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Fico com náuseas. Fico com a cabeça a rodar. Sinto o estômago a dar voltas. Mas sobretudo sinto raiva quando sou confrontado com políticos que nada têm no bolso, e que à custa dos cidadãos, querem fazer bonitos e ser populares, simpáticos, elegíveis... Em tempos de grave crise económica e social, a Câmara Municipal de Lisboa simplesmente não pode gastar 300.000 euros em luzinhas de Natal (não sei se este valor inclui a conta de electricidade). Que António Costa não me venha com essa conversa da pequena alegria que está obrigado a dar às pessoas. Treta. Se fossem criativos lá para os lados dos Paços do Concelho, poderiam propor uma vigília à Nazarenos - em que cada uma traria uma pequena vela para iluminar o lirismo da quadra. Uma concentração de cidadãos para uma reflexão conjunta sobre as adversidades, e o modo como o espírito humano pode superá-las. Uma cidade rica em iconografia e santos padroeiros, de corvos a Santos António, não se pode deixar vender por saldos de ocasião. Com 300.000 euros, uma obra "para ficar" poderia ser erigida. Acresce a todo este aparato de killerwatts, uma outra dimensão - quem ganha com o negócio das lâmpadas e lamparinas? António Costa prova que não está à altura da situação, da falência que nos condiciona, mas que não nos deve atar as mãos. Combinemos então a noite da procissão - e cada um que traga a sua vela de santuário, e diante da sede da capital, afoguemos o nosso desagrado pelo esbanjamento da razão e do bom-senso.