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Sem pedirem a maioria absoluta

por Samuel de Paiva Pires, em 30.09.15

Com jeitinho, Passos e Portas ainda são capazes de a conseguir.

publicado às 18:50

VW

por João Almeida Amaral, em 30.09.15

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Para além da irritante forma como dizem erradamente o nome da marca VW , "Volksvagen" em vez de "Folksvagen" (em alemão V lê-se F) estou estupefacto. O ódio  a Alemanha e aos produtos alemães pode provocar o colapso de um gigante e a consequente massa de trabalhadores , falamos de centenas de milhares, a ir directamente para o desemprego sem passar pela casa da saída.

Jornalismo e politiquice de terceira categoria.  Que estúpidos. 

publicado às 17:44

Outra conclusão

por Samuel de Paiva Pires, em 30.09.15

A que também cheguei no decurso da investigação que tenho vindo a conduzir, é a de que muitas das discordâncias ideológicas com amigos e conhecidos resultam de andar algures entre o liberalismo clássico, não libertário nem igualitário, e o conservadorismo secular, ancorando o meu pensamento no tradicionalismo, acreditando que o indivíduo é um artefacto social cuja identidade e liberdade decorrem da participação nas tradições da comunidade em que é socializado e sendo agnóstico no que concerne a crenças religiosas. Sou, portanto, uma espécie exótica entre tantos libertários fundamentalistas do mercado livre, socialistas, comunistas, sociais-democratas e conservadores religiosos.

publicado às 17:08

Dos balidos em continuum

por Fernando Melro dos Santos, em 30.09.15

 

publicado às 15:56

Como é fácil ser de esquerda ou libertário

por Samuel de Paiva Pires, em 30.09.15

Uma das conclusões não oficiais a que cheguei no decurso da investigação no âmbito da minha tese de doutoramento, em que tenho estudado o liberalismo, o conservadorismo e o comunitarismo e as suas interpretações da relação entre razão, tradição e mudança, é a de que, no que concerne aos valores basilares que fundamentam as opções ideológicas, é muito mais fácil ser de esquerda ou libertário do que de direita, isto é, liberal clássico ou conservador. À direita, vemo-nos na contigência de defender os preconceitos, as tradições, as convenções sociais, as mudanças gradualistas e em que o ónus de provar a necessidade de inovação recai sobre o inovador, a evolução social como decorrente da interacção livre de várias mentes numa matriz de crenças e valores, a necessidade de compromissos em política. À esquerda e para o libertarianismo, basta rejeitar tudo isto, acreditar que a realidade humana é uma construção social passível de ser alterada de acordo com desígnios de um qualquer racionalismo - o que Oakeshott chama de "política do livro" - e, no fundo, ter um preconceito contra todos ou quase todos os preconceitos e deixar a evolução social ao critério exclusivo do Estado, para o esquerdista, ou do mercado, para o libertário. Não por acaso, para o esquerdista, o Estado é o principal instrumento a utilizar e o mercado é o principal inimigo a abater, enquanto para o libertário é precisamente o contrário. Um pensador conservador pensa a partir do real, das circunstâncias práticas, sem deixar de criticar a sociedade em que vive, encontrando no Estado e no mercado diferentes esferas da vida humana, ambas necessárias a uma sociedade livre e próspera; um pensador esquerdista ou um libertário pensam a partir de um qualquer ideal e clamam contra tudo o que não se conforma a esse ideal. O racionalismo dogmático ou construtivista do esquerdista ou do libertário que defendem um valor acima de todos os outros em qualquer tempo e lugar, independentemente das circunstâncias práticas, consubstancia a política dos mentalmente preguiçosos.

