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A pergunta: "O senhor Cardoso é espião?!" tem-se tornado frequente. Se sou Americano também.

É um facto que tenho andado pelos Balcãs, Europa de Leste e Cáucaso. E que o meu empregador é de Chicago, Illinois. É também facto que sou cidadão Europeu, e brevemente também cidadão Chileno.

Mas se fosse espião (para espiar sabe-se lá o quê) creio que estaria substancialmente mais rico: eventualmente teria investido mais num Aston Martin e menos em tatuagens.

E salve-me o Divino de estar a trabalhar para o Estado Português, com as suas estruturas mutantes e disformes, feridas de morte pela genética abrilista, pelas quais tenho ZERO de respeito ou consideração. Até foi esta rejeição hormonal incomportável pelo lugar rectangular à beira mar plantado um dos catalisadores fundamentais que me fez abraçar a vida de viajante permanente com a American Times.

O objectivo é estabelecer a ligação entre investimento Americano e mercados de longa distância que revelem potencial significativo. E como não haverá investimento legítimo sem estabilidade política (pelo menos aparente), diversas figuras de Estado nos países aos quais me desloco têm que me convencer que há condições absolutamente maravilhosas, quiçá orgásmicas, para os investidores que represento os considerarem como uma possibilidade credível. Após isso, é necessária uma profunda análise de mercado e de todos os sectores da economia de cada país em questão para preparar estes reports. Trata-se de identificar e analisar os champions and captains of each industry, avaliar a sua performance, o seu business model e a sua estratégia de médio-longo prazo. Neste momento há equipas a operar na América do Sul, África sub-Sahariana, Sudoeste Asiático e Leste Europeu/ Ásia Central.

Quem tiver alguma questão sobre algum país no qual The American Times já tenha operado, business or politically related, tem toda a liberdade para me enviar um email. Eu respondo sempre que consiga morder um sinal Wifi decente.

publicado às 15:06

Geórgia 1.3

por Paulo Cardoso, em 11.02.13

Naturalmente que na Geórgia está tudo longe de ser um mar de rosas.

Houve coisas que me perturbaram um pouco; e não falo apenas do facto de não ter encontrado uma única lavanderia que me limpasse os fatos a seco.

No centro histórico parece que tudo está podre e em risco de ruir. Grande parte dos trabalhos de construção e reconstrução parou quando a crise chegou e arruinou o sector, tipo exército mongol. E por detrás de um par de fileiras de edifícios com fachadas de cara lavada, jaz o esgar triste e desolador da pobreza.

Tive esta crua percepção quando resolvi subir a pé a colina Narikala para ver de perto a estátua gigantesca da "Mother of Georgia". Quando cheguei ao topo e consegui ter uma vista geral sobre Tbilisi inteira, para lá do centro da cidade, a única associação que consegui estabelecer foi com uma qualquer favela no Rio de Janeiro. Mas sem violência ou tiroteios, tráfico de drogas, prostituição ou samba. Nada de comportamentos animalescos, portanto. Apesar da pobreza, ali ainda impera o civismo.

"Our Mother of Georgia has a bowl of wine on one hand for the friends, and a sword on the other for the enemies… to cut off Putin’s head!" – foi desta maneira que o padre ortodoxo Mr. Mark, com o qual travei amizade durante a minha estadia, descreveu a sua matriarca hardcore.

Conheci-o enquanto tirava fotos a uma igreja do século VI perto da rua Leselidze. E tive que lhe dizer que a vestimenta típica dos padres ortodoxos me fazia lembrar um cavaleiro Nazgul, do Senhor dos Anéis. Foi mais forte que eu. "Yes, we are pretty fantastic! And this is one of the few places where the orthodox, catholics, muslims and jews coexist peacefully, just like the different characters of Lord of the Rings" – respondeu sorrindo. E de facto, num raio de 150 metros a partir daquele local há uma mesquita, uma sinagoga, uma igreja católica e uma igreja ortodoxa. Sem Crusadas nem Jihads.

Acabámos por ir ver "The Hobbit" com os seus dois filhos semanas mais tarde.

