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Em 2014, os Espanhóis em Portugal.

por João Quaresma, em 01.12.14

 

Neste aniversário da Restauração da Independência, uma longa e interessante reportagem sobre os cidadãos espanhóis (no caso, madrilenos) residentes em Lisboa.
Uns mais recentes do que outros, conhecedores e apreciadores do país, boa parte trabalha em empresas espanholas aqui estabelecidas, que é a razão principal pelo grande crescimento da comunidade espanhola em Portugal nos últimos vinte anos. E alguns não pensam regressar ao país de origem.
 

publicado às 20:03

No dia 14 de Agosto de 1638, num ambiente de amargura, mandava em Lisboa a estrangeira duquesa de Mântua, em nome do rei castelhano, lembrava-se em Guimarães, com saudade, as glórias de D. João I, de Nun'Álvares e de Aljubarrota: apontando o pelote por aquele usado nesta vitoriosa batalha, um padre franciscano, Frei Luís da Natividade, foi porta voz do sentir de quase todo um povo humilhado a quem tinham despojado da sua soberania: "  - Pelote roto, pobre, esfarrapado e alanceado, hoje é mais próprio chorar mágoas presentes do que celebrar vitórias passadas"; por essa mesma altura, porém, em Trancoso, um sapateiro, o Bandarra, profetizava o fim dessa vexação, concretizando a esperança da libertação nacional na pessoa do então duque de Bragança, D. João, futuro IV de nome:
                      " Já o tempo desejado
é chegado,
segundo o firmal assenta.
Já se cerram os quarenta,
que se ementa
por um Doutor já passado.
O Rei novo é alevantado, "

publicado às 21:21

O dia mais importante da nossa história

por Nuno Castelo-Branco, em 01.12.13

Naquele 1º de Dezembro de 1910, o novo regime imposto pela força demolidora da subversão, fazia arderem em crepitoso auto-da-fé em plena Praça dos Restauradores, montões de bandeiras que sintetizavam uma história oito séculos de independência portuguesa. Todas aquelas que até ao 5 de Outubro flutuaram nos mastros de navios, ministérios, quartéis e outros departamentos do Estado, foram destruídas em público. Nem sequer escaparam centos de outras, à força retiradas dos domicílios  dos patriotas. Os republicanos deliberadamente queimaram a bandeira portuguesa.

 

Esta tarde, no mesmo local, não foi com surpresa que todos pudemos deparar com a quase exclusiva presença daquela Bandeira Nacional que hoje é sem sombra de dúvida, o símbolo da independência do país. Adriano Moreira e Loureiro dos Santo disseram o que deles se esperaria. António Costa, já  assoberbado pelo o seu projecto pessoal de promoção, desfez-se em considerações acerca da independência nacional e vontade de "reencontrar a Pátria como casa comum". Como os tempos mudam! Os mesmos que rotineiramente nos garantem ser o estribilho "mais Europa" como uma coisa de salvífica exclusividade, aparentemente afligem-se com uma situação para a qual decisivamente contribuíram. Disse ainda o edil que em 2014 pretende transformar o centro da cidade "numa grande sala de aula colectiva, espaço de História ao vivo, recriando 374 anos depois, nos diversos locais onde a História se fez, os acontecimentos que conduziram à libertação de Portugal". Compreendendo o essencial das palavras de A. Costa, esperemos então que dentro de um ano o país possa já estar livre de tudo aquilo que o actual regime tem significado para a destruição da nossa identidade e soberania. 


Em 1995, uma sucinta afirmação de Mário Soares, demoliu um mito propagandístico velho de mais de um século. Para grande desespero ou despeito dos sátrapas e escribas do pensamento oficialista, Soares justificava a sua participação como P.R., na cerimónia de Estado em que consistiu o casamento dos actuais Duques de Bragança. Acompanhando naquele importante momento um amigo de décadas, M. S. declarava também estar Portugal a prestar uma homenagem à Casa de Bragança pelos relevantes serviços prestados à Pátria, à sua liberdade e independência. Aquilo que era válido em 1995, é hoje muito mais relevante. 

 

Ficaram assim soterradas as grandes tiradas retóricas das Conferências do Casino, os Finis Patriae que culminaram com o Crime no Terreiro do Paço e as justificações fastidiosas, incipientes e vazias de conteúdo histórico escritas por um Oliveira Martins que sendo um impenitente idealista, vergastou a dinastia para acabar por nela reconhecer, sob o turvo prisma do cesarismo, a redenção de Portugal.

