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Diz o Corcunda. Refere-se a estes pensamentos de D. Pedro V, que, abusivamente transcrevo do saudoso blogue Santos da Casa:

( a única coisa que me poderá desculpar, será o facto de o seu autor os ter disponibilizado na caixa de comentários )

 

Actualidade do pensamento do Rei D. Pedro V

 

OLIGARQUIA


«De que valem as medidas, se os grandes figurões são os primeiros que as infringem? Não creiam que eu não vejo o luxo de certas pessoas; não creiam que eu pense que esses luxos caem das núvens; não creiam que eu pense que a maior parte dos objectos de que usam pagaram os direitos legais. Creiam pelo contrário que sei donde lhes vem o luxo; que sei que vivem de contrabando; por que só os pequenos e os pobres hão-de sofrer o rigor das leis, que nãoforam feitas pelos figurões. Esses estão muito acima das ideias de moralidade; são coisas que os abaixam, deitam-nas aos pequenos, que devem gemer enquanto eles riem.»

MORAL
«O espírito utilitário do nosso século abaixa o nível das ideias do homem, e produz a infeudação do espírito à matéria.»

 

POLÍTICA


«Cumpre que as medidas administrativas de que o país carece possam satisfazer a uma condição essencialíssima, a necessidade de moralizar os serviços públicos, de dar à autoridade a respeitabilidade que lhe falta e sem a qual os administrados vêem no governo o pior dos impostos, imposto que se traduz na perda de tempo, de trabalho, e dos bens de fortuna.»

 

REALEZA


«Sabemos que os reis são homens como os outros, que eles têm desejos, paixões e defeitos; que eles têm os meios naturais de satisfazer a esses desejos, de ceder ao império dessas paixões, e de seguir a via errónea dos seus defeitos; mas devemos também lembrar-nos que existe para eles uma lei moral muito mais severa do que para os outros, porque quanto mais elevada é a posição tanto maior é a influência do exemplo.»

 

OPINIÃO PÚBLICA


«O erro tem sido o tomar por opinião pública os gritos de alguns poucos, e por tendências da nossa época os seus desvarios.»

INSTRUÇÃO
«Um dos fins, e certamente um dos mais importantes, que se devem procurar obter numa organização da instrução pública, é fechar a porta aos imbecis e extirpar os parasitas que não só são pouco económicos mas para ssim dizer embrutecem o Estado.»
«O problema da instrução contém-se quase todo no cuidado da composição do professorado »

 

Há já alguns meses que publiquei um postal com reflexões de D. Pedro Vtendo o mesmo suscitado o interesse e mesmo entusiasmo de alguns leitores. No seu blogue, prometi ao estimado JM que voltaria a reproduzir mais reflexões do infortunado esposo de D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen. Penitencio-me desta demora perante o fiel leitor boavisteiro e monárquico, com a certeza de que o que se segue não deixará de espantar pela sua actualidade.
Retomando então a obra de Augusto Reis Machado, “O Pensamento do Rei D. Pedro V” (Livraria Avelar Machado, Lisboa, 1941), do capítulo “Pensamento Político e Social” leiamos então o que o jovem soberano tinha a dizer sobre

 

«GOVERNANTES E GOVERNADOS

 

Os olhos já vão rompendo a núvem de poeira que se tem levantado diante deles; e o povo algum dia declarar-se-á solenemente contra o escárnio que há 20 anos todos os governos em Portugal dele têm feito. E fatal e tremendo será esse desagravo. Ainda é tempo de remediá-lo, mas não há tempo a perder.
Infelizmente, na nossa terra, conserva-se demasiadamente a lembrança da desordem e dos maus costumes, porque há cinquenta anos que Portugal está sem Governo, verdade que parece um pouco dura, e talvez mesmo que um pouco exagerada, mas que nem por isso deixa de ser uma verdade. Há cinquenta anos que não há autoridade, e que as coisas conservam um resto de ordem que vem do movimento imprimido pelas tradições, que não se podem destruir, e que o acaso, graças a Deus, tem querido prolongar até que as circunstâncias permitam restabelecer as coisas nos seus eixos, e fazer funcionar regularmente o mecanismo constitucional, que por falta de engenheiros, está muitíssimo deteriorado... É preciso um engenheiro hábil, quer ele se chame Rei ou Presidente, Assembleia Nacional ou Governo, porque seja qual for a forma de Governo para ele durar é preciso que governe uma pessoa moral.
Se os governos quiserem hoje ser úteis à sociedade, se eles não quiserem adiantar a época do terrível cataclismo que espera um estado de coisas factício em que o dolo e imoralidade e o ludíbrio do povo ocupa uma parte tão considerável, eles terão que olhar mais pelo povo que padecia em silêncio sem se queixar porque já nem mesmo se sabe queixar.
Para Portugal o mesmo sono forçado dura ainda e as imoralidades dos homens públicos contribuem para o prolongar. Nada há mais fatal que o cepticismo do povo.»