publicado às 10:28

A ditadura da relatividade eleitoral

por John Wolf, em 29.09.15

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Ponham de lado as sondagens. Esqueçam os estatísticos da praça. Façam-se de surdos e não escutem o ruído dos comentadores de sempre. Olvidem a ideologia que vos doutrinou sem que dessem por isso. Distraiam-se dos partidos e concentrem-se no essencial. O que aconteceu a Portugal nos últimos 4 anos poderia ter acontecido a qualquer governo. Se estivesse lá um outro grémio de poder, de outra cor política, o resultado seria o mesmo. Em 2011 Portugal rebentou pelas costuras e a responsabilidade desse facto recai sobre todos os portugueses sem excepção. Desde o 25 de Abril que os cidadãos deste país tiveram oportunidades e mais oportunidades para experimentalismos doutrinários na escolha dos seus magnos representantes. Puderam colocar estes ou aqueles no poder, puderam cultivar a sua discórdia, puderam fazer parte da construção política do país. Em ambiente de escolha livre e democrática, puderam colocar quem bem entenderam nas diferentes cadeiras do poder. Portugal e o seu parlamento espelham essa diversidade de posições. Em suma, sempre houve sabores para todos os gostos. Mas essa oferta variada não se traduziu necessariamente na ideia de prossecução do bem colectivo. Houve quem se apropriasse da titularidade do cargo para avançar interesses parcelares. Quando no dia 4 de Outubro os portugueses forem chamados à liça, mais uma vez poderão exercer o magistério desse direito inalienável. Se não votarem, perdem, na minha opinião, a chance de contribuir para o desenvolvimento nacional. Se faltarem a esse chamamento deixam de poder vaticinar sobre o que poderia ter sido ou o que deveria ter sido. E este apelo à missão cívica também diz respeito aos visados no processo electivo, mas de um modo particular e no que diz respeito a princípios de exequibilidade governativa. Temo  que uma derrota socialista se traduza noutro prolongamento de rancores e bloqueios, atrasos e intransigências. O aviso foi feito por António Costa no que diz respeito ao Orçamento de Estado e deve ser levado à letra como se fosse uma séria ameaça. Se eu fosse integralmente prático, e concebesse um cenário de mal menor, a solução de maioria absoluta seria a exclusiva, a melhor. Se por hipótese o Partido Socialista assumisse essa vitória esmagadora, mais rapidamente as fragilidades da sua utopia governativa conheceriam a luz do dia e morderiam a própria cauda. Ou seja, um governo socialista extinguia-se no auge da contradição e  da quebra de promessas eleitorais. Por outro lado, se a coligação se afirmar novamente enquanto governo de maioria, poderá mais rapidamente fechar um ciclo de medidas penosas que foi obrigado a implementar para salvar um país à beira da catástrofe. Em suma, o resultado que melhor serve Portugal deve ser inequívoco. Um desfecho que não seria peixe nem carne. Votem bem que eu fico a ver. E esperemos que Portugal não fique refém da ditadura da relatividade eleitoral.

publicado às 15:37

Dos representantes da cultura

por Samuel de Paiva Pires, em 29.09.15

Sobre os alegados representantes da cultura - especialmente aqueles para quem a cultura "é o apoio do Estado" - que apoiam António Costa, relembro um post do Maradona:

"Todo o merdas que em Portugal culturaliza para viver só é habitado por motivos estratósféricos, quase assistencialistas para com Portugal e os portugueses (...)

As pessoas da cultura parecem estar isentas do imposto social que é o pudor, o decoro e a vergonha; mas se o não têm, ou se por elitismo (em cujo valor e importância, adiante-se, acredito, e defendo) não acham possível ser hipócrita ao ponto de os simular e exteriorizar, porque é que, ao menos, não estão calados, caralhos ma'fodam? Porque é que não deixam ser quem ambiciona poder consumir cultura em Portugal a mover-se para extrair do Estado os recursos que alimentem o que consideram essencial para si? Que sejam discretos, ao menos, é impossível? Que se defendam, inclusivamente, que nos defendam, mas sem nos esfregar nas trombas a auto-importância que se atribuem. Será pedir muito?"

publicado às 11:30

É hora da cidadania!

por Pedro Quartin Graça, em 28.09.15

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Foram 40 anos de voto rotativo PS - PSD - CDS.  Foi demasiado tempo. Foi toda uma vida. 4 décadas de esperança, de promessas, de sofrimento, quarenta anos em que se elegeram sempre os mesmos. Fundamentalmente por culpa de quem os elegeu, como é evidente. Agora, 40 anos depois, é altura de mudar. É hora de terminar com a rotação e de dar lugar a outros, que não são necessariamente piores (muito pelo contrário) mas que apenas não tiveram, nem lhe são ainda dadas, as mesmas oportunidades. 

40 anos depois, contra as sondagens, contra os fazedores de opinião, contra os lobbies, o próximo dia 4 de Outubro marcará, estou certo, o ponto de viragem. A partir daí nada será como dantes. Três anos depois das grandes manifestações populares de Setembro de 2012, chegou a hora da "revolução cidadã"!

 

publicado às 17:37

28 de Setembro 1974

por João Almeida Amaral, em 28.09.15

Passavam 5 meses do 25 de Abril.

O pais vivia dias de incerteza e o comunismo crescia dia a dia.