Com a excepção da avenida Shota Rustaveli, "O Cavaleiro na Pele da Pantera", as ruas são caóticas, sinistras, lamacentas, com ar medieval e com a guerrilha cigana estrategicamente situada em locais-chave na sua incansável busca pela esmola, em todo o fulgor da sua condição sub-humana:

- "Let go or I’ll kick you in the head!" – disse a um puto que se agarrou às minhas pernas e se pôs a gritar/ chorar/ cantar que nem um suíno na hora da faca.

- "F*ck you, American pig!" – foi a resposta que obtive. Sublinho que esta criaturazita asquerosa manifestava um inglês melhor que muitos Ministros com os quais me encontrei.

 

Outro aspecto algo devastador é… a mulher Georgiana típica, e a sua aparênica. Não que tenha ido para lá dar uma de macho latino ou de demigod do engate, mas há pequenas coisas que mexem com a nossa própria motivação enquanto vivemos num país desconhecido e nos tentamos adaptar ao mesmo. Desequilíbrios hormonais acentuados, capazes de suscitar o aparecimento de pilosidade densa é uma constante nas mulheres deste país.

"Dude… I keep on forgetting that I have a penis. At least until every time I need to take a piss. This is how I feel about Georgian women!" – triste desabafo do Seth, o meu colega Americano.

Mas naturalmente que há excepções. Eu ia quase diariamente à pastelaria "Entrée", na Avenida Rustaveli, para tomar o pequeno-almoço.

Nunca soube o nome dela. Talvez no fundo nem queria saber. Mas só pensava para comigo mesmo que não podia ser Georgiana (pelos motivos acima descritos).

Era sempre atendido por ela e passámos horas a cruzar olhar olhares e sorrisos. Tinha cabelo de cor escura, longo e ondulado, em contraste com a tonalidade clara da pele. E olhos pretos que pareciam duas pequenas janelas com vista para o universo profundo. Senti-me por diversas vezes tentado a abordá-la, sendo que não sou nenhum frigorífico. Mas nunca o fiz, eventualmente por receio de descobrir que poderia ser mais uma harpia predadora de contas bancárias, daquelas que arranca o coração dos mais incautos, lhes dá um par de dentadas e deixa o resto a apodrecer numa valeta infecta. Não que tivesse algum sucesso comigo, pois sou mais agarrado à nota que o Mr. Scrooge. Apenas não estava disposto a perder o meu tempo.

 

A conclusão última à qual cheguei acerca deste país fica alinhada com as palavras do Presidente de uma empresa de telecomunicações que conheci, cidadão Inglês: "Georgia is on the wrong side of the Black Sea. And besides its unfortunate location, its neighbors aren’t the most pleasant. The language is atrocious, the alphabet even worse, and the economy is small. But then again, Georgians are extremely friendly (sometimes too much) and here one feels at home. The potential of the country is huge and with the right Government, in some years it can become a small luxury boutique for investors in several sectors of its economy."

 

Saí de Tbilisi na semana passada. Vim de comboio até Yerevan, na vizinha Arménia, onde vou ficar durante os próximos meses. 11 horas a bordo de uma carruagem sobrevivente da era soviética. Desde as 20h até às 07h do dia seguinte, com uma paragem na fronteira onde pensei que me iam fuzilar. Mas felizmente creio que nem conjuntamente as minhas duas nacionalidades eram suficientemente relevantes para poder ser merecedor de uma bala na testa. Lucky me.

 

Entretanto quem necessitar de alguma informação ou contacto na Geórgia (na esfera empresarial ou no Governo), tem toda a liberdade para me enviar um email.

publicado às 17:13

Geórgia 1.2

por Paulo Cardoso, em 09.02.13

Rankings adulterados ou muito pouco independentes de parte, o friendly business environment neste país é assinalável (espreitar aqui e aqui, só por curiosidade). Mais relevante ainda pelo facto de ser completamente distinto dos vizinhos: a corrupção endémica foi praticamente eliminada, o sistema fiscal foi modernizado, reduzido, tornado claro, perceptível e mais… "justo". Nas palavras de alguns porém. Mas com conhecimento de trato, o que posso adiantar é que não tem nada a ver com a selvajaria da carga fiscal à portuguesa.

