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Monarquia vs. Ideologia

por Samuel de Paiva Pires, em 28.08.09

Pego no título que o Afonso Miguel deu aos seus posts recentes para lhe responder muito brevemente (não por desconsideração mas porque o tempo é escasso nestes dias e a atenção prende-se com situações bem mais prementes como finalizar a licenciatura), começando apenas por lhe dizer que, tal como sugeriu o Nuno, este era um belo tema de discussão para uma ou várias noites.

 

Estamos em campos diametralmente opostos e não vou ser eu que o vou demover das suas crenças. Além do mais não gosto de misturar religião com política, apesar de ter curiosidade e  esporadicamente ler sobre sobre essa relação. Simplesmente encaro a religião como um assunto que apenas diz respeito à vida privada de cada indivíduo e, como liberal que sou, encaro a Igreja como um grupo social como outro qualquer, com total direito a exprimir as suas opiniões. Não sou jacobino, porque além de liberal também sou conservador, sendo adepto do método tradicionalista anglófilo por oposição ao método continental da revolução, mas ainda prefiro um Estado laico e como tal nunca poderia admitir um sistema tão intolerante quanto aquele que defende se tornaria. É que a tão mal afamada democracia de que fala ainda vai permitindo a todos exprimir mais ou menos livremente as suas opiniões, mesmo sabendo que no nosso país estamos muito longe de ter uma democracia perfeita, e ainda bem, porque como diria Pessoa, uma coisa perfeita deixa suspeitas de inexistência. No dia em que acharmos que a democracia portuguesa é realmente uma democracia é quando deixa de o ser. Ou, por outras palavras, como há tempos escrevia o Henrique Burnay, "falar em nome da defesa da Democracia porque dá jeito é o que põe em causa a Democracia. Mas, claro, nada disto é para levar a sério".

 

Quanto ao crepúsculo das ideologias, eu não me assusto. É que, possivelmente ao contrário do Afonso, eu não o desejo. Nunca acreditei em tal. Acredito sim é em separar as águas, em definir ideologicamente e de forma rigorosa os partidos políticos. Talvez a própria arquitectura do parlamento devesse ser alterada para qualquer coisa como a House of Commons - Churchill justifica o porquê.

 

E só para finalizar, ainda em relação às duas questões que coloca, note-se apenas que defendo uma constituição mínima, à semelhança da norte-americana, para não dizer mesmo não-escrita, à moda britânica, mas aproveito para o remeter para o Miguel Castelo-Branco, não sem também lhe chamar a atenção para as monarquias constitucionais vigentes na Europa. Vê problemas de legitimidade em alguma? Pelo contrário.

publicado às 02:44


2 comentários

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De Afonso Miguel a 29.08.2009 às 12:50

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