 

 

Adenda - na caixa de comentários desse post, diz um comentador:

" Mas este rei, a par de D. João II, foi do melhor que Portugal teve" - palavras para quê?

publicado às 18:39

Pela noite dentro

por Cristina Ribeiro, em 29.06.10

publicado às 23:13

"Coincidente presciência política e cultural "

por Cristina Ribeiro, em 29.06.10

Este o título de um artigo de opinião escrito por Castro Guedes no Público do dia 21 deste mês.

 

" No dia da morte de José Samarago, BE e PCP recusaram o sim a um voto de pesar pela morte do poeta Couto Viana ", acrescenta.

 

Não leio todos os dias a edição impressa do jornal, mas tive acesso a um pequeno excerto, que me faz perguntar: quantos pesos, quantas medidas?

 

" Coincidência é no mesmo dia em que José Saramago fechava definitivamente os olhos em Lanzarote – em grande parte porque magoado com a imbecilidade de um subsecretário de Estado da Cultura, cujo nome só ficará ocasionalmente na História por tristes razões como as de Torquemada ou de Béria - no nosso parlamento (por mais diferentes que sejam as estaturas artísticas, mas que a maioria dos em causa menos sabe do que eu), o BE e o PCP recusavam o sim a um voto de pesar pela morte do poeta e escritor Couto Viana em nome de ele ter combatido ao lado dos falangistas (certamente esquecidos do enquadramento histórico em que do lado das brigadas internacionais não se disparou só sobre os fascistas espanhóis, mas também sobre os trokskistas da República, fazendo com o PS também recuasse e a proposta nem fosse apresentada! ".

... sabendo-se que por essa altura o poeta tinha...13 anos, porque nascido em 1923

publicado às 15:12

Os chineses exultam!

por Nuno Castelo-Branco, em 29.06.10

"Preguiçosos, incompetentes, parasitas, atrasados mentais obcecados pelo futebol e loucos a quem teremos de fornecer sacos de arroz". Eis a imagem que os chineses têm da "Europa". É a alegria, o cheirinho da vingança que não tardará. Embora tenham os seus problemas, estão cheios de razão.

publicado às 09:37

Ainda sobre a preparação académica de D. Afonso.

por Cristina Ribeiro, em 29.06.10

" Na senda de D.Pedro V, quando visitou Vitória e Alberto...; bom augúrio ", foi o que se me ofereceu  dizer quando o Nuno anunciou que o Príncipe da Beira iria prosseguir os seus estudos na Grã Bretanha, e foi logo o que me veio à mente, sabida que é a minha admiração pelo Esperançoso, pelo Muito Amado.

A propósito, permito-me recorrer a um excerto do livro de Filipa Lowndes Viicente « D.Pedro V na Europa do SéculoXIX ».

 

" O principal objectivo dos Grands Tours de D. Pedro V era adquirir um tipo de instrução que não seria possível obter ficando em casa. O estrangeiro surgia como o lugar para completar a educação previamente recebida ( ... ) Viajar significava verificar o mundo ( ... ) Se para muitos viajantes contemporâneos de D. Pedro as suas referências incluíam sobretudo escritores e poetas, no caso do príncipe os livros que leva na sua bagagem mental eram essencialmente análises contemporâneas nas áreas da história, política, economia e cultura.

Com a aquisição dos conhecimentos práticos e experimentais, o príncipe completava a sua educação com um propósito bem definido: ser usada em benefício da nação em que iria reinar ".

 

Assim se faz um Chefe de Estado.

publicado às 00:14

my humble contribution

por Manuel Pinto de Rezende, em 28.06.10

to a Prince's luggage

 

 

 

 

