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Saiu há uns dias um estudo previsivelmente encomendado, referindo a imperiosa necessidade do país acolher mais imigrantes. Nada sabendo acerca do assunto, tendemos a concordar, mesmo deixando de lado o futuro que a robotização generalizada implicará, ou seja, a cada vez menor necessidade de mão de obra humana no sector industrial e quiçá, nos serviços. Trata-se sobretudo de garantir a sobrevivência e a tranquilidade de quem à Europa pede auxílio. Não há como negá-lo.
Portugal está então apto, saindo do procedimento por défices excessivos, de tentar convencer Bruxelas acerca daquilo que se perfila ameaçadoramente no horizonte mais próximo:
- a enxurrada de refugiados que virão da Venezuela e mais tarde mas como já foi aqui previsto, da África do Sul. Urge planear com tempo, mas o segundo caso, embora as notícias sejam cuidadosamente filtradas, é menos urgente.
Dados os números em questão, o nosso país enfrenta uma catástrofe ainda mais gravosa do que aquela ocorrida há quatro décadas, quando teve, contra a vontade dos seus dirigentes, de suportar a chegada de centenas de milhar de portugueses sem eira nem beira, no meio da geral indiferença de aliados, amigos ou comparsas internacionais. Solitário e contra a benquerença geral, Portugal enfrentou o desafio e conseguiu resolver o problema, ou pelo menos mitigá-lo à custa do silêncio tacitamente imposto àqueles que estiveram do lado errado da história e dos seus vendavais.
O que há então a fazer? Segundo o MNE, o processo já se encontra em marcha e apenas podemos imaginar o que terá sido dito pelo ministro da tutela na Comissão Parlamentar destinada a este incómodo assunto. As pessoas estão antes de contabilidades, negócios, preconceitos ou superstições políticas mais ou menos correctas.
O governo deve simplesmente recorrer de imediato aos mecanismos já estabelecidos para outros casos, apresentando os números e invocando os grandes princípios humanitários propalados no areópago de Estrasburgo e na própria Comissão Europeia.
Este é um caso que não poderão negar ou adiar indefinidamente, não significando descurarem-se todas as probabilidades e a totalmente indesejável evacuação em massa, pois esta implica, em caso de necessidade absoluta, a cooperação de todas as agências europeias que decerto terão Portugal como um país merecedor da solidariedade que é fartamente prodigalizada a Estados alheios à Europa.
Facilmente é compreensível a premissa destes retornados poderem ser satisfatoriamente integrados, para além de Portugal, noutras sociedades europeias, não chegando com exigências de qualquer tipo que comprometam o ethos e a paz das sociedades dos países de acolhimento. Veremos então até que ponto é credível toda esta até agora espantosa inflamada oralidade de fóruns, associações e ONG de boas vontades.
Aguardemos então e como se dizia noutro post acerca deste assunto, ...o tempo urge. Não se trata de generosidade, mas sim de uma obrigação nacional.