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Ando Exaurido

por João Almeida Amaral, em 11.04.17

inebriado.png

 Ando exaurido.

Desde há quase ano e meio que a vontade de opinar ou mesmo desabafar, se tem entornado na mesa desta grande farra em que vivemos.

Nesta botelha em que nos inebriamos desde que tomou posse a geringonça a que simpaticamente chamamos Governo da Républica Portuguesa. 

Fui chamado a atenção por andar desaparecido , mas a verdade é que este banquete em que vamos vivendo , me trouxe algum enfartamento ou azia. 

Passo a explicar; como diz o nosso Dr. Jerónimo , o Passos e o Cavaco que foram os únicos que desde a abrilada fizeram alguma coisa, são crucificados com regularidade, enquanto "o idiota das medalhas de Belém" o " cretino e o encaracoladinho" são postos em altares pelo jornalismo honesto cá do burgo. 

Não há duvida isto esta tudo de pernas para o ar e agora são as bóias que cagam nas gaivotas . 

publicado às 11:19

Sem jeito e em força para além da Troika

por Pedro Quartin Graça, em 05.05.14

 

O grau zero da irresponsabilidade da dupla Passos/Portas. Aguarda-se a correspondente punição por parte do eleitorado

publicado às 14:58

O enorme "sucesso" de uma reforma de opereta

por Pedro Quartin Graça, em 29.12.13

Entre Janeiro e Novembro deste ano, e apesar de rodos os "esforços", receitas extraordinárias e as costumeiras "operações de maquilhagem" para esconder a incompetência, eis o enorme "sucesso"da dupla Passos/Portas: o Estado gastou mais 7.1% do que em 2012! É realmente notável. Parabéns!

publicado às 14:39

Messianismos propagados com fel

por João Pinto Bastos, em 30.09.13

Parece que, em alguns meios da opinião publicada, Rui Rio foi erigido, repentinamente, como o novo messias da política portuguesa. Lamento desapontar-vos, mas Rui Rio, por enquanto, terá, forçosamente, de ficar recluído à espera de que piores dias venham. Sim, é certo que o PSD perdeu espaço político, ao deixar escapar de forma clamorosa algumas das principais edilidades do país, sem esquecer a verdadeira débâcle eleitoral sofrida na região do soba Jardim. Sim, é certo, também, que a partidocracia nacional sofreu um forte abalo, que não se limitou, note-se, ao PSD de Passos. Contudo, fazer destes resultados uma espécie de clamor subterrâneo pela ascensão política de Rui Rio ao leme da nação, cheira demasiado a bafio, a um bafio que eu julgava já extinto. A culpa não é, certamente, de Rui Rio, aliás, o ainda presidente da Câmara Municipal do Porto tem estado, diga-se a abono da verdade, bastante silente, porém, há certos papagaios regimentais que não aguentam, por mais que a realidade lhes dite o contrário, a legitimidade das urnas. Que Deus lhes perdoe as manigâncias. Entretanto, eppur si muove,  o CDS, brilhantemente guiado por Paulo Portas, obteve um excelente score eleitoral, tendo em conta que, antes destas eleições, o partido era o parente pobre do poder local. Os centristas conquistaram 5 câmaras, ganhando, com isso, um alargamento da sua influência política nos municípios portugueses. O PS de Seguro, que Manuel Alegre, num acesso de "a mim ninguém me cala", qualificou como o grande vencedor da noite, foi, na verdade, um vencedor muito frouxo, aliás, frouxíssimo, o que, em bom rigor, é plenamente explicado pela perda de fôlego verificada nos últimos tramos da corrida às principais praças eleitorais. Quanto ao Bloco, comprovou-se, se dúvidas existissem, que, hoje em dia, o partido do caviar e do ipad para menininhos rebeldes, é uma inexistência política, que só sobrevive graças aos merdiocratas frequentadores das noitadas do Bairro Alto. Já o Partido Comunista, cujos resultados foram, infelizmente, demasiado risonhos, pode agradecer ao seu tão odiado Deus tamanha dádiva, pois, aqueles 7 a 8% de portugueses desguarnecidos de inteligência voltaram a dar, sabe-se lá como, ao partido da foice, do martelo, e do genocídio apoiado fora de portas, o comando de alguns centros urbanos de relativa importância. Os resultados eleitorais, analisados à primeira vista, oferecem, vistas bem as coisas, uma catadupa de leituras, mas o que importa relevar é que os portugueses, com algumas reticências pelo meio, manifestaram um profundo desagrado face à partidocracia reinante. Para bom entendedor meia palavra basta. O que sairá daqui só o futuro o dirá. 

