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O cerco.

por Cristina Ribeiro, em 07.08.13
       " D. João VI não foi o que se pode chamar um grande soberano, de quem seja lícito referir brilhantes proezas militares ou golpes audaciosos de administração, mas o que fez, o que conseguiu, e não foi afinal pouco, fê-lo e conseguiu-o pelo exercício combinado de dois predicados, que, cada um deles, denota superioridade: um de carácter, a bondade, o outro de inteligência, o  senso prático ou de governo - Cada um dos seus ministros governava por si e o Rei governava a todos "
Oliveira Lima, « D. João VI no Brasil »
A sua boa índole, bonomia e pusilanimidade terão levado os inimigos da monarquia tradicional, dominados já pelas seitas maçónicas - como se vê claramente nas " Instruções maçónicas do Grande Oriente Espanhol ao Grande Conselho de Portugal ", de 1823, publicadas na « Historischen Politischen Blatz », citada no livro de Artur Herchen « Dom Miguel I, König von Portugal » - a olhar D. João VI como alvo fácil, e chegaram até ao Rei infiltrando-se no ânimo do filho primogénito, D. Pedro: " A Revolução apoderava-se do Rei. Nobres, traidores à sua missão e ao seu dever, eram na Corte instrumentos da Revolução satânica " Alfredo Pimenta.
No livro « Erratas à História de Portugal, de D. João V a D. Miguel », de que é co-autor Rodrigues Cavalheiro, escreve João Ameal:
" Os monarcas tradicionais eram, pouco a pouco, reduzidos a meros figurantes inertes, a quem se punha um dilema categórico: ceder, era o primeiro passo no caminho da guilhotina, como para Luís XVI, dar batalha, era sujeitar-se, caso a sorte fosse adversa, ao exílio honroso, como aconteceria a um Carlos X e a um D. Miguel I ". Quando [ incentivado pelo duque de Palmela] o Rei regressou a Lisboa, " ficou prisioneiro. ( ... )  Ao recapitular os factos, não se contém um autor de bem provado liberalismo [ 6º Marquês de Lavradio, D. José de Almeida Corrêa de Sá ]: ' É deveras doloroso lembrar as medidas humilhantes que as Cortes tomaram por esta ocasião, e que foram devidas à influência das sociedades secretas; era evidente que se queria aniquilar [ na Constituição de 22 ] o poder real, deixando ao Rei apenas um simulacro de Majestade, sendo notória a tendência para a destruição da Realeza - decretava-se uma Constituição republicana para reger uma monarquia '
    Em resumo: D. João VI estava prisioneiro: - viera entregar os pulsos às algemas forjadas pelos « emancipadores » a soldo da maçonaria. "

publicado às 17:13

Frases com Sentido

por Cristina Ribeiro, em 20.07.13

" Uma Nação só existe quando há tradição quando há história . A negação sistemática em que vimos vivendo destrói a tradição, destrói a história: logo destrói a Nação ( ...) O povo português só se erguerá injectando-lhe princípios despertando--lhe intensamente os seus elementos tradicionais, aquilo que ele tem de fundamental, de básico, de estrutural "
Alfredo Pimenta

publicado às 00:08

Monarquia versus Rep'ublica ** Coroada.

por Cristina Ribeiro, em 18.07.13


Num artigo de opinião, no Expresso d'hoje, e sem ser esse o seu propósito , Henrique Raposo " confirma " que com a Monarquia Constitucional começava um novo regime: o da Rep'ublica Coroada: " Sim, o regime mais parecido com a nossa democracia e' a monarquia constitucional (... ) Não por acaso os poderes do Presidente são parecidos com os poderes do Rei ( ... ) esta imprecisão foi uma das causas da queda do constitucionalismo monárquico. "
Assim e'. E quando D. Carlos quis acabar com essa imprecisão mataram-no. Como teriam matado, antes, D.Pedro V, não tivesse ele morrido precocemente, pois que, tal como aquele,estava certo de que o monarca tem a obrigação de governar






** Estou a escrever num teclado que não dispõe de todos os acentos

publicado às 14:29

Frases com Sentido.

por Cristina Ribeiro, em 16.07.13
"Se somos livres, completamente livres, perante os outros e perante nõs mesmos, o que nos há-de impedir de escolhermos a melhor forma de GOVERNO? - a Monarquia "
Mário Saraiva


