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Muito a propósito do tema que começa a ser amanhã discutido no Parlamento, cai por terra mais um tijolo da duvidosa Linha Maginot da disciplina de voto republicana até hoje preconizada pelo Partido Socialista. A velha máxima do "todos iguais, mas uns são mais iguais que outros" demonstra plenamente a pouca solidez doutrinária e de praxis das organizações alegadamente republicanas. Confirma-se a existência de privilegiados, ou melhor, de gente excepcionalmente apta para fazer o que bem entende.
Consiste esta atitude de Francisco Assis, líder do grupo parlamentar do PS, numa salutar posição de liberdade de voto que todos os partidos deviam adoptar, dignificando as suas funções, independência intelectual e liberdade de escolha. Ao contrário do que se tem afirmado, o exercício deste cargo não é compatível com a existência de estipulados contratuais, como se de uma empreitada se tratasse. As matérias podem ser, como este caso demonstra, objecto de reflexão solitária e a decisão variará consoante a consciência de cada um.
De uma coisa pode ter o dr. Assis a certeza. A instaurar-se uma Monarquia Constitucional neste país, a reforma do sistema eleitoral e a directa relação entre o eleitor e o deputado, tornarão mais ténue a cega obediência às direcções partidárias. É o restaurar do prestígio da democracia representativa e a selecção natural pela qualidade, o almejado mérito.
Entretanto, o país fica a saber mais detalhes acerca das proezas mediáticas de Cristiano Ronaldo, afinal a figura tutelar da vida de dez milhões de criaturas. No fundo, este tipo de temas são aqueles sem os quais ninguém pode viver. A "situação" agradece o interesse.