I must tell you that the liberty and freedom [of the people] consists in having of Government, those laws by which their life and their goods may be most their own. It is not for having a share in Government, Sir, that is nothing pertaining to them. A subject and a sovereign are clean different things. If I would have given way to an arbitrary way, for to have all laws changed according to the Power of the Sword, I needed not to have come here, and therefore I tell you…that I am the martyr of the people. - King Charles I

publicado às 02:05

Amor Líquido na era da Modernidade do Estado Educador Sexual

por Samuel de Paiva Pires, em 28.06.10

Eu que sou terminantemente contra a imposição da obrigatoriedade das aulas de educação sexual - mais uma vez se coarcta a liberdade de escolha dos pais - dei por mim a ler um autor que talvez não fizesse mal aos que de forma muito progressista vão conseguindo banalizar ainda mais aqueles que são alguns dos instintos e actos que de forma mais acentuada caracterizam o ser humano: Zygmunt Bauman, sociólogo que cunhou o conceito de modernidade líquida, considerando que na época em que vivemos tudo é efémero e a vida um amontoado de escolhas fragmentadas e diversos projectos que vamos encetando consoante as circunstâncias e contextos em permanente mudança acelerada. É também o autor de um interessante livro onde aplica o mesmo conceito às relações humanas. Para Bauman, os laços humanos padecem, na actualidade, de uma imensa fragilidade derivada de duas forças contraditórias que levam os indivíduos a criar laços, ao mesmo tempo que os pretendem manter flexíveis. Desta forma, considera que a modernidade líquida, e passo a citar a contracapa, "ameaça a capacidade de amar e os crescentes níveis de insegurança, tanto nas relações amorosas como nas familiares, e até no convívio social com estranhos".

 

 

Aqui fica uma breve passagem de Amor Líquido, editado pela Relógio D'Água, com o subtítulo Sobre a fragilidade dos laços humanos, (páginas 66 e 67) :

 

«Como que antecipando o padrão que iria prevalecer na nossa época, Erich Fromm tentou explicar a atracção do «sexo em si» (do sexo «pelo sexo», praticado separadamente das suas funções ortodoxas), referindo-se à sua qualidade como uma (enganosa) resposta ao desejo, demasiadamente humano, de «fusão total» por meio de uma «ilusão de união».

 

União - porque é exactamente o que homens e mulheres procuram ardentemente no seu desespero de escapar à solidão de que já sofrem ou que temem estar por vir. Ilusão - porque a união alcançada no breve instante do clímax orgástico «deixa os estranhos tão distantes um do outro como estavam antes», de tal modo que «sentem o seu estranhamento de maneira ainda mais acentuada». Neste papel, o orgasm sexual «assume uma função que o torna não muito diferente do alcoolismo e do vício em drogas». Tal como estes, ele é intenso - mas «transitório e periódico».

 

A união é ilusória e, no final, - a experiência tende a ser frustrante, diz Fromm, por ser separada do amor (ou seja, permitam-me explicar, do tipo de relacionamento fürsein: de um compromisso intencionalmente duradouro e indefinido para o bem-estar do parceiro). Na visão de Fromm, o sexo só pode ser um instrumento de fusão genuína - em vez de uma efémera, dúbia e, em última instância, autodestrutiva impressão de fusão - graças à sua conjunção com o amar. Qualquer que seja a capacidade geradora de fusão que o sexo possa ter, ela vem da sua «camaradagem com o amor».

 

Desde que Fromm escreveu sobre a questão, o isolamento do sexo em relação a outros domínios da vida tem avançado mais do que nunca.

 

Hoje o sexo é a própria síntese, talvez o silencioso/secreto arquétipo, daquele «relacionamento puro» (um paradoxo, com certeza: os relacionamentos humanos tendem a preencher, infestar a modificar todos os recessos e frestas, por mais remotos, do Lebenswelt, de modo que podem ser tudo menos «puros») que, como indica Anthony Giddens, se tornou o modelo alvo/ideal predominante da parceria humana. Agora espera-se que o sexo seja auto-sustentável e auto-suficiente, que se «mantenha sobre os próprios pés», para ser julgado unicamente pela satisfação que possa trazer por si mesmo (ainda que, em regra, ela seja interrompida bem antes da expectativa gerada pelos media). Não admira que também tenha crescido enormemente a sua capacidade de gerar frustração e de exacerbar a própria sensação de estrangulamento que se esperava que curasse. A vitória do sexo na grande guerra da independência tem sido, na melhor das circunstâncias, uma vitória de Pirro. Os remédios maravilhosos parecem produzir moléstias e sofrimentos não menos numerosos e comprovadamente mais agudos do que aqueles que prometiam curar.

publicado às 00:33

D. Afonso livre, na Inglaterra

por Nuno Castelo-Branco, em 27.06.10

 