Para nós, as crianças da revolução a vida corria alegremente. A escola terminara em Maio fruto do PREC (processo revolucionário em curso) e este seria o maior verão das nossas vidas. Para mim particularmente grande porque Álvaro Cunhal meteu uma cunha ao Mário Soares para colocar a filha no Liceu Camões e azar dos Távoras, foi logo no meu lugar e assim estive de ferias desde Maio até Fevereiro ou Março de 1975, mas isso foi outra história. (Mário Soares revelou este episodio numa entrevista televisiva, há alguns anos, quando ainda estava lúcido)

O verão foi agitado, a minha família saiu para Espanha lá para Agosto, para ver o que se iria passar. A saída foi atribulada , a Policia das fronteiras, já não controlava os postos de fronteira, tinha sido substituída por barbaças enviados pelos partidos revolucionários sob o comado do PC e era em sobressalto que se saia de Portugal .

Em Setembro resolveu o meu pai voltar por Trás-os-montes, para evitar as fronteiras mais agitadas do Alentejo . Dia 12 a minha avó fez 80 anos e a família próxima deslocou-se do Douro e do Porto para Trás-os-Montes e numa pequena Aldeia preparou-se um jantar.

Os homens passavam os serões a ouvir a BBC e a Radio DW em ondas curtas , para terem uma ideia do que se ia passando. Nos os miúdos divertia mo-nos como sempre, entre ir aos figos ou tomar banho no rio. Nessa noite a meio do jantar barulho de vozes no silêncio da noite. Pareciam cânticos. Mulheres e crianças para dentro de casa rapidamente, os candeeiros de petróleo apagados e os cães foram soltos . Armas de caça distribuídas, homens barricados por detrás de mesas . Falso alarme era o Padre Belarmino , tinha organizado uma festa para  homenagear a minha avó. Ligou-se a grafonola e ao som do Gardel dançou-se.

No resto do pais os confrontos e assassinatos eram frequentes dando origem a frase que os franceses espalharam num delírio poético " A revolução dos Cravos" 

Dia 28 de manhã a Ponte Salazar é cortada pelo controlo revolucionário e todos os carros que pretendem entrar em Lisboa vindos de Sul são revistados por camaradas que prendem qualquer cidadão que se faça acompanhar de uma navalha ou canivete suíço. 

O comunismo é formalmente o nome do regime. Vasco Gonçalves comanda. 

Passamos de um regime autoritário de direita para uma ditadura pró-soviética. 

Foi o principio de um pesadelo que só terminou 14 meses depois no dia 25 de Novembro. 

Estas são as minhas memórias . Tinha 12 anos.

É importante, para que os mais novos, não comam tudo o que lhes tentam impingir. 

publicado às 16:34

Paulo Pinto Mascarenhas:

Nos tempos revolucionários de 1974 falou-se da existência de uma "maioria silenciosa". Hoje, 41 anos depois, existe uma nova maioria silenciosa, que não tem acesso a colunas de opinião nem milita em partidos. Esta maioria silenciosa sofreu na pele as medidas de austeridade dos últimos quatro anos, mas sabe que foram necessárias para tirar o País do buraco em que se encontrava, porque já começa a sentir alguns dos efeitos da recuperação económica. Esta maioria, revelada nos números das sondagens, teme que Portugal volte para trás, para os anos de chumbo do PS no poder. Teme ainda mais um governo socialista aliado ao PCP ou ao BE. Esta maioria silenciosa recusa que Portugal se torne numa nova Grécia.

publicado às 15:00

Quando quem governa esconde a cara

por Pedro Quartin Graça, em 28.09.15

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Diz-se por aí que a PàF vai lançar uma última série de cartazes e de novo sem Passos, nem Portas. Uma campanha gráfica sem líderes, nem candidatos? Só figurantes?!!
Será que Passos e Portas têm medo de dar a cara nos cartazes? Terão vergonha? Embaraço? E a PàF não tem candidatos? As eleições são para escolher figurantes? Ninguém deles dá a cara?
Uma VERGONHA!

publicado às 13:54

Adios Espanha

por João Almeida Amaral, em 27.09.15

 

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Estamos perante a um momento de grande mudança em Espanha e eventualmente em toda a Europa.

A confirmarem-se os resultados das sondagens nas eleições na Catalunha, o obvio é assustador. A península Ibérica vai fragmentar-se e a Espanha vai desaparecer como a conhecíamos. A Catalunha transforma-se numa republica esquerdista. O País Basco vai exigir a Independência bem como a Galiza, com a agravante de esta ter expresso por várias vezes o interesse em associar-se a Portugal ( o que lhe permitia manter-se no Euro) criando um problema diplomático grave. 