 

Todas as velhas nações possuem as  datas que calendarizam glórias passageiras, aquelas que ingratamente  o tempo condena ao posterior olvido pelas gerações que não as viveram. Os desastres das batalhas perdidas são frequentemente compensados pela gesta de uns poucos  - o Decepado, o Soldado Milhões ou um D. Sebastião -  que souberam bem morrer ou resgatar a periclitante honra dos outros, que ausentes do campo onde de pé se morria, nem por isso se sentiam menos atingidos por uma tragédia ainda não percebida, mas que inexoravelmente sobre as suas cabeças faria tombar a vingativa espada do inimigo.  Os grilhões apostos aos conquistados, seriam então exemplar justificativo e testemunho do espírito de sacrifício. Santificava-se desta forma aos olhos de um misericordioso Deus que do alto velava pelo seu povo e lhe forjava no ânimo, esse querer de libertação e do retorno a um perdido mas não esquecido tempo, onde a Lei dos naturais conformava a espontaneidade de um sentido de pertença à comunidade, a Grei.

 

A Monarquia Portuguesa criou a nação que somos e essa identidade tem sido ao longo das centúrias, plenamente justificada através de nebulosos e por vezes lendários indícios da especificidade das populações que foram consecutivamente ocupando o território que ainda hoje se chama Portugal. Os lusitanos, os conventos romanos e a criação do primeiro mas efémero Império Ibérico, erguido pela força guerreira visigótica, enraizaram nas mentes daqueles que lhes sucederam, essa certeza do direito à constituição de uma entidade territorial distinta daquelas outras com quem ainda partilhava o idioma e mais importante ainda, a Fé.

 

14 de Agosto de 1385 consistiu talvez, a data a partir da qual este país deixou para sempre a contraditória e incerta condição estatutária  de uma parte independente de uma grande Galiza. Essa confusão decorrente do próprio processo de criação do reino no século XII, ditava uma aparente edição localizada e muito particular do feudalismo que imperava além Pirenéus e que das suas faldas se estendia até à foz do Niémen.  Um qualquer acaso sucessório derivado da morte de um monarca sem descendentes, ou um negociado matrimónio que forjava uma outra realidade política na Respublica Christiana, modificava então as sempre frágeis fronteiras e no tempo fidelizava os povos à nova dinastia. Aljubarrota foi importante, servindo de marco ao reconhecimento do interesse específico  das ..."muitas e desvairadas gentes"... que viviam  naquele espaço criado jurídica e perpetuamente pelo tratado de Alcanizes. Os portugueses tinham como cumprida a sua parte na Reconquista da terra outrora cristã, há séculos avassalada e subjugada pelo invasor que viera do outro lado do mar, com desconhecidas línguas, estranhos costumes e exótica divindade.

 

Pela primeira vez uma vitória militar colocava em definitivo, a realidade territorial Portugal, no palco de uma Europa que perdidas as ilusões de uma reunificação que fizesse ressurgir o cristão império romano, levava os seus reis, príncipes ou republicanos condottieris, a gizar alianças, garantindo a sua supremacia sobre rivais e vizinhos. No entanto, Aljubarrota consistiu no culminar de um curto e turbulento período de realinhamento interno de forças políticas, económicas que confluíram no interesse pela preservação da independência que surgia como a essencial condição da prosperidade e realização pessoal de quem mais podia e o repúdio por todos os demais, de um poder estranho e até então considerado inimigo.  O 14 de Agosto escancarou as portas  daquele sentido de urgência de acrescentamento do domínio, cumprindo-se assim simultaneamente, o brado "Deus o Quer" de uma cristandade que tudo podia justificar.

 

A chegada de Gama à Índia, a descoberta do Brasil - uma das grandes e actuais razões do nosso direito a existir como Estado  e inegável símbolo da grandeza histórica de Portugal - e aquela ininterrupta série de espantosas, mas hoje infelizmente esquecidas vitórias nas quentes águas do Índico e do Pacífico ocidental,  podiam almejar ao título da mais importante data da História de Portugal. Contudo, se nos tornaram para sempre visíveis perante um mundo que até então nos ignorava, não foram suficientemente prenhes de consequências que garantissem aquela certeza de pertença e de necessária preservação de um legado já antigo de quase meio milénio.

 

A morte do vate nacional, Camões, num hipotético 10 de Junho de 1580, quando os tercios de Alba implacavelmente escreviam uma nova página possibilitada pelo desastre de Alcácer Quibir, surgiu para as mentes dos românticos oitocentistas, como única e diamantina oportunidade de distanciamento de uma outra data, que para a totalidade do corpo nacional, servia de pendão de honra ao espírito de resistência que esmagara invasores, rasgara tratados iníquos e galvanizara o ânimo consagrador da liberdade desta nação que há muito era uma Pátria.