Países há muito submetidos a um poder estranho e opressivo. Elites locais que já não o eram, mercê do controlo exercido pela força exógena que as afastava do exercício dos negócios públicos. Finalmente independentes, os povos viam chegar uma autoridade unificadora e livre de compromissos com clãs, grupos de interesses ou favoritismos por este ou aquele círculo de amigos.  Foi precisamente este aspecto essencial, o da "importação da monarquia", aquilo que o século XIX tornou norma nos novos reinos criados pelo progressivo desagregar do Império Otomano: à Grécia chegou um rei bávaro e a Roménia que nascia da união entre a Valáquia e a Moldávia, apelou a um Hohenzollern-Sigmaringen. Os búlgaros escolheriam um Saxe-Coburgo-Gotha para dar continuidade aos desaparecidos czares medievais, evitando possíveis conflitos internos e rivalidades locais, ao mesmo tempo que aproximava e acreditava o novo Estado junto das demais nações europeias. A Bélgica de 1830 já outro tanto tinha feito e instaurara uma próspera Monarquia Constitucional que desde cedo se tornou num foco de estabilidade das fronteiras na Europa Ocidental.

 

Homens preparados para o exercício do mais alto cargo do Estado, estes monarcas, rapidamente conseguiram nacionalizar as suas dinastias que de longe chegaram. Os Hohenzollern quebraram as peias impostas pelos vizires de Istambul, alargaram as fronteiras do reino, criaram universidades e institutos, obrigaram pela primeira vez em muitos séculos, ao primado da Lei Geral sobre o livre arbítrio dos potentados locais, ou do ocupante. A Bulgária que concomitava com a ainda poderosa Turquia, beneficiou da decidida acção do czar Fernando que além de adoptar o modelo germânico de organização militar - essencial para a a preservação da recentemente conquistada independência -, aproximou o país da há muito perdida ligação ao espaço eslavo, formando uma consciência nacional que ainda perdura.

 

Foram estes os reis que de fora chegaram e libertaram nações espoliadas, erguendo-as em Estados sem os quais a Europa não se reconhece nos mapas.

 

O Expresso de ontem, trazia uma notícia que pelo inusitado destaque, dará que pensar e certamente, será comentada - como hoje mesmo já tive a oportunidade de testemunhar - nos mais diversos círculos da sociedade civil e também, embora discreta e embaraçadamente, junto do poder. A verdade é que D. Afonso, Príncipe da Beira e futuro Duque de Bragança, de Portugal sairá para iniciar a sua formação académica. Mais importante ainda, o futuro rei durante largos anos será apartado de todo o tipo de grosserias, baixa intriga invejosa e dos habituais e bem conhecidos dislates a que a sempre medíocre mesquinhez imperante não o pouparia. Estará D. Afonso livre para estudar, conhecer uma sociedade onde se dá a total primazia ao sentido prático das coisas e à ciência. Livre da funesta francesice que no nosso país agrilhoa o espírito criativo dos estudantes sempre receosos de vindictas de discutíveis sapiências, que nas suas torres de marfim se empanturram de fátuas vaidades, o príncipe vai conviver com jovens que dentro de um quarto de século dirigirão países, grandes instituições políticas, financeiras e culturais. Poderá organizar o seu pensamento noutra língua, que já é universal e pedra basilar de quem se interessa pela pesquisa científica. Sem constrangimentos impostos pelos salamaleques dos inevitáveis e aborrecidos áulicos que esterilizam ambientes palatinos, poderá ser quem realmente é e quer ser. Também apartado do assédio moral de académicos preconceituosos  - e quantas vezes politicamente comprometidos - que industriam o corpo discente nos esquemas viciados do actual sistema, D. Afonso finalmente conhecerá a imparcialidade do julgamento dos seus professores e a solidez de currículos, onde os programas que visam antes de tudo controlar "situações", não têm qualquer benefício da complacência da academia.

 

Há alguns meses, deixei um comentário no Centenário da República, manifestando esta desejável possibilidade do Príncipe da Beira formar-se fora de Portugal e de preferência, numa instituição anglo-saxónica, britânica ou norte-americana. Basta de França!

 

Os Duques de Bragança decidiram-se pela Inglaterra e muito bem. A proximidade geográfica, os laços familiares com a casa reinante, a saudável normalidade e solidez da instituição monárquica, terão decerto pesado nesta decisão. Para mais, o pretenso igualitarismo que nos EUA se baseia única e exclusivamente na elite que o poder da conta bancária tudo decide, não seria de molde a propiciar a necessária garantia emocional que o descendente de uma das mais antigas dinastias europeias necessita. Todos conhecemos a profunda ignorância ou despeito que os norte-americanos votam à própria existência de qualquer monarquia, dando sempre preferência a qualquer meliante esbulhador de povos, ou torcionário alçado à categoria do pouco recomendável título de President que hoje em dia pouco mais é, senão uma marca de queijo. Portugal é a prova cabal desta nada arriscada afirmação.

