Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



grafe

 

 "Partidos arriscam vir a ter de pagar o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)." Arriscam? Porquê? Os partidos políticos não têm personalidade jurídica? Não são entidades geradoras de receitas? As sedes e filiais não servem para gerar dinâmicas de negócio? Então porque raio devem beneficiar de tratamento privilegiado? Voltamos à mesma questão de sempre - a reforma do Estado nas suas distintas variantes partidárias e contributivas. Reformar o Estado significa retirar bengalas e benesses às estruturas que acabam por corporizá-lo, porque os partidos precedem a sua própria construção. Essa é uma das análises passível de ser aceite. Eu percebo que no Paleolítico da democracia em Portugal, na aurora do existencialismo político, os partidos merecessem algumas facilidades para ganhar raízes e florescer. Mas essa época de cultivo e colheita partidária há muito que acabou. O estado de graça terminou - a vaca já foi mugida vezes sem conta. Os partidos ou têm pernas para andar ou não têm. A decisão de "impostar" os partidos não tem nada de impostor. Se os partidos pretendem ser a extensão da sociedade civil, os representantes dos cidadãos nas suas atribulações societárias, então seria expectável que se portassem como cidadãos de pleno direito. Eu percebo que a questão tenha sido engavetada vezes sem conta. Deve haver partidos com uma caderneta predial muito extensa. Deve haver grémios à Esquerda e à Direita com edifícios a torto e a direito. Se custa ao mais mortal dos cidadãos receber a notificação de pagamento do IMI, não vejo razão para poupar os senhorios partidários. Mas existe uma outra dimensão, uma outra consideração acessória, porventura paradoxal. Que eu saiba, as sedes e filiais partidárias assumem a vocação imobiliária de escritórios, então como se explica a quantidade de residentes que literalmente não arreda pé desses estabelecimentos, que vive nessas casas há mais de quarenta anos? São inquilinos políticos de longa data, mal habituados e convencidos de que devem merecer respeito e consideração. Mas deram muito pouco em troca. E não devem ser isentos. Não estão isentos de responsabilidade pelo descalabro nacional.

publicado às 09:02

Alguém viu por aí a reforma do Estado?

por Samuel de Paiva Pires, em 05.05.14

publicado às 12:43

Pensão maior para os menos feridos

por John Wolf, em 04.05.14

Mesmo que pense o contrário, não é verdade - está agarrado pelos tintins. Está nas mãos dos políticos. Estamos todos nas mãos dos políticos. Enquanto estivermos nas mãos destes políticos, nada de relevante em termos éticos e de justiça social será decidido. Existe uma contradição genética profunda que define o exercício de cargos públicos: aqueles que aspiram à governação fazem-no apenas para prolongar ou melhorar as condições dos seus privilégios. Todos eles, sem excepção, da esquerda à direita, do centro político à periferia, do governo à presidência da república, dos magistrados aos funcionários públicos, fazem parte do mesmo conluio. Jamais alterarão as condições que eternizam a sua existência confortável e folgada. A tal reforma do Estado, se fosse efectivamente avante, daria para saldar as contas que acorrentam Portugal. Em vez disso, espreme-se onde nada mais pode ser extraído - a segurança social, as pensões e as reformas, mas apenas as pensões de "alguns". É verdadeiramente escandaloso, ousadamente insultuoso, para os milhões de portugueses que sobrevivem com um pouco mais de 200 euros mensais, que esta fantochada de "troca e baldroca" entre a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e a nova Contribuição de Sustentabilidade (CS) possa acontecer. Os governos neo-liberais socialistas, social-democratas, centristas (e já agora esquerdistas) são a maior farsa que se conhece. Nos plenários mediáticos do parlamento ou em campanha pelas eleições europeias nas estradas e caminhos de Portugal, atiram chavões ao ar que aludem ao bem comum, ao país, ao trabalhador, ao sacríficio, à luz ao fundo do túnel, à viragem da economia, à saída limpa, à solidariedade e ao regresso aos mercados, mas tudo isso não passa de paleio, conversa. Assim que podem, dão despacho a decretos deste calibre e lá vai o pobre português carregar o fardo maior. Quem quer que seja o próximo timoneiro, poderá vestir cores diferentes, mas essencialmente será mais do mesmo - mau, mau mesmo.

