Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



A raquete económica de Portugal

por John Wolf, em 06.10.13

Portugal colocou o seu nome no mapa desportivo mundial em duas modalidades distintas na última semana. João Sousa em ténis, no torneio ATP, conquista o seu primeiro título e Rui Costa sagra-se campeão mundial em ciclismo. Parabéns aos dois atletas! Contudo, por forma a que o sucesso alcançado não passe de uma andorinha solitária de Outono, os resultados alcançados exigem uma análise económica e social mais profunda. As perguntas que devem ser colocadas são as seguintes: será que Portugal consegue efectivamente maximar o esforço dos seus atletas? Será que existem estruturas nacionais suficientemente prospectivas que garantam mais prémios em alta competição? E que economias de escala são geradas nas diferentes disciplinas desportivas? Um país ao colocar um tenista no top 100 deve pensar numa estratégia económica e de marketing de longo prazo. Porque não pensar em raquetes e acessórios com a marca de Portugal estampada na frente e nas costas. Uma vez que a economia portuguesa deve renascer da penumbra da austeridade, que relação económica pode ser estabelecida com estes resultados? Será que já são produzidos artigos para a prática das referidas modalidades que possam gerar receitas a nível global? Existem centros de treino para a alta competição? E de que modo poderia Portugal se tornar em polo de atracção de atletas extrangeiros? Sabemos que os tenistas de craveira aperfeiçoam a sua técnica em Barcelona. Porque não o Alentejo? Quem fala de ténis ou ciclismo, tem de pensar na modalidade de Golfe. Por que razão Portugal ainda não produziu um Tiger Woods algarvio? Temos os melhores campos de golfe da Europa, mas parece ser apenas para os de fora, para os britânicos e companhia. Para além destas modalidades existe uma outra que corresponde a uma verdadeira malha económica - um ecosistema de valores e produtos de eleição. Os pensadores da grande estratégia económica de Portugal parece que não conseguem ligar os pontos que saltam à vista. Os governantes têm de olhar para o umbigo de Portugal para extrair valor para o país. Pela primeira vez em jogos olímpicos (Londres 2012) um cavaleiro da Escola Portuguesa de Arte Equestre montando um cavalo Lusitano da Coudelaria de Alter terminou a sua participação no 16º posto da disciplina de Dressage, e esse facto tem uma importância económica tremenda (por realizar). Portugal tem perto de 400 criadores de Puro Sangue Lusitano e o cavalo nacional está a aumentar a sua visibilidade, sendo procurado por mercados globais. Associada à criação de cavalos existem uma série de indústrias e sectores a potenciar. Refiro-me às botas de montar, os arreios, os atrelados, os produtos veterinários, as rações, os suplementos vitamínicos e as escolas de medicina desportiva veterinária. E Portugal tem a coisa mais importante - o know-how. A técnica e a doutrina de equitação portuguesas que já foram reconhecidas pela sua correcção e o seu alto padrão de qualidade. Por vezes penso que os governantes de Portugal não conhecem a riqueza do seu país (são mesmo ignorantes). Está cá tudo, de um modo exclusivo e centenário, para que o país possa dar cartas a nível económico. O cavalo Lusitano é um valor intrínseco de Portugal internacionalmente reconhecido, mas os responsáveis económicos domésticos ainda não acordaram. A breve trecho outros países irão potenciar aquilo que Portugal tarda em reconhecer, globalizar. O Brasil já é o maior criador mundial de cavalos Lusitanos. Já definiu o seu stud-book e daqui a nada os cavalos passarão a relinchar com uma pronúncia distinta. 

publicado às 16:44






Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas


    subscrever feeds