O movimento que agora se confirma vai funcionar como uma bomba ao retardador em toda a Europa.

O que já escrevi varias vezes começa a definir-se como uma tendência, o mundo como o conhecíamos esta em rápida mudança sem ninguém poder adivinhar o que se pode vir a passar. 

Não podemos esquecer que o nosso acesso terrestre a Europa , seja por Estrada ou por ferrovia estará condicionado pela travessia de novos países que nos poderão exigir vistos e passaportes.

Como se ouve nas ruas " Adios Espana" pelo menos como a conhecíamos. 

publicado às 19:23

Raios partam as sondagens, palhaço!

por John Wolf, em 27.09.15

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A uma semana das eleições legislativas há muito pouco que António Costa pode dizer ou fazer para alterar o declínio do Partido Socialista (PS) nas sondagens. O Largo do Rato não soube aproveitar todo o tempo do mundo para recalibrar a sua estratégia política, numa lógica que transcenderia o conceito de legislatura ou ideologia. O PS não soube pensar para além da acção do governo. Construiu o seu edifício de alternativa baseando-se na existência da coligação e na rejeição de quase tudo assinado ou proposto pelo governo. Não soube nem foi capaz de pensar o país pela sua cabeça. As sondagens, que agora começam a asfixiar as ambições do PS, podem ser desconsideradas pelo partido por não serem convenientes, mas António Costa tem sido o principal responsável pela quebra de confiança no seu partido. O primeiro adágio de discórdia foi registado com o modo eticamente questionável como António José Seguro foi varrido da casa. Os portugueses, socialistas ou nem por isso, confirmaram alguns tiques autoritários de António Costa e a mais recente ameaça de chantagem de inviabilização do orçamento do governo acaba por fechar um mesmo ciclo de indisposições que não se coadunam com alguém que diz ser o "único" capaz de abraçar outras forças políticas para ser o genuíno intérprete de uma sociedade civil alargada. Aliás, a esta hora da noite política, qualquer tentativa desesperada de fechar um acordo pré-nupcial com o Bloco de Esquerda (BE) ou mesmo com a Coligação Democrática Unitária (CDU), soaria sempre a oportunismo da pior espécie. Quando António Costa refere o "poder conservador e radical neoliberal" está a falar de si e do seu partido. Foi o PS que demonstrou a sua matriz conservadora ao recrutar velhos conhecidos do seu museu ideológico, antigos ministros caídos em desuso, mas tentados pela hipótese de uma segunda ou terceira chance no jogo do poder. Foi o PS de governos anteriores que promoveu negócios que encaixam na perfeição no conceito de mercado liberal assente na lógica capitalista de negócio. Portanto, parece-me muito feio o PS invocar a sua pureza de estilo quando foi praticante ferveroso de modalidades alheias. Eu sei que sou um mero observador sem direito a aparecer numa qualquer secção de voto, mas tenho opinião formada sobre a matéria e não me coíbo de a partilhar onde e quando entender. Catarina Martins, por seu turno, pode votar à vontade, e sintetizou muito bem o estado de arte socialista: "o PS é a desilusão destas eleições". Quero ver o que ela terá para dizer para a semana quando o desastre for ainda maior do que o sondado. Raios partam as sondagens!

publicado às 18:37

Helena ataca de novo

por Fernando Melro dos Santos, em 27.09.15

Findo o mito Grego, e com a Venezuela a migalhas, resta esse outro expoente do Cante Amanhense, a Argentina.

publicado às 08:01

Sou eu o lobo mau, António Costa?

por John Wolf, em 26.09.15

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Sou eu o lobo mau, António Costa?

publicado às 20:15

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Edmund Burke, Reflections on the Revolution in France:

You see, Sir, that in this enlightened age I am bold enough to confess, that we are generally men of untaught feelings; that instead of casting away all our old prejudices, we cherish them to a very considerable degree, and, to take more shame to ourselves, we cherish them because they are prejudices; and the longer they have lasted, and the more generally they have prevailed, the more we cherish them. We are afraid to put men to live and trade each on his own private stock of reason; because we suspect that this stock in each man is small, and that the individuals would do better to avail themselves of the general bank and capital of nations, and of ages. Many of our men of speculation, instead of exploding general prejudices, employ their sagacity to discover the latent wisdom which prevails in them. If they find what they seek, (and they seldom fail) they think it more wise to continue the prejudice, with the reason involved, than to cast away the coat of prejudice, and to leave nothing but the naked reason; because prejudice, with its reason, has a motive to give action to that reason, and an affection which will give it permanence. Prejudice is of ready application in the emergency; it previously engages the mind in a steady course of wisdom and virtue, and does not leave the man hesitating in the moment of decision, sceptical, puzzled, and unresolved. Prejudice renders a man's virtue his habit; and not a series of unconnected acts. Through just prejudice, his duty becomes a part of his nature.