publicado às 02:40

Estão surpreendidos?

por João Pinto Bastos, em 21.07.13

Não estejam. Cavaco é demasiado óbvio para que haja a menor surpresa com as suas doudas alocuções. Depois de ter enfiado o país na corda bamba da instabilidade política sem fim à vista, o preclaro Presidente terminou a sua louca viagem pelas terras do ódio com uma discursata em que dá luz e provimento à remodelação feita por Passos e Portas. O óbvio ululante, dirão os Marques Lopes de plantão. Talvez. O certo é que, com esta brincadeira presidencialíssima, o país perdeu alguns milhares de milhões de euros. Cavaco é, de facto, um génio da trica política. Façam, pois, o favor de tirarem os chapéus perante esta raríssima eminência política. O que se segue não é difícil de adivinhar: com um Executivo fragilizado, e uma oposição entregue ao histrionismo de um líder (?) que tem de obedecer cegamente aos ditirambos socráticos, a estabilidade política, valor tão do agrado do boliqueimense alcandorado a Presidente, é uma quimera. Os nossos credores agradecem o gesto de Cavaco. Aliás, Merkel já abriu as devidas garrafas de champanhe para celebrar o grito do Ipiranga do maior apóstolo da estabilidade tuga.

publicado às 22:43

Horas de loucura

por João Pinto Bastos, em 02.07.13

1) Os acontecimentos das últimas 48 horas têm sido alucinantes. Primeiro, Gaspar, agora, Portas. É difícil digerir as emoções causadas por tanta loucura política. Por mais que se tente racionalizar o irrazoável, a verdade é que não há justificação alguma para o caos em que o país foi subitamente mergulhado. Não há ninguém inocente nesta estória de terror. Todos os actores políticos desta patacoada concorreram alegremente para o desfecho de indecisão vigente neste preciso momento.

 

2) Comecemos por Passos Coelho: primeiro-ministro há 2 anos, com uma maioria absoluta no bolso, Passos foi absolutamente incapaz de fazer uma reforma de vulto no Estado. Depois de assumir o programa de resgate como a trave ideológica do seu mandato governativo, Passos aumentou brutalmente os impostos, deixando a despesa pública praticamente intocada. Mais: o Governo liderado pelo eterno jotinha falhou em todos os indicadores económicos que importam, estabelecendo recordes no défice, na dívida, e no desemprego. É certo que a responsabilidade não deve ser assacada, única e exclusivamente, a Passos, mas a verdade é que o primeiro-ministro pouco ou nada fez para evitar esta situação. Além disso, a douta eminência que lidera o Governo destratou, vezes sem conta, o parceiro de coligação, e foi totalmente inábil na relação entabulada com o líder do CDS/PP. É normal que, após a demissão de um ministro de Estado, a escolha de um novo membro do elenco governativo não seja discutida com o parceiro de coligação? É corrente e recto escolher para a chefia do ministério das Finanças uma figura de segunda linha que tem sido repetidamente envolvida em imbróglios judiciais que contendem directamente com a gestão dos dinheiros públicos? É usual, também, que um primeiro-ministro recuse um pedido de demissão? Mas que raio de país é este? Tornámo-nos nas Honduras europeias e ninguém avisou os portugueses? Os resultados da inexperiência de Passos estão à vista: o Governo está em frangalhos, e o país abeira-se do segundo resgate. O culpado número um deste festival de parvoíces tem um nome: Pedro Passos Coelho.

