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O neo-liberal Ricardo Robles

por John Wolf, em 28.07.18

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Catarina Martins não pode decidir o que quer que seja e muito menos que o assunto Robles esteja encerrado. Catarina Martins não pode determinar o fim do cinismo. Catarina Martins não tem autoridade moral para discorrer sobre hipocrisia. A lider do Bloco de Esquerda enfrenta uma enorme contradição conceptual, ideológica. Ricardo Robles é uma toupeira, um agente-duplo plantado naquele partido por Passos Coelho para corroer os fundamentos e princípios que apregoam de viva-voz e a toda a hora. O neo-liberal especulador e capitalista feroz Robles, à laia do imobiliário Trump ou do quebrador do Banco de Inglaterra Soros, está para ficar - o BE ficou refém da sua natureza multi-cultural de acampamento integrativo de verão: há lugar para todos - the boy must stay. Expulsar Robles do Bloco seria equivalente a impedir a entrada a refugiados ou a mudar de opinião em relação à eutanásia. Em nome da grande tolerância que grassa naquele partido, Robles terá cama e roupa lavada enquanto quiser. No entanto, o operador do mercado imobiliário Ricardo Robles enfrenta os seus próprios dilemas. Resta saber se no momento da compra do imóvel o mesmo foi sub-avaliado para favorecer certas partes. Agora aparece a dizer que afinal não venderá o prédio, que essa não era a sua intenção. Mas pelos meus cálculos, e de tantos analistas de mercados financeiros muito mais avisados do que eu, a sua janela de oportunidade para ganhar milhões é curta. Na melhor das hipóteses a bolha imobiliária ainda tem hélio para flutuar um pouco mais. Depois teremos o estoiro à laia de 2008 e o menino Robles verá os seus encargos crescer. A saber; as taxas de juro sobre empréstimos, uma hipotética subida do Imposto Municipal sobre Imóveis, sem contar com seguros obrigatórios, despesas correntes de manutenção e aquelas contas-surpresa que não excluem vereadores. Por exemplo, uma infiltração de água resultante de uma secção de telhado reconstruída de um modo deficiente. Ou seja, por outras palavras, não obstante eventuais averiguações sobre processos questionáveis de licenciamento de obras, será o Karma a resolver o assunto. O destino encarregar-se-á de entregar a sentença a quem praticou o pecado da contradição ideológica e moral. A ver se nos entendemos: se Robles fosse um ás de Wall Street, tudo isto não passaria de um não-assunto, mas sendo membro da irmandade da justiça social anti-capitalista a coisa não cai bem no goto dos portugueses. E estão a ver com os seus lindos olhos.

publicado às 20:06

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Catarina Martins ainda pensa de um modo industrial, ferroviário. Ainda não percebeu que as estações e apeadeiros da Esquerda e da Direita já não existem. A lider bloquista enferrujou e ficou paralisada naquele estado comatoso de instransigência ideológica. Desde quando é que o investimento estratégico é um exclusivo daqueles que estão a leste do diálogo democrático e tolerante? A arrogância que revela quase que viola a constituição da república portuguesa. Para quem depende da legimitidade parlamentar para abrir a boca, também deveria estender essa prerrogativa às orelhas e escutar panoramicamente. O Partido Social Democrata, que mal assentou o arrial do seu novo chefe, deve por todas as razões de interesse nacional ser escutado com o mesmo grau de respeito que o Bloco de Esquerda ainda parece merecer de alguns quadrantes. Num quadro sucessório de alternância de lideranças e fins de mandato, veremos que ditadora substituirá os comandos da nau bloquista quando Catarina se for - nada dura para sempre. A ideia de que a ferrovia vai salvar o país lembra o mapa cor de rosa de outras lides e regimes políticos. Mas nada de isto nos deve surpreender - o ferro fundido concorda com o grau de sofisticação de quem não consegue pensar para além de um sector, de uma partição ideológica. Desnível acentuado, cancela fechada.

publicado às 18:31

Medina deita fora o PCP

por John Wolf, em 02.11.17

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Fernando Medina fechou acordo com o Bloco de Esquerda (BE), mas nem por isso com o Partido Comunista Português (PCP). Ou seja, o que se passa na autarquia não é uma réplica do todo governativo, mas apenas a reciclagem de uma parte do artefacto, da geringonça. Em abono da maquineta, trata-se de uma "gonça" (como em amigo da gonça). No entanto o facto de Medina ter fechado acordo com o BE, não significa que tenha um compromisso com as efectivas necessidades dos lisboetas (precisa do BE para governar, baixou as calcinhas) e que consiga explicar como vão financiar a brincadeira. Estão apenas no lado do haver, com nenhuma menção do dever, de quem fica a arder. Não vale a pena entrar em detalhes críticos sobre a lista de supermercado de Medina e Martins, porque está lá tudo de um modo relativamente consensual, politicamente simpático para eles. Podemos concordar quase na íntegra com o enxoval dos noivos, mas devemos temer o copo de água. Serão necessárias mais taxas e impostos municipalizados para angariar meios financeiros para o orçamento da Câmara Municipal de Lisboa. A única coisa que parece ter sido omitida no programa de festas do casal camarário é um gabinete para análise e tratamento de assédio político ou de outra natureza. Seria interessante, á laia de sociólogo explorador, estudar o ecosistema camarário. Não me venham com estórias de que palmadinhas nas costas e no rabinho não acontecem todos os dias, à má-fila, à comuna - your ass is mine.

