Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Sempre a luta anti-fascista

por Samuel de Paiva Pires, em 17.04.09

Já cá faltava a referência do candidato Vital Moreira. Pode alguém que se arrogue de ter combatido o fascismo que nunca existiu em Portugal arvorar-se de arauto da liberdade de expressão quando outros sentem que há uma claustrofobia intelectual que emprobrece o debate político? Aparentemente pode. Afinal, a coerência não é virtude que preocupe os portugueses, que não podem, por isso, queixar-se da classe política que têm. Como é bom poder ser tudo e o seu contrário quando nos dá jeito. Vital Moreira, Sá Fernandes e outros que tais que o digam.

 

 

Recupero algo que escrevi há tempos:

 

Já chateia sempre a mesma lengalenga em torno do 25 de Abril e da "ditadura fascista" e essa mania de que nós mais novos devemos tudo e mais alguma coisa aos que fizeram o 25 de Abril. É por isso que em 30 anos pouco avançámos, continuamos um povo inculto, com 9% de analfabetos, e um dos povos com menor consciência política na Europa. Basta que um partido comunista ainda tenha legitimidade neste país para termos a clara noção de que estamos desfasados da realidade. Se realmente soubessem o que é o comunismo esse seria tão ou mais abominado que o fascismo italiano ou o nacional-socialismo alemão. Há 30 anos que andamos num regime com uma clara ditadura intelectual e cultural de esquerda, felizmente que, como vai notando uma professora minha, as novas gerações estão cada vez mais à direita, a ver se acabamos com este sufoco intelectual que me corrói as entranhas de cada vez que oiço ou leio as maiores barbaridades em termos de teoria política.

 

E já agora, confirma-se o que tinha escrito assim que soube os nomes dos candidatos do CDS/PP às eleições Europeias. O meu voto vai direitinho para o CDS, especialmente a pensar em Nuno Melo.

publicado às 00:35


12 comentários

Imagem de perfil

De Cristina Ribeiro a 17.04.2009 às 01:45

E, sem deixar de pensar que ele faz cá mais falta, acompanho-o nesse voto, Samuel.
Imagem de perfil

De Cristina Ribeiro a 17.04.2009 às 01:49

Além de aplaudir esse seu texto.
Sem imagem de perfil

De Melekh Salem a 17.04.2009 às 10:19

Caro Samuel,
Notei neste texto uma clara vontade de exprimir a sua preferência! Como tal, vim apenas anunciar que pode fazer de conta que as eleições europeias são hoje e votar na mais recente sondagem d'Um Blogue do Caraças!
Um Abraço
Sem imagem de perfil

De JMB a 17.04.2009 às 10:43

Tem toda a razão, o seu texto anterior, o tal "recuperado" foi-o com toda a propriedade. Excelente.
Quanto a estes homenzinhos, são uns Liliputianos. Nada a fazer.
Sem imagem de perfil

De Miguel Neto a 17.04.2009 às 11:04

Concordo em absoluto com o texto. Aliás, essa atitude de "apresentar a factura" sempre achei contraditória com a "generosa", "altruísta" e "patriótica" luta anti-fascista. Cada vez que oiço "que nós mais novos devemos tudo e mais alguma coisa aos que fizeram o 25 de Abril", não consigo evitar pensar que quem o afirma fez a revolução apenas para ter lugar num poleiro onde, de outra forma, nunca teria hipótese de por as patas.

E quando penso em alguns dos erros gravíssimos que cometeram durante PREC e que estamos e iremos continuar a pagar caro, mais acho que essa luta foi, para alguns dos mais "esclarecidos revolucionários" tudo menos "generosa", "altruísta" e "patriótica".

Quanto à ditadura intelectual e cultural de esquerda em que vivemos, isso não é exclusivo nosso: faz parte do "ADN" predominante no Ocidente e que, em meu entender, muito tem contribuído para o seu declínio.
Sem imagem de perfil

De john a 17.04.2009 às 12:41

Tenho algumas dúvidas, Samuel, de que as gerações mais novas estejam a "virar-se", por assim dizer, para a Direita. O senso comum (impreciso, mas que ainda assim dá que pensar) diz-me exactamente o contrário: basta pensar no apelo que o Bloco de Esquerda tem entre os jovens.