 

3) O papel de Portas nesta ópera bufa é discutível. Não o nego. O timing desta decisão é, no mínimo, dúbio. Porquê hoje e não ontem? Porque é que a decisão de demissão não foi comunicada previamente - escrevo isto com base nas informações que foram sendo ventiladas pelos media - aos órgãos do partido? Porque é que Portas não optou pela via da hipocrisia útil, pondo o interesse do país acima da verrina desajeitada de Passos? Há imensas perguntas que podem ser feitas ao líder do CDS, porém, há que sublinhar o seguinte: o mau tratamento político a que Portas foi sujeito, constante e ininterruptamente, pelo primeiro-ministro tornou a saída de cena numa inevitabilidade quântica. As coligações fazem-de de entendimentos, compromissos e sentido de Estado. Nada disso se verificou. Os entendimentos foram sempre pífios, os compromissos inexistentes, e o sentido de Estado morreu na praia. Paulo Portas tem a seu favor o facto de ter perseguido, com vigor, ao longo destes últimos dois anos, uma agenda reformista que tinha no bojo o fim do excesso confiscatório de Gaspar. Exprimiu as suas divergências e aguentou estoicamente o fardo da estabilidade. Sem embargo, a paciência esgotou-se. Urge explicar aos portugueses, o quanto antes, o porquê desta decisão. O estado de falência do país não admite mais delongas. Portas, inteligente e arguto como é e sempre foi, sabe que os credores não tolerariam um estado de caos nas elites políticas e económicas. É por isso que sei e tenho a certeza que Paulo Portas - alguém que daria um excelente primeiro-ministro - esclarecerá cabalmente os portugueses a respeito dos contornos desta decisão. Com ou sem eleições - eu não pertenço ao grupo dos que diabolizam o recurso a um acto eleitoral -, o CDS tem de esclarecer, muito rapidamente, o que defende e propõe para o futuro da governação.

 

4) Cavaco Silva, quo vadis? Onde anda a eminência belenense? Sim, a pergunta a fazer é mesmo essa: onde anda o Presidente da República? Mais: como é possível realizar-se a cerimónia de tomada de posse da nova ministra neste cenário deliberadamente dinamitado? A incapacidade de Cavaco está a atingir o paroxismo da falta de escrúpulos. É bom que alguém o avise que o regime não aguentará tanta suavidade de gestos. 

