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A república habituara-se a monarquices extravagantes de dedos brasonados e bizantinas exibições genealógicas; hoje debate-se com uma verdadeira insurreição cultural que lhe mina os fundamentos, a legitimidade e desafia a sua mitologia. De facto, a república nunca teve republicanos e os que teve confundiram-se sempre com o Partido Democrático, essa coisa tentacular, carregada de baias e dominada por pulsões liberticidas. Os republicanos, hoje, são poucos, inconsistentes e invertebrados. Pedem a mudança na república, mas tudo o que defendem já foi experimentado e falhou: falhou no republicanismo parlamentar primo-republicano, com uma chefia de Estado simbólica, falhou com o cesarismo plebiscitário de Sidónio, falhou com a presidência submetida ao "presidencialismo do Presidente do Conselho", falhou com o semi-presidencialismo de voto directo universal que ainda temos. No fundo, a república é o passado e desse passado não se consegue libertar.
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