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Novecento

por Fernando Melro dos Santos, em 19.09.12

Já não posso ouvir falar em soluções para a crise em Portugal. É evidente que as alternativas já foram todas tentadas. Querem que eu acredite no contrário, quando até tropeço em provas cabais, como a seguinte, de que o Estado se encontra povoado das melhores e mais abnegadas cabeças?

 

Vejamos:

 

"Através do Decreto-Lei n.º 117-A/2012, de 14 de junho, concretiza-se a criação da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I. P. (ESPAP, I. P.), que assume a missão e atribuições do Instituto de Informática, da Empresa de Gestão Partilhada de Recursos da Administração Pública, E. P. E. (GeRAP), e da Agência Nacional de Compras Públicas, E. P. E. (ANCP), que são extintos, por fusão."

 

E depois:

 

Anúncio de Procedimento
Descrição: Concurso Público para a aquisição de 14 veículos
Entidade: Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I. P.
Preço Base: 560000.00 €

 

Ora não será isto mais do que o bastante para que a douta cúria da blogosfera, à esquerda, à direita, ao centro, nas comissões e nos comissonas, se remeta à tranquilidade?

 

Porventura não terão entendido, na ala do Onanismo Intelectual Austríaco, o que é que o Estado faz com o produto de mais austeridade?

 

E na ala Peter Pan Visita Alice, recusar-se-ão a aceitar que esta gente mantém empregos cujo trabalho é nulo?

 

Há pouco perguntei a uma residente na ala Já Me Falta Guito Para Comprar Manuais o que pensava, mas ela declinou responder à provocação.

 

Quando vi o Novecento, de Bernardo Bertolucci, pela primeira vez, tinha eu onze ou doze anos. Como tantas outras vezes, de imediato me deixei levar pela magistral tecedura, especado em frente à televisão. Por acaso foi na RTP2, com cujo fecho proposto não concordo. A RTP1 sim, sobretudo no fausto em que vivem, e que nada de diferente oferecem. Mas disso rezarei noutro dia.

 

Naquela altura, confesso que simpatizei com os desgraçados dos campónios. Então malhavam tanto na terra dura, e viviam em andrajo constante enquanto os patrões se anafavam e ainda por cima empregavam torcionários que matavam gatos? Xiça! Mesmo assim aquilo soou-me um bocado a conto de fadas, e no fim do filme percebi, já do alto da tenra idade, que aquela cantoria ladeada de riso constante seria intransponível para a realidade. Mas tinha onze ou doze anos e não laborei muito nas conclusões. Pareceu-me enfim um filme de esquerda.

 

Com vinte e sete anos, já pai e fora da casa de meus Pais há quase sete anos (O tempora, O mores) resolvi ver o filme novamente. Assisti à "primeira parte" com um distanciamento, ou cinismo se quiserem, que me fora conferido pelos anos que já então passara a trabalhar, muitas vezes sete dias por semana e em três turnos por dia, enquanto tentava avançar no meu percurso académico. Na altura não se pagavam propinas e muitos colegas demoravam dez anos para fazer o curso, pela dificuldade do mesmo mas também, creio, por estarmos então em pleno período explosivo da abundância (material e não só) que caracterizou a década de 90. Mas isto também não interessa, peço a Vossa indulgência. O que importa é que quando vi o filme identifiquei-me muito menos com os campónios, apesar de perceber com clareza os exageros e abusos da "outra parte", em especial do tipo que matava gatos, que cada vez mais me aflorava os nervos. Pareceu-me enfim um filme de direita.

 

No ano em que completei quarenta anos, comprei o DVD com uma edição especial do Novecento. Devorei-o, bem acompanhado, cena a cena e em toda a sua extensão, com a avidez de quem ainda se lembrava do que sentiu, cena a cena, das outras vezes que vira o mesmo filme. Não o achei nem de esquerda, nem de direita, mas sim um filme agnóstico. Que revela a vã sobranceria pueril de uns e de outros, que se julgam acima da triste realidade.

 

A imagem que melhor retenho é o fácies da personagem encarnada por Robert de Niro, já rente ao final da história, e o extremo humor negro ali representado - com o arrepiante realismo que apenas os actores dessa casta conseguem invocar.

