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O timing de Papandreou entre o anunciar o referendo e substituir as chefias militares parece indicar que provavelmente evitou um golpe de estado iminente - a consumar-se, seria algo bem pior para a UE do que um default do estado grego. Em tempos de crise e de necessidade, não deixa de ser positivo assistir ao regresso da alta política ao palco europeu, com um travo de ironia ao pensarmos que é o PM de um estado à beira da bancarrota, e cuja reputação internacional anda pelas ruas da amargura, a mostrar aos outros o que é liderar a sério.
Não se trata de uma imagem turística de evzones de collants brancos, saiotes ao estilo de tutu de ballet e chancas com grandes pom-pons. De uma assentada, o Estado-Maior do Exército grego foi substituído. Apesar de imediatamente terem sido tranquilizados os ímpetos de má-língua da imprensa internacional, fica no ar aquele bem conhecido cheiro a pólvora. Veremos, até porque desta vez não podem atirar com as culpas para cima da Monarquia, cujos titulares têm avisado acerca dos dislates do "regime da vigarice imperante".
Entretanto, aqui está a causa de algumas rivalidades franco-germânicas.
O blog Estado Sentido foi ao mercado e logrou contratar um craque. Trata-se de um reforço de peso para a equipa deste blog a entrada de Júlio Reis Silva. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pós-graduado em Reabilitação Urbana e Requalificação Ambiental, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, está em vias de concluir o seu doutoramento em Direito Público na Faculdade de Direito da Universidade da Extremadura, Espanha.
Enquanto actividade profissional, e entre outros cargos, foi Adjunto do Gabinete da Ministra para a Igualdade; Chefe de Divisão do Gabinete de Apoio Jurídico da Secretaria-Geral do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território; Director de Serviços de Administração do mesmo Ministério, Adjunto do Gabinete do Ministro da Administração Interna e Vice-Presidente do Instituto do Consumidor.
Actualmente é Secretário-Geral Adjunto do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.
Sportinguista ferrenho, amante da pesca e das motos, damos as boas-vindas a este nosso amigo que, como muitos cá da casa, também é adepto da cor "azul".
No xadrez, designa-se por gambito, no âmbito de uma abertura do jogo, a "oferta" de material que, sendo aceite pelo adversário, possibilita, mais à frente no jogo, assim se saiba o que se está a fazer, a eventual recuperação do material "oferecido" em vantagem posicional que poderá ser decisiva para ganhar o jogo. É arriscada a aposta. Se as coisas não correrem bem o resultado poderá ser catastrófico.
Um dia, quando a história da ascensão e queda do euro for escrita, Papandreou vai figurar como o PM grego que fez o país e a Europa provarem aquilo que nasceu na Grécia e que dá pelo nome de democracia. Entre uma clique de eurocratas para quem a democracia significa muito pouco quando contraria os seus intentos e a oposição interna no seu próprio partido, no parlamento e na rua, devolveu o poder aos gregos antes de os fazer engolir o veneno que advirá de qualquer um dos resultados do referendo (ou mais austeridade ou saída do Euro e mais miséria). Haja alguém que tenha "tomates" nesta Europa de amedrontados que passa a vida em cimeirazinhas provisoriamente definitivas, e que leve à letra Lord Acton: «The true democratic principle, that none shall have power over the people, is taken to mean that none shall be able to restrain or elude its power. The true democratic principle, that the people shall not be made to do what it does not like, is taken to mean that it shall never be required to tolerate what it does not like. The true democratic principle, that every man's free will shall be as unfettered as possible, is taken to mean that the free will of the collective people shall be fettered in nothing.»
Leitura complementar: O que o povo quiser (Ricardo Arroja); O referendo e a rua grega (Carlos Guimarães Pinto); Independent Strategy On "Greece The Ungovernable" - "Go short the euro and PIIGS debt — and hold on to your seats!" (Zero Hedge); Europe's fear of the Greek referendum (Gideon Rachman); Revenge of the Sovereign Nation (Ambrose Evans-Pritchard); Greece announces a euro referendum – hark what discord follows (Daniel Hannan).
Paulo Morais, Ditos e Mitos:
«O primeiro mito é o de que os portugueses vivem acima das suas possibilidades, fazem férias caras e compram bens que não deviam. Um logro. Quando adquirem bens ou serviços, os cidadãos fazem-no ou com o seu dinheiro ou a crédito. No primeiro caso, estão no seu direito. Na segunda hipótese, a responsabilidade será sempre do cliente; ou, se resulta de má avaliação ou ganância por parte da banca, é por esta que deve ser assumido o prejuízo. Muito pelo contrário, quem vive muito acima das suas possibilidades é o Estado, a classe política, os gestores públicos e todos os que comem da manjedoura que é o orçamento do estado. O português comum, esse, infelizmente, tem vivido muito abaixo do nível médio do europeu.»
A propósito de uns telefonemas a partir da antiga Lutécia, anda um chinfrim pelas tabelas de comentários de indignados leitores corporativos "prós e contras". O novo argumento do "se", consiste no ardiloso PECIV que ..."por ter sido chumbado, condenou Portugal a esta situação". O que os defensores daquela espécie de reverendo Jim Jones que foi primeiro-ministro não explicam, é a razão pela qual foram necessários os PECI, PECII, PECIII e o actual PECIV reforçado.
Tudo isto não deve passar de mais uma folie bergère da conhecida rive gauche. Neste último caso, com pulsões suicidas. Pelos vistos e dado período em que se comemoram os 500 anos de relações luso-tailandesas, parece que descobrimos alguém que de fora nos faz lembrar o Sr. Thaksin. Vamos é a ver se o Sr. Seguro quer fazer de Yingluck Shinawatra, a "irmãzinha obediente".