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Não domino a língua arménia, mas farei o meu melhor para traduzir a mensagem; " a CGTP sai à rua para exigir a derrota da política da Direita". O que Arménio Carlos quer dizer, como se não tivesse sido empossado um governo de Esquerda, é para os ouvidos do camarada António Costa. Por outras palavras: não é líquido que a coligação PS-PCP-BE defenda os interesses dos portugueses nos moldes desejados pela inter-sindical. E Arménio Carlos tem razões para estar desconfiado. O governo, de alegada inspiração socialista, está obrigado a continuar as medidas de Austeridade herdadas do governo anterior, ou, na melhor das hipóteses, afastar as contribuições fiscais mais visíveis e substituí-las por outras mais "silenciosas", mas igualmente penosas. Se Arménio Carlos nem sequer deu 48 horas ao governo de António Costa para que as suas reivindicações fossem acolhidas, significa que o representante de grande parte dos trabalhadores portugueses pensa que pode ter sido enganado. Em suma, o facto de haver um governo socialista ao leme dos destinos de Portugal, não implica necessariamente que haja um corte com as fórmulas do executivo anterior. Eu já sabia isto, mas não sou o único. Pelos vistos aqueles que mais sofrem na pele também o sabem. António Costa fica avisado. A oposição que vai conhecer, não reside apenas no Parlamento. É cá fora, na rua, que elas contam.