 

A Europa foi campo fértil para o exercício de todas as manías, faltas de inteligência, exercício do livre arbítrio e porque não dizê-lo?, da profunda e enraizada estupidez de consecutivas administrações americanas. A lista é longa, iniciando-se logo com a escusada obrigatoriedade da deposição dos Kaisers de Berlim e de Viena. Vinte anos mais tarde, o patético Roosevelt traía Pedro II da Jugoslávia e desobrigava o violento, grosseiro e arrivista Tito, de qualquer padrão de conduta que garantisse os direitos dos diversos povos que compunham a Jugoslávia. Washington apoiou a ditadura dos coronéis gregos - contra Constantino II -, abandonou a Roménia e a Bulgária aos apetites bestiais de Estaline e da sua sangrenta corte de bandidos, enquanto na Ásia, acicatava este ou aquele militarão seu fantoche, a depor os monarcas do sudeste asiático. Sabemos e deploramos a traição do semi-iletrado Carter ao Xá Mohamed Reza Pahlevi, um estadista de incomparável valor, muito acima de qualquer residente da Casa Branca que já tenhamos conhecido. Na Itália, a administração norte-americana, profundamente comprometida com a máfia que com o US Army desembarcou em 1943, patrocinou a organização de um "referendo" que jamais o foi, dada a colossal fraude de que se revestiu e que consagrou a outorga do poder a um bando criminoso que naquele país ainda é uma imagem tão de marca como qualquer Armani, Trussardi, Dolce & Gabbana ou Versace, agora na sua versão trottoir, de nome Donatela.

 

Com o descalabro que Portugal hoje vive, o descrédito da instituição republicana é palpável e em termos constitucionais, adivinha-se uma inevitável ruptura. É sabido que o actual presidente jamais esteve à altura da chefia do Estado - toda a sua vida pós-1979, consiste  num exaustivo rol de iniciativas tendentes a um mero e desinteressante projecto de promoção pessoal -, tal como os seus opositores muito longe estão de preencher os essenciais requisitos de mínima credibilidade.

 

Que D. Afonso parta no fim do verão e regresse dentro de uma década. A pátria agradecerá.

 

São estas, duas boas notícias. A da esperada queda de um estado de coisas que ameaça a existência do país e a previsível chegada de uma alternativa, verdadeiramente portuguesa e livre das viciadas e bem conhecidas influências.

publicado às 20:18

Os dois Grandes vistos por Ramalho Ortigão,

por Cristina Ribeiro, em 26.06.10

é um post aqui escrito há cerca de um ano. Hoje os mesmos dois grandes escritores são esmiuçados pela lente de um grande do nosso tempo; João Bigotte Chorão propõe-nos a incursão pela faceta ficcionista de cada um deles:

De  um diz o escritor da Guarda « A impassibilidade do narrador é atitude alheia a Camilo - Camilo que nunca é escritor objectivo, mas sempre parte interessada. E de tal modo pleteia, que o leitor acaba por se render a essa eloquência e por tomar também partido. Há nele um pendor moralista que não lhe permite a indiferença quanto ao destino das suas criaturas, menos filhas da sua imaginação que do seu sangue ( ... ). Oprimido pelo fardo do sofrimento humano, Camilo nada mais vê nem nada mais sente, pouco lhe importando o jogo subtil de processos literários ( ... ) A novela Camiliana não se recomenda tanto pela subtileza dos processos como pelo engenho e arte do autor. ( ... ) Se a mesma vida de Camilo ultrapassa a ficção, porque é que as suas personagens não hão-de aparecer, elas próprias, singularmente romanescas? Feliz sobretudo na pintura de retratos femininos - ele são as Ricardinas, as Josefas, as Martas, as Marianas, toda uma espantosa galeria de mulheres votadas à desgraça, como se a fúria do destino se exercesse de preferência nos seres mais amoráveis e delicados -, nenhuma personagem, porém, é tão complexa e sedutora como a do próprio autor  », enquanto, diferentemente, de Eça resume « Não são de ordem estilística as restrições que lhe possam ser feitas ( ... ) Onde Eça me parece passível de mais reservas é como ficcionista. Ele não é o grande romancista que os seus devotos proclamam. D'O Crime do Padre Amaro, até A Cidade e as Serras, quantos romances abortados, quantas personagens à procura de autor, quantas criaturas sem alma!