publicado às 14:33

Catarina Martins é simplesmente ignorante

por John Wolf, em 15.09.17

 

Catarina Martins nunca produziu o que quer que fosse na sua vida (incluindo ideias originais). Catarina Martins nunca gerou um emprego (a não ser aquele que abarbatou na geringonça e que deve ao Costa). Catarina Martins não estudou economia nem finanças (andou pelo teatro). Catarina Martins não entende o que representa um risco de investimento (nem sabe o que é uma start-up). Catarina Martins não sabe gerar riqueza (e muito menos repartí-la). O que Catarina Martins sabe, e bem, é tirar do bolso dos outros. A afirmação que produz: "Há rendimentos que não são do trabalho, que não são salários nem pensões. São pessoas que têm muitos rendimentos de capital ou de propriedade e que deviam ser obrigadas a englobá-los para pagarem uma taxa proporcional” confirma inequivocamente que a menina não percebe patavina sobre o significado de capital, meios financeiros e muito menos rendimentos. Os rendimentos de capital que refere (acções e títulos financeiros de outra natureza) correspondem à retribuição devida àqueles que se dispuseram a acreditar nas virtudes de uma unidade produtiva. Quando um indivíduo adquire uma posição accionista (seja pequena ou seja grande) de uma empresa, está de facto a financiar a operação, está a conceder um empréstimo e está a correr um risco (a operação produtiva pode correr bem ou não) e, naturalmente, de acordo com o desempenho (se positivo) da empresa em causa, o retorno há-de acontecer, quer na forma de dividendos, quer na expressão de mais-valias. Ora ao penalizar quem empresta à economia de um país, e em particular os privados, o ónus do risco e do investimento recai sobre o Estado de um modo ainda mais intenso. E é aqui que reside grande parte da sua argumentação falida. A missão do Estado não é a geração de riqueza ou a obtenção de mais-valias - esse papel é da responsabilidade do sector privado. Subsiste porém outra contradição infantil no seu enunciado. Como se pode beneficiar a classe média, se é esta mesmo que tem a propensão para investir em veículos financeiros como acções? Ou seja, Catarina Martins propõe uma bastonada na classe média para depois lhe passar a mão de admoestação pelo mesmo coiro. Por outras palavras, não se pode tirar a quem nos dá pão para a boca - a classe média não pode ser simultaneamente castigada e premiada. Eu já disse vezes sem conta: erros de casting pagam-se caro. Mas ignorância deste calibre não tem preço. Não existe mercado para tal. Se deixarem a rapariga se esticar, ela matará o tecido empresarial do país que deixará de se poder financiar em condições e gerar emprego. Catarina Martins é mesmo ignorante. Se ao mesmo tivesse lido Marx, saberia que a teoria do valor (e onde o mesmo reside) é complexa. Mas ela não faz caso disso. Leva tudo pela frente.

publicado às 15:25

Catarina Martins, comissária do não

por John Wolf, em 13.09.17

 

Catarina Martins deve fazer as malas e sair da União Europeia. Julga que o projecto europeu é um Airbnb - ora ficamos uma semana ora nem por isso. O Bloco de Esquerda deve assumir as suas responsabilidades perante o governo que viabilizou - a Geringonça que, goste-se ou não, é pró-europeu. Se é o aprofundamento da integração o caminho a tomar, então um Ministro Europeu das Finanças (ou da Economia) faz todo o sentido. Será uma visão holística que permitirá alinhar sistemas dísparos (e tantas vezes contraditórios) que polvilham a paisagem política e administrativa dos países-membro da União Europeia. Imaginem um sistema pan-europeu de Segurança Social e um Sistema Europeu de Saúde que serviria para aproximar o modo como os cidadãos da União Europeia são tratados. Catarina Martins sofre de miopia ideológica. Não consegue ver para além de Gaspar ou Albuquerque. Ao criar os cargos em questão, transferir-se-ia uma parte do ónus das assimetrias para a centralidade europeia. Deixaria de fazer sentido aquele discurso de periferias desalinhadas e o atribuir de culpas em exclusivo aos governantes "locais". Chame-se a isto, ou não, aproximação a uma Federação, a verdade é que o cidadão comum, dotado das suas ferramentas de percepção, sabe comparar regimes tributários e níveis de rendimento. E há mais que se relaciona intensamente com o princípio de liberdade movimento de pessoas, bens, capitais e serviços. São cada vez mais os que adoptam residências excêntricas, longe dos países de origem. São cada vez mais os que emigram, e nesse sentido, uma função niveladora seria o desejável. No entanto, Catarina Martins não pode ser visionária. O Bloco de Esquerda tem no seu ADN algo de contraditório à ideia de progresso. Diria mesmo, se me tapassem os olhos com uma venda, que aquele partido era conservador, ortodoxo, fundamentalista, retrógrado, desconfiado, desprovido de optimismo, descrente no homem (e na mulher), pessimista....querem que continue? Catarina Martins não defende os interesses dos portugueses. Defende outra coisa qualquer.