 

O dia 10 de Julho será então imaginado pelos seus promotores como a unanimemente aceitável efeméride que divorciaria os portugueses daquela clara manhã de 1640, em que o escudo de armas português para sempre se retirava da simbólica da União Dualista. Esta União - afinal sempre desejada pelos promotores republicanos do 10 de Junho de 1880 - baseara a sua legitimidade na força da espada e no ouro das moedas corruptoras e enlouquecedoras do espírito de discernimento de alguns. O fim último desta tentativa do radicar de um novo marco que seria assim considerado como o mais importante da História de Portugal, era o rebaixamento da dinastia que surgia como um mero e fortuito acaso ou recurso de um grupo de abnegados e bravos redentores a ela alheios.  Fantasiaram-se episódios de resistência do duque D. João e justificou-se a aceitação do Levantamento por parte dos Braganças, pelo "varonil ânimo" da castelhana duquesa D. Luísa de Gusmão.  Construiu-se habilidosamente o mito da indecisão e do espírito timorato daquele, que afinal pela sua prudência, sageza de pensamento e resolução na acção de estadista, garantiu o sucesso da Revolução. Arruinou materialmente a sua Casa, mas ganhou a coroa e a liberdade de Portugal como reino independente que pela força das armas e astúcia dos políticos, conservou o legado ultramarino que ao tempo interessava. É também a definitiva confirmação de um novo vector da nossa presença no mundo, que da Ásia transita para o espaço Atlântico onde ergueria um novo império, o Brasil, ainda hoje um grande entre os maiores.

 

Não cabe aqui o desfiar das desditas que para este país significou o seu achincalhar à condição de província de uma Grande Ibéria que estendia os seus braços à Europa Central, Flandres, Reno, Milão, ao sul da Itália e que transformava vastas regiões católicas do Sacro-Império, em simples dependências ou inevitáveis e subalternas aliadas.

 

1580 reduziu e inferiorizou um Portugal já imperial, com domínios que se estendiam das plagas norte-africanas às costas do Japão. Porto de abrigo e de comércio para todas as nações cristãs, Lisboa habituara-se à presença das alvas gentes do Norte e à colorida presença daqueles que oriundos da África, Índia, China, América ou zona malaia, provavam o senhorio reclamado pelos monarcas que ostentavam orgulhosamente o título de Senhores do Comércio e da Navegação na Guiné, Etiópia, Índia, etc. 

 

A permanente e férrea política de alheamento dos conflitos continentais que esmagavam populações, devastavam campos e semeavam a perniciosa semente da inimizade histórica entre vizinhos, fortificou a consciência da identidade nacional, a necessidade de com todos dialogar e comerciar e o direccionar dos esforços para a preservação e dilatar do património territorial conseguido com tantos e custosos sacrifícios.

 

Existem algumas efemérides que embora sejam importantes marcos  e signifiquem o início de novas experiências políticas que uma mudança de regime implica - o 24 de Julho, o 5 de Outubro, o 28 de Maio ou o 25 de Abril -, não se revestem daquele transcendente significado que a palavra Liberdade no seu sentido mais lato - o da gente e o da Pátria como entidade política autónoma e internacionalmente reconhecida pelas outras - só é conseguido por aquele dia em que se restaurou a independência portuguesa.

 

O 1º de Dezembro de 1640 é a data mais importante da nossa História, pois se internamente consagra o desejo da totalidade de uma Nação que animicamente já o era há muito, internacionalmente consistiu na confirmação de uma necessidade desejada  por todos aqueles que combatiam uma prepotente e implacável hegemonia, cega ao direito das terras e das gentes. A Restauração foi saudada com efusão em boa parte da Europa e se para alguns consistiu numa oportunidade para o abatimento do Leviatã que há mais de um século ditava a lei nas relações entre Estados, para outros oportunamente surgia como ocasião para a consolidação do esbulho do património luso espalhado pelo mundo. A vontade e o sacrifício abnegado dos portugueses de então, desiludiu aqueles que apenas esperavam um passageiro e apetecido  contratempo  à imperial Espanha de Filipe IV e de Olivares.

 

O dia 1 de Dezembro de 1640, foi o mais longo da nossa História e prolongou-se por vinte e oito anos de terríveis sacrifícios. Os portugueses bateram-se praticamente sós contra as duas grandes potências de então - a Espanha e a Holanda -, vencendo uma nos campos de batalha da raia e a outra, a belicosa Batávia, nos mares, no sertão brasileiro, em Angola e nas longínquas paragens asiáticas.  A Guerra da Restauração foi um conflito em múltiplas frentes, onde o ferro da espada e a pluma dos diplomatas e dos grandes homens que juridicamente justificaram perante o mundo a libertação, se irmanaram num indissolúvel elo que garantiu o sucesso final. Se na Europa os terços lusos conseguiram rechaçar a coligação de futuras nações que era o exército dos Habsburgos espanhóis, no além-mar Portugal defrontou e acabou por vencer o mais implacável, fero e traiçoeiro inimigo de que há memória. De facto, a luta contra a talassocracia e o poder financeiro da hostil e exterminadora Holanda, criou tantas e aprioristicamente inultrapassáveis dificuldades, que o resultado da emancipação foi por muito tempo incerto e geralmente considerado como condenado pelas chancelarias europeias, desde o Vaticano às monarquias do Norte. A França surge como transitória protectora interessada em tolher o movimento à sua rival continental que via desprender-se o mais precioso florão da sua coroa e a Inglaterra baqueava na guerra civil, impotente para o pleno  cumprimento do papel que o velho Tratado de Aliança lhe ditava como obrigação.  Os portugueses - Portugal, um todo - para sempre tornou presente a sua condição de Estado, numa Europa que via nascer e desaparecer entidades políticas, conforme  a vontade dos grandes do momento e desta ou daquela guerra perdida. A memória de 1640 reavivou-se naquela outra Restauração em 1808, quando pela primeira vez derrotado o invasor francês, a legitimidade erguida como bandeira pelo povo, fez saber ao soberano no distante Brasil, o apego da nação à sua liberdade entre as demais. 