E como tentava explicar (em vão) a um conhecido via Skype, aparentemente membro de uma dessas pseudo realezas de Cascais que vive sustentado por um estatuto artificial e fanfarrão tão tipicamente português:

- “Na perspectiva de quem queira estabelecer um negócio sólido, este é um dos países alvo; tudo aqui é mais barato, o clima é óptimo, as pessoas são amigáveis, as instituições sólidas e os incentivos e benefícios para investimento estrangeiro são atractivos.”

- “Epá, mas isso de depois dizer que sou empresário e que tenho negócios na Geórgia não me soa nada bem, percebes? A imagem também é importante.

- “Percebo pois. Foi por isso que saí de Portugal. Somos as escolhas que fazemos.”

No período de 10-15 anos tudo neste país evoluíu de um estado de animalismo canibal para um estado de coerência racional. Enquanto outros parece que ainda andam à procura do polegar oponível deste 1974.

O que mais me deixará saudades é a hospitalidade genuína destas pessoas, sem a intenção obscura de me vender um maldito Kilim ou um blusão de pele à chuleco Otomano. Além disso são o que são, e não têm qualquer tipo de problema com isso: não há cá nada de poses postiças de pavão com o cio e sotaques afectados. Alguns episódios:

 

#1) Após uma reunião que demorou mais do que o previsto, tentei ser "mais urbano" (nas palavras do meu amigo Samuel de Paiva Pires) e resolvi ir de metro até ao meu hotel. O alfabeto Georgiano está longe de ser acessível para o meu intelecto, o que torna inconsequente a leitura de placas informativas. Perdi-me, portanto. E dei por mim nos confins de sei-lá-o-quê no meio de uma feira de peixe dominada por ciganos. De fato, gravata, e laptop na mão.

Faminto, dirigi-me a um cubículo que vendia kebabs:

- "Excuse me, can I have one kebab please?" – Gesticulando com o dedo indicador e apontando para o monte de carne gordurosa que girava montado num aparelho seboso que nunca deve ter sido limpo.

-"Ah, American! Please, come in, come in!..." – Enquanto me abria a porta do seu cubículo.

-"Well… I’m not American sir…" – tentei dizer timidamente enquanto pensava para onde é que este gajo me estava a levar. Nem me ouviu.

-"You must eat kebab! And khachapuri! Very good, very good! Drink Cola! Americans don’t pay here!"

Bom… nesse caso talvez seja melhor alinhar no esquema e anuir que sou de facto Americano.

Ele chamou toda a família para me conhecer: irmãos, mãe, pai, filha, cunhado, cão, etc. O inglês era menos que parco, mas a felicidade genuína nos olhos daquela gente toda apenas por estar a acolher um estrangeiro comoveu-me até ao tutano.

-"You must return, we are friends now, yes?" – Disse-me ele enquanto tentava desencalhar um destroço de matéria orgânica entre os dois dentes da frente com o dedo mindinho. Para de seguida e com a mesma mão enrolar o kebab que resolvi comprar para comer mais tarde. Voltei várias vezes, sim. Mas só para comprar Coca-cola ou Ice Tea. A cena de badalhoquice com a unha perturbou-me um bocado.

 

#2) Enquanto vagueava pelo centro da velha cidade espreitei um restaurante numa cave com ar rústico. Resolvi entrar para jantar. Mal me sentava num canto discreto senti diversos pares de olhos fixos nos meus movimentos. "Bom… nada de movimentos bruscos", pensei. Sentei-me e lentamente arregacei as mangas da camisa enquanto fingia que prestava atenção um qualquer jogo da Bundesliga na televisão. Na mesa mesmo à minha frente, cinco homens de meia idade estavam especados a olhar. "Mas que grande m*rda, vejam só onde me vim meter; tenho que evitar o eye contact com esta malta." Não foi possível; e os medos eram, afinal, infundados:

-"You there, you… tattoos in arms, very nice! Please, come, come! Sit here!"

Para quem não me conhece, tenho os antebraços cobertos com tatuagens.

-"Well then… why not?!" – respondi sorrindo.

Não costumo beber vinho com frequência, mas neste país o vinho é o grande motivo de orgulho (inventado por eles há 8.000 anos atrás; e ainda é feito exactamente da mesma maneira). Não quis ofender e comecei a beber e a brindar. Quinze minutos depois estava completamente sob o efeito de Baco. O inglês deles era pouco mais que zero. E o meu Georgiano ou Russo ainda pior. Mas deu para perceber que dois eram músicos e outros três actores.