publicado às 23:35

O esperto, o burro e a enforcada

por João Pinto Bastos, em 01.07.13

A demissão de Vítor Gaspar era, em bom rigor, uma inevitabilidade. Hoje, ontem ou amanhã, a saída do capitão Nemo do "financês" passista era uma questão de dias, semanas, ou, vá, meses. Aconteceu hoje, com alguma surpresa de permeio. Gaspar não aguentou a pressão, nem, como o próprio referiu, a falta de coesão da equipa governativa. A indirecta a Paulo Portas é clara. Entende-se bem porquê. Portas foi, durante estes dois anos de governação, o único político que tentou enfrentar, a duras penas, diga-se de passagem, a estratégia austerista de Gaspar. Não é, por ora, chegado o momento de avaliar a prestação do CDS/PP no Governo de coligação (prestação essa, com altos e baixos), contudo, é por demais evidente que a presença dos centristas na coligação evitou alguns pormaiores, como foi, por exemplo, o caso da TSU. Gaspar chegou ao Governo com uma aura tecnocrática absolutamente inabalável. Amigo e íntimo dos poderosos da alta finança europeia, Gaspar foi o verdadeiro capataz da troika em Portugal. Aumentou os impostos e aplicou o programa de ajustamento sobretudo pelo lado da receita. Por outras palavras, o ex-ministro das finanças falhou rotundamente os objectivos a que se propôs. Desde o início da minha participação neste blogue, fiz questão de sublinhar a total falta de aderência à realidade do plano de resgate. As consequências estão à vista: a economia derrapou, e o Estado continua por reformar. As responsabilidades não pertencem a uma única pessoa, ao contrário do que alguns, leviana e parvamente, fazem crer, todavia, Gaspar foi um dos principais rostos do esbulho fiscal em curso: optou deliberadamente por aumentar brutalmente os impostos, em detrimento de cortar cerce na despesa pública. Saiu tarde, é certo, mas, finalmente, saiu. Gaspar foi, no fundo, o único esperto nesta estóriazinha de austerismo selvagem. Errou, e para não se chamuscar mais, optou por abandonar a fragata a tempo. Já Passos Coelho, um primeiro-ministro que tarda em aprender os rudimentos básicos de uma liderança sã, optou pela solução fácil, chamando a terreiro uma secretária de estado, que, como é do domínio público, tem visto o seu nome constantemente envolvido em questiúnculas que contendem directamente com a gestão parcimoniosa dos dinheiros públicos. Exigia-se um pouco mais de cuidado na escolha. Passos preferiu, mais uma vez, seguir a via do facilitismo serôdio. Errou, e errou clamorosamente. É certo que dificilmente alguém se chegaria à frente, pois o serviço público não é, hoje, a via mais célere para granjear prestígio e reputação. Porém, substituir um mau ministro por alguém que, ultimamente, tem andado com a corda no pescoço é, de facto, um daqueles actos dignos de figurar numa lista negra do anedotário político. Se somarmos a isto a completa ausência de textura política da personagem escolhida para liderar o ministério das finanças, o cenário é ainda mais dantesco. Os próximos meses prometem muitas borrascas, e, com um capitão tão fraco e imprudente ao leme das operações, o melhor mesmo é buscar o quanto antes um colete salva-vidas, não vá o barco afundar-se antes do tempo fixado.

publicado às 22:54

Sintomas da débâcle (2)

por João Pinto Bastos, em 12.06.13

1) A trajectória de subida das obrigações do Tesouro português voltou à carga. A responsabilidade deve ser repartida, mas há nestes dados periclitantes um sinal claro, por parte dos investidores internacionais, de que o clima de bonança propagado pela bazooka do BCE está a terminar. Os desentendimentos no seio da troika, a relutância alemã em aprofundar a união bancária, e a derrapagem económica dos países de "programa" ajudarão, também, à consecução definitiva do desastre anunciado.

 

2) Dilma e Passos reafirmam o aborto acordográfico para 2015. E a sociedade civil portuguesa? Ficará impávida e serena a assistir à destruição da língua a golpes decretistas de gente que não sabe ler nem escrever? Sim, o problema é mesmo esse. Este aborto político só avança porque 1) somos governados por pechisbeques iletrados, 2) a cidadania (?) é um amontoado de indivíduos anestesiados pelo próximo episódio do Big Brother Vip. Como é bom de ver a problemática da língua é um assunto alienígena para esta gente. É penoso observar o soçobrar lento e inexorável do país.

 

3) O 10 de Junho, na sua imensa profusão de inanidades, é o retrato fiel do ocaso desta III República. Uma data que, no fundo, concita o que de pior há no palavrório regimental. Muita empáfia e pouca lisura. Longe vão os tempos em que uma data deste calibre recebia discursos de um Jorge de Sena. Outros tempos, de facto. É, pois, difícil augurar o que quer que seja de um país governado por gente deste jaez. Nunca como hoje foi tão verdadeira a asserção de Rodrigo da Fonseca de que viver entre brutos é muito triste. Portugal é assim. 

