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Como nacional dos Estados Unidos, natural de Espanha e residente em Portugal, o que acontece, e onde quer que aconteça, interessa-me. O desfiar da presidência Trump é um facto irrefutável. O que está a suceder na América já não tem a ver com ingerências russas ou teorias da conspiração. Os republicanos da ala do próprio presidente começam a sentir os efeitos da intoxicação, e porventura terão entrado numa fase de damage control. No filme Of Mice and Men, há uma passagem emblemática, senão sagrada - não são estranhos que devem abater um cão que não lhes pertence. De acordo com uma lógica prospectiva de novo ciclo político, quiçá resultante de um impeachment, os republicanos têm mais a ganhar se desferirem a estocada final, se fizerem o reset. O que está em jogo é a credibilidade de um dos dois partidos que desenha a paisagem política dos EUA. Se forem os outros a algemar Trump, o futuro dos republicanos será posto em causa. Serão tidos como responsáveis - a montante e a jusante. Se o processo destitutivo cai nas mãos da oposição, co-adjuvada por forças exógenas, o partido republicano coloca em risco candidatos futuros. Registamos a tomada de consciência de uma certa irreversibildade dos prejuízos causados. Limpar os males que já foram feitos parece-me uma missão impossível. Trump está marcado, marcou-se. Não sei se aguenta.