publicado às 14:28

Acampamentos domésticos e o BE

por John Wolf, em 29.07.17

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É a Esquerda que está no poder. E no contrapoder. Nos meios de Comunicação Social, na Protecção Civil, na Caixa Geral de Depósitos, no BES, na Floresta, na praia do Ancão e no acampamento do Bloco de Esquerda. Por outras palavras - ela está no meio de nós. Mas as rezas de outrora, as causas da sua igreja ideológica, parecem desvanecer-se. Se bem me recordo foi a Catarina Martins que avisou que iria acabar de vez com a violência doméstica e que iria libertar a mulher dos estereótipos e lugares-comum. Não me parece que tenha havido grande esfregona e balde a serem empregues para limpar as manchas deste flagelo que assola a sociedade portuguesa. Com tanta prosápia sobre direitos inalienáveis e igualdade de géneros, não foram capazes de alavancar a mudança que se exige. Ou seja, como conseguiriam explicar aos libertários da revolução que a moldura penal para violentadores domésticos foi intensamente agravada? E é aqui que reside grande parte da contradição. O Bloco de Esquerda tem uma visão que nem sequer é selectiva nem generalista. É uma pescadinha de rabo na boca. Se a Esquerda fosse criteriosa e proporcional em relação à violência doméstica propunha medidas jurídicas que gostaria que fosse a direita a enunciar - restrições em relação ao conceito de liberdade que os bloquistas reclamam todos os anos sob os auspícios de um acampamento selvagem. Em vez disso, o número de mortes continua a doer.

 

Foto de John Wolf tirada no Christopher Day Parade em Berlim, 23 Julho 2017

 

 

publicado às 14:56

Palavra de honra de Martins e Sousa

por John Wolf, em 03.04.17

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Não sei que contrapartidas a Geringonça negociou com o PCP e o BE, mas deve ter pago uma nota alta. Jerónimo de Sousa e Catarina Martins partilham a mesma cábula - estão desagradados com a venda do Novo Banco, mas deixam seguir para bingo. E afirmam que quem pagará pelos danos serão os portugueses -, os suspeitos do costume. O pequeno património político dos comunistas e bloquistas corre riscos. Até parece, ironicamente, que houve outra operação de compra. Aparentemente António Costa adquiriu uma posição do PCP e o Partido Socialista uma quota da sociedade bloquista. No entanto, os dois partidos marxistas correm sérios riscos na secretaria, na urna das próximas eleições - há quem não se impressione com lágrimas de crocodilo. Ficarão associados a um governo de falso-fim da Austeridade, a uma administração facilitadora de benefícios para instituições financeiras amigas e pouco amiga de processos demorados de justiça. Se Martins e Sousa não fossem apenas garganteiros, já teriam tirado o tapete por debaixo dos pés da Geringonça. Aqueles dois podem escrever nos respectivos currículos que foram os principais subscritores da venda do Novo Banco ao Lone Star. Viabilizaram o projecto neo-liberal, especulador. Entregaram um banco aos americanos. E como sabemos, tudo o que é americano é Trump.

publicado às 07:45

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Vou servir-me da Catarina Martins do Bloco de Esquerda, como me poderia servir de outro exemplo do Partido Socialista ou ainda de um macróbio de um partido conservador. Mas fiquemo-nos pela piquena. Devemos reconhecer que a bloquista teve uma ascensão fulgurante. Com ou sem tilt de um Rosas ou de um Louçã, com ou sem a sacudidela do peso-pluma Drago (xô! chega para lá!), a verdade é que Martins transformou o berreiro em imagem de marca. Mas convém irmos mais longe. Se estivesse na política, a primeira coisa que eu buscava seria tentar organizar as ideias e proceder a uma compilação orgânica de escritos políticos. Ou seja, tentava transformar tiradas de ocasião num corpo político consistente, num volume sumário orientador da acção. Enfim, não se conhece nada de Catarina Martins que se assemelhe a um tomo intelectualmente válido. Simplesmente, a menina não tem vida própria. Deve ter lido umas coisas, mas não tem talento nem arte nem inteligência para se colocar do lado da doutrina, dos criadores. Por essa razão, apenas se pode alimentar das migalhas dos outros. Não passa de um reagente. Um teste de acidez que passa a vida medir a alcalinidade de vida política alheira - para encher chouriços. Mas nem por isso deixa de ser perigosa. A linha de influência que deve exercer sobre a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova deve ser notável - condiciona e censura. Como democrata que sou, gostaria de vê-la digladiar-se em ambiente académico, na arena que a grande política merece. Apreciaria vê-la esgrimir-se com argumentos sagazes e axiomas de difícil derrube. No entanto, a sua acção limita-se ao foro emocional da política, ao apelo primário que opõe taxativamente o rico ao pobre, o opressor ao sujeito da exploração. Para todos os efeitos semânticos operativos e ideológicos, a Catarina Martins não passa de uma populista-caviar. Escolhe a dedo com quem quer ter uma discussão, mas depois não tem bagagem para se aguentar como um homem, ou uma mulher.

