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O Estado Sentido teve acesso ao dialogo entre Noronha do Nascimento, ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, que ordenou a destruição das escutas a José Sócrates, e Pinto Monteiro, ex-procurador-geral que cumpriu a ordem, durante a apresentação do livro do ex-primeiro ministro.
Noronha de Nascimento (NN): Ó camarada, cá estamos, não é?
Pinto Monteiro (PM): É verdade. Como foram as férias?
NN: Porreiras, pá. Esta coisa da jubilação prévia é fixe. Sabes, aquela coisa das escutas do Zé, deixaram-me sem cabelo.
PM: Também nunca tiveste muito, isso aí à frente parece uma pista de aterragem. De bombardeiros.
NN: Sempre com as piadolas. Olha que tu, fazes o que eu digo e ganhas uma Grã-Cruz. Era de quê mesmo?
PM: Ordem Militar de Cristo, por serviços públicos à pátria.
NN: Ehehe, já viste? Quem é teu amigo?
PM: O Cavaco? Foi ele que me deu esta coisa. É pesada... Olha, o Zé vai falar!
NN: Mais ainda? Já não chega o stress que tivemos à pala das conversas dele? O gajo não aprende.
PM: O Mário Soares chamou-o de engenheiro, não foi?
NN: Pá, não gozes com os velhotes que vamos lá chegar.
PM: Se fosse com a reforma do bochechas era fixe.
PM: Já agora, porque é que vieste? Eu já disse aos jornalistas que tinha sido convidado.
NN: Pois, o Zé, às vezes, é parvo. Eu disse-lhe para se manter quieto e sossegado e o gajo parece que anda com fogo no rabo, sempre de um lado para o outro.
PM: Piadas à Santana Lopes, Nascimento?
NN: Nada disso. Pá, só vi aqui para saber se estou nos agradecimentos. Quer dizer, se não fosse eu, e tu um bocadinho, o gajo em vez de escrever sobre tortura nos países escrevia sobre tortura nas prisões. E provavelmente, seria autobiográfico.
PM: Coitado do homem... Cuidado, ele vem aí. Finge que não me conheces!
E pronto, fica lançado o exclusivo. Este dialogo é veridico. Mas as escutas que possibilitaram a transcrição foram destruídas. Acabei de as deitar para o caixote de lixo.