Your literary men, and your politicians, and so do the whole clan of the enlightened among us, essentially differ in these points. They have no respect for the wisdom of others; but they pay it off by a very full measure of confidence in their own. With them it is a sufficient motive to destroy an old scheme of things, because it is an old one. As to the new, they are in no sort of fear with regard to the duration of a building run up in haste; because duration is no object to those who think little or nothing has been done before their time, and who place all their hopes in discovery.

publicado às 18:50

RAP e as piadolas políticas

por John Wolf, em 25.09.15

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Já vimos que António Costa conseguiu contratar o humorista-rei de Portugal. Ricardo Araújo Pereira (RAP) tem capital intelectual para dar e vender. Apenas alguém com níveis de inteligência muito elevados consegue apostar no cavalo político ganhador. Não há mal nenhum em ser franco e honesto em relação à preferência ideológica. RAP não está a ser cínico. Tem mesmo afecto por António Costa. O problema reside na explicação racional que teria de oferecer (se não fosse humorista) para fundamentar a sua escolha. Mas depois pensei no seguinte; os humoristas, à semelhança dos mágicos, apresentam truques com uma mão cheia de nada. Eu entendo que seja tentador estar alinhado com a parte fraca, com aqueles pintados de perdedores. E a comédia é intrinsecamente um exercício de contestação, mas não de alinhamento com um partido político. Isso tem outro nome - propaganda. Charlie Chaplin também fora acusado de ser socialista, mas eu sei que não devo confundir o cu com as calças. Ainda falta bastante para RAP superar Herman José, quanto mais Charlot (que raio de tradução?!). Por estes motivos de escalada mediática ou de manutenção do status de humor, devemos questionar as suas motivações e o que afirma Pereira (Tabucchi, perdoa-me) no seu programa tá-se-bem (é assim?). Se RAP fosse mesmo rapper, incluiria na sua letra um sentido mais ecológico e subtil, esbanjaria gargalhadas no boletim de voto integral e não correria o risco de ser eleito faccioso. Mas deste modo, impõe-se de um modo anti-democrático. Canoniza a antitese perfeita, corporiza o estado paliativo do humor inteligente e apresenta um estado novo de comédia. RAP tornou-se numa autoridade, no ditador da piada fácil, dispensável.

publicado às 14:18

A arrogância de alguns socialistas

por Samuel de Paiva Pires, em 24.09.15

Há, entre as hostes do PS, quem se manifeste publicamente afirmando que António Costa será garantidamente o próximo Primeiro-Ministro. Existe até quem faça contagens decrescentes para a derrota da coligação Portugal à Frente. Há alguns dias, Mário Centeno, em entrevista no programa de Ricardo Araújo Pereira, afirmava categoricamente que seria António Costa a apresentar o próximo Orçamento do Estado. Bem sei que é preciso ter muita fé para mobilizar quem não se deixa mobilizar, para persuadir quem não se deixa persuadir, mas convinha ter um bocadinho mais de humildade democrática. Também por esta arrogância, o PS merece perder as eleições.

publicado às 10:21

Os erros do PS

por Samuel de Paiva Pires, em 24.09.15

Alexandre Homem Cristo, Costa pode ganhar mas merece perder:

Ou, perguntado de outra forma, o que impede o PS de caminhar para uma folgada vitória eleitoral? A meu ver, dois erros estratégicos. Primeiro, não ter compreendido o que se passou no país entre 2011 e 2015: no fundamental (a recuperação económica), este governo foi bem-sucedido. Segundo, ter desprezado a importância da estabilidade política nestes tempos conturbados, apresentando-se como um bloqueio a entendimentos políticos – seja porque recusa negociar com a direita, seja porque não tem parceiros de coligação à esquerda.

 

 

publicado às 09:47

Música para hoje: Blur - Magic America

por Samuel de Paiva Pires, em 23.09.15

 

publicado às 14:59

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