Sem nos deixarmos apanhar na cilada pestilenta que nos armou a Revolução Francesa, quando forjou, contra todos os princípios de sensatez, a desajuizada divisão
Reinar/Governar.

publicado às 21:08

A boa doutrina monárquica.

por Cristina Ribeiro, em 04.07.13
  " Participante da natureza da Nação e da natureza do Poder Real, a Lei nem por isso se deve confundir com este ou com aquela.Quando D. João II cria a divisa inultrapassável do Poder Real -« Pela Lei e pela Grei » - exprime com rara clareza que não basta ao Rei amar o Povo; importa que esse seja um amor ordenado. ( ... )
D. Miguel foi Rei não apenas porque as Leis Fundamentais o chamaram ao Trono, mas também, acima de tudo, porque restaurou a Constituição Histórica, atacando sem mercê o Absolutismo e o Liberalismo - ambos ideológicos.
Por amor da Grei, salvou a Lei. No respeito pela Lei, salvou a Grei. "

Henrique Barrilaro Ruas, « A Liberdade e o Rei »


Quando comecei a ver a superioridade da monarquia, confesso que, ignorantemente, me ative ao que mais próximo estava, e que um amigo bloguista crismou de " república coroada "; isso, essa alcunha, fez-me pensar, e procurar ler a boa doutrina: deste modo cheguei ao Integralismo Lusitano, e sucederam-se as leituras representativas das várias gerações dos seus doutrinadores - vi então que o amigo blogosférico tinha razão, o que depois pude ver sintetizado na lapidar frase de Rui Ramos: " Os reis de hoje são, por vezes apenas, pouco mais do que celebridades, figuras que geram mais noticiários para as colunas de sociedade e revistas cor-de-rosa do que para as páginas de análise política ".
Nessas monarquias de fachada, o Rei desempenha o mesmíssimo papel ( por vezes mais redutor ) de um Presidente em sistema de governo semi-presidencial como o nosso: pouco mais do que decorativo, e nem se diga que é bastantemente digno o facto de ele ser um símbolo da pátria, independente ideologicamente, pois é evidente que um monárquico tem de pensar mais longe. Negar-lhe funções governativas é negar-lhe a proximidade do povo - a verdadeira « proximidade »,  e não um mero reflexo dela, que historicamente sempre provou ter - Pela Lei e Pela Grei.

publicado às 18:12

" Resistir sim! Não hesitava em que era a palavra resistir que dizia a dignidade política...E a verdade política...
A verdade política e a verdade moral...A própria verdade estética, de ser vertical a posição do Homem. Deitados só os mortos, os deixados pela alma... "
Tomaz de Figueiredo, « A Toca do Lobo »

publicado às 18:18

Reis que se recusam ser monarcas a fingir.

por Cristina Ribeiro, em 28.06.13

 

Dúvidas sobre este postal:
       

O tempo, a má experiência de ter tentado trabalhar com partidos, que, como agora, mostraram mais não ser que meros " empatas ", constituídos por " politiqueiros ávidos sem nenhum conhecimento dos interesses e aspirações nacionais ", obrigaram D. Carlos a repensar o caminho encetado por Portugal havia muito já.
Como antes dele D. Pedro V, considerava " corruptos, ineficientes e imorais" tais partidos, e como o seu antecessor entendia ser seu dever " governar, sem se limitar ao acto de reinar ", pois, como escreve Rui Ramos, " Os reis de hoje são, por vezes apenas, pouco mais do que celebridades, figuras que geram mais noticiários para as colunas de sociedade e revistas cor-de-rosa do que para as páginas de análise política. D. Carlos não foi um rei desses. "

publicado às 16:58

Continuando a desmistificar.

