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Estava-se mesmo a ver. O Nobel da Paz foi atribuído a Barack Obama, confirmando a intensa campanha de relações públicas teleguiada a partir das agências da especialidade norte-americanas. Diálogo, "abertura de espírito", tiradas evocadoras de horizontes sem fim, eis a receita para a rápida confecção de um bolo de milhões, concedido a um homem que "não faz mal a uma mosca". Obama sucede ao também risonho sr. Carter como presidente premiado e todos devem ainda recordar o capital de "esperança, responsabilidade e pacifismo" simbolizado pelo produtor de amendoins. Até Soares - só falta a sra. Ana Gomes - já percebeu e adiantou-se logo à conveniência no apoio. O que depois sucederá, logo se vê.
Continua a guerra no Iraque, recrudesce a acção taliban no Afeganistão, Ahmadinedjad está mais desafiador que nunca, a Coreia do Norte anuncia o lançamento de mísseis de longo alcance, o Médio Oriente continua igual a si próprio, etc. Desde a sua eleição à presidência a actual administração norte-americana não conseguiu qualquer acordo formal e muito menos um tratado que se veja. Ao fim de menos de um ano de presença na Casa Branca e sem nada de relevante ter acontecido - a não ser a "esperança" e a "era de responsabilidade"-, atribui-se um Nobel, da mesma forma que outrora foram galardoados homens com um longo currículo de luta e sofrimento pessoal. Recordemos as décadas de abnegação protagonizadas por um Ramos Horta, Ximenes Belo ou Willy Brandt e facilmente faremos a destrinça.
Tal como aqui dizíamos, tudo muito politicamente correcto e previsível.