- Mas Os Maias?  perguntarão. Sim, Os Maias é um notável e vasto fresco de toda uma sociedade, mas, ainda como pintura de costumes, como descrição de tipos e paisagens, vale o livro de Eça. Mais do que um subtil dissecador de almas, Eça foi um admirável crítico de costumes. Ora, como ele diz nas Prosas Bárbaras, em carta a Carlos Mayer, « na arte só têm,  importância os que criam almas, e não os que reproduzem costumes »    »

 

Também na Literatura « Tomamos Partido », e torna-se notório o partido tomado pelo escritor beirão. O mesmo em que me filio. Pelo menos no que ao romance, em geral, respeita. Sem embargo de reconhecer a grandeza do polemista, do cáustico observador da sociedade do seu tempo, de que deixou inestimável testemunho escrito

publicado às 21:07

Para o Nuno Castelo Branco,

por Cristina Ribeiro, em 25.06.10

 

 

 Estação Central de Moçambique, sétima mais bela do mundo

 

agora que me parece estar melhor de saúde -ou, então, como explicaria este texto com que nos brindou há pouco?

publicado às 23:02

" Palavras leva-as o vento ";

por Cristina Ribeiro, em 25.06.10

um ditado popular com muita verdade ( como concluímos numa caixa de comentários abaixo ), e então quando se trata de palavras proferidas por politi( queiros ), podemos ter a certeza que aí vem mentira.

 

Por isso quando o Primeiro pretende que  "A tarefa de um político é dar uma palavra de confiança ", nós, que pensamos que até devia ser assim, torcemos o nariz, porque de verdadeiros políticos, daqueles que não mentem, estamos falados.

publicado às 19:55

pequena violação de direitos de autor

por Manuel Pinto de Rezende, em 25.06.10

Cara Helena, muito bom post.

Não são vectores inconciliáveis e disso se apercebeu o governo de D. João VI, quando criou a o Reino Unido com o Brasil, sonho efemeramente desfeito – juntamente com outro, o da transformação de Macau num porto livre, à semelhança daquilo que décadas mais tarde seria Hong Kong – desfeito e que hoje é invocado por académicos – e alguns empresários – brasileiros, neste renascer da esperança além-Atlântico. Aproveitemos o vigor do “Estado sucessor”. As velhas potências marítimas – Portugal e a Inglaterra – possuem um inestimável património histórico distribuído por todos os continentes, precisamente aqueles de que os europeus tanto necessitam para voltarem a crescer. Em Portugal, a miragem da Europa – com o fracassado governo do sr. Cavaco Silva à cabeça -, baseou-se numa certa modernização de fachada, com as famosas autoestradas em quantidade inimaginável num país racional, na destruição do aparelho produtivo e na rápida desertificação do interior, fuga para o estrangeiro – que já atinge quase a safra dos anos sessenta do “antigo regime” -, depredação imobiliária dos espaços urbanos, etc. Pior não podia ter sido. Fundos para destruir antigas empresas, falsificação na “modernização empresarial”, liquidação fatal do ensino, progressiva clientelização partidária de todo o Estado e do próprio sector pretensamente privado, a “cogumelização” de yuppies de jeep e de “empresários” de finanças alheias, eis o esquema que agora tem os dias contados. Agora, Cavaco insiste na produção de “bens de valor acrescentado”, ou seja, fala da exportação e de coisas tão passadistas como comida, agasalho e outras trivialidades que arrogantemente desprezou. O país não produz uma fracção daquilo que come, encontra-se escravizado ao crédito que foi fácil e agora, discute-se abertamente a intervenção de forças europeias para “casos de necessidade”. Sabemos o que isso quer dizer.
Sendo um falso “retornado” – nascido em Moçambique e de 5ª geração, nunca fui “retornado” a coisa alguma -, assumo claramente o desejo de um rápido regresso à diversidade, precisamente onde se combate pela sobrevivência e que é fruto do apetite de chineses, indianos e americanos. Temos alguma capacidade para tal e o retorno é viável. Não é necessário abandonar a Europa, valha ela o que valer. Os tempos que se avizinham não parecem nada prometedores e o caminho que está a ser indicado, é simplesmente, o da submissão. É que não chegámos ao “fim da história” e existem alternativas. Como há uns anos me dizia Medeiros Ferreira, a adesão “à Europa foi antes de tudo, uma questão de política”. Não quis acreditar, pois naquela altura, a CEE era sobretudo, um projecto económico e aquela frase resumiu um projecto “de classe”, neste caso, política.

Criaram a ilusão do crescimento ininterrupto no novo império, chegando-se ao delírio de uma hipotética fronteira com o Irão e a Síria, como se o constante alargamento resolvesse os problemas comezinhos da nossa produção interna. Resta saber até que ponto a dita “Europa” interessa aos alemães e ao futuro eixo Berlim-Moscovo?