publicado às 12:05

O enorme "sucesso" de uma reforma de opereta

por Pedro Quartin Graça, em 29.12.13

Entre Janeiro e Novembro deste ano, e apesar de rodos os "esforços", receitas extraordinárias e as costumeiras "operações de maquilhagem" para esconder a incompetência, eis o enorme "sucesso"da dupla Passos/Portas: o Estado gastou mais 7.1% do que em 2012! É realmente notável. Parabéns!

publicado às 14:39

O nome da rosa-laranja

por John Wolf, em 02.11.13

Só faltava Passos Coelho oficializar o regresso de José Sócrates. Ao fazer comparações entre o seu reinado e o do outro (o "outro" é um termo politicamente incorrecto, eu sei), reconhece direitos adquiridos ao socialista-écrivain - concede-lhe a importância que ele merece. O actual primeiro-ministro demonstrou, porventura sem o desejar, que Sócrates não é apenas um problema do passado, mas poderá vir a ser um rival num futuro próximo. Depois de sucessivas tampas de Seguro, a propósito do guião da reforma do Estado e do orçamento de 2014, Passos Coelho vira-se para aquele que está ávido por desferir uns golpes, mas que ainda não tem as luvas da titularidade política calçadas. O primeiro-ministro quer mostrar ao lider da oposição Seguro que nem precisa dele para invocar as fracturas profundas que opõe os socialistas aos social-democratas. Sabemos muito bem que Seguro não é comparável a Sócrates (é igual a si), e deste modo Passos Coelho retira força aos socialistas ao se "picar" com um político ligeiramente civil - Sócrates é uma espécie de fantasma da Troika, regressado do mundo dos políticos mortos-vivos para distribuir a culpa pelos outros e eximir-se de responsabilidades. À medida que Sócrates se reintegra na vida política e social do Rato, vai reavivando a fraca memória dos portugueses - estes irão lentamente recordar que foi o mestre de Paris que assinou o memorando de entendimento, que foi ele que conduziu o país a esse estado de calamidade que infelizmente teve continuidade através das políticas de austeridade do actual governo. Afinal Sócrates tem uma missão importante a cumprir na tomada de consciência dos cidadãos portugueses. Sócrates regressa ao cenário de sismo económico e social para o qual contribuiu, impávido e sereno, mas os portugueses sabem o que a casa gastou. Quem negar as responsabilidades de um e de outro na actual crise, não estará a ser honesto e justo. A ruína não pertence em exclusivo aos sociais-democratas ou aos socialistas. Foi uma longa sociedade por quotas destes dois parceiros que ditou o rumo penoso de Portugal. O país vive o dilema do prisioneiro e não existe uma jogada que possa eximir as duas principais forças políticas das suas responsabilidades. Seria bom que soubessem, que nalguns casos, as laranjas e as rosas não se comparam - nem se cheiram.

publicado às 15:31

Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma

por Pedro Quartin Graça, em 31.10.13

100 páginas com banalidades das quais apenas uma se aproveita como novidade. Total ausência de metas, de quantificação de custos deste processo e de benefícios a médio e longo prazo para Portugal e para os Portugueses. A habitual incapacidade de previsão. Eis o "nado morto" que, com a habitual pompa e circunstância, ontem veio a público pela mão do Primeiro-Ministro de facto. Meses e meses para "a montanha parir um rato", em suma. Nada que não se esperasse. Continuamos para bingo.

