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Resposta a López Garrido: não.

por Nuno Castelo-Branco, em 23.12.09

 

 

Aterradas pelo desagregador processo de autonomias, as autoridades espanholas procuram convencer a sua opinião pública, da inevitabilidade de um futuro Estado unificado peninsular, ainda que para tal procure novas soluções integracionistas. Uma delas, consiste no acenar da cooperação transfronteiriça e os exemplos mais marcantes residem na Extremadura-Alentejo e Galiza-Minho-Trás os Montes. Os governos autónomos das províncias limítrofes, têm desenvolvido intensa actividade aliciadora nas franjas da fronteira portuguesa, desde o sector empresarial, até à saúde, educação, etc. 

 

O plano é conhecido e oferece uma miríade de possibilidades de condicionamento da vontade de resistir das autoridades portuguesas, geralmente radicadas nos centros de decisão longe da fronteira. A questão das águas, os portos de escoamento ou entrada de mercadorias, as vias de comunicação e agora, as universidades, são alguns dos aspectos que têm merecido uma especial atenção por parte dos espanhóis. No meio de uma tremenda crise económica e financeira, as autoridades de Lisboa têm contemporizado, vendo logicamente em Espanha, um motor da nossa debilitada economia que no país vizinho, tem agora o seu maior parceiro. Um erro de mais de duas décadas que ameaça a autonomia de Portugal.

 

 A proposta de institucionalização de uma versão do Benelux entre Espanha e Portugal, pode satisfazer as necessidades internas dos nossos vizinhos, convencendo finalmente catalães, bascos ou o recente arrivismo galego, da necessidade material  da pertença a um espaço económico com claros reflexos políticos. Mas os espanhóis querem ir mais longe que aquilo que o dito Benelux supõe e todos sabemos o que tal significa. No entanto, o que os nossos vizinhos não parece quererem reconhecer, é o interesse nacional português, cada vez mais indeciso perante uma Europa que já nos proporcionou melhores dias e as possibilidades que surgem de novo, daquelas áreas do planeta com as quais mantivemos uma convivência de séculos. Portugal não é uma Catalunha e muito menos ainda, um País Basco.

 

Conhecendo e aproveitando o estertor desta fase do regime português, a Espanha ataca e quer convencer com as vantagens materiais que só podem ser lobrigadas pelos sectores financeiros/empresariais, perante os quais a população portuguesa nutre bem fundamentadas suspeitas. Antecipando-se ao que eventualmente possa suceder a médio prazo, Madrid vê a grande oportunidade que pelo menos, adie um desenlace que muitos adivinham. 

 

Sendo absolutamente indesejável para  a segurança de Portugal, a ameaça da balcanização de Espanha poderá significar um risco agravado de arremetidas a que a nossa irresponsável e fraca classe política, poderá não ser capaz de dar resposta. Resta-nos a esperança da súbita reacção popular que a todos poderá surpreender.

publicado às 13:56


4 comentários

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De Gi a 23.12.2009 às 17:05

Diz o leão ao coelho, façamos uma aliança para enfrentarmos a floresta, vais ver que é boa para ambos.
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De Aaoiue a 23.12.2009 às 17:12

Querido Nuno. Te escribo o te comento 3 cosas:
1) Feliz Navidad y feliz año 2010.
2) Estoy moviendo *A la flor del berro de Blogspot a Wordpress: http://thewatercressway.wordpress.com/ debido a las dificultades -por no decir abiertamente PROBLEMAS Y DISGUSTOS que nos está dando Blogger. Lo digo por si vieras el interés de renovar el viejo enlace.
3) Yo diría que los españoles en general y ni siquiera una parte de ellos (ya que tenemos tantas partes) están interesados en una unificación con Portugal. Seguramente es algo que interesa a una parte del mundo de los negocios o a una parte del gobierno español. Por eso yo que no suelo ser quisquillosa con las palabras, te ruego que consideres la posibilidad de referirse a los unificacionistas o como les quieras llamar no como "españoles" sino como lo que tú quieras.

Si pudiera, añadiría un cuarto punto: A mí no me importaría pero que nada ser portuguesa. Tout au contraire.

Un abrazo grande.
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De Nuno Castelo-Branco a 23.12.2009 às 18:10

Olá, Aaouie. Claro que sabemos que da parte da população espanhola, os desejos absorcionistas nem sequer se colocam. São sempre os mesmos, os dos grandes interesses que procuram soluções para fornecer ainda mais as suas contas bancárias. Tudo isto é uma loucura. Porque não procuram eles parceiros mais ricos, anexando a Itália ou a França, por exemplo? Tinham mais proveito.
Beijos,

Nuno
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De Anónimo a 25.12.2009 às 20:10

Na minha terra não há cá associações mal paridas...e olhem que sou raiana...mais depressa me ponho em terra espanhola que o ex concorde..

Portugal sempre e abaixo a escumalha, sobretudo a socialista, que defende que não se interessa de perder soberania... a favor da MERDA do Tratado de Lisboa, que o Indiferente às escutas com o selo do STJ, os irresponsáveis puseram no poder, tão orgulhosamente exibe como uma obra de Arte... Inté lhe chamam Tratado Reformador.
Não me puxem pela Língua...que depressa mudo de capítulo e vou até às cancionetistas....

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