publicado às 00:37

A diplomacia do croquete estragado

por João Pinto Bastos, em 11.06.13

O petismo é, de facto, um poiso de petralhas, para usar o jargão do indispensável Reinaldo Azevedo. Só isso explica o porquê de a "presidenta" do Brasil, Dilma Rousseff, ter estado, em primeiro lugar, com António José Seguro e Mário Soares aquando da sua chegada ao país. Há gestos que definem um(a) político(a). E este foi um deles. Misturar uma visita de estado com lamechices de cunho político-partidário é tudo, mas rigorosamente tudo o que um chefe de Estado não deve fazer. Se não ensinaram isso a Dilma, lamento. Ainda para mais sabendo que tem no elenco governativo que lidera um diplomata da estirpe de António Patriota. Mas adiante. A única questão que importa colocar é saber se Aníbal Cavaco Silva, chefe desta República da treta, teve a coragem suficiente para fazer o devido reparo à dita "presidenta". Duvido que o tenha feito. Cavaco não sabe o que significa a palavra coragem. Nunca soube. Quanto a Seguro, a única coisa que me apraz perguntar é o seguinte: no grupo de Bilderberg também se ensina a tripudiar o protocolo de visitas de Estado? Provavelmente, sim. A esquerda lusófona é mesmo uma súcia. Valha-nos Deus.

publicado às 00:13

Soares marciano

por João Pinto Bastos, em 29.05.13

O Rafael abordou há pouco a enésima atoarda do papá da República, o decano Mário Soares. Pelos vistos, segundo o venerando ex-presidente e ex-tudo, Paulo Portas tem sido chantageado pelo Governo. Estão a ver a lógica da coisa? Imaginem o seguinte: Portas, num belo dia de Verão, resolveu juntar-se a Passos e dar-lhe , em conformidade com os parâmetros estabelecidos pelo seu partido, um apoio político bem delimitado, exigindo em troca algumas pastas ministeriais. Contudo, passado algum tempo, Passos, o suserano-mor, após uma breve indisposição, decidiu cortar as asas a Portas, chantageando-o e intimando-o. "Ou aceitas o que te digo, ou ponho cá para fora o teu envolvimento no caso dos submarinos". Sim, caríssimos leitores, não é difícil imaginar esta cena operática. Passos, um vilão torpe, passe o pleonasmo, ameaçou entalar a reputação de Portas, usando para isso a chantagem do xadrez. Ou sim, ou cadeia. Agora, um pouco mais a sério: Soares vive em que planeta? Marte? Há limites para a estultícia, ainda para mais quando é do domínio público que Soares nunca foi flor que se cheire. Mais: ouvir Soares pronunciar a palavra chantagem é quase o mesmo que associar Jorge Jesus à vitória final no campeonato. A dissonância cognitiva tem destas coisas.

publicado às 00:19

Efeitos mediatos

por João Pinto Bastos, em 08.04.13

No rescaldo do anúncio do acórdão do Tribunal Constitucional escrevi que o "regime já deu tudo o que tinha para dar". Não errei no diagnóstico. Fui até bastante brando. Os dias que se seguiram, com a azáfama que tolheu meio país, designadamente o que vive na "Lesboa" das intrigas, confirmaram a crueza desta sentença. A oposição socialista, liderada por uma vacuidade desconcertante (um bem haja ao Rui A. pelo brilhantismo com que caracterizou a nulidade andante que lidera o dito partido), provou mais uma vez que não tem uma alternativa plausível para o caos em que o país está. A semana passada foi, aliás, bastante esclarecedora no que toca à inabilidade política de uma liderança que não tem mais nada para oferecer a não ser pusilanimidade. Desde uma moção de censura desajeitada até uma carta para a troika que diz e se desdiz no mesmo instante, passando, também, pela exigência de eleições, descartando, nesse acto, uma solução credível para os problemas do país, a última semana dos compagnons socialistas foi deveras penosa, para não dizer outra coisa. Ademais, ontem, o país inteiro ficou a saber, não obstante o triunfo de audiências do preclaro Marcelo, que Sócrates é o verdadeiro líder da oposição. Um líder "madurizado", populista e demagogo como nos horrendos velhos tempos. Um comunicador nato, que mentindo e omitindo continuará a trilhar o seu caminho de revanche e de ódio. Seguro é um mero peão a ser despejado da arena na hora certa. O próprio facto de Seguro marcar uma conferência de imprensa para as 18h30 do dia de hoje, atesta toda a sua fragilidade política. Não é desfaçatez, é pura desorientação, acompanhada de ignorância. Tudo isto é hilariante, no mínimo. Mas se os nossos problemas se reduzissem a Seguro, o cenário não seria tão cruel, porém, do outro lado da ladeira temos um Governo que, em boa medida, tem pela frente a verdadeira hora H. O Governo não tem mais desculpas para atrasar as reformas que se exigem. Passos falou, queixou-se e lamuriou-se, mas prometeu acção. Cumprirá o que disse? Não sei, para dizer a verdade, duvido muito. O histórico não avaliza uma leitura positiva de quaisquer boas intenções provindas de um Governo sumamente descredibilizado. Mais: se Passos quisesse realmente reformar este Portugalzinho já o teria feito há muito. Agora, será mais difícil fazê-lo. A base social de apoio do Governo diminuiu consideravelmente, e parte das elites do regime desejam uma "penedização" que, como é óbvio, só pioraria as coisas. O certo é que, com reformas ou não, o país tem pela frente desafios muito espinhosos. Basta dar uma vista de olhos pela imprensa internacional para constatar que a crença no ímpeto reformista deste Governo é quase inexistente. Das duas, uma: ou Passos reforma e liberaliza o país de vez e sem retrancas, ou a falência virá irremediavelmente. O tempo para as escusas da inacção terminou. Ou sim ou sopas.

