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(imagem picada daqui)
É ler o que escrevem o Joshua e o Miguel. Num caso, a revolta de um desempregado cujo intelecto em muito poderia ser útil ao país, do outro, a história do pai do Nuno e do Miguel que foi sofrendo uma espécie de purga académica e social. Quando é que deixará de ser crime em Portugal pensar? Simplesmente pensar, escrever, ter opinião. Quando os medíocres cognitiva e intelectualmente pouco dotados conseguem impor os seus redutores pontos de vista simplesmente porque se acham revestidos de um poder que tudo lhes permite e afastam os que poderiam melhor dirigir os destinos da nação, o que é que nos restará? Quando mesmo na academia pensar de forma diferente deixa de ser possível, quando muitos dos que à partida integrariam naturalmente a elite de um país desenvolvido são remetidos ao silêncio e impedidos de fazer seja o que for apenas porque divergem do pensamento único dos demagogos e situacionistas de serviço, quem é que nos guiará?
E se eu sei do que falo, nesta semana em que mais uma vez me provaram porque é que eu tenho razão em criticar as Juventudes Partidárias e, já agora, diga-se de passagem que a minha ficha de filiação na JSD foi recusada há já uns meses, sem qualquer aparente justificação, e já não voltará a dar entrada, contrariando o que certo líder da Jota fez crer ao público de certa conferência ao afirmar que eu já seria militante - estes senhores que vão à "minha" faculdade vender as Juventudes Partidárias como a 7.ª maravilha do mundo e que por azar deparam com alguém que não alinha pelo tal espírito das conferências do porreirismo amorfo, esquecendo-se (como? Se nem sabem...) que na academia temos por obrigação questionar tudo, em especial as certezas e verdades que o resto da sociedade possui.
Portanto, ao contrário do que noutras ocasiões disse, para escamotear o mau funcionamento da JSD (já agora a fotocópia do meu B.I. deveria ser-me devolvida, mas enfim...), de resto em tudo semelhante ao pouco que sei de como funciona a JS, NÃO SOU NEM NUNCA FUI MILITANTE DA JSD. Julguei que poderia conseguir dobrar a minha coluna vertebral porque eventualmente no fim o mérito e as capacidades de cada indivíduo prevalecem sobre a mediocridade vigente da maioria e aqueles mais capazes podem tentar contribuir para uma sociedade melhor e um país mais desenvolvido (só posso vislumbrar uma pequena parcela da agonia de Schumpeter quando constatou a negação basilar de tal através da demonstração do cariz sectário, primitivo e básico do carácter dos cidadãos típicos quando entram no dominío da ciência da polis). Enganei-me, e continuo a preferir quebrar do que torcer. Obrigado pelo apoio meu caro amigo a quem ultimamente tenho ouvido o "não precisas disso para nada". Prostrado e desiludido peço aqui desculpa aos poucos amigos e familiares que por intermédio da minha pessoa se tornaram militantes apenas porque eu também me filiaria.
Talvez por vezes ganhasse mais em estar quieto e calado, talvez até devesse deixar de escrever neste blog e remeter-me ao silêncio, ser apenas um ilustre anónimo e desconhecido, dedicando-me apenas aos livros e à escrita sem qualquer tipo de divulgação pública. Até que ponto é que não me terei já prejudicado ao escrever neste blog? Divirtam-se a destruir a nação que a mim faltam-me apenas 4 meses para acabar o curso e tenho muito sobre que escrever para que tal aconteça. E depois, depois logo se verá, se aquela resposta que há muito espero me libertará, ou se terei que passar mais algum tempo por cá a assistir tranquilamente à lenta degenerescência nacional. Passem bem pois então.