publicado às 19:05

Aí vêm os bancos americanos!

por John Wolf, em 21.12.16

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Podíamos viver sem bancos? Podíamos viver sem crédito? Podíamos viver sem títulos de dívida? Podíamos viver sem resgates do FMI? Perguntem a Catarina Martins, a Mariana Mortágua, ou ao guru que as conduziu pelos caminhos da verdade - Francisco Louçã. Releio o académico anarco-esquerdista norte-americano David Graeber e o seu pensamento expresso na obra-  Dívida, os primeiros 5000 anos -, a resposta é inequívoca: não. Não, o crédito sempre existiu. O dinheiro sempre foi desigual e para mal dos pecados europeus, na grande competição planetária de instituições financeiras, os EUA estão a dar uma ripada na Europa. Os bancos europeus, se fossem equipas de futebol, estariam bem mais próximas da Liga de Honra do que aqueles lugares que dão acesso aos grandes prémios da UEFA. O Barclays é um brexitário financeiro e o Deutsche Bank tem de pagar uma multa às autoridades americanas - pouca coisa, uns 6 a 7 mil milhões de USD ou Euros (sim, a paridade está bem perto). Nem vou mencionar o banco-barraca CGD por ser irrelevante neste campeonato. O que eu vejo ou prevejo é o seguinte. A administração Trump vai agitar as águas da "normalidade" e tirar partido da letárgica "tradição" europeia. Bastou o pequeno sopro do fechar da torneira de liquidez por parte da Reserva Federal para o dólar americano galgar a marca psicológica dos 1.04 face ao Euro. E isto tem consequências para este cantinho à beira-mar plantado. Os títulos de dívida dos Estados-membros da Europa dependem em larga escala da procura exterior e, no contexto da crise, foi o BCE que substituiu os agentes do mercado que foram incapazes de produzir a procura requerida dos títulos em causa. Se o dólar fortalecer ainda mais significa que a compra de títulos de dívida expressos em Euros se torna mais em conta para essa divisa e, por analogia ao Japão que detém grande parte da dívida dos EUA, a dívida europeia passará a estar nas mãos de entidades bem longe dos centros de decisão europeus. Sim, a UE tornar-se-á refém de bancos de além-mar e arredores. Mas há mais. Os commodities, como o petróleo ou o cobre, são expressos em USD o que dificultará o trabalho de governos de mãos largas que são obrigados a obter dólares para deitar a mão a energia ou vigas de ferro. Eu sei que estou a dar uma grande volta neste texto, mas ainda não percebi, à luz destas singelas considerações, como António Costa e a sua escola irão pagar as extravagâncias anunciadas para a década e para o ano de 2017. Foi o primeiro-ministro que anunciou há dias que o sector da construção precisa de levar um empurrão. E nós sabemos que o chefe do executivo não está a pensar num New Deal à Trump. Está a pensar no sistema político. Está a revalidar a chave socialista que permite enfrentar as tormentas. Foi o sector da construção que aguentou os socialistas em diversos mandatos, mas fez descambar as contas cada vez que houve um seu governo. Foram os lanços e sub-lanços de estradas que inquinaram as contas. Foram as auto-estradas para nenhures que comprometeram orçamentos de Estados. Foram elefantes brancos e outras bestas dispensáveis que descarrilaram Portugal. Enfim, todos sabem o que foi e como foi. Mas ao fim e ao cabo, com  todas estas extravagâncias, perde-se algo de essencial. A genuína ideia de empreendimento, de geração de dinâmicas económicas, a  noção de retorno e acima de tudo justiça social. Assim não funciona. E isto aplica-se a projectos de ordem diversa. Não excluo a Cornucópia e afins. São bons exemplos de erros de intransigência e incompetência em gestão de empresas. Há dias brinquei com a ideia de um Teatro Haitong ou uma Fundação das Artes Altice, mas não estava a brincar. A imagem é boa e serve. Portugal deve rapidamente pensar uma estratégia duradoura. No entanto, o país padece de um problema grave - a falta de visão. E nessa obscuridão lá aparece um velho projecto sacado da mesma gaveta de promessas e avarias. E que tal um novo aeroporto? E lá surge uma OTA de cara lavada para fazer mexer o sector das construtoras. É assim que funciona. Dizem que é teatro. Mas sai sempre caro. Não acreditem. Dinheiro não cai dos céus. E daqui a nada quando os bancos Wachovia ou a Wells Fargo abrirem sucursais na Lapa e no Intendente não roguem pragas ao Durão Barroso e à Goldman Sachs. O cozinhado é da casa. A receita tem dono.