por Cristina Ribeiro, em 27.06.13
O quanto a República se aproveitou do que estes homens escreveram contra a balbúrdia vivida nos últimos tempos da Monarquia, distorcendo, em propaganda oportunista, o real sentido da sua revolta. Mais uma vez Mário Saraiva, no livro « Claro Dilema: Monarquia ou República », vem repor as coisas no devido lugar, destruindo, assim, o mito, por tanto tempo tido como coisa irrefutável, do seu combate contra a Monarquia -  tratava-se apenas do combate contra " aquele " simulacro de Monarquia.
                                    " Não foi preciso esperar pela República para que ao certo logo se soubesse ao certo o que ela viria a ser. Eça de Queirós, por exemplo, lavrou-lhe este vaticínio: « A República, feita primeiro pelos partidos monárquicos dissidentes, e refeita depois pelos partidos jacobinos, seria uma balbúrdia sanguinolenta ». Não se enganou o grande romancista, como não se enganou também Antero de Quental, que tem esta previsão candente: « Então é que havemos de ver o que é atufar-se uma nação em lama e asneira ». ( ... )
Tal como Eça e Antero, também Ramalho e Oliveira Martins têm sido vítimas de deformação na sua personalidade. Tratou-se de confundir o seu anti-liberalismo e a sua ânsia de justiça social com um republicanismo que na verdade nunca existiu. A acção crítica e demolidora dos Vencidos da Vida nunca teve como alvo a Monarquia em si, mas sim o liberalismo monárquico com todos os seus erros, os seus vícios e o seu ridículo. O último dos Vencidos, o autor clarividente das Últimas Farpas, esclarecia em 1912, « Eu e alguns do meu tempo entendemos que a sociedade portuguesa  encharcava e apodrecia na subserviência de um parlamentarismo quási tão oco como o de agora, e como o de agora exercido por ávidos politiqueiros de ofício.  » ( ... )
Foi, pois, esta geração notável a precursora da Monarquia Nova, e D. Carlos, o « Vencido suplente », outro precursor dela. "

publicado às 18:19

« Ser Tradicionalista »

por Cristina Ribeiro, em 24.06.13
 Batalha de S. Mamede, nos arredores do Castelo de Guimarães

Retirado da página de César Augusto Canedo,  no facebook, talvez a melhor homenagem que posso fazer aos bravos de 24 de Junho de 1128.

" Ser tradicionalista não é fácil hoje em dia.
Não é fácil, porque ninguém sabe o que isso é. A não ser os tradicionalistas, que provavelmente são a maioria dos portugueses, embora nem pensem nisso.
Não pensam nisso, porque foram embrutecidos, anestesiadas, engaiolados na censura atroz do politicamente correcto.
Ser tradicionalista é opor-se à Modernidade, enquanto obscena construção mental, destinada a retorcer a inteligência humana.
Ser tradicionalista é opor-se à Revolução, onde quer que ela se manifeste.
Ser tradicionalista é defender que a democracia não tem obrigatoriamente que ser electiva e partidária.
Ser tradicionalista é opor-se à oligarquia das chamadas elites,
Ser tradicionalista é opor-se à plutocracia corrupta, ao neo-liberalismo e ao capitalismo burguês.
Ser tradicionalista é saber que o poder do povo é pura e simplesmente o Poder Real. "


Adenda: Comentário numa outra página, sobre este postal: "  Só nas instituições forais e municipais reside a força dos povos livres. É pois, naquilo que os outros sistemas políticos ignoram que se fundamenta a Monarquia Tradicional e, por isso, é a única forma de governo em que os homens se podem sentir verdadeiramente livres.Como dizia Fernando Pessoa. "Dentro do tradicionalismo pode haver patriotismo; fora dele, e não havendo a criação de novos ideais absolutamente nacionais, não vejo que patriotismo possa haver (...)." 
Todo o que se diz tradicionalista e pensa que antes da "limpeza" vem a instauração da Monarquia, então é um revolucionário, por muito que não queira, ou mesmo sem saber. "

publicado às 21:27

de maravilha, pelas virtudes místicas do Sebastianismo, na sua parte positiva, como interpretação psicológica da nossa História, que nos ensina a crer no amanhã de Portugal ( ... ) ».

Um muito curto excerto de artigo de António Sardinha lido há dias - " Pratiquemos um acto de inteligência! " -, onde refere as " memorandas " palavras proferidas em 1880 por Antero Quental: " A literatura portuguesa está em decomposição. Ainda há quem escreva coisa literárias, mas a literatura nacional acabou. O que não admira: onde a  nacionalidade é coisa morta, o que poderá ser a literatura? ".

Felizmente era apenas o exarcebado pessimismo de Antero a falar, e, depois dessa sentença de morte, a nossa literatura revelou-se de um vigor invejável.

