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Voto no Porto, e votarei, seguramente, em Rui Moreira. O cenário eleitoral, e os candidatos em disputa, obrigam a uma tomada de posição que não oferece grandes ambiguidades. Menezes é, indiscutivelmente, um mau administrador da coisa pública. Por outras palavras, é um político que, caso seja eleito, arrisca-se, com a benévola conivência do eleitorado votante, a destruir o razoável trabalho legado por Rui Rio. Votar em Menezes é, em larga medida, coonestar o desperdício público, o despesismo clientelar e a obra pública derrochadora. Não terá, por conseguinte, o meu voto. Rui Moreira tem, em comparação com Menezes, a óbvia vantagem de não ter a sua imagem maculada pela má gestão dos dinheiros públicos. Além disso, é reconhecidamente uma personalidade de méritos mais do que firmados. Tem um passado como gestor, e tem, também, créditos estabelecidos como cidadão activo que intervém empenhadamente no debate público, com a sua opinião e a sua experiência. Por estas razões, Rui Moreira é o presidente de Câmara de que o Porto necessita. Sabe como administrar, e, conhece, como poucos, os rudimentos básicos de uma gestão pública participada e austera. Porém, não posso deixar de fazer alguns reparos. Em primeiro lugar, houve, nos apoios granjeados, alguns nomes que, em boa verdade, são relíquias de um passado que não interessa recriar. Há escolhas que, em candidaturas ditas independentes, matam, ou, pelo menos tendem a matar o espírito de renovação que as anima. Rui Moreira, talvez por inexperiência, esqueceu clamorosamente essa lição, optando por dar voz e espaço a apoios e rostos cujos méritos são bastante duvidosos. Em segundo lugar, e last but not the least, a máquina política de Rui Moreira geriu com bastante amadorismo a campanha eleitoral, o que é, de certo modo, justificado por uma elevada dose de inexperiência política. Em política, maus timings e más escolhas pagam-se caro. Contudo, fazendo o cômputo geral da candidatura de Rui Moreira, é claríssima a sua superioridade face aos seus adversários. Num tempo de decaimento geral dos costumes e das gentes, ter um candidato que propõe um módico de seriedade na vida pública não é de desprezar. Valha-nos isso.