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Raios partam as sondagens, palhaço!

por John Wolf, em 27.09.15

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A uma semana das eleições legislativas há muito pouco que António Costa pode dizer ou fazer para alterar o declínio do Partido Socialista (PS) nas sondagens. O Largo do Rato não soube aproveitar todo o tempo do mundo para recalibrar a sua estratégia política, numa lógica que transcenderia o conceito de legislatura ou ideologia. O PS não soube pensar para além da acção do governo. Construiu o seu edifício de alternativa baseando-se na existência da coligação e na rejeição de quase tudo assinado ou proposto pelo governo. Não soube nem foi capaz de pensar o país pela sua cabeça. As sondagens, que agora começam a asfixiar as ambições do PS, podem ser desconsideradas pelo partido por não serem convenientes, mas António Costa tem sido o principal responsável pela quebra de confiança no seu partido. O primeiro adágio de discórdia foi registado com o modo eticamente questionável como António José Seguro foi varrido da casa. Os portugueses, socialistas ou nem por isso, confirmaram alguns tiques autoritários de António Costa e a mais recente ameaça de chantagem de inviabilização do orçamento do governo acaba por fechar um mesmo ciclo de indisposições que não se coadunam com alguém que diz ser o "único" capaz de abraçar outras forças políticas para ser o genuíno intérprete de uma sociedade civil alargada. Aliás, a esta hora da noite política, qualquer tentativa desesperada de fechar um acordo pré-nupcial com o Bloco de Esquerda (BE) ou mesmo com a Coligação Democrática Unitária (CDU), soaria sempre a oportunismo da pior espécie. Quando António Costa refere o "poder conservador e radical neoliberal" está a falar de si e do seu partido. Foi o PS que demonstrou a sua matriz conservadora ao recrutar velhos conhecidos do seu museu ideológico, antigos ministros caídos em desuso, mas tentados pela hipótese de uma segunda ou terceira chance no jogo do poder. Foi o PS de governos anteriores que promoveu negócios que encaixam na perfeição no conceito de mercado liberal assente na lógica capitalista de negócio. Portanto, parece-me muito feio o PS invocar a sua pureza de estilo quando foi praticante ferveroso de modalidades alheias. Eu sei que sou um mero observador sem direito a aparecer numa qualquer secção de voto, mas tenho opinião formada sobre a matéria e não me coíbo de a partilhar onde e quando entender. Catarina Martins, por seu turno, pode votar à vontade, e sintetizou muito bem o estado de arte socialista: "o PS é a desilusão destas eleições". Quero ver o que ela terá para dizer para a semana quando o desastre for ainda maior do que o sondado. Raios partam as sondagens!

publicado às 18:37







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