 

Hoje, continuando a ler o livro ontem iniciado, de Júlio Brandão, « Bustos e Medalhas », leio, muito a propósito, umas páginas dedicadas a Afonso Lopes Vieira: " Em meio da desnacionalização que lentamente se vai operando, não só em Portugal, mas em muitos outros países, dá gosto ver a atitude de alguns dos nossos escritores, em manter e defender o carácter da raça e o génio fundamental da nossa Literatura ( ... ) Afonso Lopes Vieira é um dos paladinos da mais fina bravura e de maior talento nessa defesa augusta do que ele chama O Graal - que é não deixar perder-se o sangue de Portugal, a alma lírica e heróica do nosso Portugal; e salvar ainda, naturalmente, da decomposição que a mina, esta língua saudosa em que escrevemos "

 

Está, outra vez, chegada a altura de Buscar O Graal, defrontados, de novo, com um, mais profundo ainda, fosso de desnacionalização.

publicado às 20:21

« Amor português - beijo e saudade » ( 2 )

por Cristina Ribeiro, em 19.05.13

SAUDADES TRÁGICO-MARÍTIMAS

Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.
Na praia, de bruços,
fico sonhando, fico-me escutando
o que em mim sonha e lembra e chora alguém;
e oiço nesta alma minha
um longínquo rumor de ladainha,
e soluços,
de além...

Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.

São meus Avós rezando,
que andaram navegando e que se foram,
olhando todos os céus;
são eles que em mim choram
seu fundo e longo adeus,
e rezam na ânsia crua dos naufrágios;
choram de longe em mim, e eu oiço-os bem,
choram ao longe em mim sinas, presságios,
de além, de além...

Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.

Naufraguei cem vezes já...
Uma, foi na nau S. Bento,
e vi morrer, no trágico tormento,
Dona Leonor de Sá:
vi-a nua, na praia áspera e feia,
com os olhos implorando
– olhos de esposa e mãe -
e vi-a, seus cabelos desatando,
cavar a sua cova e enterrar-se na areia.
– E sozinho me fui pela praia além...

Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.

Escuto em mim, – oiço a grita
da rude gente aflita:
– Senhor Deus, misericórdia!
– Virgem Mãe, misericórdia!
Doidos de fome e de terror varados,
gritamos nossos pecados,
e sai de cada boca rouca e louca
a confissão!
– Senhor Deus, misericórdia!
– Misericórdia, Virgem Mãe!
e o vento geme
no vulcão
sem astros;
anoitecemos sem leme,
amanhecemos sem mastros!
E o mar e o céu, sem fim, além...

Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.

Ah! Deus por certo conhece
minha voz que se ergue, branca e sozinha,
– flor de angústia a subir aos céus varados
p'la dor da ladainha!
Transido, o clamor da prece
do mesmo sangue nos veio
Deus conhece os meus olhos alongados;
onde o mar e o céu deixaram
um pouco de vago anseio
nesse mistério longo do seu halo...
Rezam em mim os outros que rezaram,
e choraram também;
há um pranto português, e eu sei chorá-lo
com lágrimas de além...

Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.

Ó meu amor, repara
nos meus olhos, na sua mágoa clara!
Ainda é de além
o meu olhar de amor
e o meu beijo também.
Se sou triste, é de outrora a minha pena,
de longe a minha dor
e a minha ansiedade.
Vês como te amo, vês?
Meu sangue é português,
minha pele é morena,
minha graça a Saudade,
meus olhos longos de escutar sem fim
o além, em mim...

Chora no ritmo do meu sangue, o Mar


Afonso Lopes Vieira, « Ilhas de Bruma »



" E tanta era a sinceridade das suas palavras e dos seus versos, que numas e noutros ninguém poderá descobrir o vulgar brilho que falsamente refulge e com o qual tantas vezes se douram e desdouram reputações. Poeta por alto destino, Troveiro da Tradição, incansável apóstolo do patriotismo verdadeiro, arauto da ternura e nobreza do nosso Povo, saudável preceptor da sensibilidade portuguesa "

Hipólito Raposo, « Modos de Ver »

publicado às 23:56

Saudosismo versus Integralismo Lusitano.