Vivemos no paradoxo de a globalização nos parecer impor mais uma eficaz CEE, do que a UE tal como ela existe. Temos um grande aparelho produtor de bens de consumo caros – a Alemanha – que vive do seu mercado interno europeu, numa confusa interdependência de créditos e juros impossíveis de pagar. Precisamos de mais economia e de menos habilidades financeiras que tanto agradam aos meninos espertos da “4ª república” de Cavaco Silva e já agora, de todo o regime da fracassada 3ª república.

 

Nuno Castelo-Branco, o de cá, no Blasfémias (negritos meus)

publicado às 16:06

V Centenário Portugal-Tailândia

por Nuno Castelo-Branco, em 25.06.10

 

Na foto, da esq. para a dir.: a professora da escola católica, o presidente do Parlamento, os Embaixadores de Portugal, a deputada responsável pela Comissão dos Negócios Estrangeiros e a diplomata que sobraça o dossier do Centenário. Na primeira fila, as crianças luso-descendentes.

 

O serviço diplomático obedece a enraizados preceitos que por vezes se tornam contraproducentes. Estando Portugal exemplarmente representado na Tailândia, chega a notícia da próxima substituição do Embaixador Faria e Maya que tem meritoriamente representado o nosso país naquele antigo aliado de Portugal.

 

A constante presença e acarinhar da próspera comunidade luso-descendente, tem sido uma das atribuições da Embaixatriz Maria da Piedade Faria e Maya e aproximando-se as Comemorações do Quinto Centenário da chegada dos portugueses ao Sião, o MNE bem podia ter revisto a rotação prevista para o próximo outono.  Substituir um Embaixador que tem permanentemente desenvolvido reuniões e contactos com entidades oficiais e privadas que garantem o sucesso institucional da efeméride, não parece ser uma questão inadiável.

publicado às 14:50

diz o Pedro. Certo. O que se escreve por aqui, não pode sequer ter pretensões de mudar a politiquice que por cá se faz, por mais que se lute contra a mentira ( e, neste particular, por maioria de razão, nem mesmo quando uma comissão de inquérito parlamentar chega a essa conclusão - Pacheco Pereira está aí para o atestar ) e se denuncie a corrupção gritante, entre outras " trapalhadas "; mas ainda funciona como despertador de consciências individuais para quem se propuser ler as linhas e entrelinhas, ajudando a cimentar ou a desfazer ideias que estavam entranhadas à espera de novos ventos que as consolidem, ou antes pelo contrário.

publicado às 00:54

A tiro de canhão!

por Nuno Castelo-Branco, em 24.06.10

 


Uma sugestiva imagem em granítica e bem conhecida calçada

 

Oportunamente distraídos pela plena e ininterrupta campanha eleitoral em que há muito se empenha Belém e pelos futebóis que se tornaram no principal esteio do cambaleante Esquema, os portugueses não podem imaginar o que os seus lídimos dirigentes preparam. Nem sequer já mencionando o nada estranho conluio que representa a "força de intervenção europeia" que ditará Golpes de Praga em ocasiões azadas pelo directório bruxelense, eis que surge uma clara e incontornável programação para o enfrentar de qualquer eventualidade.

 

Muito pela rama, um canal noticioso passou rapidamente uma peça, cujo tema versava a segurança interna do Estado. A má nova despercebidamente se desvanecerá nos sinais rádio enviados para o insondável abismo cósmico. No entanto, consiste num preocupante motivo de rápida reflexão por parte dos potenciais e evidentes alvos da securitária intenção: nós, o vulgo.

 

Apercebendo-se do crescendo da situação explosiva que se avizinha a passos de gigante, vão tomando as devidas precauções. Bons alunos  dos centenários princípios em fraudulenta comemoração, esta gente decidiu-se a voltar as baionetas das Forças Armadas, apontando-as ao peito de um inimigo infinitamente mais perigoso do que qualquer ínfimo grupelho medievalesco e turbantado com toalhas de pizzeria.

 

A conferência de segurança que hoje se realizou, propõe - com plena e natural aquiescência do sr. ministro da tutela -, a adjudicação das Forças Armadas aos serviços de preservação da segurança do Estado, a par da missão das polícias. Sabemos o que isso significa. Num país que ainda há noventa anos tinha uma GNR - a força pretoriana do regime costista - armada com metralhadoras pesadas e com canhões de tiro rápido de 75mm, o recurso à decisiva força do Exército, é por demais atraente para ser desprezado. Alega-se naturalmente, com a muito curial ameaça de potencial terrorismo, termo de contornos mais vastos e difusos do que o insondável Deserto de Gobi.  Esta palavra para tudo servirá. Esperem e verão.