publicado às 12:04

Os manuais da reforma do Estado

por John Wolf, em 31.10.13

O processo político nacional está a decorrer numa biblioteca. É um discussão acesa entre tomos - toma lá, dá cá. Os conflitos obedecem a manuais de instruções que são apresentados como o último grito da razão política. No meio da discussão literária, lá aparecem uns fascículos proveniente de uma outra capital - escritos que se inscrevem noutra categoria de inutilidade. Ora vejamos o que quero dizer sobre a livraria em que estamos metidos. Os governos, ainda antes de serem eleitos, começam logo a vender o seu programa, a defiinir em capítulos as principais linhas de orientação política económica e social. Ao fazê-lo, ao escrever essa receita, sabem que existe um livro sagrado que pode esmagar a bula com uma martelada jurídica apenas. A constituição da República Portuguesa é um volume pesado e pode ser colocado a jeito, sobre cadernetas e dossiers com escrituras alegadamente sagradas. O governo de Passos Coelho que obedece às fórmulas inscritas no volume remetido pela Troika, tem visto a sua vida andar para trás por causa daquela terrível enciclopédia - a Constituição da República Portuguesa. O governo mete uma medida avulso e zás catrapás, cai-lhe em cima o canone e a trindade constitucional - e nada feito. E então pensáram no seguinte; lá porque a constituição é um best-seller político e anda sempre nos tops nacionais, não vejo razão para não escrevermos o nosso próprio êxito de bilheteira? (sim, o contribuinte vai pagar pelo resultado das linhas escritas). Vamos dar um título sexy à coisa. Vamos chamar guião à reforma do Estado, de uma forma taxativa, para que ninguém duvide do seu alinhamento, do encadeamento de ideias. E se alguém questionar os ditames, podem sempre dizer; "é assim meu amigo, está escrito preto no branco, aqui no código"). Portanto são pelo menos três livros que se encontram agora na arena para o combate que se segue: o guião, a constituição e o programa da Troika. Mas tenho a certeza que o PS, por se sentir excluído pelas editoras, ainda vai apresentar um argumento original para se imiscuir no filme que decorre (o outro conjunto de folhas do Sócrates, é um paper de adolescente babado, mais nada; não conta). O curioso da recensão literária que realizámos, é que o guião faz referências bibliográficas à constituição e à ordem de trabalhos da Troika, mas o inverso não acontece. A constituição quer lá saber do guião ou o que pensa ou deixa de pensar a Troika. A constituição é literatura clássica - perdura para além das novidades do mercado de publicação. A segunda edição da Troika (já tinha havido uma intervenção proposta pelo escritor Mário Soares) é uma obra próxima do neo-modernismo com laivos de utopia. A páginas tantas do guião, avançadas em font Arial muito próximo do bold (não vá o leitor adormecer), a conversa introdutória e os aperitivos de justificação, cedem lugar a uma missa repetitiva que deve ter escangalhado o martelo da tipografia, da gráfica. São centenas de frases iniciadas pelo verbo reformar; reformar o Estado, reformar o Estado, reformar o Estado até ao ponto em que este se deforma. O guião, que foi apresentado com um ligeiro atraso para emendas de última hora, vai ter uma função especial. Vai servir para tornar anónimo o projecto e desresponsabilizar os seus proponentes pela dificuldades que certamente se encontram adiante. É sempre mais fácil dizer que a culpa não morre solteira. A culpa será sempre do guião se as coisas não resultarem. Ao longo do texto, dizem que o debate sobre a reforma do Estado está aberto à discussão, mas agora fiquei mesmo confuso. O guião é ou não é a reforma do Estado? Ou será que não passa de um peso morto para entreter enquanto realizam outro filme?

publicado às 09:20

Um guião interessante

por João Pinto Bastos, em 31.10.13

Feita a leitura do guião apraz-me fazer quatro observações muito breves:

 

1) O "documento político" apresentado por Paulo Portas é, como a própria expressão indica, um documento de índole programática. O que está fundamentalmente em causa com o anúncio deste documento é a abertura de um debate político transversal sobre os desafios mais dolorosos do programa de ajustamento da troika, que envolva os principais agentes políticos do regime. Não se trata, propriamente, de um catálogo prescritivo de medidas, impostas a toque de caixa. Quem não entende isto, que meta explicador.

 

2) Torno a repetir algo que escrevi em tempos não muito idos: o Governo perdeu demasiado fôlego a comandar a extorsão fiscal dos portugueses, obliterando, deste modo, a necessária reforma do Estado. O primeiro ano de mandato, que seria, em circunstâncias normais, o timing adequado para uma tomada de posição reformista, foi notoriamente perdido nas questiúnculas que todos nós sabemos. Este guião é um bom início de conversa, mas será, com alguma probabilidade, uma oportunidade perdida, dada a erosão da base de apoio política e social da maioria.

 

3) Nas medidas apresentadas há um pouco de tudo. Se olharmos, por exemplo, para as linhas dedicadas à educação, à justiça, e ao território, verificaremos, com toda a certeza, um bom catálogo de medidas. Já no que tange à segurança social e à delimitação das funções do Estado, o relatório continua, estranhamente, a fraquejar na identificação de uma linha política que seja perfeitamente concretizável. Visto no seu conjunto, o relatório constituiu indiscutivelmente um bom estímulo ao debate, ainda que haja algumas arestas por limar.

