por Fernando Melro dos Santos, em 09.11.12
Zeitgeist: compro vinte euros em comida (massas, arroz, farinha) e dou-a ao Banco Alimentar. Caem-me em cima os bonzos da esquerda urrando e invocando os totems da igualdade porque segundo eles estou a mandar os pobres comer massa, enquanto em casa, se me apetecer, tenho bife. Dado e arregaçado, portanto, é o que querem - isto é, o que querem que eu diga. Mas eu prefiro dizer ide à merda (é muito mais objectivo e popular do que um "kwatz!" zen-budista, não quero ser acusado de elitismo além dos demais vilipêndios) pois nem sequer sabem em nome de quem falam. Da real pobreza afastam-se como da lepra e as camisolas Lacoste afinal são para um tipo diferente de ricos.
Zeitgeist redux: um comentador anónimo n'O Insurgente indigna-se porque uma figura semi-pública revelou, um destes dias, que incute hábitos de poupança (de água e energia) nos filhos. Diz o cavernícola acoitado nas sombras do anonimato que é uma barbárie, que é inaceitável, salazarento, retrógrado e quiçá até criminoso exigir, e cito, "aos próprios filhos que poupem água". Ora transponham isto para a doutrina político-social que formatou as três gerações (a dos nossos irmaos mais novos, a dos nossos filhos e a agora nascenda) e digam lá se não é este o inimigo.