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João Soares lamenta que José Sócrates "não foi tratado com a dignidade devida enquanto arguido e, agora, enquanto acusado". Estamos conversados em relação ao sentido de Estado e Ética do filho do único e exclusivo fundador da Democracia Portuguesa. O ex-ministro da cultura deveria prostrar-se perante os cidadãos portugueses que foram vilipendiados e agastados por toda a espécie de danos alegadamente causados por José Sócrates. Deve haver muito bom socialista a sentir um certo desconforto, um aperto no peito, um nó na garganta. Agora que o arguido rasgou o cartão de sócio #44 e se emancipou do Largo do Rato, sinto, face ao ultraje, e à traição de que foi alvo da parte de tantos "amigos para sempre", incluíndo António Costa e João Galamba, que venha despejar na rua uma quantidade de roupa suja de ex-camaradas. Por outro lado, a mudança de orientação programática do Largo do Rato em relação ao inexcedível ex secretário-geral Sócrates significa o seguinte - estão-se a cagar para o segredo de justiça (parafraseando o enunciador Ferro Rodrigues) e já devem saber que a condenação é um dado adquirido. O Mário Soares também pernoitou em Paris. Mas isso é outra conversa.
foto: créditos PÚBLICO
baseado no poema D. Jaime de Tomás Ribeiro
«um dia numerosa cavalgada apeia-se ao portão,
limpa-se da poeira,
sobe a escada,
apalpa as mamas à criada,
enraba o guarda-portão.
-D. Martinho de Aguilar
-não está saíu,
foi para a puta que o pariu.
pelo corredor se mete
e foi dar com D. Martinho a cagar na retrete.
-olá D. Martinho, justiça de Castela!
-estava justamente a cagar para ela.
lá dentro houve luta tão brava e rara
que cá fora só se viu o tratante a tirar a merda da cara».
recordação do Liceu Sá da Bandeira, no planalto (1947)