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Respeitar o nosso património histórico.

por Cristina Ribeiro, em 21.12.09

 

Vivendo muito perto de S. Lourenço de Sande, freguesia onde, no Monte de Sabroso, povo proto-histórico construiu um povoado fortificado- Castro de Sabroso -, também ele, como a não muito longínqua citânia de Briteiros, descoberto e dado a conhecer por Martins Sarmento, era esse um lugar de frequentes peregrinações.Nessa altura viam-se ainda alguns pequenos fragmentos de cerâmica e sentia-se uma atmosfera de quase religiosidade. Há algum tempo fiquei escandalizada ao ver que tinha sido construído muito perto do local um complexo fabril de proporções gigantescas. Não, não posso concordar que a Regionalização nos moldes pensados seja solução para estes males, com os homens que temos nas autarquias; uma descentralização que não se limite a " para inglês ver". Um verdadeiro Municipalismo, onde os munícipes, vivam ou não na cidade, como é o caso, tenham uma palavra a dizer, em que as decisões não sejam tomadas à revelia de quem aí vive, e a quem impõem estas monstruosidades como facto consumado, sem apelo nem agravo.

publicado às 01:00


12 comentários

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De Francisco Brito a 21.12.2009 às 12:56

Infelizmente Guimarães, que é sem dúvida um exemplo no que diz respeito ao nosso centro histórico, cai na mediocridade nacional quando falamos do resto do concelho...

Tenho medo que certos conjuntos (quintas, moinhos, etc) que existem no nosso concelho com interesse histórico e patrimonial corram o risco de serem irremediavelmente destruídas ou descaracterizadas. Isto por não terem qualquer espécie de protecção, para além do “volátil” PDM …
É muito triste que casos como o que a Cristina M. Ribeiro referiu aconteçam num concelho em que, devido à situação actual, o nosso património histórico deveria ser defendido não só pelo que vale enquanto património, mas também pelo potencial turístico que, sendo devidamente preservado e aproveitado, pode vir a representar.
Concordo que a Regionalização, nos termos em que está prevista, não resolve este tipo de problemas, embora possa resolver problemas de outra natureza…
Quanto à defesa do nosso património resta-nos continuar a escrever e a denunciar as barbaridades que se vão fazendo por aí… Faço parte do Conselho de Redacção do Povo de Guimarães e dediquei o meu editorial de 27 de Novembro a esta questão do ordenamento do território e da preservação do património. Terminei esse texto a relatar a estupefacção de um amigo meu polaco que, quando se dirigia comigo de Guimarães para Barco, achou inacreditável o cenário envolvente em que uma quinta convive com um stand de automóveis, que por sua vez está ao lado de uma fábrica que nas traseiras tem um campo de couves…Este cenário é, de facto, surrealista mas também é criminoso. Porque nada disto acontece por acaso.
Cumprimentos,
Francisco Brito
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De Cristina Ribeiro a 21.12.2009 às 18:49

Moro numa freguesia, limite do concelho, onde já falei com várias pessoas que se sentem enganadas: em termos de impostos contribuem o mesmo que os habitantes da cidade e, ( já não falando nas casas de habitação, inclusive prédios, que vieram descaracterizar muito de uma aldeia pitoresca, restando aqui e ali, principalmente no interior, pedaços de beleza natural, porque aí pergunto-me que tipo de arquitectos são os da Câmara, que licenciam coisas dessas ) a estrada que leva a um monumento do barroco tão importante como Santa Maria Madalena da Falperra é uma rede de buracos que afasta possíveis turistas - que, quando aí vão, vêm por Braga.
Cumprimentos
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De António de Almeida a 21.12.2009 às 13:45

A regionalização pode ter muito que se lhe diga, falando aí na Região Norte, será que o Porto se preocupará com Caminha? É importante que seja feita uma verdadeira descentralização dos centros de decisão...
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De Cristina Ribeiro a 21.12.2009 às 18:55

António, enquanto a mentalidade dos políticos que temos for, com honrosas excepções, a mesma que nos tem governado há décadas, a regionalização não passará de um viveiro de corrupções.
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De Anónimo a 21.12.2009 às 18:32

É o gosto nacional, ou antes o gosto que se diz nacional, imposto por patos bravos...estragam, estragam, destroem a paisagem humana, e o sentimento que tantas vezes encontramos ou descobrimos em espaços não adulterados pelo gosto municipal...aí alguém tem razao quando refere que temos de ter cuidado com o gosto de quem representa as massas. Se dúvida.
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De Cristina Ribeiro a 21.12.2009 às 19:03

Tudo é possível, pois que o dinheiro fala mais alto, e conservar o que de belo há não lhes traz as mesmas vantagens...
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De Daniel João Santos a 21.12.2009 às 21:37

Defendo uma regionalização feita como deve ser, ou seja, pensada na aproximação ao cidadão e não na criação de mais lugares.
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De Cristina Ribeiro a 21.12.2009 às 21:48

Daniel, com esta classe política, com a mentalidade instalada confesso-me muito céptica. Terá de haver uma renovação no conceito de " regionalização ", ou teremos mais do mesmo.
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De mike a 21.12.2009 às 23:53

Eu preparava-me para comentar quando li este seu comentário e com ele roubou-me as palavras, Cristina. Não são palavras, ou conceitos que mudam o que quer que seja e sim as mentalidades e as pessoas que os deverão pôr em prática. Concordo consigo... hoje e para variar. ;)
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De Cristina Ribeiro a 22.12.2009 às 01:13

Variar, mas não muito :), é bom Mike.
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De Nuno Castelo-Branco a 22.12.2009 às 00:08

Lá voltamos nós ao princípio. Como poderemos fazer algo, se a população não vislumbrar que o sistema é outro, diferente e menos partidarizado?
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De Cristina Ribeiro a 22.12.2009 às 01:31

Nuno, lembro que quando, em pequena lá ia, havia esse respeito. Tudo mudou em poucos anos, coincidindo com a perda progressiva do civismo. Tudo depende do tipo de regionalização que os políticos pensam, e, mais uma vez, penso que o referendo é essencial - como dizia João Salgueiro, eles não são donos do país, e não podemos descartar a nossa quota de responsabilidade no passar a mensagem ao vizinho.

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