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era ilegível, denunciando a passagem do tempo, mas a letra, bem via, era feminina, de uma elegância e leveza como nunca vira.
Naquele dia, na casa dos avós, e sem nada que fazer naquele tempo por eles reservado à sesta, resolvera subir ao sótão, onde, por certo, encontraria, de entre aquelas velharias todas, algo que lhe distraísse o tédio.
Só depois de muito basculhar encontrou, numa gaveta de um velho contador, sem uma perna, aquele livro de capas vermelhas.
Com ele na mão, olhou pela janela: lá fora o tempo convidava à leitura, logo agora que o carvalho , debaixo do qual o avô instalara, no ano anterior, um banco de granito, começava a expor a nova folhagem.
Mais tarde, quando os avós acordassem, havia de lhes perguntar a quem pertencera...