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Paris está em pânico. Não surgiram bombardeiros Tupolev, discos voadores ou efeitos da Experiência de Filadélfia. Paris teme misteriosos drones que têm sobrevoado a cidade. Os drones, coisas medonhas que saíram da imaginação de um cientista lunático ao estilo do Back to the Future, levaram-me a mais uma curta viagem no tempo.
Estas pequenas engenhocas são coisa tão inédita como os Sputnik, aliás, precederam-nos. Recordo muito bem uma loja sita nas imediações do John Orr's, em Lourenço Marques, a Modelândia. Enquanto muitos lá buscavam kits de automóveis, tanques, navios e aviões, Dinky Toys, carrinhos da Matchbox ou soldadinhos de várias épocas históricas, os mais velhos ou mais abastados, eram clientes da secção de aeromodelismo. Ali vendia-se de tudo, desde a balsa para a construção dos modelos pelos mais habilidosos artífices, até aos motores, todo o tipo de peças avulsas, tintas e colas especiais. No entanto, também existia um bom sortido de modelos completos, aos quais apenas faltava o combustível para o início das operações. Spitfires, Hurricanes, Stukas, ME 262, Corsairs, B-29 e tantos, tantos outros modelos bem conhecidos, estavam à disposição dos compradores que depois os exibiam em locais ermos, entre os quais o próprio Autódromo de LM servia de cenário para acrobacias e uns tantos estampanços a pedirem mais lições e afinar da perícia.
Sim, nos anos sessenta e setenta já tínhamos drones controlados à distância. As formas eram outras e decerto alguns terão um dia pensado em transformá-los em pequenos mísseis guiados até um hipotético alvo. A tansformação não seria difícil.
E se neste momento estivessem uns tantos miúdos parisienses mortos de riso pela assustadora façanha? À falta de um vírus H5N2015 e até cabal prova em contrário, os drones não merecem tanta histeria mediática. São coisas velhas, conhecidas e usadas, pois apesar de videos acoplados e potencial abastecimento com bombas, não representam nada de novo.