 

Portugal inteiro o quis e assim o fez. Lutou, negociou, transigiu por vezes. Contra todos os prognósticos, restaurou a legitimidade do seu Direito e no trono colocou quem dele tinha sido pela força esbulhado em 1580. Venceu o irredutível ânimo de todos, irmanados no resgate de uma liberdade que justificava assim, a própria existência das gentes que alçando  o pendão da nossa terra, tornou seu o brado Liberdade! Liberdade! Viva El-Rei D. João IV!

 

É esta a lição dos nossos maiores e hoje, decorridos trezentos e setenta e três anos e num momento grave que compromete os ideais de 1640, voltemos então toda a nossa esperança para quem poderá ser o símbolo daquela essencial unidade que hoje tanto nos falta.

 

 

publicado às 20:36

Em Elvas

por Nuno Castelo-Branco, em 09.06.13

 

Cavaco Silva oportunamente está em Elvas e em discurso apela aos brios que outrora fizeram levantar os nossos maiores, alijando dificuldades e afastando os inimigos e usurpadores. Hoje temos um problema muito sério a resolver, pois os usurpadores estão dentro de portas, falam português, impuseram moeda estrangeira, liquidaram a fronteira. Temos na cúspide do poder do Estado, um cargo que em nada se diferencia daqueles ostentados por chefes de cáfilas usurárias, sejam estas banqueiras ou financistas: Presidente, ou para melhor nos adequarmos mais à realidade, Chairman.

 

Portugal não é uma empresa. Este país orgulhosamente antigo, não pode ser representado por alguém que usa o mesmo título dos Srs. Espírito Santo Salgado, Américo Amorim, Balsemão, Belmiro de Azevedo e afins. 

publicado às 13:35

Comemorações do 1º de Dezembro em Lisboa

por João Quaresma, em 01.12.12


publicado às 02:00

publicado às 01:42

Fortificações de Elvas: Património da Independência

por Nuno Castelo-Branco, em 30.06.12

Tendo como fundo uma guitarrada retintamente espanhola, a RTP24 passou um pequeno número anunciando a elevação das Fortificações de Elvas a Património da Humanidade, designando a localidade como um "ponto de união entre Portugal e Espanha". Mais um disparate a juntar a outros que ininterruptamente consegue produzir.

 

Além do valor patrimonial do monumento, existe aquele outro mais importante e que sem qualquer dúvida salienta a firmeza da luta pela Independência Nacional, coisa negregada por muitos agentes do poder político submetido a caprichos individuais do enche-bolsos a que chegou o Estado a que nos habituámos.

publicado às 19:50

C.D.S.

por Nuno Castelo-Branco, em 02.04.12

Pelo que se sabe acerca da reunião magna do CDS, Ribeiro e Castro foi humilhado por Paulo Portas, o assumido membro da Real Associação de Lisboa e por isso mesmo, um presumível defensor da intangibilidade do feriado do 1º de Dezembro. Ora, Ribeiro e Castro foi o único deputado com espinha neste Parlamento-holotúria, tendo a coragem para manifestar aquilo que a esmagadora maioria dos portugueses sentem como uma afronta: a abolição do Dia da Restauração, numa vergonhosa cedência à plutocracia intra e extra-fronteiras. Em suma, o governo e a coligação agiram da pior forma.

 

As jogatinagens eleitoralistas não servem para tudo e Paulo Portas há muito devia ter percebido esta evidência, pois há coisas que dificilmente se esquecem. Ou ainda estaremos nos tempos de O Independente?

 

A menos que já estejamos nisto.

 

 

publicado às 19:25

O "nim" de Paulo Portas

por Nuno Castelo-Branco, em 31.03.12

No Brasil, até as Prefeituras Municipais mostram orgulhosamente as nossas bandeiras e tudo o que elas significam.

