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Hoje estamos pior

por Nuno Castelo-Branco, em 05.01.10

 

 

 A propósito da problemática afirmação de Artur Santos Silva, presidente da Comissão Oficial do Centenário, em que sentenciou a actual Justiça como …”pior que a do Estado Novo”, convém relembrar alguns singelos desabafos da autoria de Ramalho Ortigão:

Caracterizando o período do rotativismo  como um período de “decomposição da sociedade”, ia dizendo também que …”nenhum dos dois partidos (o Progressista e o Regenerador) a si mesmo se distinguia do outro, a não ser pelo nome do respectivo chefe, politicamente diferenciado, quando muito, pela ênfase de mandar para a mesa o orçamento ou de pedir o copo de água aos contínuos” (in Dom Carlos, o Martirizado).  Mais, Ortigão esclarecia que a sociedade ia sendo “lentamente, surdamente, progressivamente contaminada pela mansa e sinuosa corrupção política (…) a indisciplina geral, o progressivo rebaixamento de caracteres, a desqualificação do mérito, o descomedimento das ambições, o espírito de insubordinação, a decadência mental da imprensa, a pusilanimidade da opinião, o rareamento dos homens modelares, o abastardamento das letras, a anarquia da arte, o desgosto do trabalho, a irreligião, e, finalmente, a pavorosa inconsciência do povo”.

 

Falava assim o insigne escritor da situação criada pela partidocracia infrene, que tão bem conhecemos, precisamente no momento em que o Chefe do Estado ainda não tinha caído sob a alçada dos rotativos – hoje o PS e o PSD – em que Portugal possuía alguns argumentos para o jogo internacional, onde o Ultramar era carta decisiva ou pelo menos valiosa. Assim desabafava, numa época em que existia o Poder Legislativo; o Poder Judicial, o Poder Executivo e o Poder Moderador, hoje todos eles, meras ficções formais.

Hoje estamos bem e recomendamo-nos a todos: o Ultramar foi-se e com ele, a tal garantia de que todos desdenhavam, mas sempre esperavam; não temos agricultura e muito menos ainda, indústria que se veja. A “nossa banca” não passa de espúria agência estrangeira em solo outrora nacional. Pescas? Comércio? Autonomia nas nossas trocas comerciais, hoje submetidas ao esmagador peso espanhol, de longe mais despótico, prepotente e perigoso que os 20% de comércio com a Inglaterra de há cem anos? Marinha mercante? Onde isso já lá vai… Não temos alfândegas que protejam seja o que for. A moeda é um sucedâneo do Deutsche Mark, rapidamente baptizado de Euro, com as hepáticas doze estrelas que confirmam a sujeição à plutocracia sem rosto. Estamos tutelados e até agentes financistas que foram grandes responsáveis pela crise de agiotismo que levou milhões para a miséria, vem agora rebaixar oranking de fiabilidade portuguesa. É um desastre mais gravoso que Alcácer Quibir e ao contrário de há quatro séculos, qualquer 1º de Dezembro – a extinguir como feriado, por vontade do patronato – é muito improvável

Mas mantenhamo-nos tranquilos, pois o Supremo Magistrado é sempre um dos Grandes, escolhido pelo Rato, ou pela Lapa. Uma questão meramente zoológica. Resta-nos o direito à fala, por enquanto. Desde que não incomodemos em demasia.

Bem vindos ao ano do Centenário da República que jamais o foi.

 

 

 

 

publicado às 06:00


2 comentários

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De Euro-Ultramarino a 05.01.2010 às 15:22

Que bom espreitar a blogosfera e topar com estas boas linhas a rebater o Sr. Santos Silva, grande especulador financeiro, testa-de-ferro socialista e maçon - comme il faut. A Reles-pública está muitíssimo bem representada por este indivíduo.
Bem-haja pelo texto.
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De pvnam a 05.01.2010 às 16:14

«....... mini-spam ........»
SEM ARMAS DE ALTA TECNOLOGIA NÃO HÁ DEFESA/SOBREVIVÊNCIA POSSÍVEL
Todos Diferentes! Todos Iguais!
{TODOS os povos - quer os de maior, quer os de menor, rendimento demográfico - devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta}


---> É preciso abrir os olhos!
---> Ao contrário da colonização europeia nas Américas... os islâmicos (entre outros) são uns PREDADORES INSACIÁVEIS... logo, na Europa nunca irão existir reservas!

---> Os Judeus - já andam 'nisto' há milhares de anos - mostram-nos aquilo que é óbvio: sendo a corrida demográfica a estratégia de conquista... mais eficaz da História da humanidade {vejam este blog: http://tabusexo.blogspot.com/}... e face à existência de predadores insaciáveis.... só existe uma forma de dissuasão capaz de resistir a «guerras de desgaste demográfico»: ARMAS DE ALTA TECNOLOGIA.
---> Milícias e outras coisas do género... são patetices te imbecis!... Visto que, sem a dissuasão das armas de alta tecnologia... não há defesa/sobrevivência possível!
NOTA: Os territórios mais pequenos... têm de se coligar com outros... contra o inimigo comum: os predadores insaciáveis que estão numa corrida demográfica pelo controlo de novos territórios.

---»»» Conclusão: antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência... SEPARATISMO-50-50... e coligação contra o inimigo comum: os predadores insaciáveis...


P.S.
-> Só os OTÁRIOS [PNR's e afins] é que não vêem que os negociatas-fáceis... não são de confiança... e depois andam por aí a espernear feitos parvos...

P.S.2.
-> Algumas civilizações podem acabar... mas o mundo não vai acabar..., dito de outra forma: COMO É ÓBVIO, quem [um exemplo: os nativos europeus] não constitui uma sociedade sustentável [média de 2.1 filhos por mulher] procura infiltrar-se em qualquer lado...
-> Os negociatas-fáceis são manhosos: não só procuram infiltrar-se em qualquer lado... como também, são INTOLERANTES para com a preservação das Identidades Étnicas Autóctones!


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