 

4) Não sei se este esforço de última hora produzirá algum resultado palpável, até porque, como referi acima, continuo a crer que o Governo perdeu demasiado tempo a diferir a reforma do Estado, porém, vistas bem as coisas, continuo a crer que as aptidões políticas de Paulo Portas, aliadas a um reforço da coordenação política no seio do Governo, serão mais do que suficientes para impedir que o barco afunde de vez. 

publicado às 00:01

As viúvas negras da austeridade

por John Wolf, em 07.10.13

Os portugueses estão lentamente a acordar para os efeitos da bomba atómica. A austeridade, pela sua natureza, e atendendo ao seu DNA de deconstrução, não conhece limites e ignora tabus. As pensões de sobrevivência, julgar-se-ia, que seriam o território sagrado da dignidade económica e social, uma espécie de  fronteira de uma terra proibída. No mesmo saco semântico colocaram distintos significados. De acordo com o governo, as pensões que se somam a outras pensões serão as únicas visadas pelo corte e, por forma a dar a impressão que mexem noutros privilégios fiscais, anunciam quase em simultâneo o fim dos incentivos fiscais aos carros de serviço. Pelo alinhamento de decisões até parece que um facto anda a reboque do outro, que a figura de chauffeur viúvo nos conduz para além do drama fiscal directamente para uma utopia de mau gosto. Com as amostras de gestão (sob os auspícios de ajuda externa) que o governo nos concede a bom ritmo, repesco o aviso: tenham medo, muito medo. Os portugueses já perceberam que todas as barreiras morais serão quebradas, menos aquelas onde uma verdadeira reforma do Estado deve ser realizada. A seguir aos vivos (mas por pouco), nem mesmo os mortos serão poupados. Ainda vamos assistir a algo inédito do ponto de vista existencial, transcendental. Claro está que existem casos perfeitamente identificados de indivíduos que acumulam pensões e outras regalias. Esses são velhos conhecidos da política portuguesa. Uns estão no activo, outros já prestaram serviços à nação a troco de um módico. O sistema que agora se afunda é um produto complexo, nascido a partir de distintas representações ideológicas de Portugal. Não há diferença entre a esquerda ou a direita (ou o que resta dessa classificação); foram todos co-autores do falhanço e da plantação de mecanismos de salvaguarda dos privilégios da classe política. Fica mais que patente que a troika não quer saber como o dinheiro aparece, desde que apareça. Que eu saiba, sugeriram a reforma do Estado como eixo justificador dos fundos, mas os artistas nacionais parecem andar a brincar às escondidas, evitando a todo o custo enfrentar a música de uma reforma estrutural profunda. No meio da confusão, o tribunal constitucional, faz cara de poker; por um lado invoca a sacralidade da constituição para defender direitos adquiridos pelo 25 de Abril (agora vendidos ao desbarato pelos herdeiros desse legado) e, por outro lado, funciona como um retardador de um processo que dificilmente conhecerá inversão de marcha (ignorem as promessas de Seguro, de nada servem). Se o contribuinte ainda respira, significa que é mais que elegível para pagar a factura. E se não se mexe será apanhado pela certa de outra forma criativa. Portugal entrou definitivamente no calvário cuja agonia não parece ter fim. Gostaria de acreditar que ainda existe salvação para este estado de calamidade, mas os indícios não são nada bons. Existe algo maior que indicadores económicos e exportações em crescimento, e isso chama-se o espírito de um povo. E quando este se quebra, é muito difíicil levantar do chão aqueles que se encontram derreados, acabados.

publicado às 15:14

Repto*

por Regina da Cruz, em 05.10.13

Portugal está sob assistência financeira e tem regularmente uma equipa de consultores a visitarem-no com o objectivo de providenciar aconselhamento. O Fundo empresta dinheiro e como "bónus" temos acesso a uma equipa técnica que ensina a extrair o máximo valor de cada euro. Pelo caminho, há uns exames para ver se a malta está a perceber a matéria e a aplicá-la. O material de estudo, as sebentas, são uns relatórios e uns pareceres técnicos escritos de forma muito clara e objectiva onde se encontra "a papinha toda feita" - quem me dera, enquanto estudava, ter tido a vida tão facilitada como estes senhores governantes sem qualidade nenhuma que nos calharam na rifa democrática! Mas eles parecem simplesmente incapazes de aproveitar a benesse que os portugueses estão a pagar a peso de ouro. Faz lembrar aqueles meninos ricos que têm tudo, todas as explicações e todos os livros, todos os recursos e materiais e mesmo assim tiram notas fracas por que simplesmente não querem saber (ou são mesmo burros).