 

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de um país independente há oito séculos, atrevidamente declarou hoje que o 1º de Dezembro "não é infelizmente celebrado pelas instituições" e vai dizendo em tom de desculpa, que nada mais patriótico existe "do que cada um de nós dar o seu contributo para reaver a independência económica do país". Enfim, neste tempo de cifrões, a data da difícil e na época considerada improvável reconquista da independência do Estado, é remetida para questões económicas  da oligarquia. Claro que Paulo Portas não corresponde ao grosso daquilo que se conhece por "classe política" e por isso mesmo devia medir as palavras, pois nem todos são transumantes de feiras de enchidos. Longe disso. Dr. Portas, se o Estado não comemora o Dia da Restauração e estando V. Exa. no governo, mude radicalmente este infeliz estado de coisas. Se tem o poder, tenha a vontade e mais ainda, a ousadia. 

 

O 1º de Dezembro não é comemorado pela população, leia-se, pelos habitantes das principais cidades, enquanto noutros pontos do país é dia de festa popular. Tal se deve à absurda menorização e intencional apagamento da nossa história, responsabilidade que deve ser integralmente assumida pelo regime republicano. O sistema vigente não comemora o 1º de Dezembro e tem como símbolo máximo, o verde e vermelho de uma Federação Ibérica imaginada no século XIX.

 

A Restauração da Independência consiste numa nódoa escarrapachada nos interesses dos mais poderosos malabaristas da finança e das negociatas que nos trouxeram a esta situação. A cada 1º de Dezembro que passe, jamais é organizada qualquer demonstração militar digna desse nome e as Forças Armadas não fazem qualqer esforço para que seja evocada uma data onde os antepassados justificaram a própria existência dos nossos quadros militares. As escolas ignoram ostensivamente o feito de 1640 e os heróis da Restauração são hoje tão desconhecidos, como qualquer um dos pretéritos e bastante dispensáveis presidentes da República. O Estado e centros de estudos não patrocinam ou incentivam trabalhos académicos relativos ao período e os manuais escolares são escandalosamente parcos na informação capaz de solidificar a nossa consciência nacional. É o completo deboche.

 

Dir-se-ia ser a nossa "classe política" um mero eco dos interesses da Câmara de Comércio e Indústria espanhola em Portugal. A gente do(s) governo(s) apenas parece(m) pensar na segurança dos seus interesses particulares. Isto, para ficarmos por aqui. 


publicado às 20:22

Ribeiro e Castro, o único!

por Nuno Castelo-Branco, em 30.03.12

 

No Brasil, as unidades militares exibem ostensivamente a bandeira portuguesa

 

O alegadamente nada discreto deputado Nuno Magalhães, parece estar a convidar Ribeiro e Castro a apresentar a sua demissão. Magalhães perdeu qualquer tipo de pudor, procurando expulsar do hemiciclo, o único deputado que neste Parlamento mostrou a verticalidade da sua coluna vertebral. Espanta-nos o interesseirismo, silêncio ou timidez de muitos outros "deputados monárquicos" -  ministros Paulo Portas e Mota Soares incluídos - que do PS ao CDS permanecem quedos e mudos perante o insulto em que consiste a abolição do feriado do 1º de Dezembro. Se a isto juntarmos o descarado assalto BPN, para sexta-feira apenas falta o 13 do calendário.

 

Em suma, esta gente não é de confiança. 

publicado às 15:47


 

 

 

Portugal atravessa uma grave crise económica com reflexos políticos e sociais preocupantes. A crise financeira e económica internacional não constitui justificação suficiente para o estado em que se encontra o País: torna-se evidente que, quando esta se desvanecer, a crise estrutural interna permanecerá.


O País está doente e maltratado. Adivinham-se tempos difíceis: as instituições do Estado estão fragilizadas; o desemprego aumenta e a pobreza alastra; o sistema educativo tem sido contestado por alunos e professores ; a insegurança, a criminalidade organizada – violenta e económica – e a corrupção, multiplicam-se; o poder judicial está ameaçado por falta de meios materiais e por legislação absolutamente desajustada das realidades. Nunca é demais relembrar que, onde não há Justiça, não há Democracia.


São muitas as vozes autorizadas e insuspeitas – como as da Cáritas e da AMI – que têm vindo a alertar para a vergonha da pobreza estrutural que existe no nosso País – acima dos 40%. De facto, se não se agir agora, as gerações futuras não nos perdoarão!


É chegado o momento de olharmos para o nosso Portugal tão desaproveitado nos seus recursos materiais e sobretudo na capacidade das nossas gentes, particularmente no interior onde me desloquei em numerosas visitas a convite das Câmaras Municipais, tendo compartilhado as alegrias e preocupações de populações tantas vezes esquecidas.


