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O terrorismo doméstico de Barcelos

por John Wolf, em 26.03.17

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Começo pelo caso de violência doméstica que envolveu Donald Trump. Foram parentes próximos do seu Partido Republicano que lhe deram umas valentes castanhadas. Não foram estranhos. Foram "militantes" que, em nome de outras crenças, abandonaram o "camarada" naquela hora díficil de revogação do Obamacare. Não seria interessante, em nome de Abril, da democracia e das balelas de liberdade de expressão que por aqui grassam, que uns quantos socialistas virassem o prego às intenções da Geringonça? Não seria democrático e vibrante? No entanto, temos exemplos bicudos de dissonância partidária neste país. Penso em Campelo, penso no queijo Limiano e penso no triste desfecho dessa ocorrência - nos saneamentos e exclusões. Enfim, fico-me por aqui. Acho que conseguem pintar o resto do quadro. Não preciso de acrescentar grande coisa ao estado da arte partidária em Portugal. O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português têm superado as minhas expectativas - são frouxos, fracos. Deixaram-se levar e fingem a discordância para primeira página de matutino - mais nada. Mas adiante, passemos ao berbicacho seguinte. A violência doméstica em barda, que Portugal oferece aos jornais da TVI e CMTV, prova o seguinte; quem não tem cão, caça com gato. Os americanos, que são os campeões da venda retalhista de pistolas Colt e espingardas Winchester, não são tidos nem achados nestas histórias. Em Barcelos e Ovar bastou a faca. Nem foi preciso o alguidar. Em Barcelos foi uma coisa de brio, Briote, de seu nome. Em Ovar, foi algo esmerado, foi em Esmoriz. Pelos vistos não são necessários refugiados sírios nem fundamentalistas islâmicos para dar conta do recado - decapitar, degolar. As celúlas de violência doméstica abundam em Portugal ao ponto de se poder designar o flagelo de terrorismo doméstico. Os políticos de brandos costumes e as assistentes sociais que apregoam a reintegração social dos infractores com cadastro firmado são sempre os derradeiros responsáveis - não têm culpa das bofetadas. De nada servem as desculpas dos problemas de bebida, e da miséria económica e social dos agressores, para justificar a clemência e o encosto judicial incipiente. Assistimos a uma guerra civil com contornos preocupantes. Tinham sido os socialistas, quando estavam na oposição, que apontavam o dedo ao PAF como responsável pelo descalabro moral do país. Pois bem, agora que é tudo um mar de rosas de recuperação económica, melhoria nos níveis de desemprego, défices que já dobraram a fasquia dos 2,1%, nada disto deveria acontecer -  a paz deveria ser plena e inequívoca. Contudo, o guião de instabilidade emocional continua a prevalecer. O português suave continua a ser aquela história da carochinha. O assassino, que era pacato e boa pessoa lá no café da aldeia, vai à praia dar umas passas inofensivas e depois enterra a beata no areal.

publicado às 12:16







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