-"Now we go to restaurant and see girls!" – exclamaram em voz alta enquanto saíamos.

Foi nesta altura que engendrei um esquema de fuga tipo Papillon. Por acaso até tinha uma reunião na manhã do dia seguinte e seria consideravelmente mau ir para lá de ressaca. Portanto era urgente fazer um damage control.

Mesmo assim, ainda me ofereceram um bilhete para um concerto de Stravinsky da Orquestra onde tocavam. E foi excelente, porra!

Quanto àquele restaurante, regressei várias vezes. E poucas foram aquelas em que me deixaram pagar. O dono até chorou quando lhe disse que me ia embora. "Georgians are very sentimental. Just like Southern Europeans!" – balbuciou quando nos despediamos.

 

Estes não foram casos isolados. E durante três meses, as aventuras foram muitas. Mas o relato já vai longo e não quero que ninguém morra de tédio, tipo esta cena a partir do segundo 0.38. Por isso deixo o 1.3 para amanhã.

publicado às 15:09

Geórgia 1.1

por Paulo Cardoso, em 08.02.13

Três meses a viver em Tbilisi na Geórgia vão deixar-me saudades.

Desde o momento em que estava no passport control do aeroporto Novo Alexeyevka e o guarda fronteiriço me lê o nome com sotaque espanhol e me oferece uma garrafa de vinho local, percebi que o carácter cultural desta gente é peculiar.

Acabava de chegar de 5 meses exasperantes na Bulgária em que tive que lidar diariamente com thick-necked goons ornamentados com tatuagens pirosas e atitude de successful businessmen from Manhattan (versão aborígene) nos seus SUV’s cor de laranja e vidros negros. "Claro, 500 anos de ocupação da horda Otomana não tiveram geneticamente o efeito de… filtro." Concluía eu enquanto tipo Jane Goodall observava à distância o seu comportamento em bando nas típicas discotecas "chalga", que por sua vez são uma espécie de versão musical de um possível reality show filmado numa daquelas pensões do Martim Moniz em Lisboa que alugam quartos à hora. Higiene duvidosa e DSTs incluídas.

A adrenalina que sentia, para além da satisfação de me ver finalmente livre de grunhos Búlgaros, era decorrente do próprio timing da minha chegada à Geórgia: duas semanas após as eleições legislativas e primeira transição pacífica de poder na história deste país. E eu ia testemunhar isso em primeira mão.

"Some things were done. But there’s still a lot more to do." Foi o que me disse, diplomaticamente, o Primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili enquanto falava dos desafios futuros do país. Deste savvy businessman sabe-se que saiu da sua aldeia em direcção a Moscovo com nada nos bolsos, e que passadas quase duas décadas voltou bilionário. Não me espanta. O que me leva porém a crêr na inteligência acutilante deste homem é o facto de ter conseguido fazer fortuna na "Mother Russia" durante os anos 90 e ter sobrevivido. Pondo meras especulações de lado, ninguém sabe como a fez. Nem a rede de espionagem (paga a peso de ouro) do ainda actual Presidente e seu arqui-inimigo descobriu seja o que for durante a campanha eleitoral, nem os milhares que estão a ser pagos a determinadas cadeias noticiosas internacionalmente conhecidas por produzir esterco informativo, mas que reúnem audiência significativa no outro hemisfério, têm conseguido afectar a confiança no novo Executivo cuja percentagem de votos nas eleições só na capital Tbilisi foi de aproximadamente 80%.

"Este tipo é suficientemente hábil para ao mesmo tempo jogar poker com a mão direita, roleta russa com a esquerda e ainda tocar banjo com os pés", pensava eu enquanto esboçava um sorriso parado no tempo e fingia que estava interessado no que ele estava a dizer acerca da Geórgia ter inventado o vinho há 8.000 anos atrás.

Mas facto importante é que para variar trata-se de alguém que tem noção da localização geográfica do país e das necessidades urgentes da sua economia de pequeníssima dimensão (a título de exemplo: aproximadamente 60% da população trabalha no sector agrícola, e toda a sua produção equivale a sensivelmente 10% do PIB).