Saibamos apoiar as organizações de voluntários que generosamente trabalham para resolver os problemas, desde as mais antigas, como as Santas Casas da Misericórdia, até às mais recente, leigas ou religiosas. Torna-se imperioso que o Estado colabore melhor com elas em vez de desperdiçar recursos e prejudicar o que temos e fazemos de bem. Temos de nos lembrar que tudo o que o Estado gasta é pago por nós ou será pago pelos nossos filhos…


Saibamos defender o equilíbrio do meio ambiente e da nossa paisagem humanizada, temas em que, desde sempre, me tenho empenhado e que necessitam do envolvimento de todos.


Saibamos lutar pela promoção da Lusofonia e solidariedade entre os países membros da CPLP, como uma causa de importância decisiva do nosso futuro comum. Quero saudar o Brasil, terra da minha Mãe, onde a acção determinada do Presidente Lula da Silva tem possibilitado o estreitar das relações especiais que sempre existiram com Portugal.


Com a União Europeia temos um válido projecto político e económico comum, mas falta-lhe uma “ alma “, porque, infelizmente, quem decidiu recusou-se a reconhecer a matriz cristã da nossa cultura…


Mas é na Comunidade Lusófona que encontramos “a nossa família”, e os laços de família são mais fortes do que os interesses económicos, são de natureza afectiva. Mas nunca esqueçamos que, se não forem devidamente cuidados, o mais certo é desaparecerem…


Saibamos preservar instituições fundamentais da Sociedade como a Família. Esta, como outras, está sujeita a um desgaste sem precedentes visando a sua dissolução.


Ela é, na verdade, a base da construção de uma sociedade fortalecida no espírito de entreajuda, respeito pela vida humana e formação responsável, valores que, só no seu seio, são susceptíveis de ser naturalmente assimilados. Só por esta via, sairá reforçada a liberdade de consciência que permitirá, a cada um e a todos, resistir, preservando-a das crescentes tentativas abusivas de ingerência externa que pretendem impor novos conceitos de “família”.


É na Família, e não pelo Estado, que já hoje – e como o futuro próximo se encarregará de demonstrar – se desenvolve incondicionalmente o verdadeiro espírito de solidariedade para com os seus membros mais necessitados, seja na doença ou na pobreza.


É na Família que se constroem os alicerces de educação, respeito e disciplina, tão necessários à organização social, relativamente aos quais o Estado só consegue desenvolver acções complementares e pontuais.


Tudo isto porque a vida social autêntica e equilibrada tem início na consciência individual que cada um vai formando no seu próprio ambiente familiar.


Chegou a hora de acordar as consciências e reunir vontades para levantar Portugal, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse.


O futuro de Portugal tem de ser encarado com esperança assente num projecto para o País tal como fez, há seis séculos e no auge de outra crise, o nosso maior herói, D. Nuno Álvares Pereira.


O Condestável Nun’ Alvares colocou convicta e corajosamente, num invulgar espírito de serviço, todo o seu talento, competência e generosidade na defesa da independência e da identidade nacional, cujo projecto foi transformado num ideal grandioso de Pátria e de Missão o qual, pouco tempo depois, permitiu abrir “ novos mundos ao Mundo”.


O seu exemplo de abnegação, coragem na luta pelas suas justas convicções e amor por Portugal, deverá ser fonte de inspiração para todos os Portugueses, como felizmente parecem comprovar as inúmeras manifestações civis e militares que, espontaneamente, têm surgido, de Norte a Sul, no País.


Vem a propósito recordar a importância que o Condestável atribuía à liderança, disciplina e motivação nas Forças Armadas, e particularmente na formação cívica de jovens militares, numa altura em que o Colégio Militar, a mais antiga Instituição Militar de Ensino da Europa é vítima de uma campanha de fins dissimulados. É bom realçar que, há mais de dois séculos, esta honrada e sólida Instituição tem formado gerações de jovens que vieram a prestar relevantes serviços à Pátria, quantas vezes com o preço da própria vida.


Numa época conturbada como a que se vive hoje em Portugal, prepara-se, com grande despesismo, a comemoração, em 2010, do centenário da República.


Tratarei desse tema em ocasião mais apropriada. Apenas saliento que a actual “terceira República“,de constituição Democrática , é bastante semelhante à Monarquia vigente em 1910. A diferença maior está na Chefia de Estado, de eleição periódica por sufrágio universal, na República, e de permanência vitalícia na Monarquia, salvo no caso dos Portugueses, democraticamente, num caso extremo, promoverem a substituição do Rei .


Eu não duvido que uma Chefia de Estado independente dos poderes políticos e económicos, livre de pressões, respeitadora das instituições e defensora do seu correcto funcionamento, alheia a querelas partidárias e a favoritismos, preocupada com o longo prazo e não com imediatismos influenciados por calendários eleitorais é o complemento fundamental que a Monarquia pode oferecer a um Estado moderno.


