O politicamente incorrecto

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O politicamente incorrecto

por Cristina Ribeiro, em 16.12.09

Sei que é voltar a bater na mesma tecla, mas porque penso que nunca é demais dizer que a Europa tem de se cuidar...

(...) se neste momento há uma religião agressiva, é mesmo o islão, que comporta um projecto político bem definido e pouco apreciável. Que os suíços não apreciem a vocalização cantante e muito audível da mensagem não se deve levar a mal.

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do mundo

publicado às 13:07

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14 comentários

De António de Almeida a 16.12.2009 às 17:22

Não há paciência para o pensamento único que nos querem impor. Os suíços votaram, e daí? Não são uma nação soberana? Ou têm de repetir o referendo até que o resultado seja o desejável, ao estilo da U.E ?

De Cristina Ribeiro a 16.12.2009 às 19:09

Ainda há quem se pode exprimir livremente, porque não tem peias a formatar o seu pensamento dentro do " politicamente correcto ".

De Daniel Nunes Mateus a 16.12.2009 às 22:19

A democracia implica a aceitação da vontade da maioria. Não implica é agradar a gregos e troianos. Se a U.E tirasse as conclusões em vez de criticar decisões.

De Cristina Ribeiro a 16.12.2009 às 22:39

Mas a U.E. não se compromete: sacudir a água do capote é a política oficial neste tipo de questões.

De Manuel Pinto de Rezende a 17.12.2009 às 01:51

"A democracia implica a aceitação da vontade da maioria."

e diz isto sem tremer de medo?

De Pedro Beirao a 17.12.2009 às 04:11

Em democracia, a maioria não pode decidir o fim das liberdades individuais, entre eles a liberdade religiosa. O Estado de Direito está sempre acima da vontade da maioria e a Lei é igual para todos.

De Daniel João Santos a 16.12.2009 às 23:31

Permita-me discordar da "religião agressiva" e "Islão", na mesma frase.

Se a Cristina for ali a Lisboa e falar com o líder em Portugal da comunidade islâmica, se calhar sai dali bastante surpreendida.

De Cristina Ribeiro a 16.12.2009 às 23:56

Daniel, como em todo o lado, seja qual for o assunto em questão, são pessoas que são a face visível, e aí cada pessoa é diferente da outra, mas as mais cordatas estão muito longe de ser a maioria, e do pouco que conheço do Alcorão, não posso considerar o Islão um exemplo de paz...

De Daniel Nunes Mateus a 17.12.2009 às 11:40

Não percebo esse medo da vontade da maioria. Gostava que explicassem esse temor. Se a maioria decidiu segundo os meios democraticamente aceites, não será legitimo? Ou então o medo da maioria é apenas uma forma de esconder a vontade de quem governa. Até que ponto um estado de Direito é perfeito?
Respeitar as liberdades individuais sim! Mas desde que não desrespeitem as dos outros. E nem sempre isso acontece, como é do conhecimento.

De Manuel Pinto de Rezende a 17.12.2009 às 21:39

O Estado de Direito é fruto de séculos e séculos de doutrina, pensamento, hábitos e costumes.

Os princípios do Estado de Direito, como são princípios humanos, não são perfeitos.
Mas são os princípios que melhor se adaptam à vida em comunidade, ao respeito pelo próximo.

o referendo é a decisão imediata da maioria democrática, uma espécie de masturbação precoce de engenharia social.

De Daniel Nunes Mateus a 17.12.2009 às 21:57

E o referendo não é um mecanismo democratico do cidadão comum pronunciar-se acerca de uma matéria em questão? Isto não é a Democracia como vontade da maioria? Mas uma maioria não implica o desrespeito pelas liberdades individuais. Mas implica que as minorias vivam articuladas com a maioria. Isso acontece?
Será que o estado de Direito não é compativel com uma Democracia baseada na soberania popular?

De Manuel Pinto de Rezende a 18.12.2009 às 02:31

Tanto é compatível que existe.
O problema é o equilíbrio. Se mais Direito = menos Democracia ou se mais Democracia = menos Direito.

De Daniel Nunes Mateus a 18.12.2009 às 23:39

A solução é a coexistência equilibrada do Direito e da Democracia. Até que ponto estes coexistem equilibradamente e não interferem na esfera de actuação. Isso exige um diálogo constante. A solução passa por uma sociedade com um nivel de educação elevado. Isso requer um constante trabalho e uma constante discussão.

De Daniel Nunes Mateus a 17.12.2009 às 11:46

Então o que é a Democracia? Uma utopia em que andamos a brincar aos governos? A aceitação de tudo e de todos que leva a ditadura da minoria?
A Democracia é a aceitação das várias opiniões. O consenso da maioria não implica a exclusão de uma minoria. Isso leva a que a democracia seja um conceito sempre em discussão, sempre em diálogo. Não quer dizer que a vontade da maioria seja sempre estática. Está sempre em diálogo até for essa a vontade geral.
Até que ponto o estado de Direito e a Lei são perfeitos? Representam a vontade de todos?
Uma coisa é a teoria, outra coisa é a vida prática

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