 

Por isso vos digo, em boa verdade, que o clamor por soluções, quando toda a gente sabe onde está o problema, a mim causa apenas uma reacção: dou comigo a traçar um esgar esquisito, um misto de incredulidade, diversão, desdém e alívio.

 

Acta est fabula.

publicado às 12:07

Cinefilia

por Fernando Melro dos Santos, em 18.09.12

Bom dia a todos.

 

O título do meu post de ontem é de um filme realizado por Walter Hill em 1981. Nele, um grupo de homens americanos, compondo uma patrulha da Guarda Nacional em exercício de rotina, é confrontado com o mais traiçoeiro e imprevisível de todos os inimigos.

 

À semelhança do que acontece quando, na esfera individual, o corpo trai o seu hospedeiro e se vira contra si mesmo, também a terra sobre a qual edificamos sociedades pode albergar, em latência, adversários prontos a demonstrar a fragilidade e o carácter efémero, transitório, de tudo quanto sobre ela se constrói, realçando o paradoxo da condição humana enquanto grãos de poeira cósmica que brilham com fulgor até à sua extinção meros instantes depois.

 

No mesmo ano, na sua apreciação do filme, denotou Roger Ebert a evidente e previsível metáfora em torno da guerra no Vietname, alvitrando, e eu tenderia a concordar, do carácter intencional dessa previsibilidade. De facto, Hill deixa aos actores pouca - se alguma - margem para a composição das personagens, urdindo com mestria o impacto avassalador da Natureza e das cambiantes rítmicas ao longo do filme. Não deve ser desprezada, contribuindo para este efeito, a banda sonora de Ry Cooder, cujas construções atmosféricas realçam a verosimilhança do argumento. Às personagens, assim, é conferido um estatuto estatisticamente plausível, palpável, representativo.

 

As árvores, pântanos, montes e valas assistem serenas ao desenrolar da trama, e dos adversários também ficamos com a ideia que sempre ali estiveram e sempre ali estarão.

 

O civilizadíssimo grupo reage aos doestos que lhes são dirigidos com pânico, perplexidade, descrença e anarquia. Reverbera-me a familiar, de repente, nesta época de entropia acrescida. E foi aqui que a obra me fez querer revê-la pela enésima vez por perceber nela, com ou sem intenção, um carácter visionário.

 

Certos atributos da humanidade, senão mesmo todos, obedecem às mesmas leis da Natureza que regem a estrutura do Universo, às escalas do infinitamente grande e da invisível pequenez. A amostragem das personagens é válida para a América de 1981 como sê-lo-ia para qualquer país ocidentalizado, trinta anos depois. Talvez até com maior correlação na nossa actual portugalidade.

 

O eleitorado nada faz senão seguir o ciclo de Kübler-Ross: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. A fase da negação durou duas décadas, mais ou menos o mesmo período dominado pelo socialismo espertalhaço, preconizado por Soares, Cavaco, Guterres, Durão e Sócrates, e ancorado conforme já referi em sucessivos sufrágios em que foi sempre a inconsequência a maior vencedora.

 

Estamos na fase da raiva, que por definição não pode durar mais vinte anos. Alguns dos instalados já perceberam isto, e tentam apressar a entrada no próximo estágio, o da negociação. António José Seguro, por exemplo, fá-lo com o intelecto de um protozoário. Outros há, em todo o espectro ideológico, que sucumbem a uma falência cognitiva sem retorno, mais valendo calarem-se de vez.

 

Como sempre, a descoordenação é ubíqua e paira no ar a questão acerca do paradeiro dos adversários. De um sabe-se que já assoma novamente com a cabeça de fora: a Besta de Alijó, o filósofo de Paris, Aquele Cujo Nome Não Dizemos, e que fareja o poder como sabujo em manhã de Agosto. Outros afiam as presas na esperança de poderem parasitar a confusão instalada.

 

O eleitorado marca vigílias. Está portanto mais perto da depressão, não podendo negociar.