Não é por acaso que, as Democracias mais desenvolvidas e estáveis da União Europeia são Monarquias.


Em vários países do Norte da Europa ouvi destacados políticos afirmarem que “vivemos em República, mas o nosso Rei é o melhor defensor da nossa República”. Chegou o tempo de os portugueses pensarem com coragem e em consciência se, o que se entende por República, não seria melhor servida por um Rei?


Estou convicto que saberemos encontrar o nosso caminho, discernindo as nossas prioridades, e encontrando pacificamente, as melhores soluções para o verdadeiro progresso do País.


Apelo a todos, autoridades e políticos, autarcas eleitos, empresários, agricultores, profissionais do sector público ou privado, apelo aos que se vêm no desemprego, aos estudantes e reformados, apelo à Igreja e aos cultos confessionais, aos que emigram e imigram, que ponham as suas capacidades ao serviço de Portugal.


É tempo de solidariedade, é tempo de acção e de esperança num futuro melhor para as gerações dos nossos descendentes.


Servir Portugal, estar próximo dos portugueses, essa foi a Herança que recebi e que aqui uma vez mais assumo, e que, com a minha Mulher, também transmitirei aos nossos filhos!


Viva Portugal!

 

publicado às 13:42

1º de Dezembro

por Nuno Castelo-Branco, em 27.11.08
Mais uma realização do Zé Pikeno, porque a data está próxima.

