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Ver Le Pen e navios passar

por John Wolf, em 24.03.17

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A ver vamos quem ganha a corrida. Se o festival europeu da canção populista ou se a melodia da traição de Trump. Falamos de Democracia, naturalmente. Em qualquer um dos casos, os processos decorrem de prerrogativas firmadas em Constituições e materializam-se quer em processos eleitorais ou mecanismos de controlo. Afastemo-nos por alguns instantes da contaminação ideológica e concentremo-nos nas liberdades e garantias. Em França, Le Pen tem o direito inalienável de se propor como solvente do dilema existencial daquele país. Nos Estados Unidos (EUA), Trump, que já se senta na cadeira do poder, é agora obrigado a rever algumas premissas de sustentação. Na grande competição de legitimizações, os lideres efectivos ou prospectivos não se livram dos mecanismos de controlo. Nessa medida, os EUA  levam a vantagem. Trump não pode abandonar o dólar americano e iniciar um Americexit. Está preso nessa federação consolidada e responde perante o FBI. Le Pen, por seu turno, pode rasgar sem dó ou piedade o Tratado de Lisboa, o Euro e fazer-se à vida soberana. Nos EUA, a soberania também se exprime na acção da agência federal de investigação que virará o prego caso seja necessário e à luz de evidências de traição que parecem estar a ganhar contornos inegáveis. A União Europeia (UE), com todos os seus salamaleques burocráticos e danças de comissão, pura e simplesmente nada pode fazer. Está de mãos atadas à cadeira da sua própria construção política fantasiosa. Parece-me ser mais um pecado mortal, para além de tantos outros, que a alegada "Constituição" da UE não tenha sequer pensado em mecanismos jurídicos de controlo recíproco. Se houver mão russa nas eleições francesas, os estados-membro da UE ficam a ver navios passar. Até ao momento registámos vontades eleitoriais unilaterais. Foram os britânicos que democraticamente decidiram alargar o canal e cortar o cordão que ligava o Reino Unido ao "continente" e iniciar o Brexit. Mas imaginemos por um instante, integrando no nosso espírito uma extrapolação radical, que a expulsão passa a ser necessidade de auto-preservação da UE. Suponhamos que, volvidos alguns meses, se vem a descobrir a mão invisível de Putin nas eleições em França e que o excelso acervo democrático transparente e idóneo da Europa é posto em causa. O que farão os magníficos Junckers e Dijsselbloems da UE? Será que chamam nomes indigestos aos gauleses? Será que lhes atiram à cara que são uns camemberts malcheirosos e uns míseros flauberistas? E será que ficam a ver Le Pen passar?

 

publicado às 09:42


4 comentários

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De JS a 24.03.2017 às 15:35

Trump ..."... Está preso nessa federação consolidada e responde perante o FBI...."!!!. Trump não responde perante nenhuma polícia.
O poder Executivo (Trump) responderá APENAS a um "Impeachmen"  " process by which a legislative body formally ..." o poder Legislativo, e em super-maioria.

As polícias apenas investigam e mostram aos juizes -ou escondem- o que querem.
Os Juizes ajuisarão a prova recolhida rconhecendo mérito, ou não.
Lembremo-nos que os chefes, repito os chefes, das polícias ainda são as escolhas de Obama. "Garganta funda", como bem sabe, até era chefe de uma das poderosas polícias.
O Juiz do Supremo que falta eleger, é escolha de Trump. Parece ser imparcial....
Aí sim, trata-se da nomeação que os democratas não querem.

Felizmente não cabe nem às polícias, nem à CNN,  julgar e lavrar sentença, mas sim e apenas apresentar os factos ao poder Judicial.

PS.- Quanto a Le Pen e ao papão populista de direita. Convém comparar com o papão populista de esquerda. Perguntemos aos Venezuelanos. E ajuizemos.
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De Nuno Castelo-Branco a 24.03.2017 às 15:40

1. Em França o sistema da terceira república está bem protegido e armadilhado de tal forma que permite a entrada na Assembleia Nacional a partidos marginais sem qualquer expressão eleitoral, mercê do sistema de duas voltas. Ora, o mesmo não acontece com a FN, relativamente poderosa eleitoralmente e que mesmo passando os 20% (?), tem dois míseros deputados. Se isto pode levar muita gente a esfregar as mãos de contente, por outro lado é a plena distorção da vontade popular expressa nas urnas. Gostemos ou não do que está em causa, esta é a realidade. 
O que dali advirá, ainda não sabemos, mas dado o estado de anarquia em que a Europa dentro de momentos se encontrará, tudo é possível. No caso da "impensável vitória eleitoral de Marinne na 2ª volta", ainda veremos a comissão europeia a encarecidamente implorar pela intervenção das forças armadas francesas. Tarde demais, a hierarquia superior e intermédia já é simpatizante da FN. A culpa? Dos que se têm revezado no poder. Como foi possível terem chegado a tal estado de coisas? A resposta é óbvia. 


2. Trump. Traição. Mão invisível de Putin.
Os dois Bush foram "just great", idem quanto à dupla maravilhosa do casal Clinton e quanto ao marido da Dª Michelle, estamos então bem cientes do que se tratou. Resultado de todo aquele salivar pavloviano de bemquerenças? Trump.


Nada de novo, possivelmente os russos estão a  fazer os americanos provarem do seu próprio veneno, dado o historial que já vem dos tempos em que o meu bisavô calmamente passeava na então pitoresca Baixa da Lourenço Marques ainda colonial e a caminho de se tornar provincial e capital de um Estado, dependente, é certo, mas um Estado em muitos, quase todos os aspectos,  superior a outros teoricamente independentes. 
Os EUA intervinham não só eleitoralmente - diz-se que ainda recentemente colocaram escutas não só em empresas dos aliados europeus, como na própria Reichskanzlei berlinense -  comprando consciências através de "bribes", quando não directamente através de desembarques na costa. O golpe de Estado através de coronéis ou generais Alacazares ou Tapiocas, tornaram-se numa imagem de marca da Doutrina de Monroe que um dia tiveram a ilusão de poderem estender ao resto do mundo. 



Vejamos então o que recentemente aconteceu, para além da frenética campanha das televisões em boa parte pertencentes a reconhecidíssimas democracias como a Arábia Saudita, o Qatar ou os Emiratos: a sra. Clinton beneficiou escandalosamente de uma chuva, de um torrencial caudal de dinheiro proveniente das mais escusas paragens, não configurando isto qualquer traição. Não foi assim? Prove it! Eu sei que ela sabe que eu e o resto do mundo que se interessa também sabe. Claro que isto é extensível ao John Wolf 
Não estou a ver em que medida a traição pode ser medida dependendo da paragem onde é concepcionada uma intervenção. A Rússia, apesar de tudo, faz parte da nossa civilização, enquanto a boa parte, a leonina, dos sponsors que foram vencidos pelas regras impostas pelos usos e costumes eleitorais americanos, fazem parte de outra que precisamente nos quer destruir. Pensem neste assunto. 
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De João José Horta Nobre a 03.04.2017 às 12:44

«a sra. Clinton beneficiou escandalosamente de uma chuva, de um torrencial caudal de dinheiro proveniente das mais escusas paragens,»

http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/08/adivinhem-so-quem-sao-os-maiores.html

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De Jose Domingos a 25.03.2017 às 20:35

O que se diz, por aqui, para justificar uma PROVÁVEL situação.
E os aventais, nas decisões do bes, do banif, da caixa, do montepio, do bpn...
Além de termos um pm, que não ganhou as eleições, tomam decisões, fulanos não eleitos por ninguém.

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