publicado às 15:28

Pensar fora da CGD

por John Wolf, em 02.12.16

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A malta pensa que me conhece. Os leitores, de um modo geral, arrumam as obras nas estantes. Fazem catálogos. Organizam ideias em categorias específicas. Rotulam uns como sendo de Esquerda e outros enquanto expoentes de Direita. Chamam ricos a uns e pobres a outros. E não existe nada de mais errado, no que me diz respeito, e no que toca ao conceito de arrumação mental em abstracto. António Costa faz parte da classe de arrumadores. Pertence ao rol de estacionadores de ideologias, e essa prerrogativa operativa provoca chatices. Porque de repente é se apanhado em contramão. Sem se dar conta entra-se no itinerário principal e esbarra-se de frente com um conjunto de convicções. Mas Costa insiste e não admite que teve de chamar o bombeiro inimigo para apagar o fogo que lavra na caixa de fósforos. Ora vejam: "O governo não é dono do processo de seleção e aprovação dos novos administradores da Caixa Geral de Depósitos, que, por ser um banco sistémico, cai na supervisão europeia." (in Observador). Deveria deixar-se de tangas e admitir que a competência não é exclusivo da casa cor de rosa. Esperemos que esta iniciativa de recurso sirva de lição de um modo transversal aos partidos. O talento e as qualidades humanas existem para além do firmamento de uma bíblia política. Nesta vida tudo é possível. Já tivemos o inverso. Já tivemos a transferência de passe de uma dispensável Zita Seabra de um sector de bancada para outro, mas sem qualidades assinaláveis. Já tivemos um Barroso MRPP que agora é Goldman Sachs. Mas aqui lidamos contra outra estirpe de distinção. Paulo Macedo deu a volta magistral à Autoridade Tributária - pôs a máquina a funcionar. Paulo Macedo esteve no sector de saúde com resultados assinaláveis. Enfim, e em jeito de inconclusão, temos homem para dar a volta a muito texto. É raro encontrar alguém que não se deixa estragar pela política. Aprende, António Costa. E passa a palavra às infantas - à Catarina Martins e às manas Mortágua -, que pelos vistos pecam por falta de educação e sentado de estado. Não se levantem e não aplaudam. Macedo não é monárquico.

publicado às 09:24

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No dia em que licenciaturas fazem mais duas baixas no governo há mais fraudes a lamentar. Uma de lesa as costas e outro de lesa a Pátria. A tadinha da Tadeu reclamou que havia necessidade de haver cabides nas Necessidades, mas ninguém lhe deu ouvidos. Zás, cadeira para que te quero - toma lá jaqueta. E, sem demoras, logo nas horas seguintes, Catarina Martins e a sua gente, também segue caminho análogo. Zás, cadeira para que te quero: para não levantar o traseiro e aplaudir um chefe de Estado convidado pelo povo de Portugal. Sim, convidado pelo povão lusitano alegadamente representado por titulares dos mais altos cargos da nação. Geralmente são os americanos que têm a fama e o proveito de serem uns mal-educados, mas o Bloco de Esquerda quer fazer escolinha. O mais grave disto é que isto é uma espécie de anti-summit. O bem receber português não tem nada a ver com estes tristes. Eu que o diga e em primeira mão. Os estrangeiros são recebidos maravilhosamente. No entanto, o devaneio da anarco-teatral Martins deve ser tratado com o respeito que lhe é devido - ou seja, nenhum. Diz a moçoila que não reconhece teor democrático às escolhas reais que decorrem de linhas dinásticas. Que as mesmas enfermam de bastardia de autoridade. Talvez me possa explicar a Martins qual a ascendência de uma revolução? Um golpe militar é validado por que fonte? Pela fonte divina ou por um riacho cubano que faz jorrar sangue que nunca mais acaba?

publicado às 18:39

PS dispensa o BE e o PCP

por John Wolf, em 25.11.16

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Existe uma frase-chave no artigo do jornal-online Observador: "se as eleições fossem hoje o PS de António Costa teria 43% dos votos, ficando muito perto da maioria absoluta e podendo dar-se ao luxo de dispensar os partidos que o apoiam no Parlamento". Veremos então se o Largo do Rato aproveita a deixa das sondagens para começar a dispensa do BE e PCP. Um lider carismático (mais um) como António Costa já afirmou que está para dura(cell)r, que tem intenções de levar por diante o seu plano bi-quinquenal, a tal estratégia para a década. No entanto, para chegar a solo ao jogo teria de provocar eleições antecipadas. O PS teria de esticar a paciência de Catarina Martins, das manas Mortágua e do Jerónimo de Sousa para que estes interdependentes lhe tirassem o tapete de governação debaixo do rato. Quando saem sondagens nos dias de hoje, penso logo nas congéneres americanas e como acertaram em cheio na vitória de Hillary. As máquinas de propasondagem são ferramentas de trabalho utilíssimas. É só meter a conversa, que o aparelho, a verdadeira geringonça, tritura inconveniências e números desfavoráveis. Essa lampejo de aladino concede três desejos. Um para cada partido da trilogia de governação. O BE e o PCP daqui a nada começam a fazer contas à vida e a chamar de nelo-liberais aos patrões socialistas. Já faltou mais. Têm um belo exemplo de protecção social que está a ser administrada a António Domingues. Mas há considerandos mais importantes. Numa clara bipolarização ideológica da Europa, a ponte de consensos do PS talvez seja a sua única forma de continuidade. Se os conservadores varrerem a Europa e os planos majestáticos de António Costa acordarem de repente para um resgate à luz da protelada dívida a 133% do PIB, e de um serviço de juros incomportável, o PS passa a ser o vilão da fita e abre caminho para outra expressão ideológica em Portugal. Se o PS precisa destas sondagens favoráveis é porque algo vai mal no reino das utopias socialistas.