 

Hoje acordei com vontade de escrever no motor de busca do google as seguintes palavras: "Portugal healthcare budget expenditure", para ver o que aparecia. E apareceram algumas coisas interessantes logo nos lugares cimeiros e mais em baixo, na décima entrada, um pdf intitulado: "Portugal: Rethinking the State—Selected Expenditure Reform Options". Trata-se de um relatório do FMI, datado de Janeiro de 2013 e que enumera, de uma forma muito lógica, racional, bem articulada e claríssima como água, os diferentes sectores do estado que têm de ser reformados e que estão a puxar este país para baixo, atrasando-o desnecessariamente.

 

Eu, uma crítica acérrima do FMI (toda a instituição tresanda a bafio socialista!), não posso no entanto deixar de dar valor a um documento bem produzido, objectivo, organizado e num inglês escorreito. Aconselho vivamente a sua leitura.

 

Ainda só tinha chegado à página 13 e já estava rendida à escrita. Quem diria? De repente senti-me cativada pelo documento técnico como por um Dostoiévski! A explicação é simples: está lá tudo. Nessa mesma página lê-se no ponto 10, relativo à secção da Reforma de Despesa, o seguinte:

 

Public sector pay and employment policies need to emphasize competitiveness and providing value for money to the population.
A modern enabling state needs to be on par with the private sector in the way it operates—it cannot be seen as sheltering privileges for itself, either in the form of employment conditions or remuneration. Internationalexperience is not encouraging: on aggregate, public sector jobs pay too much.11 The reform of public sector pay and employment can boost economic growth by helping reduce private sector labor costs.12


Ou seja, o óbvio. Qual Constituição qual carapuça: é preciso fazer o que precisa ser feito, sem desculpas e JÁ!

 

Este governo está 3 anos atrasado para começar a reforma do estado.

Portanto, o meu repto, no sentido de dar uma ajudinha a esta cambada de PANHONHAS que nos estão a "governar" é que algum mecenas pegue neste belo relatório, o traduza para português pré(-acordo ortográfico), o imprima e distribua por Portugal de norte a sul e ilhas! Que não haja caixa do correio, limpa-párabrisas nem sala de espera isentos da presença deste texto oficial e produzido pelos fulanos que estão a financiar o país (em bom rigor, a financiar *o* sector público com os juros pagos por TODOS os portugueses).

Isto não é brincadeira nenhuma, chega de brincar às oposições e aos partidos. Chega!

Só assim, com a tomada de consciência por parte dos portugueses de quais os problemas e como resolvê-los, se conseguirá derrotar as forças que estão a impedir, a bloquear a prosperidade deste país.


*Se eu falasse português de "autárquicas" este post lançaria um "réptil" a algum mecenas.
Agora que esse episódio terminou e os autarcas simples estão tranquila e ignorantemente instalados nos seus poleiros, a vida segue como dantes.
É esse o problema.


