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...."Ir-me embora seria o caminho mais fácil, ia ter as férias que não tive".
Foi isto o que o agarradinho e nauseabundo dejecto disse hoje. Haja quem urgentemente prima o autoclismo.
As TV estão repletas de comentadores desonestos, mentirosos, viciados em leituras erróneas, erradas e erráticas, onde o essencial está ausente. Não são pela reforma do Estado. Não fazem uma análise realista e honesta à luz da realidade europeia e nacional, dos seus limites, problemas e constrangimentos no plano mais vasto e impiedoso da globalização. Não são pela mudança nem pelo equilíbrio nem pela justiça nem pela sustentabilidade de coisa nenhuma em Portugal. Não imaginam o que é viver sem recursos porque sem economia e sem emprego, mas contribuem para deteriorar o ambiente político infectando-o de conspiração e subversão das regras do jogo democrático, quando lhes convém subvertê-lo a seu favor como se o dinheiro aparecesse sempre ou dependesse da vontade do Executivo. Trazem estribilhos com o fim do mundo dentro. Resistem, estrebucham, agitam-se contra a mudança de paradigma e de mentalidade não apenas portuguesa, mas também europeia, cuja hora é gravíssima e as ameaças extensas. Atacam sob qualquer pretexto este Governo porque a hipocrisia se lhes impregnou por todos os poros egoístas. É o plutossocialismo, o socialismo dos ricos, socialismo prostituto, amiguista, de casta, rançoso das elites de vida airada mediáticas ou subterrâneas. É o tóxico mais danoso em Portugal. Conspirando todo o tempo como principal actividade, dado o terror pela perda das rendas e dos recursos com que sempre manobraram, traíram e conspiraram nos bastidores do Regime, falam, falam, mas só apelam à queda do Governo. Sentem-se incomodados pelos abalos estruturais e sistémicos que a Austeridade, por si só, exerce sobre o seu poder de sempre. Daí que, de Segunda-feira a Domingo, as TV tresandem a lixo opinativo jamais salvando uma só medida dura e necessária que este Governo decida: quem são as bestas enviesadas e facciosas, de onde nunca sai um flato recto? Mário Soares, na sua senilidade desbocada; Pacheco Pereira, no seu rancor fanático e impiedoso; Marques Mendes, na sua esperteza e imoderação indiscreta; António Capucho, na sua incomensurável vaidade e insolência; Constança Cunha e Sá, na sua malícia e atabalhoamento criticista, onde a crítica é gratuita, torrencial, abandalhada, porque sim. Sócrates, símbolo de toda a decadência e esterilidade. No meio disto, Portugal fica para trás e a verdade fica a perder. Por que não vão todos à puta que os pariu?!
Há coisas que simplesmente acontecem sem que tenhamos percepção ou noção da sua causa. Os palcos dados a certos comentadeiros indígenas incluem-se neste lote. Nunca percebi, talvez porque nunca me tenha dado ao trabalho de investigar, de quem é que Constança Cunha e Sá é filha, aparentada ou amiga - para além do óbvio, que é do conhecimento público. Porque, verdade seja dita, no país dos fidalgos e fidalgas, o ser filho de algo e a Dona Maria da Cunha continuam a ser as melhores formas e os mais rápidos atalhos para singrar no espaço público, onde a valorização do mérito é, não bastas vezes, relegada para as calendas gregas – embora seja propagandeada por quem não se coíbe de vociferar em nome do mérito, ao mesmo tempo que pratica o nepotismo e o amiguismo.
Não gosto nem nunca gostei do estilo de Constança Cunha e Sá. Aquela quantidade de tiques e tremeliques, a voz irritante e a exasperante mania de interromper e condicionar constantemente os seus entrevistados e convidados não a tornam, de todo, recomendável a quem aprecie bons comentários políticos. Mas o que faz com que não lhe dê crédito algum é mesmo a sua confrangedora capacidade intelectual. Tudo ali é achismo sem substância, ao sabor do vento e dos tempos que passam.
Vem isto a propósito da afirmação que a ilustre comentadora proferiu ontem: «Nunca vi um primeiro-ministro tão mal preparado.» Sou insuspeito nesta matéria, pois frequentemente critico o governo e Passos Coelho. E embora também creia que há assuntos nos quais o Primeiro-Ministro poderia ser/estar melhor preparado, é preciso ser muito desonesto intelectualmente para proferir uma afirmação destas depois do país ter sido politicamente abalroado, financeiramente arruinado e moralmente esmagado pela arrogância, falta de educação e incompetência gritante de José Sócrates. Passos Coelho não é, certamente, um intelectual ou um académico. Mas é inegavelmente superior a José Sócrates, desde logo porque parece ser um homem minimamente sério, e dados os constrangimentos a que estamos sujeitos, isso é de suprema importância para o processo de recuperação da credibilidade externa do país. Como escreveu há tempos o Miguel Castelo-Branco, «Passos Coelho, pelo menos, não está indiciado em terríveis casos de roubo organizado, não fugiu para o estrangeiro e tenta, talvez tolamente, ser fiel ao seu fardo.»