publicado às 10:19

Catarina Martins alinhada com Trump

por John Wolf, em 07.10.16

 

 

 

 

 

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Catarina Martins está alinhada com Donald Trump. Segundo a bloquista, o perdão fiscal apenas faz sentido quando há empresas em dificuldades. Pois. Foi exactamente isso que o candidato presidencial americano invocou e soube aproveitar. Se não fossem ideólogas do Bloco de Esquerda não teríamos empresas falidas a chupar o dinheiro de contribuintes. Mas Martins lança chamas minguadas sobre o seu posicionamento ético em relação ao perdão da dívida da GALP. Diz a dirigente: “O Bloco de Esquerda nunca foi favorável a estes perdões fiscais e não mudou de ideias”. São afirmações desta natureza lacónica que me dão cabo dos nervos. Estes perdões? Ah. Já percebi. A empresa capitalista de petróleos de Portugal e além-mar deve falir primeiro e depois submeter um requerimento de perdão de dívida fiscal. Como podem ver, estas interpretações de salão criam dilemas bicudos. Se a menina fosse cheia de princípios traçava uma linha clara e intransigente. Cravava em mármore: não concedemos perdões fiscais - ponto final. O problema do seu juízo de discriminação fiscal é estabelecer um precedente perigoso. A Catarina Martins defende o perdão contributivo do prevaricador pequeno, mas abomina o perdão fiscal de empresas multinacionais exploradoras dos trabalhadores? É isso? Porque se fôr isso, Catarina Martins está do lado de Hillary Clinton e não de Trump, e isso é uma infâmia. Os Clinton são amigos de Wall Street, das corporações, dos pacotes de recompensa avultados, enfim, subscrevem um imenso cabaz de favores.  Quanto ao orçamento, que em breve estará a discussão, podem tirar do vinho para pôr na sopa.

publicado às 10:43

O veto, o voto e a Catarina Martins

por John Wolf, em 01.10.16

 

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A Catarina Martins parece não entender o que significa plena legitimidade demócratica e institucional. O Presidente da República foi eleito por maioria absoluta e não é o resultado de um arranjo a três. Marcelo Rebelo de Sousa, no capítulo dos vetos, pode dormir descansado. As decisões tomadas em Belém não se comparam ao sistema de parcelas somadas do governo. Ou seja, não existe nenhuma questão de forma ou substância que possa pôr em causa a legitimidade dos seus juízos. Quanto a Catarina Martins nem sequer dá a cara pela sua quota de governo. Usa o PS como fachada, como se fosse medrosa e não responsável pelas suas palavras e actos. Ainda bem que Portugal ainda tem um orgão de soberania que não foi vorazmente engolido pela cegueira ideológica de uns. Ainda estamos para ver se o sistema judicial serve o equilíbrio democrático ou se pode ser contaminado facciosamente no processo Marquês. A geringonça não se pode queixar de grande coisa - cada tiro, cada melro. Tem galopado com os devaneios da sua agenda sem grande possibilidade de bloqueio da oposição. Do lado do triunvirato PS-BE-PCP não podem levar de vencida tudo e mais alguma coisa. Devem aprender rapidamente, para evitar dissabores,  que a instituição presidencial pode acalmar os ânimos inflamados pela via do veto. No entanto, devemos colocar-nos na cabeça de sobreviventes políticos como Martins, Mortágua ou Costa. O que irão fazer gradualmente e sucessivamente é relativamente simples. Evitarão a todo o custo diplomas que requeiram o aval de Marcelo e enveredarão pelo caminho das pequenas alterações de apostilha simples por forma a contornar chumbos presidenciais. Nessa medida, a produção legislativa pequena que altera regras já existentes, será um modo de acautelarem os seus interesses. O veto de Marcelo Rebelo de Sousa deve ter apanhado o Largo do Rato de surpresa. Viram as imagens do presidente todo alegre e contente a passear o camarada Guterres pela ruas de Nova Iorque e pensáram: já está no papo - papalvo. Mas não é assim tão cristalino, como pudemos constatar. Venham de lá mais sigilos e segredos.