publicado às 09:18

Death and Taxes, Portugal and Syria

por John Wolf, em 11.09.13

Aprecio uma boa comparação, mas é na analogia que está o ganho. Também sou apreciador da ideia rebuscada, aquelas elaborações do caneco que não lembra ao diabo cego, surdo e mudo. Cá vai: Poiares Maduro está para os impostos como Obama está para a intervenção militar na Síria. Vamos lá por partes e devagarinho para ver se isto funciona, se não me engano. O que Maduro diz em bom português (proferido no International Club) é que o Estado deve entregar parte do arsenal, reformar alguns dos equipamentos e funcionários que têm servido para chupar o tutano aos contribuintes, ou zás, vem aí uma série de novos impostos. De acordo com o ministro, a Reforma do Estado tem mesmo de acontecer ou então vai haver um bombardeamento tributário da população civil, já de si indefesa, muito perto do desfalecimento. Esta conversa de ministro nacional soa a nova diplomacia de Obama. O presidente americano usa mais ou menos a mesma fórmula; a Síria deve reformar o aparelho militar ou ainda leva com uma catrefada de Tomahawks. Face a estas declarações devemos realmente ter algum cuidado. Lembram-se do cherne, perdão, daquela expressão portuguesa? - Pela boca morre o peixe? Em ambos os casos, no nacional e no americano, as palavras precedem os actos. De certa forma o que estão a dizer é: quem te avisa teu amigo é (e daqui a nada estás a levar umas mocadas). Esta forma de comunicação política é subtil, mas não o suficiente. Nem é preciso ser candidato autárquico para perceber a conversa. Para bom entendedor meia palavra basta (caramba! Estou farto de puxar pelos galões dos provérbios e dizeres populares!). Significa isto, que no caminho penoso em direcção ao cada vez mais que provável segundo resgate, ainda teremos tempo para uns encores de austeridade. O Maduro usou o palco do International Club de Lisboa para exercer esta magistratura do aviso de cobrador. No caso do Obama ainda estou para ver se a Rússia consegue obrigar Assad a entregar o material químico. Em ambos os casos algo vai acontecer. E não me parece que seja coisa boa para os objectores de consciência leve ou pesada. A expressão inglesa - Death and Taxes - serve na perfeição para o que pode acontecer a breve trecho na Síria e em Portugal. 

publicado às 21:12

Continua o desgoverno dos medíocres

por Samuel de Paiva Pires, em 18.03.13

André Azevedo Alves, Rescisões na função pública: quem se lixa é o mexilhão...:

 

«To add insult to injury, não faltaram sequer as declarações de João Bilhim, que em 2005 dirigiu o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) e foi nomeado pelo actual Governo para o cargo de presidente da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap), que simboliza exemplarmente o absoluto fracasso do Estado no que diz respeito à reforma da Administração Pública.»

publicado às 19:26

Gato escondido com rabo de fora...

por Pedro Quartin Graça, em 15.03.13

Socialistas e sociais-democratas debatem reforma do Estado

Teixeira dos Santos, Correia de Campos, Luís Amado e Carlos Zorrinho aceitaram. Passos Coelho arranca segunda-feira com três meses de conferências sobre reforma do Estado.

O Expresso publicou de forma ruidosa a "rendição socialista". O PS aceitara debater, após meses de recusa, a reforma do Estado, escreveu o semanário. Afinal Carlos Zorrinho "tinha ido ao engano", desconhecendo que se tratava, não de uma genuína iniciativa académica, como aparentava ser esse ciclo de debates, mas sim de um expediente do Ministério das Finanças, de Gaspar, "travestido", para tentar trazer o PS ao debate da aludida reforma, pelo menos "para alemão ver".

Foi feio, muito feio mesmo. A prova provada, se dúvidas houvesse, que para este Governo vale tudo.

publicado às 07:36

Antes pelo contrário

por Nuno Castelo-Branco, em 14.03.13

Na sua notável evolução social-democratizante para candidato às próximas listas do PS, Daniel Oliveira foca alguns pontos importantes que os mui recentes "Manifestantes de largo espectro" deveriam ter em boa nota. Acrescentou um pequeno remendo ao saco roto parcialmente cerzido pelas conhecidas personalidades que tentam a salvação do seu sistema. No entanto e passando ao largo das chamadas de atenção para o claro "tudo mudar para que esse tudo na mesma fique" - o populismo que aponta a outrém -, ao preocupado articulista ainda falta o essencial, ou seja, o que muito resumidamente aqui se disse. Antes pelo contrário, não valerá a pena perdermos o nosso sacratíssimo tempo com teatrinhos de sombras, uma mais chinesas que outras. 

publicado às 17:56

Pedido de esclarecimento, por Rui A.:

 

«Alguém saberá informar quantas fundações já foram encerradas? Quantas empresas públicas foram já privatizadas ou qual é o calendário das privatizações? Quais os organismos do estado e da sua administração que já efectivamente desapareceram? Se a RTP vai ser ou não vendida, e quando haverá uma decisão palpável sobre essa empresa? Se a TAP vai pelo mesmo caminho e quando? E o que irá suceder com a Caixa Geral de Depósitos, alguém poderá dizer-nos? Quando? 120 dias após a entrada em funções do governo e muitos impostos entretanto já criados, aumentados e cobrados, será cedo ainda para termos respostas que ultrapassem as simples declarações de intenções?»

publicado às 13:10






Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas