunda crença na sociedade civil tailandesa, nos seus intelectuais e empresários, assim como na liderança de Sua Majestade o Rei Bhumibhol Adulyadej.

 

Quando da libertação de Timor-Leste, o novo país contou com a pronta colaboração do Exército Real Tailandês que para Timor enviou um contingente de estabilização e garantia da segurança.

 

Ramos-Horta sabe bem o que verdadeiramente está em causa e que respeita ao reordenamento do equilíbrio de forças na Ásia. Resta-nos o consolo daquela voz que tão bem se exprime no nosso idioma e que resgatou a nossa honra após anos e anos de silêncio das autoridades portuguesas, perante a desastrosa "descolonização". Uma vez mais e para nosso orgulho, também fala por Portugal. Antes assim.

Hoje, o povo voltou a falar, sem receio de terroristas, bombas ou bastonadas

publicado às 21:21

Até as crises têm rosto

por P.F., em 17.04.10

Madrid, 17 abr (Lusa) - Portugal, Espanha e a Grécia continuam "no mesmo barco" e a ser potenciais alvos de especuladores financeiros, afirmou hoje o ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou, depois de participar na reunião dos responsáveis europeus das finanças, em Madrid.

 

Não nos esqueçamos que esse "barco" tem rostos, siglas, emblemas, nomes e, acima de tudo, políticas que são responsáveis pela situação de naufrágio económico dos países em questão. Se calhar as alternativas não são muito melhores, se calhar há responsabilidade dessas alternativas, se calhar o problema ultrapassa a política partidária. Contudo, não se pode dissociar o naufrágio do "barco" dos que estão ao leme do dito. Ou seja, os resultados do Socialismo estão aí.

publicado às 18:30

o IDP causa-me mixed feelings

por Manuel Pinto de Rezende, em 17.04.10

Há uns tempos atrás, através do simpático convite do Professor Mendo Henriques, inscrevi-me como membro no Instituto da Democracia Portuguesa.

Apesar de já muito ter mudado, na minha vida e na minha forma de entender a Monarquia, tenho-me mantido como tal devido às chatices da preguiça e por reconhecer algum mérito do dito Instituto na discussão da política portuguesa e na criação e estudo de uma Constituição tradicional, portuguesa e monárquica.

 

Muitas das figuras de proa desse Instituto parecem-me homens de elevada distinção e dignidade. No comunicado do IDP mais recente, que tratava das afirmações trágico-cómicas do Presidente da República Checa (existe, de facto, uma estirpe de homens que, apesar do seu génio e da sua coragem, nunca conseguem manter o bom.senso diplomático), o IDP toma, no início, uma posição que eu só posso apoiar a 100%

 

Como todo o país, tomou o Instituto da Democracia Portuguesa (IDP) conhecimento que, na visita do Presidente da República Portuguesa à República Checa, o presidente Vaklav Klaus, em declarações públicas, acrescentou o insulto ao nosso país à injúria de quem interfere nas questões internas de outro país(isto é bem verdade, principalmente quando notamos que Vaclav sempre se queixou de ingerências internas por parte da UE nos assuntos internos dos países da União).

 

Considera o IDP tais declarações uma afronta ao nosso País, contra todas as normas das relações internacionais e uma total falta de respeito ao nosso Presidente, convidado oficial. Mais estranha o IDP que nenhuma força política portuguesa tenha reagido até ao momento a tais declarações ofensivas à Nação.

 

Até aqui tudo bem. No entanto, de um momento para o outro, o IDP - tão notoriamente monárquico e pro-Bragança - torna-se no mais aguerrido defensor da dignidade da Presidência da República.

 

Recorda o IDP que nos habituámos a respeitar um Presidente da Checoslováquia, chamado Vaclav Havel, um dos primeiros signatários da “Carta 77” que agrupava pessoas unidas pela vontade de lutar pelo respeito dos direitos cívicos e humanos, no seu país e em todo o mundo, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Foi a "Carta 77" que criou a atitude que permitiu à então República Checo-eslovaca aderir à Europa.

 

O Presidente Vaclav Klaus não pertence a essa herança (irra, que mauzinhos). Foi entre 1971 e 1986 um funcionário do Banco Central  da República Popular Checoslovaca (malandro). Advogou, depois, posições ultra liberais em economia (quais? as que toda a gente, em todo o mundo menos aqui, advogou?), como ontem fez questão de lembrar, proclamando-se contra o keynesianismo (e onde está o mal nisto?) e defendendo um bizarro anti-europeísmo (ou anti-federalismo, que não é a mesma coisa) num país que não tem como não ser senão europeu.

 

É impressionante como o IDP gave it all away num único parágrafo.

Há que ficar de pé atrás com organizações monárquicas, que ostentam tal exageração democrática (tudo o que se faça hoje em dia, em prol de algum objectivo em prol do bem comum ou com vista a atrair alguma atenção política tem de ter alguma referência à Democracia), principalmente quando há tantos famosos esquerdistas nessa associação.

O IDP tem graves problemas com a livre-iniciativa, é simpatizante do keynesianismo e um defensor sem reservas do Tratado de Lisboa.

 

O IDP é o PS, mas coroado.

publicado às 17:19







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