publicado às 17:17

O BE e o despudor do roubo

por John Wolf, em 18.09.16

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A cada semana que passa confirmamos o seguinte. O Partido Socialista tornou-se refém do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português. A ministra das finanças Mariana Mortágua transformou-se em Peter Pan (PAN, também fazes parte disto!). Quer roubar a quem está a acumular dinheiro? Como não fazem ideia de como se cria uma economia vibrante e se gera riqueza, preferem ir assaltar propriedade alheia. Assistimos à venezuelização de Portugal. Somos testemunhas da nacionalização de património privado. Só que há aqui um pequeno problema que a Esquerda desenfreada terá de enfrentar. Muitos dos ricos que querem comer fazem parte das hostes do governo. São socialistas milionários ou são comunistas detentores de vastas propriedades imobiliárias. Ou seja, é uma pescadinha de rabo na boca. Riqueza acumulada? Pois bem. As reservas do Estado Português são exactamente o quê? As toneladas de ouro de Portugal pertencem a quem? E os fundos detidos pela Segurança Social não será dinheiro malparado? Já agora os fundos soberanos da Noruega também devem ser alvo desta intempérie? Porque afinal, o Bloco de Esquerda, que se diz europeísta, deve pensar à escala da União Europeia. Deve apresentar a sua moção de "perca de vergonha" às instâncias legítimas. Deve submeter o plano às congéneres tsipristas ou podemistas para evitar que um certo governo europeu se torne em pária. O que se passa é tão grave quanto um Hofer ser eleito na Áustria ou um Trump passar a residir na Casa Branca. As manas Mortágua e a Catarina Martins não devem ser egoístas. Devem repartir os espólios dos despojos de guerra com os camaradas oprimidos por essa Europa fora. Lamentavelmente, embora previsivelmente, Portugal está nas mãos da extrema esquerda. Antes queriam umas coisas. Agora querem o caviar dos outros.

publicado às 12:26

Como matar Portugal

por John Wolf, em 15.09.16

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Esta amostra de governo de Portugal quer destruir o país. Se achavam que 28% de imposto sobre mais-valias de títulos financeiros já era a doer, preparem-se para a estocada final. A iniciativa da geringonça, inspirada nos cânticos do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda, visa agravar ainda mais a tributação de bens mobiliários. Estes aprendizes de mercadores não entendem como funciona uma economia, nem para que servem acções transaccionadas em bolsa. Quando compramos títulos financeiros, estamos a conceder um empréstimo a uma ou mais empresas, estamos a tornar-nos co-proprietários de uma operação, estamos a contribuir para a geração de emprego e, naturalmente, em consequência desse estado de arte, os lucros aparecem e são repartidos por aqueles que depositaram meios financeiros, correram riscos, mas também alimentaram expectativas positivas em relação ao desempenho das empresas em causa. Ou seja, esta dinâmica permite suster a economia de um país, tornando-o menos dependente das subvenções do Estado. Ao castrar os agentes económicos activos e passivos, o governo contribui a longo prazo para a insustentabilidade do sector privado. O fundamentalismo económico dos partidos do governo irá tornar Portugal um país cada vez menos atractivo na óptica de investimento. Os aforristas nacionais ou os grupos de investimentos internacionais passarão cada vez mais a percepcionar Portugal como um destino pouco simpático para investir. Por outro lado a evasão financeira será estimulada. Os potenciais investidores de nacionalidade portuguesa procurarão encontrar ambientes tributários mais amenos. A geringonça está a emitir a sua própria modalidade de Austeridade. A marca branca que estão a desenvolver assenta na premissa primária de que a riqueza é um alvo a abater, mas também corta as pernas às aspirações financeiras e económicas dos pequenos cidadãos que sonham com poupanças, um modesto investimento e um pé-de-meia de retorno que uma reforma está longe de poder oferecer. A Catarina Martins e as irmãs Mortágua, co-adjuvadas pelo dependente António Costa e o parceiro Jerónimo de Sousa, afirmam que visam poupar a classe média e atacar a alta. Qualquer dia por este andar não existirá nada para atacar. Nada.

publicado às 18:14

Os espiões do BE

por John Wolf, em 01.09.16

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A Catarina Martins aprecia revistas. Diz que foi actriz, mas nunca a vi no Parque Mayer. Mas também nunca poria lá os pés. Portanto, nunca a poderia ter visto. Contudo acredito que tenha aprendido a dar pancadas de Moleiro (sim, a fazer farinha), a inventar estórias e enredos. Esta cantiga urgente sobre a promiscuidade entre "ex-espiões" e empresas privadas, declamada pelo Pureza do bloco, serve apenas uma causa. Serve para distrair os espectadores do grande buraco da CGD, do incómodo ideológico que afinal não é nada disso  - salvar bancos com o dinheiro dos contribuintes. No entanto, o BE perde uma excelente oportunidade. A nova gerência da CGD deveria ter lá plantado um ou dois espiões. Uns elementos insuspeitos que poderiam servir de supervisores do mais que certo descalabro que se seguirá e que dara azo a comissões de inquérito parlamentares para fingir o apanágio de justiça e transparência. Só que desta vez as manas Mortágua e a Catarina Martins fazem parte dos maus da fita. Também assinam a providência monetária que concede 5.000 milhões de euros ao banco público. Quanto isto rebentar espero que o BE demonstre o mesmo entusiasmo com que brindou os responsáveis do BES no procedimento de inquirição. Talvez ainda não tenham percebido, mas a dita Esquerda acaba de passar uma receita neo-liberal - acreditam no capital como entidade salvadora dos males do mundo. Ainda bem que a CGD é pública. É na praça que será julgada.