 

A mim, particularmente, não agradaria que isto terminasse em aceitação.

publicado às 09:08

mas, da mesma maneira que gosto de reler alguns livros, ou excertos dos mesmos,gosto de repetir-me em coisas de que realmente gosto.
A dado momento, uma frase que faz bem à alma: " you make me want to be a better man"; não admira que Carol tenha dito " that´s , maybe, the best compliment of my life ".

publicado às 00:13

Comprado nos " tais " saldos de DVDs...

por Cristina Ribeiro, em 04.04.10

 

 

 

Cresci ouvindo o meu pai e o " meu irmão mais velho "- o filho da D. Augusta- a cantarem " Que Sera, Sera ". Não sabia onde tinham eles aprendido aquela canção, que se tornou quase um hino familiar, se assim posso dizer.

Só há relativamente pouco tempo encontrei no hipermercado do costume o DVD do filme de Hitchcock, «O Homem que Sabia Demais », e soube que tinha sido nele que Doris Day cantou essa canção, que parece ter marcado uma geração de cinéfilos.

Foi esse o filme que agora revi na televisão, com o mesmo prazer que teria se nunca o tivesse visto.

Quando se diz que há filmes que se revêem como se se vissem pela primeira vez, é mesmo verdade.

publicado às 00:56

« Padre Padrone »

por Cristina Ribeiro, em 12.03.10

Filmado pelos irmãos Taviani, baseia-se na autobiografia do escritor sardo Gavino Ledda, começando por uma infância dominada por um pai opressivo, que, aos seis anos, o tira da escola para guardar o rebanho num lugar ermo, longe da família, onde fica dia e noite, tendo como único abrigo uma cabana miserável. Sente-se revoltado.

Tudo muda quando Gavino vai para a tropa no continente e volta para a sua Sardenha já licenciado e dono da sua vida, subtraídoà influência do " patrão "...

 

 

 

publicado às 20:15

« O Meu Pé Esquerdo »

por Cristina Ribeiro, em 06.03.10

 

Na Irlanda, no início dos anos trinta, e no seio de uma família humilde, nasce um menino com paralisia cerebral. Cedo se dá conta de que a única parte do corpo que podia utilizar era o pé esquerdo. Muita discriminação, muito sofrimento, inclusive a não aceitação do pai, amenizadas pelo carinho da mãe e dos muitos irmãos, não impediram, não obstante, Christy Brown de se tornar num pintor e escritor.

É a autobiografia deste homem, escrita com o pé esquerdo, que Jim  Sheridan filmou ,num testemunho em que Daniel Day Lewis brilhou no papel de Christy, de uma forma absolutamente convincente, fazendo-o merecedor de um Oscar.

 

 

 

 

 

 

 

publicado às 00:05

« O Veredicto »

por Cristina Ribeiro, em 26.02.10

 

Num mau momento da sua carreira de advogado, dominado pelo alcool e descreditado perante os seus pares, Frank Galvin ( Paul Newman ) vê surgir a hipótese de se reabilitar, quando aceita defender uma vítima de negligência médica.

Deixando todos estupefactos, Galvin recusa um acordo extrajudicial, considerado bom, proposto pelo hospital, porque quer que se faça plena justiça à sua cliente.

 

 

 

publicado às 00:53

« O Grande Amor da Minha Vida »

por Cristina Ribeiro, em 19.02.10

 

Num cruzeiro, dois passageiros apaixonam-se, mas sendo ambos comprometidos, Nicky ( Cary Grant ) e Terry decidem separar-se  ao chegar a Nova Iorque, para resolverem as respectivas situações sentimentais, após o que se encontrarão, em data combinada, no Empire State Building.

Nicky comparece ao encontro, mas não Terry.

Só muito mais tarde ele descobre o porquê, e então nada o afastará desse grande amor.

 

publicado às 00:19

« Na Sombra e no Silêncio »

por Cristina Ribeiro, em 12.02.10

 

Em plena Depressão, numa pequena cidade do Sul dos EUA, uma mulher branca acusa um negro, inocente, de a ter violado. O resultado do julgamento parece tão evidente o que torna a defesa do acusado muito pouco apetecível.

Excepto para Atticus Finch ( Gregory Peck ), um advogado viúvo e com dois filhos, que ele educa com grande sentido de respeito pelos outros, e que, de igual modo, é muito respeitado, porque visto como um homem íntegro.

 

 

 

publicado às 00:31

« A Ponte do Rio Kwai »

por Cristina Ribeiro, em 05.02.10

 

 

Está-se na II Guerra Mundial.

Neste filme anti-guerra ( " Loucura! ", a fala final ) o Major Shears ( William Holden ) é um americano prisioneiro dos japoneses, num campo onde vai parar uma companhia de soldados ingleses, chefiados pelo coronel Nicholson, capturados no Sião. Depois de uma luta de resistência, o inglês leva a peito a construção de uma ponte sobre o rio Kwai, querendo mostrar a superioridade organizativa e técnica britânica, esquecendo, nesse seu fervor, que a mesma vai contra os interesses dos aliados.

Entretanto, o americano, que conseguira fugir do campo, é, devido aos seus conhecimentos de pontos estratégicos,incumbido pelo comando inglês de chefiar uma equipa que se propõe fazer explodir a ponte..

 

 

 

 

publicado às 00:07

« A Testemunha »

por Cristina Ribeiro, em 29.01.10

 

De um mundo violento, este detective como que atravessa o tempo , e encontra a paz que entretanto os homens desaprenderam.

  

 

 

 

publicado às 00:34

« Mystic River »

por Cristina Ribeiro, em 22.01.10

 

Foram grandes as suas interpretações no cinema, a última das quais no fantástico « Gran Torino », mas desta feita o nosso homem preferiu ficar atrás das câmaras,  para, a partir do livro de Dennis Lehane , fazer uma obra-prima. Um drama, uma história de amizade que a vida se encarregou de destroçar, em que são patentes os sentimentos de uma enorme nobreza, marca de todos os seus filmes.

 

publicado às 14:34

« Marnie »

por Cristina Ribeiro, em 15.01.10

 

Já que os senhores do Corta-fitas não nos agraciaram com um post à nossa medida, vejo-me obrigada a fazer-lhes concorrência ( leal :) ). Assim, Luísa  e Educadinha, aqui temos um dos nossos homens de todos os dias.

Parece-me esta fotografia de Sean Connery mais ou menos contemporânea de um filme por ele protagonizado, ao lado de Tippi Hedren, que revi há pouco tempo. Sem ser o típico filme realizado por Alfred Hitchcock, « Marnie » é um drama psicológico onde, apesar de não tão evidente, o suspense espreita. Um filme que valeu pelo enredo, mas também pelas interpretações.

publicado às 18:36

Se houvesse coragem ( e honestidade )...

por Cristina Ribeiro, em 02.01.10

 

Visionamento do filme Mr. Smith goes to Washington, que em Portugal recebeu o título « Peço a palavra », e naquele cadinho de corrupção que era o senado americano, vi o retrato do panorama político português.

Vibrei com a coragem daquele homem bom, que não se conformou com a podridão e caciquismo que grassava, em nome do falso ídolo dinheiro, e sonhei que, um dia, surgirão, a desmascarar os Taylors corruptos que tomaram as rédeas de um país que de jardim à beira-mar plantado passou a campo de ervas daninhas, alguns Jeff Smith - já não chega só um -.

 

publicado às 23:07

 

apenas o posso imaginar, envolvido que está em denso nevoeiro, mas no aconchego de quem, com uma manta nas pernas, e dela abrigada, gosta de ver, e ouvir, cair a chuva, um programa idêntico ao da Si, mas já com o DVD no leitor: rever o « Cyrano » , que vi pela primeira vez aqui numa sala de cinema em Braga.

Então, achei brilhante a interpretação de Depardieu, no papel de espadachim exímio, fisicamente pouco dotado, mas, lei da compensação, dono de intelecto e sensibilidade capazes de fazer apaixonar a prima, que, enganadoramente, pensava suspirar por um bonito mas vazio Christian, até que, aqui, o Luis de Gongora da blogosfera portuguesa me pôs a pensar que, nos anos cinquenta, uma outra versão mais brilhante ainda fora protagonizada por José Ferrer. Desde então tenho-a procurado, mas em vão. Resta-me pois voltar ao Depardieu...

publicado às 15:45

Bem diferente do cinema a que nos vem habituando em tempos mais recentes. Nele, Clint Eastwood faz uma incursão pelo amor maduro e proíbido. Francesca era casada, tinha uma família que confiava nela. E foi o envolvimento familiar que pesou na hora de todas as decisões.

Acho que fez bem no querer guardar aquele amor interdito, como um tesouro, a que se recorre sempre nos momentos menos bons, porque ele aí está - intacto e perfeito, nunca ameaçado pelo tempo.