publicado às 14:25

Os historiadores espanhóis manifestam por vezes, algum interesse quanto ao relacionamento que o seu país manteve ao longo dos séculos, com Portugal.
1640, é sem dúvida, a data chave convencionada além Guadiana, que marca indelevelmente o declínio do poderio mundial espanhol. Se a revolta catalã mereceu - dada a proximidade territorial com a França - uma rápida reacção militar e se integrou no conflito espano-francês a decorrer no âmbito da Guerra dos Trinta Anos, a independência portuguesa era de difícil resolução, embora os estudiosos espanhóis ainda a encarem depreciativamente como um mero conflito entre a alta nobreza conservadora e o governo centralizador de Madrid.
O artigo , descreve sucinta e cronologicamente os factos ocorridos, embora a interpretação dos mesmos, peque da habitual parcialidade, omissões várias e alguns erros de alguma importância. Assim, é decerto por mero desconhecimento, que o autor apresenta Filipe II como o herdeiro natural e ..."el mejor situado en cuanto a parentesco"... para assumir a coroa vacante em 1580. O argumento utilizado, pode de facto, ser aplicável ao Prior do Crato, devido à sua condição de filho bastardo do infante D. Luís. No entanto e segundo o autor, a Duquesa de Bragança, seria automaticamente arredada da sucessão, por ser uma herdeira feminina, o que a deixaria em desvantagem sucessória perante o rei espanhol. Neste ponto, o dr. Valladares decerto não desconhece a inexistência da Lei Sálica nos dois maiores reinos da península, até porque no que a Portugal respeita, existia o bem conhecido precedente de D. Beatriz, natural sucessora de D. Fernando I. Torna-se assim evidente que a exclusão de D. Catarina, duquesa de Bragança, se deveu ao exercício de uma clara coacção por parte de quem detinha a força militar e o poder corruptor do dinheiro. Argumentando correctamente acerca de movimentos precursores da fusão dos diversos reinos da península, nomeia sem especificar ..."un nieto de los reyes católicos"... que no ocaso do séculos XV, era o herdeiro dos três tronos. É claro que sabemos tratar-se de D. Miguel da Paz, filho de D. Manuel I e da princesa D. Isabel, herdeira de Castela e de Aragão. O facto de D. Miguel - se tivesse sobrevivido aos seus progenitores - ser o possível unificador da península sob o ceptro de Avis, é para o autor, despiciendo. Compreendemos porquê.
O período efectivo da chamada União Ibérica, não merece senão algumas muito vagas referências, limitando-se Valladares a focar os interesses mercantis de sectores muito localizados de mercadores desejosos do comércio e acesso à prata espanhola, e da nobreza sequiosa de prebendas e desempenho de cargos administrativos na Monarquia dos Áustrias.
Ao longo do texto, esperámos encontrar, mesmo que de forma difusa, alguma menção aos factos que decididamente levaram à colisão de interesses entre os dois reinos e isto mais estranho se torna, por serem tão evidentes e conhecidos. Não há qualquer referência à proibição do rendoso e tradicional comércio com as potências do Norte - a Holanda sublevada e a Inglaterra protestante -, não existe a mínima menção à depredação do poder naval português em empreendimentos de cariz imperial (Invencível Armada, etc) e nos conflitos com aqueles que eram alguns dos nossos mais importantes clientes; não se vislumbra qualquer interesse no estudo da situação criada pelo esvaziamento dos arsenais portugueses, cujas armas foram utilizadas nos campos da Flandres e na guarnição da rede de fortalezas que protegiam os territórios filipinos no norte da Itália e zona renana. O estado de abandono das defesas portuguesas no Oriente, que foram aliás os primeiros alvos dos inimigos de Espanha (antigos clientes de Portugal), levou à total ruína da presença lusa no Índico e Pacífico ocidental, onde ingleses e holandeses instalaram uma nova talassocracia. A perda de vultuosas rendas provenientes do antigo monopólio do comércio com a Índia, China e Insulíndia, levou à inevitável e extrema pauperização do tesouro da coroa de Portugal, com a eclosão de um descontentamento sempre ascendente. O não cumprimento dos juramentos efectuados nas Cortes de Tomar, nem sequer merece uma reflexão sumária e tão mais importante, quando se torna afinal, no móbil ideológico e propagandístico utilizado pelos revolucionários de 1640, na sua acção diplomática em toda a Europa.
Já na fase pós-1º de Dezembro, o autor vai divagando acerca ..."del nuevo régimen bragancista: una monarquía limitada por la tradición, respetuosa con las inmunidades estamentales y regida por unos consejos integrados por la nobleza". Desta forma, o dr. Valladares parece não compreender o transcendente suporte que o trono dos Bragança recebeu por parte daqueles a quem os espanhóis habitualmente chamam de "poderes fácticos", isto é, os interesses comerciais, a nobreza administrativa e militar e a Igreja. Não parece entender o aspecto chave de toda a questão, até porque todos os conflitos internos do Estado espanhol, giram até aos nossos dias, em torno da velha questão dos "fueros".
A evidência de todo o Império colonial luso ter aderido ao novo estado de coisas, não merece qualquer relevo e isto é demonstrativo, de uma verdadeira incompreensão da situação vista pelo prisma português. É que a viragem do interesse da expansão para a zona do Atlântico, já era notória no reinado de D. João III e a aventura africana de D. Sebastião, pode talvez, ser encarada neste âmbito de consolidação de posições de controle de uma nova área de influência. Assim, as boas relações com as potências marítimas - que para grande alívio dos governos de Lisboa foram reduzidas, décadas após a Restauração, a uma Inglaterra interessada na manutenção de um Portugal independente -, não são compreendidas à luz do interesse do estado português. Este aspecto é tão mais relevante, porque é bem conhecido dos estudiosos além Pirenéus, como condição sine qua non da política externa nacional desde 1372, e que chegou sem fissuras ao século XXI.
As explicações relativas às tentativas diplomáticas para a reincorporação na coroa de Filipe IV, são igualmente nebulosas e inconsistentes, uma vez que versam repetidamente, a correcção do caminho trilhado por Madrid, que rasgara o acordado em Tomar. Assim, o texto menciona o objectivo de Filipe IV, consistindo aquele em ..."restaurar un patrimonio usurpado y tiranizado para devolver a los portugueses a un gobierno legítimo y justo basado en las leyes y tradiciones de Portugal". O autor não tem em conta a profunda clivagem ocorrida quando da tentativa de colocação em prática da chamada União de Armas gizada por Olivares, talvez a faísca que ocasionou a explosão da revolta. Esta política de assimilação, pressupunha um esforço militar colectivo e necessariamente, a redução das leis de todos os reinos componentes da Monarquia, à lei geral de Castela.
Não pretendendo discorrer muito mais acerca do texto, deparamos também com a habitual minimização do factor militar. No entanto, é sabido que os grandes confrontos ocorridos após a morte de D. João IV e em plena regência da rainha D. Luísa, fizeram ruir a esperança espanhola numa rápida resolução bélica do conflito, dada como garantida por Madrid. É certa e infalível a costumada menção ao factor da intervenção inglesa - justificando-se airosamente as estrondosas derrotas do exército espanhol - sem manifestar qualquer referência ao tremendo esforço português, que pagou caro em sangue e em bens, as vitórias que de tão incontestáveis, ditaram o sucesso em 1668. Este esforço militar não se fez sentir apenas na defesa da integridade do território metropolitano, pois foi também evidente na defesa do Brasil face à ameaça holandesa - a grande potência naval daquela época - e à posterior reconquista de todos os territórios do nordeste ocupados, assim como a expulsão dos batavos de Angola e S. Tomé. O empenho da nova dinastia - uma das grandes casas senhoriais da península, senão a maior - na consolidação da independência, se ditou a sua ruína financeira, foi a base sólida que fez dobrar a vontade espanhola. A essa energia e porfiar de esforços e sacrifícios, deve Portugal a sua existência como país e nação independentes.
Este texto publicado pela Clio, é uma vez mais, um já habitual reescrever da História. Uma história que não é agradável para alguns, mas que deverá ser sempre vista sob o crivo da verdade.

publicado às 11:53






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