por Cristina Ribeiro, em 14.05.13
"
« Saudosismo » foi uma pura corrente estética que não conseguiu sair para fora dos âmbitos da literatura. O seu próprio " misticismo lusitanista " não se pode dizer que fosse do melhor quilate, tão embuído de germanismos, tão alheado das formas portuguesas de literatura se apresentou.
O Integralismo Lusitano, pelo contrário, é um sistema político, todo ele baseado em conclusões da tradição e da história política de Portugal, tendente, todo ele, a renovar, de alto a baixo, a actividade geral portuguesa. ( ... )
Como pode aproximar-se o Saudosismo do Integralismo? Só quem desconhecer inteiramente os dois movimentos. Tradicionalistas ambos, deve dizer-se que se aquele é passivo, o Integralismo é estruturalmente activo ou dinâmico. O primeiro apenas nos levaria à adoração inútil do que foi, o segundo, enérgico nos seus processos, ultramoderno nas suas intenções, contra-revolucionário, porque ultra-revolucionário também, será, um dia, o  ressurgimento de Portugal, como hoje é a sua maior esperança."
Manuel Múrias ( pai ), « Nação Portuguesa »

publicado às 15:52

E tudo poderia ser diferente.

por Cristina Ribeiro, em 24.04.13
" O Rei começava a fatigar-se das manigancias dos politicos, a sentir nausea das ambiciunculas e baixeza, a descrer do estado apathico das gentes, do caracter escorregado sem lealdade - sim, sim, a desconfiar de todos (... ).
A sua phrase - isto é uma monarchia sem monarchicos - clamada n'um colapso d'angustia, ao cabo d'algum demorado exame ás forças defensivas do throno, grita a clareza cutilante com que elle sente o seu isolamento, entre o egoismo abjecto no completo alheamento da patria. ( ... ) O Rei assassinado no dia 1, se ressuscitasse, poderia ver, no dia 2, no governo os mesmos homens, a mesma graxa nas almas, mesma passividade nas ruas, mesmo palavreado nos comicios...
Pobre, pobre D. Carlos! quando se pensa que afinal era mais inteligente e teve virtudes superiores ás dos seus adversarios e seus cumplices. "
Fialho d'Almeida, « Saibam Quantos... »

O « Caluniado », como se lhe referiu Ramalho Ortigão, e que, na « Nação Portuguesa », António Sardinha considerou o primeiro dos Integralistas Lusitanos, quis fazer renascer a pátria, fazendo-a voltar à senda do Tradicionalismo, que a fez grande; mas venceu a ideia dos que a queriam pequena, ainda que para isso houvessem de recorrer à maior das baixezas humanas.

publicado às 17:47

" Varas da Real Justiça "

por Cristina Ribeiro, em 23.04.13
" De entre os numerosos testemunhos que marcaram a assimiladora expansão dos Portugueses durante os séculos XVI e XVII, pelos continentes da África, da Ásia e da América, pelas Ilhas do Atlântico e do Pacífico,não têm sido dadas merecidas notícias dos pelourinhos ultramarinos, irmãos daqueles que na Idade Média, à voz dos forais, se foram levantando nas praças de todas as cidades e vilas do Reino.
Esse poste ou coluna, monumento singelo ou obra de arte, representava a força e prestígio da autoridade, ao serviço da Lei, e em formas semelhantes foi erguido nas cidades e praças de Além-Mar.
Quando Afonso de Albuquerque, após a conquista de Ormuz, mandou construir a picota no bazar da nova cidade, ajoelhou no primeiro degrau, com o barrete na mão, e assim saudou o novo monumento: "Deus te salve para sempre e acrescente em verdade, vara da real justiça d'El-Rei nosso Senhor . "
Hipólito Raposo, « Oferenda »

publicado às 19:56

" Para não me deixar contagiar pela ignorância geral em ciência política, estudei, desde Coimbra, os preceptores do Legitimismo em Portugal e com eles tive muito que aprender, quanto à natureza de algumas instituições e à teoria política.
Lembro, entre outros, os nomes de Ribeiro Saraiva e D. Francisco Alexandre Lobo, injustamente ignorados neste país, eles que foram das mais brilhantes e cultas inteligências do seu século.
Ensinados por eles, pelos dados da experiência, pela intuição maravilhosa dos autores dos forais, pela verdade municipalista, pelas diferenças regionais, pela História e pela Tradição, a Monarquia por nós preconizada suponho que escandaliza, ao primeiro aspecto, a maioria das pessoas de bem que se dizem monárquicas, sem talvez se lembrarem porquê. "
Revista « Aqui d'El-Rei!... »

publicado às 17:52

Porquê a Monarquia?

por Cristina Ribeiro, em 15.04.13
" Embora o não queiram reconhecer os republicanos, o povo, ainda que não monárquico, identifica-se instintiva ou sentimentalmente, com a realeza, porque se identifica com as famílias e as instituições que fizeram a nação, Não foram ou não são todos os reis sábios, heróis ou santos? Pois não, mas o grande argumento monárquico é o de que a instituição vale mais do que o monarca". João Bigotte Chorão 

publicado às 17:35

Desmistificando mitos ( 2 )

por Cristina Ribeiro, em 22.03.13
Em conversas que vou testemunhando na internet, constato o quão comum é a confusão entre Tradicionalismo e Absolutismo,  quando de monarquia se fala.
É ainda na « Nação Portuguesa », em texto de Domingos Gusmão Araujo, que topo pequeno excerto bastantemente elucidativo para desfazer tal confusão, por demais deslocada:
" A Política é constituída sobre os dados da História; estes, juntando-se aos ensinamentos-teoremas da filosofia realista, reabilitaram a realeza protectora do povo.
                    Herculano, tantas vezes citado como um liberal, era, afinal de contas, um integralista. No 1º volume do Monge de Císter, pág. 131, vê-se como o povo fora « uma causa grande e forte porque a vida municipal, garantia única possível de verdadeira liberdade, não era ainda vertida em comédia pela monarquia absoluta, para esta a legar , transformada em farsa de títeres, às hierarquias ministeriais que aceitamos benevolamente como governos representativos ».
E no 2º volume, pág.150, volta-se contra a « monarquia absoluta, parente próxima do liberalismo moderno no desprezo estúpido e brutal dos mais venerandos monumentos dessas épocas de liberdade incompleta mas sincera, em que o monarca era o aliado dos povos ». "

publicado às 18:54

Desmistificando mitos.

por Cristina Ribeiro, em 21.03.13

" A independência do poder judicial é hoje uma das mentiras convencionais em que fingimos acreditar e que tem sido sucessivamente consignada em todas as constituições que em Portugal se têm promulgado.

    No entanto, jamais essa independência foi garantida, no período constitucional, pela forma prática que os forais procuravam assegurar-lhe. Aí a  independência da Justiça era assegurada por um conjunto de disposições de carácter positivo e eficaz, e não pela simples enunciação do princípio, como se faz modernamente.

A magistratura era exercida em cada concelho por dois juízes ( alcaides e alvazis - juízes ordinários - ) eleitos pelos homens-bons. Estes magistrados distribuíam a Justiça, julgando imparcialmente os pleitos de todos os vizinhos. Nem os nobres orgulhosos, nem os arrogantes infanções podiam eximir-se à acção da Justiça Municipal.

A seguinte disposição disposição do Foral de Lisboa era frequente na maioria dos forais e costumes dos outros concelhos: « Não haja na vossa  vila pessoa tão privilegiada que possa sustentar o mal que tiver feito a qualquer dos seus vizinhos e eximir-se de lhe dar reparação pelo alcaide e pelos alvazis ».

 

Algumas vezes, é certo, pretenderam os reis intervir na escolha dos alvazis, mas logo o concelho levantava o seu protesto, e a prerrogativa municipal era acatada e mantida. Foi o que sucedeu, por exemplo, com os vizinhos de Coimbra, que tendo levado às cortes o seu agravo contra a usurpação que o poder real pretendia fazer-lhes, obtiveram esta resposta: « Quanto às queixas relativas aos alvazis, que El-Rei pretende nomear só por si, responde ele que o concelho eleja os seus alvazis, como era de uso em tempo de seu pai e de seu avô ». "

 

A. Xavier Cordeiro in « Nação Portuguesa »

publicado às 18:04

O nosso Rei.

por Cristina Ribeiro, em 20.03.13

" A « Nação Portuguesa » defende a Monarquia Orgânica, Tradicionalista, Antiparlamentar, isto é, a verdadeira Monarquia, sistema governativo que substitui a unidade indivíduo pela unidade corporação e em que todas as corporações, públicas e privadas, obedecendo à disciplina de uma natural organização hierárquica, podem colaborar na medida dos seus interesses para o engrandecimento e prosperidade nacional . Almeja o regresso de Portugal aos princípios políticos que fizeram a felicidade da Pátria na Era de Quatrocentos e que a Renascença com o seu absolutismo dinástico veio desvirtuar. Então o Povo era uma realidade consciente e o Rei a consciência dessa realidade. Estes dois poderes entendiam-se adentro do estado e por tal forma se equilibravam, que não havia abuso por parte de qualquer deles, que logo o outro, na sua acção moderadora, não conseguisse neutralizar. Se qualquer monarca pretendia pretendia lançar tributos que melhorassem a Fazenda Pública , tinha por costume e obrigação escutar os representantes dos concelhos. E não poucas vezes, como nas Cortes de Leiria de 1372, os procuradores das cidades e vilas respondiam ao pedido régio com um « não » muito decisivo, que nunca admitia contestações. Nesse momento, era sem dúvida o Rei que se inclinava ante o supremo interesse do Povo.
Mas foram-se, pouco a pouco, esquecendo os velhos usos; como que adormeceram as antigas tradições. A tendência centralista favoreceu o absolutismo da Coroa, diminuindo consideravelmente as primitivas regalias populares. Assim se viveu neste Reino durante três séculos de História. E quando o senhor D. Miguel, reconhecendo os erros de tão abusivo poder pessoal, apelava para os concelhos, dando-lhes força, vieram as ideias da Revolução Francesa, como outrora tinham vindo as da Renascença Italiana, alterar a corrente evolutiva da nossa Tradição. "
Alberto Monsaraz.

publicado às 19:02

Gratos sim, mas podia fazer melhor.

por Cristina Ribeiro, em 08.03.13
" ... desde os primeiros anos da minha vida, naquela fase em que, para o bem ou para o mal, a nossa imaginação de criança é marcada por tudo o que ouve e por tudo que nos rodeia, tenho gravado na memória o relato que faziam os meus pais e o meu professor sobre o estendal de humilhações e desgraças que Portugal, antes de 1926, sofreu. Éramos o protótipo dos países à deriva, sem rumo, sem crédito, sem trabalho, a não ser o escravo, pago miseravelmente, de 16 e mais horas por dia...
Previdência social nem se falava e o fim taxativo dos trabalhadores era em bandos, que os meus olhos de criança ainda viram, com um pau às costas e um saco dependurado, percorrer em determinados dias da semana, a esmolar uma côdea de pão...
O país já não tinha capacidade de reacção, e a vergonha desapareceu por completo destas paragens.
Ausência total de estruturas e infra-estruturas: estradas, portos, hospitais, escolas, barragens, refinarias, indústria transformadora e pesada, tudo nos faltava, e, como corolário de tudo isto, uma moeda miserável, que ninguém aceitava - vivíamos em clima de bancarrota...
Estávamos, literalmente, no último degrau. (...............................................................................................................)
Em 1926 faz-se a revolução de 28 de Maio, e o problema da ordem na rua começa a resolver-se, mas logo veio ao de cima a incompetência governativa dos militares, em que as excepções só confirmam a regra... ( ... ). 
Até que surge o homem! De origem humilde mas honesto e competente. Era sério e infundia confiança. O povo confiou nele. Prometeu vida difícil, mas como única solução.
Afirmou, textualmente, saber " o que queria e para onde ia "; e o certo é que transformou um país ingovernável em terra disciplinada e progressiva, que, não sendo rica, já não nos envergonhava, pelo que nos podíamos orgulhar, de novo, de ser Portugueses.
E não me venham dizer que o não aceitavam, pois vi com os meus olhos de criança de sete anos, em Maio de 1936, na cidade de Braga, o delírio com que uma enorme vaga de povo humilde o recebeu e saudou.
Quatro anos mais tarde, em Guimarães, por altura das festas dos Centenários, testemunhei, senti, o calor humano com que multidões o receberam e ovacionaram. ( ... )
Faz-me pena, e revolta-me, ver, não a gente nova que não sabe - embora devesse saber! -, mas os da minha geração - até bispos da 
minha Igreja! -, que têm obrigação de avaliar quanto devem a esse homem... ".

Também acho, Pai, que lhe devemos estar muito gratos, mas para que Salazar fosse maior ainda, deveria saber o momento certo de devolver o poder a quem de direito. Como escreveu o Seu admirado conterrâneo Alfredo Pimenta, numa das cartas que endereçou a Caetano Melo Beirão, e que só pude ler graças a Si, " Para mim, houve um instante particularmente propício para restabelecer a nossa tradicional Monarquia e que oferecia todas as vantagens - internas e externas: durante a guerra, quando o país inteiro, em paz, decorriam as festas dos dois Centenários, tinha diante dos olhos a evocação viva, a todos os aspectos, da obra dos nossos Reis "...

publicado às 19:05






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