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O director do Jovem Socialista não precisou de 10 linhas para dizer absolutamente nada. Precisou de quase 30 para i) se vitimizar e armar em virgem ofendida de forma exagerada - um clássico típico da redutora argumentação político-partidária marcadamente demagógica e à qual não dou troco -, ii) mostrar que não consegue responder ao desafio que deixei sem sair do plano do mero senso comum, iii) pior do que dizer absolutamente nada é escrever absolutas incorrecções.
Confundir o modelo de mercado livre com neo-liberalismo, achar que o estado social está a substituir este modelo como bastião da democracia liberal (os teóricos da política externa norte-americana ou da teoria do desenvolvimento assente no mercado livre como forma de promover transições democráticas, e os dirigentes de Brasil ou Índia adorariam esta - sem mercado livre não há democracia e não há a possibilidade de gerar riqueza para depois sim distribuir. O estado social é posterior a esta dinâmica), socorrer-se genericamente de esparsas indicações de Obama como se os Estados Unidos fossem virar socialistas (qualquer Democrata em Portugal seria do CDS/PP ou do PSD), e ainda recorrer a Krugman para mostrar a absoluta incoerência intervencionista, i.e., o salvar de uma "economia doente" quando o sistema está numa profunda reestruturação e as respostas dadas nem sequer o deixam antever. Estamos a caminho de um novo sistema, de nada serve salvar algo que já não é viável, mas os intervencionistas e estatistas deste mundo ao mesmo tempo que criticam o neoliberalismo querem salvá-lo. Sou só eu a ver a incoerência? Já agora, antes que me venham responder com as preocupações sociais em relação aos trabalhadores, deixo já aqui aquilo que há dias escrevi:
Não venham dizer que a culpa é do tão falado neo-liberalismo. Não se vê nenhum liberal a advogar nacionalizações. As falências são formas de correcção e auto-regulação dos próprios mercados. Se querem ajudar os trabalhadores apanhados no momento negativo do ciclo económico então dêem o dinheiro directamente a estes por via de programas de apoio social. Aliás, o liberalismo na sua génese continha como grande princípio a ideia de caridade e solidariedade, conceitos que as sociedades modernas desvirtuaram e que se tornaram de certa forma pejorativos - infelizmente. Agora não desculpem as asneiras de gestores e administradores premiando-os com a manutenção artificial das empresas que já não têm viabilidade e para cima das quais se lançaram milhões de dólares dos contribuintes que para pouco ou nada serviram, com a simples justificação de que é para manter os postos de trabalho. Qual é a parte da ideia de "inútil distorção de mercado" que os senhores intervencionistas ainda não perceberam?
Posto isto, aqui fica novamente o desafio ao Jovem Socialista de elaborar um artigo que vá para além do senso comum e que procure dar resposta a três questões:
1 - O que é o neo-liberalismo?
2 - De quem é a culpa da crise financeira internacional?
3 - (A pergunta de João Miranda) Porque é que a crise do neo-liberalismo penalizou os partidos de esquerda?