De resto, e o Samuel deve saber isto tão bem ou melhor do que eu, continua a ser difícil para um jovem afirmar-se de Direita. Metade dos seus pares vai lançar-lhe um olhar estranhíssimo, como se fosse um extraterrestre. A outra metade vai mimá-lo com adjectivos simpáticos como "retrógado" ou "fascista". Curiosamente, essas mesmas pessoas afirmam-se rapidamente como "liberais" sem fazerem a mais pequena ideia do que isso significa.

Quanto à história do antifascismo, concordo com o que diz mas pessoalmente não devo nada a ninguém. Esse trauma porém só deverá ficar resolvido quando a nossa geração estiver no poder (e estou a assumir que o Samuel deverá ter mais ou menos a minha idade). Ou seja, quando a classe política for constituída apenas por pessoas nascidas na década de oitenta e daí em diante.

De resto, o 25 de Abril, para além de ser uma data histórica importante (claro), para mim é sinónimo de festa em Odemira - este ano com Blasted Mechanism e Xutos :)
Imagem de perfil

De Nuno Castelo-Branco a 17.04.2009 às 15:01

"Combatente pela liberdade", etc. Dá-me logo vontade de ir pesquisar as suas tiradas parlamentares no mais perfeito estilo estalinista. Há gente que se esqueceu, ou nem sequer conheceu. John, neste aspecto, existem certas vantagens em se ter nascido antes da década de 80.
Sem imagem de perfil

De john a 17.04.2009 às 17:29

Claro que sim, Nuno. Não é isso que discuto. O que quero dizer é que isso por si só não justifica tudo. Sobretudo perante a minha geração.

Dito de outra forma, a idade não é um posto. Somente isso.

Sabe qual é a grande vantagem que vejo em ter conhecido o tempo da revolução? É saber exactamente como as coisas aconteceram. Acredite no que lhe digo: esse será porventura o período mais mal estudado na História de Portugal nas escolas. Quem se ficar por aquilo que vem nos manuais, vai ficar a pensar que tudo antes de 1974 era terrível e que todos os "heróis de Abril" eram gente imaculada e plena de boas intenções.
Imagem de perfil

De Nuno Castelo-Branco a 17.04.2009 às 18:28

Tem razão, John e a minha memória de elefante - que preferia não ter - ajuda bastante a ter "a coisa" sempre presente. Olhe que há gajada que vejo TODOS os dias na TV há 34 anos!
Imagem de perfil

De João Pedro a 17.04.2009 às 16:11

Fosse o partido a que pertenceu nos anos setenta e oitenta poder, e queria ver quem é que punha a mordaça a quem.
A propósito, qual é o currículo "antifascista" (isto é, antes do 25 de Abril) de Vital?
Imagem de perfil

De Nuno Castelo-Branco a 17.04.2009 às 18:29

O currículo? Talvez a franja comprida que usava e os jeans 501 a "fazer de conta" de que era muito moderno.
Sem imagem de perfil

De Paulo Rosário Dias a 20.04.2009 às 01:56

Excelente texto.

Mas devemos de facto muito aos que fizeram o 25 de Abril e sobretudo aos que dizem que fizeram.
Devemos uma democracia pobre e hipócrita.
E devemos independência de espírito, já que esperamos que tudo seja feito por outros - "paguem-me para trabalhar, para não trabalhar, paguem-me para roubar e se for preso, paguem-me para isso, se for corrupto, ganho a dobrar".
Que não me venha alguém refutar que não tenho noção do 25 de Abril, porque só isso já é a democracia no seu pior...

Portugal é a referência do pseudo-comunismo, em que dele só temos as desvantagens.

A esquerda fará sempre falta como dois pratos à balança...
Mas quando apreciar a direita é sofrimento dos jovens e também de todos, fica difícil ser-se responsável no meio da anarquia, sensato por entre o desvario, verdadeiro no meio dos utópicos...

Bem haja.

Comentar post







Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas