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Um artigo do ex-SACEUR da NATO que termina com uma série de sugestões interessantes. Mas a principal questão a colocar é por que razão deveremos entrar numa guerra com a Rússia por causa da Crimeia, uma região onde a esmagadora maioria da população é russa e onde se encontra a esquadra russa do Mar Negro? Argumentos a respeito da ingerência nos assuntos internos de terceiros, da inviolabilidade das fronteiras e da manutenção da integridade territorial dificilmente colhem, na medida em que o Ocidente também tem vindo a ingerir nos assuntos internos da Ucrânia e quando lhe é conveniente também promove a violação de fronteiras e da integridade territorial, como no caso do Kosovo. Também não é despiciendo salientar que a maioria da população da Crimeia é pró-russa e pró-Yanukovych, pelo que mais depressa prefere fazer parte da Rússia ou tornar-se independente do que integrar uma Ucrânia cujo futuro é uma incógnita. Mais, se durante a Guerra Fria a doutrina da Mutual Assured Destruction permitiu assegurar o equilíbrio geopolítico entre os dois bloco, tendo apenas ocorrido proxy wars, como é que alguém pode sequer equacionar seriamente a possibilidade suicida de entrar agora numa guerra directamente com a Rússia?
Leitura complementar: Brincadeiras perigosas; A "península" do Texas; Breves notas sobre a situação na Crimeia;