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O internacionalismo foi isto, ainda é isto. Durante anos, a China despejou milhões em armas, dinheiro e vitualhas destinadas à Frelimo. Ainda me recordo das periódicas exposições de inacreditáveis montões de material capturado pelo Exército Português, onde se apresentavam metralhadoras ligeiras e pesadas, lança-foguetes, espingardas, granadas, minas, uniformes, munições e uma infinidade de outros artigos militares. Boquiaberta, a população de Lourenço Marques visitava essas autênticas feiras de armas e compreendia que Portugal não estava em guerra com bandos desgarrados que cruzavam o Rovuma, mas pelo contrário, enfrentava entre outros, dois temíveis inimigos: a União Soviética - e os seus colaboracionistas portugueses dentro e fora de portas - e a China do Sr. Mao Tsé.
Hoje sabe-se o que representou essa interesseira ajuda, onde até pontificou o risonho Olof Palme, esse mesmo que acabaria numa esquina de Estocolmo e às mãos de um terrorista. Traduziu-se naquilo a que numa primeira fase pós-1974 se denominou de "cooperação", logo chegando em tropel manadas de búlgaros, russos, chineses, suecos e outros nórdicos "nossos aliados" - tubarões da pior espécie que tomaram de assalto as florestas e o sector de transportes -, alemães da zona ocupada, checos e cubanos. Repimpadamente se instalaram nas suas novas colónias de exploração e ditaram a lei a um país que decorridos dez anos, tinha visto a população reduzir-se em mais de um milhão de pessoas mortas à fome e pela guerra civil.
O saque não se cingiu a Moçambique, pois em Angola ainda foi mais radical e em todos os sectores, sabendo-se por exemplo, o que sucedeu ao hospital central de Luanda. Perfeitamente equipado pelo governo português, foi de todo o seu material despojado pela gente de Fidel Castro, colocado em contentores e enviado para Havana.
Continua a senda do internacionalismo, desta vez com a quase exclusiva benemérita acção da China. O sector das madeiras é um dos alvos mais apetecíveis, assanhadamente destruindo florestas e complementando outras malfeitorias que durante décadas arrasaram as pescas, a vida selvagem - elefantes, crocodilos, rinocerontes - e cavocando o solo, extraíram prodigiosas quantidades de minérios.
O internacionalismo, esse belo investimento com garantido retorno usurário.