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Há vida para além da Geringonça

por John Wolf, em 23.11.17

martian-20th-century-fox.jpg

 

António Costa, naquela histórica noite de Outubro de 2015, invocou o teor inviolável de democraticidade de soluções governativas extraídas a partir de arranjos parlamentares com maioria de assentos - assim nasceu a geringonça - a fórmula patenteada para governar. Esse princípio fundador, no entanto, não serve apenas  a geração de governos. O que acabamos de registar, a coligação ocasional entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Comunista Português (PCP), a propósito da questão da residência universitária de Rio Maior, deveria ser a norma. Os partidos, na sua expressão civil e genuinamente política, não deveriam ter género nem se tornar reféns de ideologias. A coligação que designam de "negativa" é de facto "positiva". Demonstra que o magistério das ideias e da racionalidade deve subalternizar a teimosia ou a ortodoxia ideológicas. Não existe nada, mas mesmo nada, que António Costa possa afirmar para afastar esta solução. A mesma é a expressão plena de diversidade democrática e liberdade de expressão. Este primeiro aviso, deve, no entanto, ser levado a sério pelo Partido Socialista (PS) - o Largo do Rato não é dono nem senhor do Bloco de Esquerda (BE) ou do PCP. O juntar de trapinhos do PSD, CDS e BE na questão das cativações revela matematicamente e parlamentarmente que algumas das soluções do PS já não são aprovadas por Portugal. Os deputados que ali professam a sua fé, bem ou mal, com mais ou menos fervor partidário, sabem que em última instãncia devem servir o povo português. O BE e PCP, numa primeira fase, entusiasmados com a estreia "governativa", começam a perceber que serão deixados na estrada pelo mestre e senhor PS, se não servirem as causas da sociedade, das pessoas que existem para além dos clientelismos que pendulam entre Lisboa e o Porto. O PS foi sempre um jogador político e, nessa medida, o atirar da ficha do Infarmed para o Porto deve ser entendido como uma modalidade de pré-campanha. Podemos deduzir a partir desta decisão que o PS apostou forte na candidatura de Rui Rio. A continuar com estes joguinhos de cativações e transferências oportunas tornar-se-á mais que evidente que começam a faltar argumentos políticos e governativos de vulto ao PS.

publicado às 10:40


3 comentários

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De Weltenbummler a 23.11.2017 às 12:09

nos anos 50 dizia o treinador de futebol José Szabo ao Presidente do Caldas perante os desaires no campeonato
'-o  Sr já viu de MERDA fazer marmelada?'
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De Anónimo a 24.11.2017 às 09:26

Está tudo muito certo mas quem roer a corda e desfizer a geringonça vai ser penalizado em eventuais antecipadas. O PSD está decapitado e não está em condições de concorrer nem de fazer oposição credível. Alguém aposta numa maioria absoluta do Costa? É esperar para ver.
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De Anónimo a 25.11.2017 às 10:18


Sempre o carácter terá um papel a desempenhar na acção dos humanos.
A sua ausência sempre será factor de perturbação e incerteza.


O carácter do PS é a jogatina política que se traduz na ausência de tudo que em política pode ser rumo e certeza.

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