publicado às 18:22

Passos e Sócrates

por João Pinto Bastos, em 03.12.12

Passos é definitivamente uma nulidade política. Ponto. Fazendo um exercício comparativo com o maior parlapatão da III República, José Sócrates, o talento comunicacional da equipa passista fica a léguas de distância do socratismo. Sócrates foi exímio na arte da mentira e soube dourar a pílula como poucos. Foi, no fundo, um Afonso Costa moderno, sem o talante político deste símbolo da terrorista I República. Passos é um aluno da pré-primária no que toca a estes arranjos marqueteiros. Anuncia e retira, clama e nega logo a seguir. A acção comunicacional deste Governo é má, péssima, horrível. Não há adjectivos que a qualifiquem. E, como eu mencionei na posta anterior, o letargo da cidadania não é eterno. Fiem-se na virgem e não corram.

publicado às 01:57

Realpolitik oblige

por João Pinto Bastos, em 12.11.12

A visita da chanceler Merkel teve o singelo mérito de exibir à saciedade o eterno provincianismo deste país. Horas e horas de directos, sem qualquer sumo jornalístico digno desse nome.  Não se pergunta, não se questiona, não se informa. Desinforma-se e oculta-se. Na rua, manifestam-se os janotas do costume, soltandos os chavões bandoleiros de sempre. Ao que parece, e avaliando pela amostra transmitida pelas televisões, a bicefalia bloquista teve aqui a sua primeira prova de fogo: os urros e clamores sectários cumpriram à risca as prescrições dogmáticas da nova liderança. Entrementes, Merkel fez a sua visita, efectuou a habitual diplomacia do croquete e assegurou, por mais algum tempo, a obediência atinada do bom aluno Passos Coelho. No fundo, Merkel fez aquilo que qualquer líder político, devidamente ciente das suas prerrogativas, faria no seu lugar: a defesa intransigente dos interesses do seu país. Mas, e agora questiono e questiono-me, haverá alguém, minimamente lúcido, que acredite que os Estados nacionais não vejam na defesa dos seus interesses o principal vector das suas políticas externas? A julgar pelas manifestações do dia de hoje, parece que sim. O que o Embaixador Francisco Seixas da Costa disse aqui é por de mais evidente, posto que os governos são eleitos para defender, em primeira mão, os interesses nacionais. Não nos iludamos, por favor. As relações entre Estados, por mais romantizadas que possam ser, e são-no, traduzem-se mormente naquilo a que Bismarck (aqui citado pelo Rui Crull Tabosa) qualificava como egoísmo político. E Merkel esteve aqui, sobretudo, para isso: para defender o egoísmo germânico da apoplexia financeira portuguesa. Nada mais.

publicado às 18:55






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