 

O estratagema poderá sair-lhes de forma imprevista. É que bastas vezes na nossa história, os canhões também dispararam... pela culatra!

 

* Não valerá o esforço a procura de informação acerca da escondida reunião. Até a esta hora, nada transpirou para a imprensa de referência. Percebe-se porquê.

publicado às 20:38

Voltar à capa

por Manuel Pinto de Rezende, em 24.06.10

Compreendo este post de João Távora.

Os blogues colectivos têm um diálogo interno que não é revelado aos leitores, que acabam por apenas ver o produto final, as postas.

Talvez Carlos Santos tenha sido avisado mais que uma vez, talvez não. Talvez alguém naquele blogue se tenha sentido tão ofendido com o que foi revelado que tenha considerado inaceitável manter aquele registo, e impusesse aos restantes um ultimatum em nome da camaradagem blogueira.

Enfim, pode ter sido uma destas, ou nenhuma.

No entanto, fico desapontado com o desaparecimento temporário de Carlos Santos da blogosfera. Sendo que eu estou na base da "cadeia alimentar académica" e ele está muito pertinho do topo, e ainda por cima somos da mesma cidade (apesar de eu ser um estudante da UP e ele um Professor da UCP) desde os tempos do seu blogue pessoal - ganhei tal asco pelo Simplex que nunca li quase nada dele lá escrito - que venho comentando, ou até linkando no meu blogue pessoal (que mantenho com um amigo) aquilo que discordava e, mais tarde por aqui, aquilo que achei interessante.

Um professor ter mudado de ideias ou ter-se arrependido do que fez numa campanha política não me parece, equanto estudante, um mau exemplo.

 

Daqui passo aos conteúdos da sua escrita. Disse um dos comentadores que o estilo de Carlos Santos é próprio do Portugal Contemporâneo. Eu, que tive o Professor Pedro Arroja numa conferência preparada por mim e um grupo de colegas na Faculdade de Direito da UP, até concordo.

 

O estilo blogueiro português típico não é o de Carlos Santos. Talvez devido à influência anglo-saxónica, Carlos Santos e a malta do PC escrevem como o Guido Fawkes, ou o Devils Kitchen: they kick ass and they take names.

 

Lots of names. E documentos também. E emails. E os ingleses publicam nos blogues fotos dos seus inimigos e chamam-lhes cunts.

Não é bonito, claro, é para meninos e meninas que querem entrar nisto à séria. This is the shit, no coming back.

O estilo do cronista português, que passou para a blogosfera, sente-se muitas vezes perturbado por estas coisas.

Sinceramente, penso que a blogosfera e o Corta-Fitas perderam diversidade e interesse. Não se tem de aturar os insultos e o comportamento de ninguém, pensam uns.

Como o Simplex e o Jamais foram projectos tão grandes, (e é ver as hermafroditas que escreviam no Jamais e no Simplex a pulularem por aí, tanto nos empregos do Estado como na blogosfera, cheios de filosofia e coolness) a bloga mudou.

Estamos a chegar a uma nova fase. Agora tá na hora de aparecerem nomes e levar o combate para outro nível. Não me parece que Carlos Santos esteja assim tão errado no que faz.

publicado às 15:17

Por que não criar uma ordem dos politólogos?

por Samuel de Paiva Pires, em 24.06.10

Estão tão na moda a designação, demonstrando que a Ciência Política está em franco crescimento no país, que me ocorreu que, às tantas, e já existindo a Associação Portuguesa de Ciência Política, talvez não fosse mal pensado criar uma Ordem dos Politólogos.

publicado às 01:37

Prémios Situacionismo

por Manuel Pinto de Rezende, em 22.06.10

A constituição deve ser modificada no sentido de aperfeiçoar a República e não de a liquidar. O país - e a República - tem mais para fazer do que indagar os mistérios da "identidade nacional".

 

publicado às 11:18

Give me a break.

por Cristina Ribeiro, em 21.06.10

No lo podia creer!

O douto Vicente Jorge Silva, na SICnotícias,  a perorar contra a ousadia de terem escolhido para presidente duma comissão que se propõe estudar uma proposta de Revisão Constitucional, imaginem só -um monárquico. Quase um extra-terrestre. O céu ainda lhe cai em cima. Uma aberração, nas sua indiscutível clarividência.

Caso para perguntar " es esto la democracia, para usted? ".

publicado às 22:11

A respeito do pagamento de portagens nas SCUT

por Samuel de Paiva Pires, em 21.06.10

publicado às 13:17

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