Ao dialogar com pessoas na rua, em cafés, restaurantes ou até mesmo em reuniões com empresários independentes, as opiniões eram praticamente unânimes: o clima que se tinha instaurado na Geórgia nos últimos anos era típico de uma espécie de Estado Policial, em que o medo de falar em espaços públicos era generalizado. Nunca se sabia ao certo se o velhinho a ler o jornal ali perto, ou a senhora de decote generoso que por ali passava a fazer estrondos ocos com os saltos altos, ou ainda a criancinha aciganada de ranhoca semi-pendente no nariz poderia ser um delator.

Mas factos são factos. E é facto que empresas foram ameaçadas a desassociar-se do Cartu Bank (cujo dono era Bidzina Ivanishvili), o que fez com que o mesmo perdesse 1/3 do seu capital e esteja agora à beira da falência, que edifícos públicos foram vendidos a família e amigos do anterior executivo e do Presidente por €0.50, e que quem não achava piada à tendência acabava a passar férias num simpático chilindró.

 

Continuo amanhã com o 1.2. Por aqui são +4 horas e ainda quero ver o último episódio da série Battlestar Galactica.

publicado às 20:58

Ab initio

por Paulo Cardoso, em 01.01.13

Nunca achei piada apresentações. Talvez porque já tive que assistir a muitas em que múmias deificadas em círculos académicos (de mera designação) insuflam o peito e o ego que nem velhos sacos de papel, rotos no fundo por plágios que toda a gente finge não ver; ou até mesmo por já ter visto outras em contextos profissionais (também só de mera designação, pois afinal de contas estamos a falar de Portugal) em que se tenta balbuciar algo coerente em frente de uma mini-plateia de possíveis futuros colegas e de um qualquer Torquemada dos Recursos Humanos que finge que está a ouvir quando provavelmente está a jogar ao jogo do galo. No iPhone, como é óbvio.

Por isso prometo ser breve.
Quero agradecer ao Samuel pelo convite e confiança, antes de mais. Lembro-me perfeitamente da sua impressionante e douta figura quando nos conhecemos, de calções e havaianas, 8 anos atrás. E muito vivemos. Muito passou por nós. Muitas conversas que duraram noites e dias. Muitos silêncios arrastados pelas horas. E sempre sobrevivemos, com o amparo do ombro amigo um do outro.

Por motivos inerentes à minha profissão, que implica que esteja sempre a viajar permanecendo 3 a 4 meses em países diferentes, mas também por motivos de logística, sendo que nem sempre é fácil apanhar um sinal wifi decente no meio de lugarejos perdidos no tempo em plena Ásia Central, tenho algum receio de não dar o meu contributo ao Estado Sentido com assiduidade. Mas prometo um esforço, porém.

Desliguei-me consideravelmente da política em Portugal. Do Portugal social e cultural. Do Portugal tradicional. Pois cedo aprendi que a vida só começa quando saímos da nossa zona de conforto. E porque sempre me pareceu por demasiado evidente que o mundo não se resume a um rectângulo de terra de 848x250kms, por muito que o tradicionalismo tacanho ainda tente vender essa ideia que nem um ardiloso e insistente vendedor de cartões de crédito do Citibank.

Mas relatarei o mais objectiva e imparcialmente possível os diferentes political and business climates com os quais tenho que lidar diariamente nos países nos quais páro. Creio que esse poderá ser o contributo de maior relevo para o Estado Sentido e para os seguidores do blog. Desde o cenário de andar perdido no meio da tundra com neve até ao joelho (inteligentemente vestido de fato e gravata, pois até mesmo quando se está em situações de profundo aperto não há nada melhor que manter a pose, tipo James Bond), até ao cenário de estar a debater a Eurocrise com o recém eleito Primeiro Ministro na Geórgia (onde me encontro actualmente).

Cordiais saudações a todos. E também somente para ninguém me achar rude como o-tipo-que-chega-aqui-e-nem-deseja-bom-ano, votos de um excelente 2013, com motivação para domar a besta da austeridade. Pois alegadamente o pior já passou, embora se continue a passar pelo pior ano após ano. Enfim, certamente mais uma questão metafísica que escapa ao conhecimento humano.

 

Disse.

publicado às 22:15






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