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Itália e os grilos europeus

por John Wolf, em 05.12.16

barulho-grilo.jpeg

 

A União Europeia (UE) não é uma união, mas a Europa é uma democracia. Os Estados-membro de uma e de outra exprimem a sua vontade política de um modo assimétrico. Julgavam todos que a Áustria iria pender para um lado, mas inclinou-se para outro. Matteo Renzi, porventura inspirado por David Cameron, apostou o tudo ou nada no referendo e o resultado está à vista. A Itália e o Reino Unido, um continental e o outro nem por isso, rasgam o manto do projecto europeu, colocando à vista de todos as frágeis costuras de uma construção cada vez mais duvidosa. Estamos cada vez mais à mercê de um fenómeno imprevisível de desmontagem de um sistema político. Se existia uma alma mater na génese da Comunidade Económica do Carvão e Aço, ou espiritualidade nas propostas de Schuman e Monnet, as mesmas são agora meros fantasmas. Resta saber se não terá chegado o momento da UE pensar uma saída limpa. Uma saída da sua própria condição. Enquanto decorrem processos eleitorais parcelares no espaço intra-comunitário, as instituições da UE tardam em pensar uma iniciativa estruturante, um modo de calibrar o pensamento dos europeus em relação ao seu futuro. Por outro lado, a Itália pode bem ser o melhor exemplo da patologia crónica que assola a Europa - para quê mudar? O grande deficit a que assistimos nos processos eleitorais já decorridos e naqueles que se avizinham, tem a ver, na minha opinião, na não inclusão de um clausulado de responsabilidade no que diz respeito à integração europeia. Ou seja, cada qual lida com a sua casa do modo que melhor entende, mas o edifício, o condomínio de interesses comuns da União Europeia, fica para depois. Ou seja, a cada expressão de individualidade democrática dos Estados-membro da UE, a mesma enfraquece. É esta contradição que faz a UE enfermar de problemas genéticos enquanto exulta continuamente as virtudes da liberdade política e reclama a alegada superioridade moral da Europa. No entanto, a sua tradição política é precisamente essa. Assenta na ideia de movimento epicêntrico, baseia-se na ideia de que as fissuras nunca abalarão os princípios subjacentes. A UE também sofre de um problema de linguagem. Estes fenómenos não são excêntricos nem atípicos.  Passam-se dentro de portas. E os personagens que fazem os enredos não são de todo estranhos. São produtos internos. Brutos ou nem por isso.

publicado às 09:38


7 comentários

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De Ricardo a 06.12.2016 às 11:35

E no meio de tudo isso temos a insanidade dita multicultural promovida contra todas as evidências de fracasso e de caos.Mais um "adiantado mental" http://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/acacio-pereira/detalhe/20161205_0010_diferentes-mas-iguais?ref=opiniao_outras

6 de dezembro de 2016 


Esse indivíduo acima(no artigo do CM) que diz que devemos abrir as portas a todos(mesmo com todos os exemplo de crimes cometidos nos últimos meses pelos ditos imigrantes/refugiados na Europa)é o mesmo que diz que não temos condições policiais(em especial no sef no qual é presidente do sindicato)para fiscalizar e controlar as situações já existentes quanto mais a vinda de milhares de imigrantes/refugiados. http://ionline.sapo.pt/512279 (este do jornal I tem alguns meses mas certamente que as más condições policiais,em especial do sef,denunciadas pelo presidente sindical do sef se mantém já que o mesmo personagem continua todas as semanas no CM a denunciar as tais más condições.)

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De Anónimo a 06.12.2016 às 16:58

É por causa desses idiotas que os populistas estão a ganhar tanto terreno, pois são os únicos que dizem BASTA à imigração descontrolada e à vaga de refugiados. Os ocidentais não têm de cometer suicídio por haver outras partes do mundo a passar mal, nem somos responsáveis por tudo de mal que há no mundo. Somos sim presos por ter cão e por não ter. 
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De isa a 06.12.2016 às 18:01


"uma construção cada vez mais duvidosa" 
porque de vai comprovando que não querem democracia nenhuma, aliás, será bom relembrar que nos "venderam" uma UE e uma moeda única para facilitar "as trocas comerciais", agora podemos ver que o truque era criar a dependência financeira dos países europeus para que, "uma entidade" mais ou menos obscura, com vários tentáculos, conseguisse controlar, simultaneamente, todas as Nações Europeias. 