publicado às 18:00

A geringonça e o fogo conveniente

por John Wolf, em 10.08.16

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Não sei onde anda António Costa. Não sei em que festival de danças se encontra a Catarina Martins. Não sei se Jerónimo Martins é voluntário na festa do Avante. Não sei se o homem do PAN já regressou do nirvana no Tibete. Apenas sei que o governo de Portugal não existe. Ontem tivemos o enorme privilégio de escutar os chavões que os intelectuais do fogo andaram a debitar nas televisões deste lindo Agosto. Ainda escutei um repórter da TVI, em directo da Madeira, apelar a que salvassem os cães e gatos do canil mais próximo, e depois lá se lembrou de mencionar o lar de terceira idade. Antes que apareçam os ideólogos da floresta mista e das liberdades da mata brava, a procurar integrar os incendiários recorrentes, tenho a dizer o seguinte - sobre as mãos destes e de todos os outros governantes se encontram as cinzas da morte e destruição. Eles são todos culpados - os Guterres, os Cavacos, os Soares, os Durões, os Costas, os Jerónimos e já agora as Catarinas. Andaram décadas a fio a tentar civilizar a animalidade, mas desautorizaram-se por completo. Os incendiários andam a monte a rir na cara dos portugueses e dos seus governantes. A pena máxima, reservada para crimes de sangue, deve ser aplicada sem contemplações a estes loucos exterminadores. Onde quer que se encontre a Geringonça, esta deve reunir de imediato e convocar um estado de emergência tendo em conta o mapa de incêndios. Mas existe um lado cínico, intensamente político e oportunista. Deixar arder por completo pode ser o meio de entrar dinheiro gratuíto das Comissões Europeias e um modo de sacudir a água do capote de deslizes deficitários e orçamentais. Daqui a umas semanas estará pronto o guião de António Costa. A culpa foi dos fogos. Vivam os incendiários. Passa para cá a massa.

publicado às 11:22

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O Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) * apresentado a Bruxelas não traz um asterisco e uma nota de rodapé com as palavras de Catarina Martins - "Dijsselbloem é o ministro da Offshore da Europa". Mas o PEC não é tímido na requisição de fundos e na proposta de medidas que ficarão aquém do exigido para cumprir as metas orçamentais. Podemos concluir que as declarações de Catarina Martins servem o interesse nacional? Não me parece que sirvam para grande coisa. Para cada palavra de insulto dirigida a quem dá o pão para a boca, certamente que haverá bastantes mais que poderão fluir no sentido inverso - directamente para o governo de Portugal. António Costa e o Presidente da República Portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa falam de consensos, unidade, o chão comum, o fim da época continuada de campanhas eleitorais, mas Catarina Martins, algo limitada intelectualmente, puxa para o seu lado. A sua demarcação rebelde, no entanto, revela outras consternações. Informa-nos o Bloco de Esquerda (BE) que já pressente a inevitabilidade de mais um resgate. Enquanto que na Áustria a falência dos socialistas na última década conduziu aos mais recentes resultados da extrema-direita nas primárias das presidenciais daquele país, a Esquerda portuguesa, encarnada pelo BE, também se prepara para descalabros no seu próprio campo ideológico. Catarina Martins crava a sua demarcação em relação ao governo nas costas da execução de medidas que certamente serão impostas por Bruxelas. A discussão em torno da obsessão de Bruxelas pela despesa tem razão de ser. O dinheiro é deles. O dinheiro é dessa offshore holandesa. O dinheiro é dos alemães. E já agora, o dinheiro também é dos gregos. Catarina Martins navega nestas águas de considerandos, mas esquece qual a bandeira financeira do seu pavilhão. Portugal não é sua pátria.

 

publicado às 10:06

Não passam cartão a Catarina Martins

por John Wolf, em 21.04.16

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Sempre achei de grande utilidade o Partido Comunista Português (PCP), muito mais do que o seu derivado com aditivos pseudo-intelectuais - o Bloco de Esquerda (BE). Quer se concorde com o PCP ou não, temos de dar a mão à palmatória. Esse partido da Esquerda ortodoxa é igual a si. Não aprecia grandes mudanças de guião. O PCP faz lembrar o McDonald´s - um Big Mac é sempre um Big Mac. A Catarina Martins enganou-se no verbo, no género, no predicado, enfim, desbaratou uma imensa cartilha de imprescindíveis. Acordou um belo dia e pensou para com os seus botões de rosa: o que faz falta a Portugal? Ninguém me passa cartão. Boa ideia, isso mesmo. Cartão, cartolina. Motivo de chacota, dispensável. Vamos embora, venham de lá essa medidas de consolidação que não distinguem o género de austeridade. Jorge Machado, do PCP, deu-lhe com o martelo.

publicado às 16:22






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