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Diziam de D. Fernado I, o Inconstante.
O caso que ora tratamos é mesmo um misto de reserva mental, cupidez e ao contrário daquilo que muitos pensam, um autêntico desperdício de tempo que Portugal pagará da pior forma, helenizando-se aos olhos de qualquer pacóvio da estranja, seja ela em que azimute for.
O Sr. Costa parece ter conseguido o que sempre ambicionou: a poltrona de 1º ministro, safando assim a sua cada vez mais periclitante carreira, há décadas iniciada no jotismo do Largo do Rato. Aliando-se presuntivamente à extrema-esquerda e aos ínfimos sonhos revolucionários - 7 e tal % é o que lhes resta - de há quarenta anos, chegará a S. Bento explodindo de empáfia, talvez repetindo intra muros, aquilo que o seu antigo chefe José Sócrates diria na noite eleitoral em que para desgraça nacional, obteve a maioria absoluta: "conseguimos! Conseguimos!
O acordo é assinado em separado, a quatro: PS, BE, PC e estranhamente, o travesti deste último que dá pelo risível nome de "Os Verdes", uma espécie de encarte que propicia aos estalinistas mais um tempo de antena no areópago parlamentar, duplicando o estafado mantra comunista. Assim sendo, imaginamos o frete que o residente de Belém experimentará a cada sobressalto em que para consultas, devem ser chamados os "partidos com representação parlamentar". Todo aquele ram-ram bolchevique é integralmente regurgitado pela delegação ersatz, um disco riscado e sem qualquer interesse de maior.
Enfim, expostos os factos, o que pretende o Sr. Costa? Chegar ao poder seja de que maneira for. Fazendo o tal acordo à esquerda, rapidamente irá a Bruxelas - ou a Berlim, onde decerto estará ansioso por merecer as protocolares honras diante da cada vez mais evidente Reichskanzlei, com guarda de honra e banda fazendo soar a Präsentieren Marsh -, de lá regressando com o caderno de encargos que em pouco ou nada corresponderá às excitações vociferadas no debate parlamentar que previsivelmente unirá a até agora improvável troika vermelha.
O que sucederá então? Virar-se-á para o PPD, impondo a abstenção que fará implementar o programa quase integral da desfeita coligação PàF. Isto é o que o sr. Costa desde sempre pretendeu, ou seja, ser "Califa no lugar do Califa", nem que para isso tenha de mentir com todos os dentes que tem. A verdade é que o PPD não terá escolha senão deixar passar as inauferíveis medidas ditadas naquele "tem mesmo de ser" que caracteriza a cada vez mais absurda União Europeia, pois caso contrário, logo o Sr. Costa e a sua trupe de calimeros esganiçarão as vozes, talvez recorrendo àquele dito que um dia o Sr. Aníbal C. Silva grasnou há perto de vinte e cinco anos: deixem-me trabalhar! É que para os amnésicos portugueses, a vitimização, especialmente se for de gauche foie gras, é coisa que se pega tanto como uma lapa no Cabo da Tormentas.