Democracia? Com Instituições, algures que não são eleitas pelos europeus nem seus representantes? Com Legislação que interfere em Tudo, até nas coisas mais ridículas como "Regulamentos de como se Usar Velas"? Não há escolhas mas, um caminho cada vez mais afunilado e previsível em que, os Partidos estão às ordens de Bruxelas, de um Banco Central PRIVADO o BCE, de Grandes Corporações Internacionais, FMI, World Bank, Nações Unidas, para os quais, nenhum cidadão europeu elege representantes, nem sabe muito bem que "pressões" são exercidas nos bastidores, muito menos por "quem"e, para rematar, Deputados europeus que não podem propor ou vetar leis, onde vê a tal Democracia? 

Quem perguntou aos europeus se querem receber mais 500.000 pretensos refugiados, até 2018? Se for como até aqui, não serão famílias mas, maioritariamente, homens dos 15 aos 30 anos. Com tantos migrantes que pressão provocará na Segurança Social dos países europeus? Mas a ideia é precisamente essa que não aguente. 
Um modelo antigo e, como mostra a História, para introduzir um governo não democrático, basta arrasar financeiramente e criar o caos. 
Vamos ficando cada vez mais longe do verdadeiro centro do Poder e votar passa a "teatro" porque Nação ("Estado Membro";)) que não obedeça, já sabe as consequências porque eles controlam o dinheiro (nem todos têm a vantagem de ter moeda própria como no caso da Brexit e, mesmo assim, vão "enrolando", a vontade do povo parece não ser suficiente). 


Será tudo muito bom para "alguns" políticos, têm para onde ir, se ajudarem a implementar a "Agenda" que nada tem de democrática porque:
"Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente"
Já reparou nas "grandes escolhas" políticas dos portugueses? 
O Partido que der mais 6 ou 10 euros e mais feriados? 
Aliás, nunca vi uma geração mais egoísta e hipócrita do que esta que apregoa direitos adquiridos e garantidos, intocáveis mas, se está a borrifar para as futuras gerações que vão acabar por não ter direitos nenhuns, escravas de dívidas que não fizeram, nas mãos de uma elite não eleita, num tal Governo Mundial (NWO). A Dívida cresce mas, "No Problemo", têm de agradar a quem lhes garanta os "tachos".
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De gyu a 07.12.2016 às 05:40

"Ou seja, a cada expressão de individualidade democrática dos Estados-membro da UE, a mesma enfraquece."

Enfraquece porque o processo da construção da dita UE foi tudo menos democrático. Por vezes,  foi feito mesmo com total desprezo pela vontade dos povos das nações europeias e  houve alturas em que velhas nações foram hostilizadas.
Algo assim construído só sobrevive enquanto não precisar de defesa.
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De isa a 07.12.2016 às 12:28

E, para ir comprovando o meu comentário do dia 6, mais uma "achega" à tal "democracia"
https://www.youtube.com/watch?v=ZwvekEiKs68&spfreload=10

Governments Call on Social Media Platforms to Censor Fake News Within 24 Hours!

Quanto a Fake News, só as deles e "Fake News" que não sirvam a Agenda, há quem não goste e, muito "democraticamente" já não consiga esconder as "garras e os caninos" ;)
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De Anónimo a 07.12.2016 às 22:42

Obrigado. Mais uma vez visões claras e corajosas da realidade. Mas é verdade.
Por um lado o socialismo, recém saído da gaveta,  já desfere a estocada de misercórdia.
Por outro o PR com a sua cultura pós-Concílio fala em ... conciliação, claro.
Feliz, sorridente, não sabe o que é o Poder.
E a responsabilidade do cargo, sobretudo para com quem o elegeu.
Agora convoca os seus conselheiros para discutir o sexo dos Anjos.
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De JS a 07.12.2016 às 22:44

Obrigado. Mais uma vez visões claras e corajosas da realidade. Mas,
Por um lado o socialismo, recém saído da gaveta,  já desferiu a estocada de misercórdia.
Por outro o PR com a sua cultura pós-Concílio fala em ... conciliação, claro.
Feliz, sorridente, não sabe o que é o Poder.
E a responsabilidade do cargo, sobretudo para com quem o elegeu.
Agora convoca os seus conselheiros para discutir o sexo dos Anjos.

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