Mas como não me emocionar com aqueles quatro dias, passados na cumplicidade das pontes cobertas de Iowa?

publicado às 23:00

A florzinha branca dos Alpes.

por Cristina Ribeiro, em 21.10.09

 

Quando, ontem à noite, vi, e comentei, este post de João Távora, não contive um sorriso: lembrei a tarde, teria, talvez, sete anos, em que, no Teatro Circo de Braga fomos todos vê-lo -seria a primeira de muitas vezes, agora na televisão, até que me cansei -.

Como é costume enraizado cá em casa ( tinha de me calhar uma família assim, logo a mim que muito prezo a pontualidade :) ), chegámos tarde; no momento em que a preceptora se sentava em cima da pinha, colocada na sua cadeira pelos diabretes, o que me divertiu muito.

Relembro as cenas todas, e o facto de, nos dias seguintes, comentarmos, eu e as minhas irmãs, as peripécias que nos tinham encantado - recordo com particular pormenor o termos retido a cena em que a mais pequenina dos Von Trapp queria, porque queria, mostrar o dedo magoado à Fraulein que regressara ao convento...; o quão bonito acháramos o capitão, nós que nos pensávamos com direito a encontrar um homem tão charmoso...; o termos confessado que ficáramos com um nó na garganta, com muita pena dele, quando vimos que, com a emoção, lhe falhou a voz ao cantar Edelweiss...

Ficámos com inveja quando, na casa de uns amigos, vimos o disco de vinil. Não admira, pois, que quando, muitos anos depois fui a Salsburgo lá tenha comprado o CD. Nunca o ouvi, mas talvez um dia destes queira voltar a ouvir o capitão a cantar « Edelweiss ».

publicado às 18:43

" You make me wanna be a better man ",

por Cristina Ribeiro, em 26.09.09

 

é, na verdade, o elogio que põe qualquer mulher " na lua "; não admira, pois, que ao ouvi-lo de Melvin ( Jack  Nicholson ), Carol ( Helen Hunt ) tenha sentido a sua estrutura abanar.

                     

        Depois de um dia passado ao ar livre, entre Valença do Minho e as Rias de Vigo, chego a casa e ligo a televisão nesse exacto momento. Vejo o filme até ao fim, mas fico com vontade de o rever todo. Porque, afinal, Melhor é Impossível.

publicado às 21:20

 

 

lera, com agrado, «O Mar, O Mar », e quando vi, em saldo, o DVD « Iris », logo me apeteceu colocá-lo no cesto das compras. Mas, e obedecendo a um hábito de sempre, li antes o resumo do filme, e assustei-me um bocado: ia defrontar-me com a deterioração de alguém que morreu com a doença de Alzheimer, alguém que, acrescentava o texto, tinha sido ao longo de toda a sua vida , além de muito activa, uma pessoa muito inteligente e independente.

Mas acabei por trazê-lo, embora só uns dias depois me dispusesse a pô-lo no leitor.

 

E o que vi foi, antes do mais, uma história de amor.

O marido, John Bayley, em cujos livros de memórias se baseia o filme, e que sempre nutrira por Iris ( representada na juventude por Kate Winslet, e, depois, por Judi Dench ) uma grande admiração, tornou as coisas muito mais fáceis, sem nunca a abandonar, no carinho que sempre lhe dedicara.

                  Um filme comovente, que me ajudou a encarar a doença de outro modo.

publicado às 19:53

 

St. Thomas More, designado padroeiro dos políticos ( que os ilumine! ), uma muita rápida passagem de olhos pela biografia que dele escreveu Peter Ackroyd, e a grande pena de não poder rever um filme que passou na televisão, numa daquelas saudosas noites de cinema, na RTP, do qual , além da qualidade da fita, em si mesma, retive a sempre magnífica interpretação de Orson Welles: uma época conturbada da história do País, em que More, pela força dos princípios que revelou, e corajosamente sustentou, até à machadada que lhe faria rolar a cabeça, por contrariar a prepotência, que achava desajustada e imoral, até, do seu rei, Henrique VIII, mereceu o epíteto de « Um Homem para a Eternidade ».

 

 

* Dia 22 de JUunho

publicado às 00:11






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